Renegados do Inferno - Destinada - vol 3 (Concluído)

Salvadora

— Os demônios haviam se apossado da terra, Lúcifer praticamente extermina a raça humana, e aqueles que sobrevivem viram escravos... Era coisa de louco. — Explicava Adam a sua visão. — Lilith havia ganhado uma forma, acho que Rachel havia finalmente sido descartada. E Becca... Heilel extrai todo o poder do corpo dela...

— Se isso é verdade, então ele teria o poder de destruir os demônios...

— Se tornaria o único capaz de matar um ser imortal. — Disse Adam e o diretor ficou completamente tenso.

— Foi horrível, todas aquelas pessoas, tudo tão destruído... Animais 20 vezes mais selvagens que o normal, e aqueles demônios... Todos tão... Famintos...

— Você disse que convulsionou ao ter essa visão e que isso nunca aconteceu antes.

— Não nunca. Não sei o que aconteceu, mas acabei apagando...

— Você não está doente se é o que pensa. — Disse Edward se levantando e limpando o rosto com uma toalha. — Alguém te mandou essa visão de propósito. Alguém muito poderoso. — Respondeu se virando para Adam que refletiu sobre.

— Acha que Heilel, me mandaria aquilo de propósito? 

— Heilel? Ah, não. Não me refiro a um demônio Adam. Me refiro a um arcanjo, ou algo assim. — Disse ele resmungando com a dor de seus ferimentos. 

— Sendo um anjo ou não... Tudo o que vi acontecerá! E acontecerá em breve.

— Quanto tempo temos?

— Alguns meses, talvez 3 ou 4. 

— Muito bem, podemos nos preparar nesse tempo. Escute, não comente sobre isso com ninguém, especialmente Rebecca entendeu? — Perguntou e Adam franziu o cenho da testa.

— Por que não?

— Por que não quero que se desesperem, e outra, se Rebecca descobre que ela pode acabar servindo para dar forças a Heilel, ou teria de morrer para fechar os portões ela obviamente...

— Daria um jeito de fechar os portões... — Continuou Adam.

— E eu possivelmente tenho um plano que não envolve matar minha filha então... Posso contar com você esse segredo? — Perguntou o diretor e Adam o encarou por alguns segundos fazendo que sim com a cabeça já se preparando para ir embora. — Adam. — Chamou o diretor e o médium o encarou de volta. — Preciso que chame uma pessoa pra mim.

— Quem?

  Edward respirou fundo e encarou Adam usando uma expressão seria e ao mesmo tempo vazia.

— Handriel Parker.

***

  Respirei fundo. Blake havia me obrigado a ficar de repouso mesmo contra minha vontade, ele era o mais turrão e teimoso da história, mas entendi o lado dele, estava de repente super protetor e todo preocupado.  Qualquer "A" que eu soltasse ele perguntava se eu precisava de algo ou se estava sentindo dor.

— Vem cá, e você? Não se machucou? Precisa cuidar do seu braço, eu já estou bem. — Sorri meio desajeitada e ele sorriu pra mim.

— Sou charmoso demais para me machucar princesa. Estou ótimo. Quer checar? Posso te mostrar meus músculos. — Brincou ele me fazendo rir. 

— Sério Blake. Por que de toda essa preocupação comigo, não é a primeira vez que eu enfrento a morte. — Aquilo soou tão irônico e literal ao mesmo tempo.

  Como se soubesse que a atitude dele, por mais que carinhosa e cavalheira que fosse, era ainda sim muito exagerada.

— Quando... Quando Ravena bateu em você e você caiu desacordada daquela forma, eu... — Ele parecia não conseguir dizer nada. — Não consegui proteger você.

  Então era por isso? Me levantei com um pouco de dor e segurei em sua mão ignorando o soro em minhas veias.

— Ei... Você não podia fazer nada... Eu é quem fui a idiota que soltou Rachel, mesmo sabendo dos riscos, mesmo depois da própria Rachel dizer para que eu não fizesse aquilo!

— Não é só isso Rebecca... — Ah, ele estava me olhando com aquele olhar deprimido de novo. — Seu coração... O seu coração parou logo depois que voltamos. — Agora quem havia entrado em choque era eu.

— Que?

— Seu pulso estava muito fraco, corremos todos desesperados para a ala médica. Alguns de nós voltamos feridos, mas ninguém foi como você.

— Mas de acordo com o que me contou, eu só levei uma pancada na cabeça! Como meu coração parou?

— Não sei. Esse é o problema, fizeram até aquela coisa de manobra de ressuscitação... Achei que tinha te perdido e me culpei tanto por não ter protegido você que eu...

— Blake. Não foi culpa sua, e eu estou aqui, viu? — Isso explicava o por que de ter escutado aquele zumbido de máquinas hospitalares quando estava no inferno. E especialmente as vozes me pedindo para acordar. Blake abaixou a cabeça e eu me dei conta de uma coisa. — Meu coração parou... — Respondi encarando o nada e Blake me encarou confuso. — Quanto tempo fiquei assim?

— Não sei... 15 minutos mais ou menos. — Franzi o cenho da testa e Blake me encarava desconfiado. — Está tendo aquela cara de que teve uma ideia nada agradável...

— Quando apaguei pela primeira vez, tive um sonho com um leão que só via quando era criança. Um leão albino... Mas aí quando meu coração parou, estava em outro lugar...

— No inferno. — Respondeu Blake ficando tenso. Ele estava me entendendo. — Nem pensar. — Respondeu como se lesse minha mente.

— Blake, se eu posso atravessar portões entre o céu e o inferno, talvez eu possa fechar os portões! 

— Você nem sequer sabe se realmente daria certo.

— É a teoria mais provável de Laura, e aconteceu de novo. Meu coração parou o que significa que estive morta por 15 minutos!

— Não vou deixar você morrer e ficar esperando voltar a vida Rebecca!

— Não é questão de deixar, é questão de necessidade! — Iríamos abrir uma discussão ali, se não fosse pelo bater na porta de alguém despertando aquela tensão entre o super protetor teimoso e eu.

— Hã... Hora ruim? — Perguntou e encarei a porta para ver quem era.

— Handriel? — Perguntei sem entender muito bem, o que ele fazia ali.