Prólogo

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Use-me, e os deuses invejaram o seu poder.

Use-me, e o mundo se curvará a seus pés.

Use-me, e você será imortal.

Um estranho objeto é lançado ao magma e destruído. A batalha finalmente terminou. Por um breve momento, o jovem guerreiro observa o corpo sem vida do grande dragão de escamas negras e vermelhas. Sua respiração está ofegante, os cabelos negros e suados caem sobre seu rosto e seu corpo ferido está envolvido por roupas pretas e um sobretudo de cor vermelho escuro rasgado e sem as mangas. Em sua mão direita ele empunha uma espada de lâmina longa e negra, banhada pelo sangue da besta.
Em meio aquele cenário, cercado por fogo e magma, o guerreiro dá às costas ao cadáver do dragão, e caminha em direção à saída.
Do lado de fora um grande portão de bronze se fecha às costas dele. O choque de metal contra metal causa um som estridente ao mesmo tempo em que levanta poeira e faz o sobretudo e seus cabelos sacolejarem. A luz do sol reflete em seus olhos negros ofuscando sua visão. Ao dar o primeiro passo ele é acometido por uma forte tontura, em consequência da batalha que acabara de travar.
Sua visão fica turva e a imagem diante dele se distorce. Seu corpo tomba para frente, mas é amparado por outra pessoa.

- E então Denyel. - Pergunta uma voz de mulher. - Você venceu?

Ao abrir os olhos, Denyel percebe que a pessoa que o ampara é Briar Rose, uma mulher de pele clara, olhos e cabelos negros na altura dos ombros. Ela veste calça preta com faixas vermelhas nas laterais e um colete vermelho por cima de uma regata preta. Uma faixa vermelha cobre sua testa e seus braços são cobertos por tatuagens pretas dos ombros aos cotovelos.

- Foi mais difícil do que pensei, mas finalmente está acabado.
- E aquela coisa, você a destruiu? - Ela pergunta com voz e olhar sério.
- Mas é claro.
- Ótimo! Então vamos para casa.

Denyel e Briar se afastam do lugar. Ele olha para trás e observa por um instante o grande portão de bronze, que mantem selado o que parece ser a entrada de uma caverna.

Depois de passar por um pequeno lance de escadas, os dois chegam ao interior de uma construção em forma de templo. O chão de piso branco reflete a imagem dos dois e diante deles duas esculturas de mármore branco com pouco mais de dez metros se destacam. Há direita está a estátua de um guerreiro de cabelos curtos e trajando uma armadura. Em sua mão direita ele empunha uma espada e na esquerda um escudo. Do lado esquerdo está outra escultura de cabelos compridos abaixo da cintura e trajando um longo sobretudo. O guerreiro representado na imagem não empunha armas e suas mãos estão unidas formando um selo.

Denyel observa as esculturas por alguns segundos.

- Vamos embora! - Grita Briar, já do lado de fora do templo. - Temos um longo caminho pela frente.
- Tudo bem! - Ele responde enquanto caminha em sua direção.

Juntos, os dois se distanciam cada vez mais daquele lugar. Denyel mais uma vez olha para trás, desta vez para o grande templo. Ele se lembra das inúmeras batalhas que teve que enfrentar dos inimigos que teve que vencer. Ele se lembra do dia em que sua cidade natal foi destruída, mas tudo está terminado. O mal foi derrotado e Jack of Blades, o maior inimigo de Albion e do mundo não existe mais.

Fabula dos Capítulos PerdidosWhere stories live. Discover now