Broken Boy ♦Luke Hemmings♦

♦ Try Hard ♦

Detesto o facto de o Luke pensar que me controla. Detesto o facto de o Luke achar que eu o desejo. Detesto que não o rejeitem. E detesto definitivamente o Luke.
Fico enjoada só de saber que tenho de fazer um trabalho com ele. Nunca cantei para ninguém e não queria que ele fosse o primeiro. Que raiva!

-Então, tu e o Luke têm de fazer um trabalho? - pergunta Rachel. Está a olhar para as unhas para se fingir de desinteressada.
-Infelizmente. - respondo. - Tem cuidado com ele. Ele têm tendência a...partir corações.
Ela dá uma gargalhada.
-Priminha, eu também não quero nada de sério com o Luke. Eu conheço o tipo dele, não se entregam a ninguém.
Ao menos sabe como ele é. Fico mais aliviada agora.
Estamos num café perto da escola e a Chloe está algures com o Calum.
-Vou à casa de banho. Faz os pedidos e vamos.
-Está bem.
Ela vai e eu vou até ao balcão. O rapaz está de costas e tenho de me esticar para o chamar.
-Boa tarde, o que vai desejar?
-Luke?
-Kylie?
-Trabalhas aqui?
-Não, só gosto de fingir que trabalho num café, é claro que trabalho.
O sarcasmo dele irrita-me.
-São dois cafés grandes para levar, se faz favor.
Ele olha para mim e revira os olhos. Depois vai tratar dos pedidos.
-Aqui tens.
-Obrigada.
-Vai hoje lá a casa para adiantar-mos o trabalho.
-Está bem. Até logo.
Faço má cara e ele também. É bom saber que o ódio é mútuo.

♦

-Queres ir ao cinema mais logo? - pergunta a Chloe.
-Não posso, tenho um trabalho para fazer.
-Tens sempre. - diz a rir-se.
-Acredita em mim, eu trocaria este se pudesse.
-Minha good girl. - diz apertando-me as bochechas.
Rimos e continuamos a assistir a Teen Wolf o resto da tarde.

♦

Mais tarde, vamos para casa do Michael e jantamos lá todos. Pizza.
Como sempre eu e o Michael comemos praticamente tudo. Já ninguém fica surpreendido. Só o Luke, que continua a olhar para mim como se nunca tivesse visto uma rapariga a comer. Como se fosse uma criatura estranha.
Como a minha última fatia e ficamos um bocado na conversa. Não demorou muito a começar o concurso habitual de arrotos. Eu detesto mas por alguma razão eles adoram. E às vezes é engraçado como o Calum consegue dar arrotos tão femininos.
Michael ganha, como sempre. Isto é basicamente os nossos jantares e, sinceramente, nunca me canso disto.
-Kylie... - olho para ver quem me chama e vejo o Luke - Queres começar o trabalho?
-Sim. Quanto mais depressa começarmos mais depressa acabamos. - respondo.
-Porque é que és tão fria comigo, meu anjo?
Reviro os olhos.
-Estás sempre a fazer isso e por alguma razão, eu gosto. - eu acho que ele não queria dizer a parte de gostar em voz alta.
-Vamos lá fazer o trabalho.
Subimos as escadas até ao seu quarto e ele fecha a porta.
-Luke, não vais conseguir nada da minha good girl! - oiço a Chloe a gritar da sala e a fazer todos rir. Rio também mas o Luke não.
-Queres começar com a melodia ou com a letra?
-A letra.
Ele vai buscar um caderno e um lápis e senta-se ao meu lado na cama.
Ao longo dos minutos vão-lhe surgindo ideias e ele escreve-as antes de mas dizer. Dou também algumas mas devo dizer que as dele são muito boas, talvez até melhores.
Quando acabamos tudo, leio do início ao fim e fico a pensar se não será uma letra demasiado íntima para nós. Como se houvesse uma mensagem nas entrelinhas. Acho que eu e o Luke temos isto em comum, expressamo-nos melhor através da música.
-Não é assim tão mau trabalhar contigo. - admito.
-Nem contigo. - diz.
Os nosso olhares tocam-se e não sei o que fazer ou dizer. Luke parece perdido, confuso e também não faz nem diz nada. Agora vejo o Luke frágil, tímido e vulnerável. O verdadeiro Luke Hemmings. Aquele que não finge ser um player só pela popularidade.
-Luke, sabes que não tens de fingir ser quem não és, certo? Eu acho o teu verdadeiro eu muito mais agradável do que aquele que aparentas ser. Não tens de mudar por ninguém, podes ser tu próprio. Os teus amigos vão gostar de ti na mesma.
-Tu vais? Gostar de mim?
-Eu gosto deste Luke. Não tentes ser quem não és. És melhor que isso. - sorrio.
Mas ele não retribui. Levanta-se bruscamente e coloca-se à minha frente.
-Eu não estou a fingir ser quem não sou! Eu sou este cabrão que estás a ver à tua frente! Eu não mudo por ninguém, eu estou bem assim! Acho que chega de trabalho por hoje.
Levanto-me delicadamente e dirijo-me para a porta.
-Lamento que penses dessa maneira. - digo e saio.

♦ I play guitar but she's into drummers ♦