9. Um beijo de boa noite

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Flora

Aquela garota arrogante e metida. Quem ela pensa que é pra falar que tenho um assunto inacabado? Quem ela pensa que é pra falar sobre a minha psicóloga? E principalmente, quem ela pensa que é pra falar sobre a Ellie?

E eu não vou dar a Jeniffer o gostinho de me ver correndo atrás dela. Me sento de volta na mesa e pego meu café, voltando a dar uma olhada nos posts de ontem. A NCAA postou um vídeo bem maneiro com algumas jogadoras que são o rosto da liga.

São os comentários que me deixam meio com o pé atrás. Jeniffer vai surtar quando ver que está todo mundo falando que estamos saindo em segredo. Bom, não é problema meu. Vou continuar no silêncio, pois sei que isso gera ainda mais fofocas, e é isso o que eu quero.

Meu celular apita.

Olivia (7:45)
Oi, como está sendo o evento?

Ah meu Deus. Quero tanto voltar com ela. Mas sei que enquanto eu seguir com essa história da Jeniffer, Liv não ceder. E eu sei que deveria ser a pessoa madura que é apenas indiferente aos problemas do passado e que perdoa, mas não consigo. Nunca fui assim. Sinto que se eu não me vingar, se eu não colocar um ponto final nisso, todos esses anos foram em vão, foram um lixo, e ela ganha.

Florence (7:47)
Muito bom. Sinto sua falta.

Dez minutos se passam e eu não tenho uma resposta. Então me levanto, jogo o copo no lixo e subo para o quarto, onde Leah ainda está capotada. Entro no banheiro e ligo para Bárbara para contar sobre o que rolou ontem e hoje de manhã.

Barb sempre foi a melhor pessoa para ouvir esse tipo de história, pois tem uma reação diferente a cada frase. Ela não deixa ninguém contar nada em paz ou em silêncio, sempre soltando exclamações durante o monólogo. E é o que nos faz querer cada vez mais continuar falando.

– Mas acho que coloquei tudo a perder quando me estressei com algo que ela disse. E acho que ela pode ter razão. Não tem porquê eu querer sair com ela se ainda odeio o que ela fez no passado.

– Então você tem que ser mais convincente.

– Exato! Eu tenho que achar um modo de não deixar esses assuntos me afetarem.

– Pelo menos não na frente dela.

– É, só que vai ser difícil – Enrolo um cacho do meu cabelo no dedo – Eu não consigo olhar pra ela sem me lembrar que...

– Então você tem uma decisão a tomar – Barb é firme, e eu endireito a coluna, ainda sentada sobre a tampa do vaso – Segue com isso e faz ela pagar, ou desiste de uma vez.

Bom, Shakespeare já disse uma vez que cada gota de sangue inocente derramado clama vingança contra o príncipe que fez afiar a espada. Meu Deus, eu acho que estou assistindo muito filmes do Quentin Tarantino. Balanço a cabeça e me levanto, esquecendo por um momento que Bárbara ainda aguardava uma resposta.

– Ela vai pagar.

– Essa é a minha garota.

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Tudo ou nada (Romance Sáfico)Onde histórias criam vida. Descubra agora