Capítulo 4 - Belo Sorriso

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ANDREW

Estava em minha cassa, o dia havia amanhecido frio e chuvoso. Havia acordado cedo como o de costume, devido à chuva, mas como um Seal nunca para, eu saí para correr com meu irmão e ir para a academia.
Havia sonhado com aquelas covinhas e olhos escuros, toda vez que fechava os olhos, era o mesmo rosto.

Deus, como isso é possível?

Após o treino eu e meu irmão como de costume costumávamos assistir futebol e neste dia decidimos ver a reprise do Super Bowl de 96 o qual foi o último campeonato do Dallas a uma, eram momentos como este que eu e meu irmão nos sentávamos e passávamos mais tempo juntos fora os nossos deployments e os dias no rancho.

Christian não fechava o bico por um momento se quer, é a mesma história sempre.

- Cara, manda uma mensagem para ela - travo a partida e o encaro - Não acha que está na hora de você encontrar alguém para construir uma família?
- No tempo certo, Chris.
- Se você não procurar, nunca vai haver este tempo. O nosso maior sonho já alcançamos, irmão, o tridente é um privilégio, mas nós o temos, já está na hora de pensar na vida além das equipes e sem contar que ter alguém lhe esperando em casa depois de uma missão é maravilhoso. Mais um motivo para retornar inteiro para casa.
- Pare com isso, você sempre vem com essa.
- Mas vai me dizer que não gostou dela? Vai me dizer que não achou ela bonita? Sem contar que ela pareceu gostar de você também.
- Eu gostei dela, ela é linda e inteligente - era inevitável segurar qualquer sorriso ao lembrar daquela mulher - Mas não quero ser invasivo.
- Não venha com esse papo, Andrew.
- E se ela tiver namorado?
- E se não tiver? Pare de querer arranjar empecilhos. Já te disse Andrew, a vida é mais bela do que somente as equipes, irmão!

Como se fosse um sinal dos céus, meu celular toca revelando ser o rapaz que guinchou o carro da Priya.
O mesmo me informa que teria em mãos o orçamento do carro, solicitando em seguida que eu levasse minha picape para que ele pudesse fazer um orçamento.
Após desligar o celular, Christian tinha um sorriso estupidamente vitorioso.

- Era esse o sinal que você estava esperando??
- Tudo bem, pode ser que você esteja certo, mano - reviro os olhos, tenho que admitir isso. Mas ele está certo.

O que eu poderia perder, afinal?

Peço para que o Chris leve minha picape no endereço que o cara passou, era bem perto da casa dele, e aproveito para ir atrás de Priya com a camionete do meu irmão. Era do mesmo modelo da minha picape, porém era vermelha.
Antes de mandar qualquer mensagem à Priya vou até seu trabalho a procurar, onde conheço uma mulher de cabelos ruivos. Ela era um pouco exagerada, mas acabou soltando que a amiga era solteira.

- Yeaaahh, ela é solteira - Anne, pelo que vi em seu crachá, diz extasiada.

Acabo abrindo um sorriso de orelha a orelha, bom, agora que já sei disso, vou chamar ela para sair!

Mando mensagem para ela falando sobre o carro dela. Óbvio que eu vou puxar assunto sobre ela sair comigo na sexta à noite.

"Olá, Priya, Andrew aqui. O rapaz do guincho tinha apenas o meu número, ele me ligou. Disse que já tem um orçamento e pediu para que comparecêssemos na oficina. Posso passar, te pegar para irmos lá?"

"Olá, Andrew, claro. Pode passar aqui". - Priya

"Estou a caminho"

Após buscar ela em sua casa, tivemos uma longa conversa no caminho até a oficina.
Chegando lá, vimos que o prejuízo não sairia tão caro, mesmo assim vejo no rosto de Priya o desânimo, e então, antes que ela puxe sua carteira, eu digo para colocar junto no seguro da minha camionete. Ela tenta negar que eu faça isso.

- Andrew, não precisa, eu que bati e quem teria que pagar o prejuízo seu, não ao contrário! - ela tenta de alguma forma argumentar e protestar.

- Não há outra opção além desta!

Putz o que fiz? Sou muito bruto, ela com certeza vai recusar sair comigo, no mínimo ficará chateada.
Neste momento, as bochechas de Priya ficam rosadas e ela não parece ter levado como uma ofensa ou algo assim.

Saímos da oficina e eu fui deixá-la em casa. Quando chegamos lá, conversamos um pouco e eu a convidei para um jantar na sexta.

Infelizmente, eu não fazia a mínima ideia de que meu encontro com Priya teria que aguardar.

Ela aceita o meu convite e, logo quando eu ia me despedir dela, com um beijo em seu rosto, meu telefone toca.
Era o comando naval, nossa equipe foi destacada para uma missão no exterior. Teríamos que estar na base em uma hora e iríamos partir às cinco horas da madrugada no tão amado Jumbo Cinza!

Nunca havia ficado descontente com uma ligação de que tínhamos uma missão, mas essa foi a primeira vez que eu queria que a missão não fosse agora.

Volto meu rosto para Priya e tenho que dar a notícia de que nosso encontro terá que ser adiado, pois o dever me chamava.

Quando vou me despedir dela, vem o pensamento...

E se eu beijar bem no cantinho de sua bochecha? Pegando só o cantinho daqueles lábios carnudos?

Nem esperei o pensamento terminar e tomei a atitude, senti por um instante a maciez daqueles doces lábios, nem que fosse no cantinho. Ela, com uma expressão de surpresa e com o rosto vermelho, não recua, pelo contrário, fica com seu rosto colado em meus lábios por um pouquinho mais de tempo.

Acabamos nos despedindo e lá vou eu buscar meu irmão para irmos para mais uma vez, honrar nosso tão amado tridente!!

Olá meus caros,
Tudo bem?

Aqui estou novamente escrevendo à vocês.
Peço desculpas por toda essa demora, a vida adulta é um pouco corrida.
Me digam uma coisa: Vocês tem alguém que os iluminam como o dia 4 de Julho como na música?
Caso tenham essa pessoa, me façam um favor: Demonstrem isso todos os dias.

Dedico INEFÁVEL ao Amor da Minha Vida - A.

INEFÁVELOnde as histórias ganham vida. Descobre agora