Capítulo 1 - O início de tudo.

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PRIYA

O dia havia sido cansativo e exaustivo, minha paixão é cuidar das pessoas. Ajudar aqueles que precisam, independentemente de qualquer coisa. Entretanto, fazer 48 horas seguidas com poucas horas de sono e um estômago rocando, é desafiador.

Uma urgência havia atrasado o fim do expediente, infelizmente perdemos o paciente. Confesso que em momentos de cansaço extremo, acabo me abalando, por mais que tudo isso faça parte da minha profissão.

As ruas de Little Creek estavam praticamente desertas. Por ser uma cidade militar, não era nem um pouco perigosa. Todos os comércios estavam fechados, com exceção do bar em que os militares frequentam. A maioria gostava de se encontrar, beber uma cerveja, confraternizar entre si, dar boas risadas ou até mesmo apenas para comer alguma coisa.

Meus olhos ardiam, e as pálpebras pesavam... Em uma fração de segundos...

BAM!

Meu carro era pequeno, então acabo dando uma cabeçada no volante. Deus meu!
Era tudo o que eu não precisava. Era um carro grande, uma picape ou algo maior. Tiro o sinto de segurança e saio do carro para ver o estrago, o carro em que bati havia entortado o para choque enquanto a minha frente estava toda danificada.

Ao mesmo tempo, em que tento assimilar tudo e parecer mais bem desperta, dois grandalhões descem do carro. Ótimo, bati no carro de dois militares.
O que estava no volante era mais alto, tinha cabelos louros e bem cortados, postura ereta e cara de poucos amigos. O que, graças a Deus, se suavizou ao ver a minha cara de desespero.

- Eu... bem... Oh droga, me desculpem por isso - tento segurar o choro, era desesperador bater o carro e principalmente ter um homem desses me encarando, eu devia estar um caco. Enquanto ele era absurdamente lindo, possuía olhos azuis e brilhantes, lábios grossos e um sorriso que me fez perder linha do raciocínio. Era de se arrancar suspiros.
- Parece que temos um problema aqui - sua voz grave me fez acordar de vez, Jesus Amado - O que faz na rua a uma horas dessas?
- Me pergunto o mesmo - acabo gaguejando. Ah que vergonha!
- Isso é um bar, acredito que seja um pouco óbvio.
- Me desculpe mesmo, acho que acabei dormindo ao volante - suspiro, a honestidade é sempre a melhor saída - Vim de um longo plantão, nós poderíamos acertar isso entre nós? Sem envolver as autoridades. Eu só preciso descansar.

Eles se entreolham, por mais que tivessem expressões sérias e fechadas, estavam sendo bem compreensivos comigo.

- Como eu sei que você não vai sumir? - ele fala seriamente, arregalo os olhos.
- Eu jamais faria isso - anoto meus dados e lhe entrego um papel - Aqui está meu endereço e número de telefone, trabalho na emergência do hospital central. Se eu não estiver em casa, pode me procurar lá, basta solicitar por Dra. Morris na recepção.
- Calma Priya, estava apenas brincando, você parece um pouco nervosa - Claro que estou, você tem uma presença forte e é um gato.
- É a primeira vez que isso me acontece - Na verdade, sua beleza e postura me estão me deixando nervosa - Estou sem bateria, se não for pedir muito será que eu poderia usar o seu celular para chamar um guincho?
- Fique a vontade - Ele me olhava com uma certa expectativa ao mesmo tempo, em que fala discretamente com seu amigo.

Espera, eu ao menos perguntei qual era o nome dele?
Deus! Que vergonha.

Foi difícil até conseguir um guincho, era madrugada. Mas por um milagre de Deus, consegui.

- Consegui, muito obrigada! - sorrio para ele - Agora é só esperar pelo guincho... Bem, com todo o susto, acabei nem perguntando o nome de vocês - digo enquanto eles dão risada - É sério, me desculpem. Perco a linha do raciocínio quando estou nervosa e exausta.
- Sou Andrew e este é meu irmão Christian - o loiro bonitão me estende sua mão para trocarmos um breve aperto. Sua mão era firme e agradável de segurar.

Se controle Priya!

Repito a mesma atitude com seu irmão. Jamais os esquecerei, não é qualquer pessoa que mantém a serenidade quando batem em seu carro.
Após 20 minutos o guincho finalmente chega e leva meu carro. Não quero nem ver quanto isso vai me custar.
- Muito obrigada mesmo, agora se me dão licença, vou para a casa.

Não estava muito longe de casa, iria demorar uns 10 minutos caminhando. A cidade era tranquila e de qualquer forma, seria um curto trajeto.

- Olha, está tarde - diz Andrew - Entra e te damos uma carona. Minha casa fica em direção à sua.
- Não quero atrapalhar e mal os conheço, com todo o respeito - justifico. Na verdade, eu não queria é ficar tão perto desse homem. Ele me deixa nervosa como uma adolescente que chega perto de um garoto pela primeira vez.
- Fica tranquila, se quiséssemos te fazer algo não estaríamos sendo gentis - ele contrapõe, que sonho de homem - Não mordo, não se preocupe - eu já disse o quão o sorriso dele é lindo? Acabo rindo da situação, Andrew de fato era um homem agradável de se ter por perto. Certamente iria querer o mesmo por perto - Jamais deixaria uma mulher sozinha desse jeito. Entra aí.

Aceito seu convite e entro em seu carro, curiosamente seu irmão se sentou no banco de trás com a desculpa de que eu logo iria descer. Isso aumentou um pouco o meu nervosismo, pois podia sentir claramente o cheiro de seu perfume, era forte e marcante. Era hipnotizante, sua risada e seu sotaque simplesmente cativante, sua maneira de ser de fato contagiante.

Após alguns pouco minutos, finalmente chegamos em frente à minha casa. Os agradeço com um belo sorriso, e me despeço de ambos. Christian era mais na dele, foi extremamente agradável conversar com Andrew durante o caminho.

Certamente irei sonhar com esses olhos esta noite.

Olá meus caros!
Tudo bem?

Voltei depois de alguns anos, não sei se ainda levo o jeito. Mas nunca saberia se não tentasse.
Diferente de qualquer outra história que já escrevi, esta eu dedico a alguém muito importante na minha vida.

A aqueles que são amados por vocês, meus caros... Digam todos os dias, certifique-se de dizer aos seus amados o quanto são importantes, o quanto são amados.

Dedico INEFÁVEL ao Amor da Minha Vida - A.

INEFÁVELWhere stories live. Discover now