Capítulo 5 - Divertido

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PRIYA

Andrew havia me deixado em casa logo após ser convocado para uma missão. De certo modo, fiquei um pouquinho chateada, pois iríamos sair juntos na sexta. Mas o que compensa é que, quando ele voltar, iremos sair.
Confesso que, quando nos despedimos, esperava um beijo, fiquei surpresa ao receber aquele beijo no canto dos meus lábios. Mesmo se houvesse um beijo, não teria ficado chateada. Porém, foi algo que me cativou bastante, ele não era como os outros homens, não é invasivo e me respeitou.
Passei alguns dias pensando em como seria ser beijada por ele, em quão seria bom que suas fortes mãos me segurassem.

Quanto ao meu trabalho, meu chefe surtou quando soube do acidente. Demorou dois longos meses, mas ganhei minhas férias acumuladas.

Estava no décimo dia de férias, já estava completamente entediada. Os primeiros dias são ótimos para um descanso, mas depois disso acaba sendo deprimente.
É libertador morar sozinha, porém sempre tem algum momento em que eu gostaria de ter alguém para esperar, alguém que tornasse agradável voltar para casa depois do trabalho.
Sentia uma enorme falta de calor, aquele que provém de um amoroso abraço.

Andrew e eu conversamos algumas vezes pelo Google Meet, apesar do semblante sério, ele é todo bobo e engraçado.
Toda vez que meus olhos se fechavam, Andrew aparecia em minha mente. A forma com a qual este homem entra em meus pensamentos é simplesmente incrível. Como posso pensar tanto em alguém que mal conheço? Como posso me sentir tão bem quando estou ao seu lado?

Estava no sofá da sala, admirando minhas fotos nas paredes e porta-retratos que estavam em cima dos móveis. Lindos lugares, grandes conquistas, bons amigos... Mas faltava algo, não sou velha, mas também já estou quase na casa dos trinta. Não tenho ninguém para chamar de meu amor, ninguém com quem possa ser meu porto seguro em dias difíceis.
Talvez Anne esteja certa, me senti atraída por Andrew e pareceu ser recíproco. Ele mostrou claramente alguns dos traços da sua personalidade; era tudo o que eu sempre quis em um homem.

O que eu teria a perder?

"Heey Priya, acabei de chegar de volta no país. Faz algumas horas que cheguei, nosso jantar continua de pé, certo?" - Andrew.

E lá estavam elas novamente, as borboletas em minha barriga. Era como um sinal dos céus.

"Oiee Andrew, como foi de viagem? Você está bem? Claro, está de pé"

Estava empolgada como uma adolescente que havia acabado de receber a mensagem do seu 'crush' de colégio.

"Vamos sair hoje? Se você estiver de folga, é claro!" - Andrew.

Que Deus me ajude!

"Claro, Andrew"

"Está uma noite fria, coloque algo quente e confortável... Pensei em comida italiana. Te busco às 21:30" - Andrew.

Meu Deus! Quando foi a última vez em que saí com alguém??

Eram sete e meia, e este é o momento do dilema: como iria me vestir? Estava frio, certamente esta é a minha vantagem. Mas o que escolher? Não quero ficar nem simples e nem exagerada; não quero parecer desesperada, mas também quero demonstrar interesse.
E foi assim que, em questão de meia hora, minhas roupas estavam completamente atiradas pelo chão do quarto.

Vamos, Priya, pense!!

Acabo escolhendo algo básico e bonito, vai ser certeiro. Basicamente um vestido que vai abaixo dos joelhos, ele é preto e se ajusta no meu corpo. Para acompanhar, botas com salto alto e meias-calças pretas e, fechando com chave de ouro, um lindo batom avermelhado.
Uso o restante do tempo para tomar um banho e, após estar devidamente vestida e pronta, passo um perfume e aguardo por sua mensagem.

"Cheguei" - Andrew.

De repente, minhas mãos ficam extremamente suadas, através da janela pude ver seu carro. Andrew me esperava do lado de fora, ao lado da porta do carona, ele estava coincidentemente combinando comigo. Seus ombros largos estavam cobertos por uma camisa preta, seu rosto exibia um sorriso indescritível, de amolecer as pernas.

- Oi, Andrew - cumprimento-o beijando em sua bochecha seguido de um abraço. Ele está tão cheiroso.
- Oi, Priya - Andrew retribui, me abraço, me segurando com suas fortes mãos. Internamente, eu estava trêmula e nervosa.

Entramos no carro, a atmosfera entre nós estava quente e agradável. Mesmo não estando colada em Andrew, podia sentir seu calor. Podia sentir o que ele sentia.

- Você está maravilhosa, Priya - sou pega de surpresa por seu elogio, cada vez mais me surpreendo com a reação do meu corpo ao ouvir sua voz.

O coração dispara cada vez que ouço sua voz. Definitivamente sim! Aqui estou eu, como uma adolescente boba.

- Obrigada, Andrew - Ele nem imagina a bagunça que deixei meu quarto para escolher essa roupa.

Acabo rindo com meus pensamentos, no quesito escolher roupa para sair e manter o guarda-roupa arrumado, admito que sou um completo desastre.

- O que foi? - Andrew me olhava com curiosidade. Sentia que eu poderia ser eu mesma com ele, sem me preocupar com julgamento.
- Você nem imagina a bagunça que o meu quarto ficou para escolher esta roupa, fiquei um pouco nervosa.
- Você ficaria maravilhosa de qualquer jeito, sem fazer qualquer esforço - diz Andrew, concentrado no trânsito.
- Talvez eu quisesse impressionar alguém - digo, abrindo um sorriso enquanto paramos em um semáforo vermelho. Andrew aproveita, se aproxima de mim e diz:
- E se eu disser que estou impressionado desde o dia em que você bateu no meu carro?

Automaticamente, fico vermelha igual à pimenta.

- Nãoooo, fiquei morrendo de vergonha aquele dia. Eu estava horrível - digo cobrindo meu rosto.
- Você fica linda e engraçada quando está nervosa - rimos juntos da situação.
- Eu falo muito e gaguejo na maioria das vezes - gargalho com ele, certamente é ele.

O restante do caminho é preenchido com gargalhadas e brincadeiras. Fazia tanto tempo que eu não me divertia tanto assim. É tão agradável, tão maravilhoso estar com alguém que demonstra querer estar com você, não necessariamente de forma amorosa. De todas as formas, é maravilhoso sentir-se querido com pequenas demonstrações, sejam elas sorrisos e gargalhadas, olhares ou abraços calorosos.

Olá, meus caros,
Tudo bem?

Aqui estou novamente escrevendo a vocês.
Dessa vez, escrevi um pouco mais rápido que antes. Espero conseguir publicar com mais frequência.
Mas me digam uma coisa: vocês já disseram "EU TE AMO" hoje?
Não? Então digam e sorriam. Às vezes a vida pode não ser tão doce assim, mas já pararam para pensar: se não tiver uma leve turbulência ou um leve amargor, como irão descobrir o que é um doce sabor?

Dedico INEFÁVEL ao Amor da Minha Vida - A.

INEFÁVELWhere stories live. Discover now