Prólogo

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Uma geada fininha cobria as ruas de Gramado de maneira diáfana, como se fosse o véu de uma noiva, mas apesar de ser um dos primeiros dias das férias escolares, Victor não se sentia animado; mas muito pelo contrário, ele se sentia deprimido

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Uma geada fininha cobria as ruas de Gramado de maneira diáfana, como se fosse o véu de uma noiva, mas apesar de ser um dos primeiros dias das férias escolares, Victor não se sentia animado; mas muito pelo contrário, ele se sentia deprimido.

O rapaz vivia um verdadeiro dilema com a namorada, que pensava que só porque o pai dele tinha bastante dinheiro, Victor deveria arrumar uma maneira de lhe pagar uma festa de aniversário. Contudo, o jovem não andava se dando muito bem com o pai, e nem muito menos achava justo lhe pedir tal coisa.

A verdade era uma só: Victor estava cansado das pessoas só se aproximarem dele por dinheiro, pois estava mais do que claro que era por isso que Bárbara estava namorando com ele. Afinal, o romance estava prestes a desmoronar sobre a sua face, depois de ele dizer que não poderia arcar com a festa de arromba que a menina pretendia dar em seu aniversário de dezesseis anos.

Victor suspirou profundamente, enquanto olhava para o teto de seu quarto. Ele pensava naquele instante que ser rico também tinha as suas desvantagens, pois a vida muitas vezes se tornava muito solitária, ao reconhecer que todos que lhe rodeavam só queriam lhe extrair benefícios.

No instante em que a porta do seus aposentos se abriu, Victor se perguntou mentalmente exatamente isso: e se eu estivesse em um lugar onde ninguém saiba quem eu sou?

Todavia, seu raciocínio foi interrompido pela entrada de seu pai, que lhe arrancou de cima da cama com um puxão. O homem alto e de cabelos negros muito fartos lhe encarou com fúria, e logo Victor soube que o inferno dos seus dias estavam apenas começando.

— O que pensa que está fazendo, Victor Craciun? — Marin Craciun esbravejou. — Você é o único herdeiro do meu império, e eu preciso que saiba exatamente o que fazer, quando for tomar parte nos negócios da família!

Victor revirou seus olhos verdes e encarou o pai para lhe dizer — pela milionésima vez — que tinha os seus próprios planos para o futuro, que não envolviam empresários arrogantes e nem, muito menos, barganhas injustas.

O jovem era um sonhador incorrigível, e queria escrever a própria história, sem que o seu pai lhe ditasse sempre o que fazer.

Ao ver que o filho ficaria mudo e que não reagiria à sua "injeção" de ânimo, Marin tentou soar um pouco mais paciente, mas o modo com que batia o pé no piso lustroso do quarto do filho, denunciava que ele estava irritado com a rebeldia de Victor.

— Preciso que saia com a filha de Oswaldo Monteiro... Eu sei que ela não é nenhuma modelo, mas preciso que durma com ela, pois se ela estiver apaixonada por você, facilmente convencerá o pai dela a me vender o hotel em Dubai por algumas míseras merrecas. — Marin encarou o filho, que revirou os olhos em completo desgosto. — Ah, pare com isso! Ela nem é tão feia assim!

Naquele segundo de plena agonia, Victor pensou pela primeira vez que talvez fosse melhor tirar a própria vida, pois não aguentava mais toda aquela pressão de seu pai.

Alicerçados no AmorWhere stories live. Discover now