Capítulo II

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Saímos do aeroporto em dois carros: um com o Sr e Sra Evans, e com a Avó de Harry que iriam para uma pousada, mesmo depois de eu ter insistido para eles se hospedarem em minha casa. Aquilo era muito grande e solitário só para mim e Las Vegas - meu labrador. No outro carro, o que eu me encontrava dirigindo, estávamos eu, Harry, Melany e Gemma, que eu consegui convencer de ficar lá em casa. Sim, grande burrada, mas ninguém me disse que ele traria a noiva, não é?

Chegamos ao condomínio, e após ter estacionado o carro na garagem da minha casa, fomos em direção à mesma.

- Caraca Emma, que casa grande! Casa não, mansão! - Gemma disse, de boca aberta ao adentrar a casa. Bem que avisei que a casa era grande demais.

- Eu, infelizmente, sei tampinha, até me perco algumas vezes aqui dentro. - eu dei uma risada nasal - É isso que o dinheiro compra.

- Mas você merece Emma, você trabalha muito. Se não fosse pelo seu trabalho você nunca teria conseguido nada disso. Então você merece - ela continuou - E afinal, um bom compositor sempre tem um estúdio em sua casa... onde fica o seu? - ela perguntou curiosa.

- No porão Gemma, depois eu te mostro se você quiser, que tal? Primeiro deixe-me mostrar a casa para vocês.

Depois de apresentada toda a casa e eles terem escolhidos - depois de muito discutir - o quarto, fomos em direção ao estúdio.

- Bem vindos ao meu refugio. - eu disse, abrindo a porta e dando passagem a eles. O estúdio não era lá grande coisa. Era relativamente menor por ser um estúdio caseiro, mas era como qualquer outro. Havia uma cabine com três microfones ligados, e os instrumentos no canto, tinha quatro amplificadores, dois de cada lado da mesa que tinha os projets e botões de ajustes de som e instrumentos. E no canto da sala, havia um sofá e dois puffs, que era para quando algum artista ou até mesmo outros compositores viessem me ouvir ou gravar.

- Que irado Emma, quero morar aqui. - Gemma disse entrando na cabine.

- Nossa Emma, aqui é realmente incrível, eu sempre imaginei como seria um estúdio musical, mas isso é surreal, é maravilhoso - A ruiva disse. Qual era o nome dela mesmo? Mesmo não sabendo, sorri em consideração.

- Concordo com Melany, Emma. Você conseguiu realizar seu sonho cara, nosso sonho. Lembra de quantos planos a gente criou para conseguirmos isso? E você conseguiu. - Harry sorria enquanto falava, e era impossível não sorrir juntos. Era contagiante.

- Ah, não é pra tanto, afinal isso não teria acontecido sem sua ajuda né, a ajuda de Julian também, e falando nisso você se lembra dele? Ele está morando no centro, qualquer dia eu levo você até lá. Ele subiu na vida. - disse me lembrando dele. Julian era filho do dono de uma loja de cd na cidade onde morávamos. Todos os dias depois da escola nós íamos a loja que ele tomava conta apenas para aprender mais sobre música.

- Quero sim, e vou cobrar, quanto tempo eu não o vejo. Na verdade, acho que desde que você... - ele parou a frase. Eu sei muito bem o que eu fiz. E acredite, não me orgulho nada disso. Não deveria ter vindo para Nova York. Não deveria ter deixado Harry.

Flashback

Harry estava chegando em casa sozinho. Tinha acabado de chegar da escola sozinho novamente, como o resto da semana. Não sabia o que estava acontecendo com sua melhor amiga, que sempre o acompanhava. Mas de uma coisa tinha certeza: havia algo errado. Assim que entrou em casa procurou por alguém e encontrou apenas sua Irmã mais nova, no quarto, deitada e quieta na cama. Isso estava estranho, pensou ele.

- Gemma, o que foi? - perguntou preocupado.

- Isso é pra você. Leia.

Harry, assustado e curioso, pegou o papel e na velocidade da luz leu o papel. Péssima ação. Aquelas foram, sem duvidas, as piores e mais dolorosas palavras que já leu em toda sua vida. Apesar de ser uma mensagem grande, seus olhos se prendiam apenas em um parágrafo e na assinatura de quem escreveu.

"Então é isso, eu estou indo embora, Harry. Eu realmente sinto muito, e eu espero que você entenda que eu não fiz isso apenas por mim, por favor, me perdoe. Meu pai precisa de mim, e essa seria a chance da minha vida, do nosso sonho, se lembra? Se sim, por favor, não o esqueça. Eu te amo muito. Nunca se esqueça de mim pois eu nunca irei me esquecer de você. Adeus, sua Emma."

Leu novamente. Perdeu as contas de quantas vezes passava o olho por aquelas palavras para tentar fazer seu coração e sua mente entenderem que ela se foi. Sua melhor amiga havia o deixado. O amor de sua adolescência havia o deixado sem nem ao menos se despedir. E naquele momento ele achava que sentiria dor, mas não, sentiu rancor. Não rancor dela, mas de si mesmo por se sentir tão dependente assim. Mas isso não continuaria assim, ele prometera a si mesmo naquele momento que se ele não pudesse ter o amor da sua vida, teria a primeira que aparecesse. E bem, justo Melany quem apareceu. Não era a melhor mas ele era um homem de palavra, não é?

End of Flashback



180 dias de InvernoWhere stories live. Discover now