Capítulo VI

285 28 2
                                    

Chegamos no restaurante e haviam - no mínimo - uns dez paparazzi. O carro parou em frente a porta principal e um homem de terno logo chegou para abrir a porta e retirar Emma, que saiu rapidamente sendo acompanhada por flashes. Antes que pudesse pensar, um outro homem nos chamou pedindo para acompanhá-lo então logo o fizemos. Melany saiu do carro e pegou em minha mão, e lentamente, foi seguindo até o restaurante. 

O lugar tinha um visual elegante e mais clássico do que o comum, com três lustres pendurados no salão. Nos sentamos e o mesmo homem que guiou Emma estava em pé próximo a mesa. Com certeza ele seria da equipe de segurança pessoal dela. Será que ele era o tal de Taylor? Por que ele se aproximou assim da mesa? Que otário. Os pensamentos logo tomaram conta da minha cabeça e fechei a cara. Nem conhecia esse cara e já sabia que ele ia me atrapalhar - seja lá com o que for. Melany e Emma conversam sobre uma marca de roupa que ache irrelevante demais para prestar atenção. Por mais egoísta que seja esse pensamento, eu achava que trazendo Melany até Emma, a faria ficar com ciúmes e logo se desculparia - o que faria ela ficar comigo. E agora, pensando bem, que plano mais idiota foi esse. 

Meus pensamentos foram interrompidos quando nossos pratos chegaram. Digo, a entrada. E que logo foi seguido pelos pratos principais e depois a sobremesa. E que fique entre nós, mas quem consegue se alimentar com essa comida de passarinho? "Emma consegue" disse meu subconsciente, "na verdade, ela poderia comer um milhão de lanches e ainda sim continuaria linda, gostosa, com aquelas curvas...".  Me repreendi mentalmente. Deveria parar de pensar nisso, e pra já. Como se Deus tivesse escutado as minhas orações, Emma e Melany disse que queria ir embora então logo pedi a conta.

- Quanto deu, Harry? - Emma perguntou.

- Por quê? Você não acha que eu vou deixar você pagar, certo? - ela abriu a boca para responder e então eu completei.  - Emma, primeiro que eu não estou tão ruim quanto pareço. E segundo, seria extremamente descavalheiroso eu deixar uma dama pagar. 

Ela me deu um sorriso fraco, e se ela não estivesse com o rosto coberto com aquela maquiagem pesada eu diria que ela corou levemente. Enquanto pagava a conta, Melany disse que iria ao banheiro e Emma foi atender o celular, e se a recepcionista não estivesse falando tanto eu poderia ter escutado um pouco mais da conversa. Não que fosse de meu interesse, é claro. Quando Melany voltou, Emma desligou o telefone e veio de encontro a gente, então logo seguimos em direção ao carro.

- É, Harry... Eu falei para o motorista deixar vocês em casa. Eu tenho um compromisso agora então não vou para casa, mas vocês podem ficar a vontade, ok? E caso eu volte, vai ser um pouco mais tarde então não precisam me esperar. - ela disse. 

E se Melany não estivesse pego em minha mão e me guiado até o carro, eu estaria parado na frente daquele maldito restaurante tentando pensar em mil e uma alternativas para saber onde ela iria, e mas importante: com quem?

Emma Collins

Assim que Harry me negou a rachar a conta com ele, eu rapidamente liguei para Vitor. Vitor é um dos meus melhores amigos aqui em Nova York. Não que eu tivesse muito. E sim, ele é gay. O fato é que aqui, nessa cidade, é muito mais fácil você fazer amigos gays do que amigas heteras. Pedi para ele vir me buscar, porque eu sabia que precisava tentar esquecer esses últimos dias. Estavam sendo, além de torturantes, uma agonia imensa. 

Depois que Vitor veio me buscar, fomos a uma boate, e por mais que uma parte de mim dissesse para eu me animar, essa alegria nunca vinha. Então parti logo para o plano B, não que eu tivesse um primeiro plano, mas o B significava que seria a bebida a salvadora da noite. 

- Me dá um Sex On the Beach, por favor. - pedi ao bar-man, que em alguns minutos me trouxe a bebida. Tomei o drink em dois goles. Então pedi algo mais forte. Tequila. 2 Tequilas. 3 Terquilas. 4 Trecrilas. 6 Tejndlas. 7 Dinossauros. 8 Fadas. Comecei a dançar e logo me senti leve. E por alguns segundos, eu pensei que aquilo que estava sentindo finalmente sumiria. Só não sabia o quão enganada eu estava. 

180 dias de InvernoWhere stories live. Discover now