Será traição?

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6 de Abril, sexta feira (Santa)

Epá odeio a Páscoa, a época da Páscoa, o ambiente da Páscoa sem contar com a parte em que como chocolates e amêndoas, de preferência, chocolate! Por falar em amêndoas este ano provei umas que têm feijão lá dentro. Horrível!

Porquê? (perguntam-se vocês), porquê um ódio por essa época tão “santa”, tão espiritual... Eu respondo: porque desde pequena não me lembro de nenhuma Páscoa feliz, em que estivesse em família e a passar um bom momento ou um bom dia. Lembro-me da Páscoa por três situações distintas, as quais vou contar brevemente por ordem de impacto. No dia 8 de Abril, se não me engano, a três ou quatro anos atrás o meu pai andava a arrumar as suas coisas e dá-se conta de que não sabe onde colocou a chaves do carro, um carro que por acaso estava parado atrás meses por causa da bateria. Claro, não se usava o carro a chave até já poderia ter isso parar ao lixo. Lembro-me perfeitamente de que numa voz calma, mas preocupada o meu pai pergunta a minha mãe se sabia onde estavam as chaves e ela, como nos anos anteriores, estava mal-humorada e respondeu mal, já para não dizer que a resposta se transformou em conversa de que o homem nunca sabia onde é que deixava as coisas e porque é que tinha de ser ela a saber, que lhe deixe em paz com as suas coisas, enfim. Por causa disso o meu pai também se defende e não sei como nem porquê a minha mãe atinge-lhe com uma soca na cabeça. Quando vi até a mim me doeu e claro o meu pai tinha de se defender e agarrou-lhe. Continuou a conversa e meia hora depois ela já pedia que ele a matasse. “Ai que a coisa está seria!”, começo a preocupar-me, algo se deve ter passado durante a noite, mas isso não tem nada a ver comigo e nem com os vizinhos que lá em baixo e a janelas das casas que estão ao lado se assomam para tentar ouvir e perceber porque é a discussão. Oh… Oh… o meu pai não aguentou e deu uma chapada a minha mãe depois de ela lhe ter dado umas quantas. Lamento muito ter estragado o almoço da minha vizinha da frente e do meu vizinho do quinto andar por causa de uma discussão e casal que me assustou imenso por ter ouvido a palavra morte e ter visto uma bofetada do meu pai a minha mãe. Pergunto-me porque é que me assustou mais a chapada do pai á mãe que a da mãe ao pai, se ambas se tratam de agressão! A minha vizinha telefona e chama a policia que vem acompanhada da ambulância porque ela tinha dito que se tratava de violência doméstica, uma vez que eu só dizia “ o meu pai bateu a minha mãe” e chorava desalmadamente. Que figuras fiz eu naquele dia.

No hospital com a minha mãe, esperava pelos resultados do exame e que o meu avô nos fosse buscar porque não iriamos dormir em casa devido ao mau ambiente criado naquele dia.

Será que a morte de Jesus mexe com as emoções da minha mãe de tal modo que ela queira ir-se no mesmo dia em que esta é festejada? Bem passo a próxima situação que é… Não vou contar porque dei-me conta que afinal não é nada tão traumatizante, ter de aturar os primos que veem almoçar a casa que eu não gosto e não poder sair para passear com os meus amigos já que o único que fazemos é ver filmes que se repetem todos os “santos” anos.

Este ano não é exceção, continuo a ter de ver filmes sobre a Bíblia y a vida de Jesus.

São cinco horas da tarde. Lá fora o dia esta cinzento mas não parece que vá chover e não faz vento. Vou confirmar se o meu telemóvel 3G, que comprei sem intenções de o utilizar para estas coisas porque sou uma rapariga pouco dada as tecnologias, mas agora que descobri o que estes aparelhos são capazes acho que morria se me tirassem o meu “bebé”. (Sou mais uma escrava da tecnologia desde que me deixei levar pelas influencias de inovação minha irmã). Apenas o utilizo para falar com o Fred de vez em quando (uma vez em duas ou três semanas). Bem, vou a rua, tenho só de confirmar se tem bateria suficiente para que eu possa navegar na internet durante pelo menos uma hora e por sorte está cheia.

Vou até a um banco que esta por trás da igreja onde apanho uma rede publica. Apanho redes desprotegidas em quase todas as partes menos na minha zona. É preciso ser preta para que até as redes livres me descriminem! (Estou a Brincar).

Navegando e AfogandoWhere stories live. Discover now