Capítulo 6

214 17 1
                                    

Lívia

Horas antes...

Estou encarando o babaca à minha frente que acha que porque é Capitão do Bope, tem o direito de dizer e fazer o que queria, estou morrendo de raiva dele e de mim por estar se deixando abalar com sua beleza e imponência. Seus olhos me fitam o tempo inteiro e era como se pudesse ver dentro de mim e isso é o que mais me irrita.

— E aí, vai me prender ou posso ir embora? — desafio, estou louca para sair daqui, não posso estar sentindo o que estou, desejando-o como nunca desejei ninguém.

— Liberada, tenho coisas mais importantes para fazer — seu tom é de tanto faz, que imbecil! Fica flertando comigo na cara dura e agora me dispensa assim. Deve ter enjoado da brincadeira. Não sei por que, mas isso me incomoda mais do que gostaria.

— Não pareceu — revido com raiva.

E ele simplesmente não responde, como se não fosse nada de mais, então, viro-me com muita raiva e entro no carro, estou com tanta raiva que seria capaz de realmente ser presa por desacato ao agredir um policial, no caso um Capitão que se acha o dono do mundo. O que você queria, Lívia, que parasse tudo para te levar para casa? Ele que se dane! Amanhã nem vou me lembrar dele mesmo.

Bia entra no carro e vejo quando devolve o celular do policial que estava com ela, meio que escondido para que ninguém veja. Não acredito que eles trocaram números!

— Bia, você não tem jeito mesmo! — meu tom sai tão baixo que o Flavinho nem percebe, acho que ainda estava muito abalado com a situação, coitado. Ela me olha desconfiada.

— Só eu, Lívia? — seu tom é acusatório, mas pisca em seguida. Fico sem graça. Ai, meu Deus, será que ela percebeu? Claro que sim.

— Em casa conversamos, Bia — alerto e Flavinho dá partida, estava supernervoso mesmo, tadinho, com razão. Não resisto e dou uma olhadinha para trás, e ele está lá parado, de braços cruzados, olhando para o nosso carro em movimento, podia ser um grosso, mas era lindo, isso não posso negar.

A viagem segue em um silêncio mortal, ninguém diz nada e percebo que o Flavinho ainda está muito nervoso, ele tinha passado a pior parte da história.

Minutos depois, nos deixa na porta do prédio, se despede e vai embora. Estava em choque mesmo, nem tinha tentado beijar Bia.

Entramos e Bia iria dormir na minha casa; subimos em silêncio e mal abro a porta, Bia começa.

— O que foi aquela guerrinha entre você e o Capitão gostosão? — A encaro com minha boca aberta finjo não entender a pergunta. Ela tinha percebido, que droga!

— Não teve guerra nenhuma, dona Bia. Alguém tinha que tomar uma atitude ou ele iria acabar levando o Flavinho por engano, você não viu que o cara estava confuso e nervoso? — tento convencê-la.

— Lívia, você é a pior mentirosa que conheço. Ficou toda abalada com o cara, nunca te vi assim com ninguém — é convicta, sabia o que estava dizendo.

— Sério, Bia? Não fui eu quem ficou de paquera, enquanto meu amigo estava no chão, sendo tratado como um animal — jogo em sua cara e fica séria na hora.

— Poxa, Lívia, sabe que não foi bem assim, não consigo falar quando fico nervosa e não tenho culpa se o Michel foi um doce comigo, tentou me acalmar o tempo todo, muito menos tenho culpa dele ser um gato e, ainda por cima, disponível.

— Mas você é muito cara de pau, Bia, já sabe até o estado civil do policial. — Faz uma careta como se não fosse nada de mais.

— Claro, amiga, não vou perder tempo com caras que não estão disponíveis — defende-se.

A Missão Agora é Amar - missão bope 1Where stories live. Discover now