Capítulo 5

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Capitão Torres

O som insistente do meu celular me desperta, passo as mãos pelo rosto, antes de esticar o braço e pegar o aparelho na mesa ao lado da cama.

— Torres falando — atendo com os olhos semicerrados, não tenho noção das horas, estava exausto.

— Gustavo? Desculpa, sou eu, Isa... — seu tom é completamente desesperado, é o suficiente para me fazer levantar da cama imediatamente e dar total atenção a ela. — É o Guilherme, foi baleado, está em estado grave, fizeram uma emboscada para ele, estou desesperada, por favor, me ajuda! — Isadora está aos prantos do outro lado da linha.

— Quem fez isso, Isa? — A raiva chega sem pedir licença, iria pegar o desgraçado! Disso eu tinha certeza, iria caçá-lo até o inferno, se preciso.

— Não sei, eles metralharam o carro dele, me ligaram agora, estou a caminho do hospital, estou com tanto medo, não posso perdê-lo! — chora muito.

— Fica calma, te encontro lá, já estou saindo de casa, pra que hospital o levaram?

Desligo o celular após receber a informação, então início a chamada para Michel, que atende no segundo toque.

— Porra, cara, são três da manhã, você não dorme nunca? — Idiota! Será que se esquecia que era da polícia e que, para nós, não tinha hora?

— Isa acabou de me ligar, fizeram uma emboscada para o Guilherme, está no hospital em estado grave. Liga para o Carlos e para o Fernando, encontro vocês lá. — Não responde, sei que está em choque tanto quanto fiquei, mas não tenho tempo de esperar sua resposta, dou a ele o nome do hospital e desligo. Guilherme é muito querido por todos da corporação.

Preciso descobrir quem foi o infeliz que fez isso. Espero muito que saia dessa, tem que sair, a Isa precisa dele, eles acabaram de se casar, não seria justo!

Pego uma calça jeans, uma blusa de malha branca, minha pistola que estava ao lado da cama e saio o mais rápido possível.

*

Chego ao hospital em vinte minutos após ter recebido a ligação. Vou direto para a emergência, assim que entro vejo Isa. Está transtornada, assim que nota minha presença corre em minha direção, jogando-se em meus braços.

— Eles não me dizem nada, Gustavo, já está lá dentro faz uma hora. — Seu rosto está muito vermelho e lavado em lágrimas.

— Calma, Isa, ele vai ficar bem, Guilherme é forte, vai sair dessa — tento não só convencê-la, como a mim mesmo.

— Ele não pode me deixar, não sei como seria minha vida, se não o tivesse comigo, isso é injusto! — seu tom sai carregado, está muito nervosa, não existe uma parte de seu corpo que não esteja tremendo.

— Ele vai conseguir, Isa. — Beijo sua cabeça.

Eles haviam se casado há dois meses, mal tinham saído da lua de mel. Fui um dos padrinhos, sou amigo do Guilherme desde moleque. Tínhamos entrado juntos para a polícia e em seguida para o Bope. Ele precisa sair dessa, não posso perder meu amigo. Michel chega, logo atrás estão Carlos e Fernando. Afasto-me um pouco de Isa e faço um gesto de cabeça para que eles me acompanhem.

Quando chegamos à porta do hospital, encaro os três.

— Quero o desgraçado que fez isso com o Tenente Aguiar, e tem que ser para ontem, entendidos? — exijo, assumindo minha postura de Capitão.

— Claro, Capitão, já tem uma viatura no local, tentando descobrir o que houve — esclarece Carlos.

— Não quero que tentem, Sargento, quero que descubram! Quero os responsáveis por isso. Estamos entendidos? Essa é a prioridade a partir de agora. Qualquer notícia, informo aos senhores, agora vão fazer os seus trabalhos, quero uma pista de quem fez isso, para ontem. Sargento Targueta? — me reporto a Michel.

A Missão Agora é Amar - missão bope 1Where stories live. Discover now