Uma noite, nada mais

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Acordei com uma maldita dor de cabeça, minha cabeça latejava como se eu fosse um sino e me batessem com um taco de baseball, nada que não estivesse acostumado, sai dos lençóis bagunçados da minha cama, não lembrava de absolutamente nada da noite anterior, o relógio marcava 9:00 da manhã, peguei uma aspirina no criado-mudo, virei com uma dose do whisky que estava no mesmo, peguei meu cigarro, acendi e fui para o parapeito do meu apartamento, sempre adorei a visão da praia ao acordar, é cativante, a brisa suave tocando a face, o "cheiro" da água do mar nos convidando a dar um mergulho, nada melhor, tranquilidade e beleza.

Um par de mãos veio me agarrando por trás pude sentir sua respiração se aproximando do meu pescoço, não quis acreditar, só de imaginar fiquei irritado (inclusive comigo mesmo).

??????: -Bom dia amor, dormiu bem?
Leon: -Você ainda está aqui?

??????: -Bem você me deixou muito exausta na noite passada.

Leon: -Você já deveria ter ido, está tarde.

??????: -A gente dormiu agarradinho, tava gostoso, não resisti.

A cada tragada vou me recordando aos poucos da noite anterior, era a festa de casamento de um amigo, sim toda aquela baboseira de amor e votos, nem sei a razão de ter me convidado, fazia anos que não nos falávamos e desconhecia também o motivo de ter ido participar dessa baboseira, mas lembro das convidadas, algumas belas, arrumadas, nada interessantes, mas houve uma mais chamativa, se onde há fumaça a fogo, ela era a fogueira com a qual valeria a pena queimar naquela noite e então eu decidi fazer acontecer, porque é o que eu faço de melhor.

Alguns olhares trocados, uma aproximação suave, mas decidida, uma boa conversa e algumas doses enquanto gargalhávamos juntos, beijos trocados, desejos despertados e a vontade insaciável de tirarmos as roupas ali mesmo durante a recepção do casamento, saímos de fininho e aqui estamos. Ah, agora consigo lembrar! Os nossos toques, seus cabelos ondulados enrolados na minha mão enquanto ela sentava em cima, ela se contorcendo enquanto a chupava, a sensação deliciosa de ouvir os seus gemidos, eu adoro esses momentos e quando estou neles não consigo parar até que minha companhia esteja totalmente satisfeita, é minha missão, espalhar prazer por ai e é por isso que não me apego a ninguém, o prazer não se limita, ele sempre vai além, sempre nos faz querer mais. Ela foi minha recompensa por aturar aquela noite entediante, uma última tragada antes de jogar o que resta do cigarro fora, afasto as mãos delas do meu corpo e vou em direção a minha garrafa de whisky, encho um copo e então o viro.

Leon: -Você já devia ter ido, logo eu irei aos meus compromissos.

??????: -Ah, a gente ainda pode se divertir mais um pouco.

Outra vez ela vem em minha direção, coloca suas mãos em mim e a impressão que tenho é de estar sendo acorrentado, odeio essa sensação.

Leon: -Agora não vai dar, fica pra uma próxima.

??????: -Então você me liga?

Leon: -Sim, claro. (obviamente, estou mentindo).

??????: -Vou esperar ansiosa por você.

Esse momento representa bem porque eu
evito me apegar, honestamente as vezes nem eu entendo porque me envolvo com essas garotas, são sempre patricinhas que imaginam um conto de fadas onde conhecem o príncipe encantado, essa merda toda, eu detesto isso, só aturo pelo sexo, mas é sempre terrível ter que lidar com o dia pós-sexo. Raras vezes pude me envolver com mulheres bem resolvidas, ah! Essas sim despertam o interesse de qualquer homem.

Leon: -Tudo bem, eu te ligo e combinamos qualquer hora.

Ela me abraça e me dá um último beijo.

??????: -Já tô ansiosa pela próxima.

Leon: -Eu também Carine.

??????: -Meu nome é Claire.

Leon: -Tá, tanto faz, a gente se vê.

Claire: -Você é um babaca!

Leon: -Bem, você não reclamou noite passada.

Ela chorou enquanto recolhia suas roupas pelo quarto, eu sentei na cama e acendi outro cigarro, antes de partir ela parou na porta e me encarou com as lágrimas caindo de seus olhos.

Leon: -O que houve, esqueceu algo?

Claire: -Não, nada.

E então partiu, alívio finalmente, me joguei na cama, terminei o cigarro, olhei para o teto alguns minutos imaginando como seria a porra do meu dia, é hora de encarar o mundo outra vez, me levantei e mais uma vez procuro uma última dose de whisky, para minha surpresa, havia um guardanapo, provavelmente ainda do casamento, com um número de telefone e embaixo escrito: "me liga".

Caralhos! Mulheres são todas iguais.

Franklin S. Monteiro

Escritos aleatórios de um quase bêbadoWo Geschichten leben. Entdecke jetzt