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Coringa on.

" nunca fez nada por ti"

"nunca fez nada por ti"

Essa frase ecoava não minha cabeça desde ontem à tarde .

Eu devo isso a ela ?

Talvez eu de o emprego a ela e um bom salário, pra não me sentir mais em divida .

Desviei o caminho pra boca e fui pra casa que ela pegou  aqui no morro .

Bati na porta umas 7 vezes até o enviado do inferno aparecer .

P: posso ajudar ? - o desgraçado tava sem camisa e com a cara amassada
C: quero falar com a Babi
P: ela tá dormindo
C: pois acorde  ela - passei por ele entrado na casa

O lugar ainda estava todo bagunçado.

Ele bufou e foi corredor a dentro .

P: ela já vem precisa acordar de verdade- saiu do corredor - ir no banheiro jogar uma .. - cortei ele
C: eu sei o que ela faz quando acorda - fui ríspido e ele franziu o cenho
P: vejo que acordou de bom humor - zombu, Bárbara vai ficar viúva antes de casar

Não tive tempo de responder por que ela apareceu. com um blusão enorme ( na verdade tinha um tamanho normal, mas em alguém que tem meio metro), a cara tava toda amassada ainda .

B: o que você quer ?- se jogou no sofá e o envaido do inferno disse que ia na padaria
C: a vaga no postinho é sua - os olhos dela brilharam é um sorriso tomou seu rosto
B: você tá falando sério ?- se endireitou no sofá
C: sim, segunda você começa
B: por que ? - Franzi o cenho - por que mudou de ideia ?

Claro que ela não ia aceitar só um " a vaga é sua"

C: você me ajudou estou pagando a dívida - o brilho no olhar sumiu e a boca ficou em linha reta
B: tá me dando a vaga por eu ter te ajudado ? Por que acha que me deve algo ? - por que na voz dela ficou tão ruim ?
C:sim, mas..- ela me cortou
B: tá me dando a vaga porque me deve ? E não porque sabe que esse é meu sonho desde os 12, não porque sabe que fiz medicina só pra trabalhar aqui ? Não porque me acha qualificada ?- deu um sorriso amarelo  e levantou - você não me deve porra nenhuma, te ajudei porque quis, nunca iria cobrar algo em troca. E não me arrependo mesmo você tendo se transformando nessa pessoa horrível que você é .
C: Babi, eu..- ela me cortou de novo
B: vai embora agora, e enfia a droga do postinho no seu rabo, seu.. seu babacão, cara de baiacu .

Ela foi me empurrando até a porta, repetindo que eu era um baiacu babacão .

Não me deu a chance de falar nada .

Olhei pra ela uma última vez antes da porta bater. Ela precisa muito chateada .

Por que caralhos eu me senti meio mal ?

Ofereci a vaga a culpa não é minha que ela não quis.

Não fiz nada de errado

Né ?

Passei o resto da manhã na boca, como era sábado não trabalhava de tarde .

Bufei ao lembrar amanhã era domingo, almoço na casa da tia Rita.

Será que eu ela ficaria chateada se eu não fosse ?
Óbvio que não, vai tar entretida demais pra se preocupar.

Não quero ter almoçar com eles amanhã.

Quando foi que tudo ficou tão complicado ?

De volta ao Alemão Where stories live. Discover now