Fascínio - Capítulo - XIII

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Assim que se viu distante de olhares curiosos, voltou a estacionar, dizendo: _ Abrace-me, feiticeira, estou morrendo de saudades._ após um longo beijo, comentou:

_ Que bom que resolveu aceitar o convite de Renata para sair. Com isso propiciou...

_ Como sabe que...

_ Sei tudo sobre você.

_ Você anda me seguindo, isto sim!

Nathan sorriu matreiro, voltando a sequestrar os lábios dela com extrema sensualidade. Júlia pensou que não fosse suportar tanta emoção.

Pequenas lembranças incendiavam-na, como a aspereza da barba que despontava no rosto amado, as mãos fortes que sabiam tocá-la com carinho, os cabelos sedosos que se entrelaçavam entre seus dedos; o perfume marcante...

Perdeu a sequência dos pensamentos a partir do momento em que sentiu os lábios de Nathan deslizando por sua jugular, arrancando-lhe um gemido prazeroso. Ele se afastou, repentinamente.

_ Se não pararmos agora, acabaremos nos amando aqui mesmo. _ ele explicou, ao notá-la com ar de abandono. Virou a chave na ignição, ouvindo-a perguntar:

_ Aonde vamos?

_ Estou pensando em levá-la a um certo hotel, com uma certa suíte em especial.

Durante todo o percurso, Nathan procurava manter uma das mãos livre, para poder tocá-la. A cada parada em semáforos, Júlia era literalmente atacada, com beijos e carícias deliciosamente audaciosos. Até chegarem ao hotel, não trocaram nenhuma palavra, as carícias diziam tudo.

Júlia somente percebeu que ele precisava do apoio de uma bengala, ao desembarcarem do automóvel. Ela sentiu um nó no peito e captou no mesmo instante que Nathan notara sua reação.

_ Em pouco tempo estarei livre disto, acredite.

Ela o abraçou com lágrimas nos olhos e murmurou:

_ Você realmente sofreu aquele acidente, não é? Não suporto nem imaginá-lo ferido.

_ Já passou _ disse, acariciando-a na face. _ Está frio aqui. Venha, vamos entrar.

Trocaram um sorriso cúmplice no instante em que a funcionária do hotel comunicou que a suíte estava vaga. Júlia caminhou vagarosamente quando adentrou no quarto, olhava o ambiente com ar nostálgico, enquanto ouvia Nathan fechar a porta.

_ Em que está pensando? _ ele perguntou, largando a bengala com displicência, antes de abraçá-la por trás.

Júlia cerrou os olhos, inspirando o aroma amadeirado que tanto adorava, e, ao responder, sorriu deliciada:

_ Estava pensando; parece que foi ontem que estivemos aqui; é como se o tempo tivesse parado.

_ Para mim, parece uma eternidade. Pensei que nunca mais fosse conseguir abraçá-la assim, tão... gostoso.

Júlia virou-se de frente para ele ao pedir: _ Conte-me sobre o acidente.

_ Mais tarde falaremos sobre isso, mais tarde. De agora em diante quero matar a saudade e fazer planos para o futuro. Nosso futuro.

Júlia percebeu que ao citar a palavra acidente, ele ficara com a expressão carregada. Decidiu-se por brincar um pouco, para descontraí-lo. Afastou-se num gesto estudado ao proferir:

_ Sinto dizer, mas infelizmente não haverá futuro para nós. É que existe alguém...

_ O quê?! _ bradou, segurando firmemente os pulsos dela, numa atitude totalmente impensada, movida pelo ciúme. _ Quem? Diga o nome do cara. É o Eduardo, certo? Você já foi para a cam... você sabe, fale, Júlia!

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