Como Se Fosse Apenas Um Sonho

Capítulo 1 - Saindo de Casa (Parte 1)

"Ás vezes tomamos decisões extremas quando chegamos ao nosso limite."

Já era tarde da noite, mas em seu quarto uma garota ainda estava acordada terminando seu dever de casa, sua barriga estava vazia e dava pra perceber como estava com sono, mas ela persistente terminou tudo antes, ao terminar nem bem guardou tudo em sua mochila e caiu na cama em um sono profundo, ela é morena de estatura média, bonita, cabelos pretos e olhos incrivelmente azuis, seu nome é Alícia.

No outro dia o despertador dispara, sem nem ao menos abrir os olhos ela o procura com as mãos, o desliga e aos poucos vai despertando de seus sonhos e vem de volta à realidade, olha pra janela, ainda parecia noite lá fora, também não era pra menos o relógio ainda marcava 05h30min da manhã, após dar uma enorme espreguiçada se levanta e se arruma, depois desci para a cozinha, lá já se encontra sua mãe, uma mulher de 32 anos atraente com quem Alícia se parece por causa da cor do cabelo e dos olhos, seu nome é Ana, ela estava preparando o café.

- Espero que tenha aprendido a lição! Ou será que preferi ficar sem comer hoje novamente?! - Disse sua mãe assim que a viu em um tom sério.

- Sim senhora, aprendi sim! - Respondeu Alícia parecendo muito cansada.

Seu pai chega à cozinha e da um beijo em Ana, ele um homem de 34 anos também atraente, com um bom físico, olhos castanho-claros, cabelos pretos, seu nome é Carlos, Alícia repara que após 14 anos de casamentos seus pais ainda são muito apaixonados. Alícia é filha única e mesmo que muitas vezes querendo ter um irmão ou irmã preferiu guardar isso pra si mesma, porque no fundo ela adorava ser filha única, pelo menos em algumas horas, ela não pronunciou nenhuma palavra enquanto tomava seu café e assim tentar descobrir o porquê de seus pais serem tão duros com ela, por enquanto isso eles conversavam.

- Não se esqueça de pagar a conta de luz Carlos, senão é bem capaz de virem cortá-la!

- Pode deixa vou ir ao banco hoje na hora do almoço não se preocupe, bom já esta na minha hora, é melhor eu ir andando ou chegarei atrasado ao trabalho. - Disse se levantando, deu mais um beijo em Ana um tchau para Alícia e saiu pela porta da frente.

Alícia vendo que iria ficar sozinha com sua mãe também falou um tchau pegou sua mochila e foi logo saindo pra escola, ela já estava acostumada com essa rotina, todo dia de semana é a mesma coisa ela acorda as 05h30min, saí de casa as 06h00min, pega o ônibus no ponto próximo de sua casa ao mais tardar as 06h25min e chega à escola por volta das 06h50min, entra as 07h00min em ponto, sai às 12h20min, chega em casa por volta das 13h00min, almoça e depois arruma a casa até umas 16h00min, assiste à televisão até as 18h30min o horário que seus pais chegam do trabalho, janta por volta das 20h00min, lava a louça, assiste mais um pouco de televisão, faz o dever de casa se tiver e vai dormir por volta das 23h00min, essa que é uma rotina para deixar qualquer um louco não é mesmo? Bom pelo menos é isso o que ela estava pensando quando decidiu uma coisa, iria sair de casa, ela arrumou algumas roupas em sua bolsa, alguns produtos de higiene pessoal e pegou o dinheiro que tinha guardado e saiu no mesmo horário de sempre para ir para escola, deixando apenas uma carta em cima da sua cama.

Após algumas horas seus pais chegaram em casa, como de costume Carlos foi tomar banho e Ana foi preparar o jantar, depois de pronto Ana foi chamar Alícia para jantar, ao chegar ao quarto ela a procurou, mas só o que encontrou foi a carta quando viu chamou.

- Carlos venha aqui rápido!

Ele estava na sala, quando há ouviu chamar subiu correndo a escada para ver o estava acontecendo, quando ele chegou ao quarto viu Ana segurando uma folha de papel, ele se aproximou dela e começou a ler por cima dos seus ombros, a carta dizia o seguinte:

Mãe, pai não fiquem bravos comigo por eu ter saindo de casa, também não precisam ficar preocupados eu sei o que estou fazendo, bom pelo menos acho que sei. Algum dia eu pretendo voltar, mas não sei quando, pode ser em uma semana, um mês, um ano ou até em mais tempo nunca se sabe o que pode acontecer, eu também pretendo ligar, mas eu também não sei quando nunca se sabe o que pode acontecer comigo. Brincadeirinha, tá eu sei que não teve nenhuma graça, mas eu prometo que eu vou estar bem. Nunca se esqueçam de uma coisa, mesmo com todas as nossas desavenças eu quero que saibam e tenham certeza de uma coisa Eu Amo Muito Vocês.

Beijos de sua filha Alícia

Depois que terminaram de ler eles saíram para procurá-la, foram na casa de alguns amigos próximos e ligaram para outros, mas nada de algum sinal dela, depois de algum tempo eles foram para casa com a esperança dela desistir daquela loucura e voltar pra casa.

Mas voltando a falar em Alícia, ela pegou um ônibus para bem longe da cidade onde eles moram, nos primeiros dias ela dormiu em uma pequena pensão, mas depois de algum tempo ela teve que dormir na rua, foi muito difícil pra ela porque só tinha 13 anos, ela estava quase desistindo e voltando para casa quando as coisas começaram a mudar, ela conseguiu uns pequenos trabalhos mais conhecidos como "bicos" e assim conseguiu dinheiro para pelo menos ter uma boa alimentação e dormir debaixo de um teto.

Após um tempo vendo como as coisas finalmente tinham mudado e ela estava em uma condição não apenas física, mas também emocional um pouco melhor, decidiu ligar para seus pais, quem atendeu foi sua mãe.

- Alô?

- Oi mãe.

- Alícia é você mesma minha filha? - Perguntou Ana em um tom de desespero.

- Sim quem mais chamaria à senhora de mãe a não ser eu? - Respondeu Alícia com um tom meio sarcástico.

Sem dar a mínima importância ao que sua filha havia respondido Ana pergunta ainda em desespero.

- Como você está? Onde você está? Volta pra casa minha filha!

- Calma mãe eu só liguei pra avisar que eu estou bem e que não precisam ficar preocupados comigo! Agora eu tenho que ir tchau.

E ela desligou, realmente sua mãe ficou mais aliviada ao ter notícias dela, mas era obvio que ainda estava querendo saber onde Alícia estava.