Elementais - Segredos Perdidos

Capítulo Quatro

- Bom dia raio de sol. Tá na hora vamos levantar.

Acordei com as batidas impacientes de Alanna na porta; 05h40 AM marcava o relógio em cima da escrivaninha.

Arrastei meu corpo para fora da cama e abri a porta. Alanna entrou na mesma hora.

- Pode entrar. - disse sarcástica pelo fato dela já ter entrado.

- Uau. Esse quarto está precisando de uma reforma. - Ela disse juntando as mãos em um quadrado e olhando ao redor. - Quantas malas. Está vindo de vez?

Sorri fraco e me joguei de volta em baixo das cobertas.

- Não, não, não, não. Levante; não temos o dia todo. - Ela disse virando meu colchão.

- Hey! - disse assim que levantei toda desajeitada. - Qual o teu problema garota?

- Oh alguém levantou do lado errado da cama hoje!

- Ou foi empurrada!

- Ah Chloe, sem marra. É seu primeiro dia, você quer causar uma boa impressão, não quer?! - Alanna disse segurando meus ombros enquanto remexia minha mala a procura do que vestir.

- Me responda uma coisa Alanna. Por que você está sendo legal comigo? - olhei diretamente nos olhos dourados dela.

- Porque você parece ser legal, tem personalidade forte e pelo jeito precisa de uma amiga! - um longo sorriso se espalhou em seus lábios.

- Okay. - disse puxando uma blusa branca e um jeans skinny azul.

Vesti-me rapidamente e fui ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes. Oh. Meu. Deus. Meu cabelo não está parecendo meu cabelo. Pelo jeito que os fios estavam enroscados, poderia tomar o lugar de Simba; passei a escova no cabelo para amenizar os nós. O que não estava dando muito certo.

- Chloe está tudo bem aí?

- Sim. AI!! - Joguei a escova na pia e me encarei no espelho, olhos de um azul pálido me encaravam de volta, as bochechas vermelhas e inchadas e um emaranhado de fios rebeldes, que mais pareciam às cobras da medusa.

- Nossa. Alguém está em um bad-hair-day. - disse Alanna cruzando os braços no batente da porta.

- Nem me diga. Acho que vou ficar aqui por hoje. - sai para o quarto novamente e sentei na cama.

- Aceitando a derrota tão fácil? Deixa eu te ajudar. - Ela balançava a escola para mim.

Alanna sentou com as pernas cruzadas atrás de mim e começou a escovar meu cabelo.

- Sabe, minha mãe costuma pentear meu cabelo sempre que eu tinha dificuldades com os nós. Ela se irritava muito, dizia que eu tinha um ninho de passarinho na cabeça. Até que um dia me irritei e cortei tudo. - pude ouvi-la sorrindo.

- Você tinha os cabelos muito compridos Alanna?

- Uhum. Até a cintura para ser mais franca, assim como o seu. Prontinho. - Ela disse dando a última volta no elástico finalizando o rabo-de-cavalo.

Olhei-me no espelho e suaves ondas caiam perfeitamente em cascata pelas minhas costas. Alanna me encarava no espelho também.

- Linda. Agora vamos, tô com fome. - Ela murmurou colocando as mãos sobre a barriga teatralmente.

Saímos pelo corredor em silêncio. Alguns alunos saiam das portas decoradas que vi na noite anterior. Advinha a quem pertencia à porta preta com labaredas? Maggie, a loira das mechas azuis. Ela olhou para mim como se eu fosse uma presa e ela a leoa faminta. Por que tínhamos que estar no mesmo corredor? Por quê? Por quê?