Capítulo Oito

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Uma semana depois do jantar com Harry e Mary, Anna conseguiu finalmente convencer-me a convidá-lo oficialmente para ir jantar a minha casa. Não sabia se estava pronta para a confusão que naturalmente surgiria do facto de Harry Styles aparecer no condomínio privado em que metade do mundo sabia que eu vivia, mas apanhei-me a não querer saber. Depois do jantar em casa dele, eu e Mary trocáramos números e tínhamos falado imenso durante a última semana. Harry de vez em quando ligava-me, principalmente para coisas idiotas que me faziam rir, e eu gostava da pequena rotina que tínhamos criado. Eu tinha-me inconscientemente tornado no pequeno dicionário pessoal de Harry, segundo ele próprio, pois sempre que ele precisava de uma palavra, ele ligava-me.

Faltava um mês e uma semana para o lançamento do meu próximo livro e eu já tinha contactado toda a minha família. A minha mãe pediu três dias de férias e iria ficar em casa dos meus avós – que a adoravam ainda, apesar de tudo o que tinha acontecido entre os meus pais -, com a promessa de que os seus quatro filhos e nove netos fossem lá jantar pelo menos duas vezes. Os meus irmãos acederam à promessa e comprometeram-se a aparecer pelo menos na sessão de autógrafos no dia do lançamento, devido ao facto de os meus sobrinhos não poderem faltar às aulas. Seria a uma sexta feira, afinal, e sexta era dia de aulas.

Terça feira foi o dia escolhido para a ida de Harry Styles a minha casa. Na última semana, Anna e Jill tinham resolvido os seus conflitos mas, segundo Jason e Noah, as coisas ainda estavam um pouco frias entre as duas. Eu tinha tentado o meu máximo para resolver as coisas entre as duas raparigas, mas Anna era casmurra e, sempre que eu tentava falar no assunto, ela parecia marcar-me outra entrevista publicitária como castigo. À terceira vez, eu parei de tentar. Jill, no entanto, era outro caso: ela tinha-se resignado ao facto (falso) de que Anna não sentia nada por ela e estava a viver a vida como se isso tivesse acontecido. Tentei dissuadi-la, mas não resultou. E com tudo o que estava a acontecer na minha vida, desde entrevistas a idas à Lumiére para tratar de mais detalhes para o lançamento, não tinha tido tempo para nada.

- Ainda não acredito que fizeste o bolo de chocolate da tua avó para eles mas hoje não vais fazer...Lizzie, partes-me o coração. – Noah agarrou o seu peito, fazendo-me revirar os olhos.

- Há uma hora tu disseste-me que estavas gordo demais e que tinhas que fazer exercício. – respondi, com uma voz séria. Noah fez um gesto de desprezo.

- Nunca se é gordo demais para o bolo da tua avó. – não consegui evitar rir. – Ele chega quando?

- Há de chegar entretanto. Disse-me que estava a chegar há uns dez minutos. – encolhi os ombros.

De repente, senti-me insegura. Principalmente quando Noah se encostou à parede e me olhou atentamente, com os seus braços cruzados e um sorriso confiante no rosto. Como se ele soubesse algo e eu não, como se estivesse à espera que eu lhe contasse alguma coisa. Olhei-o diretamente nos seus olhos castanhos, nunca pestanejando, até que ele começou a rir e revirou os olhos. Ignorei-o, olhando para a frente, para o espelho que me mostrava o meu reflexo coberto por umas calças largas castanhas e um top verde, justo ao peito. Estávamos em meados de agosto e o clima estava cada vez mais quente. Mesmo dentro de casa, com o ar condicionado ligado, estávamos todos com imenso calor.

- Achas que os paparazzi o vão perseguir?

- Tenho quase a certeza que sim. Espero que a segurança do condomínio seja apertada o suficiente para aguentar isso. – Noah afastou-se da parede e apertou o meu ombro como consolo, beijando a minha testa. – Obrigada. Precisava disso.

- Eu sei, Lizzie. Tenho um sensor para beijos da testa, lembras-te? – ri alto, deitando a minha cabeça para trás.

- Só não dás beijos na testa a quem devias, não é? – a expressão de Noah quebrou rapidamente, fazendo-me continuar a rir. – Eu sei do Julio.

Caminhos Cruzados // harry stylesWhere stories live. Discover now