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Victor on

Pirralha metida, já não gostei dela.

Ajuda ? Não gosto nem de lembrar da última pessoa que nos ofereceu ajuda, só deu tempo de correr antes que ele tocasse no corpo da minha irmã, fico até enjoado de lembrar.

C:foi aquele garoto que te deu isso ?

Carolina voltan, minha irmã tem 14 anos e foi abanada junto comigo a 3 anos pelo nosso doador de esperma depois que nossa mãe morreu . Acidentalmente ela caiu da escada e quebrou o pescoço, pelo menos foi o que aquele alcoólatra disse pro Grego dono do vidigal onde a gente morava. Quando ele falou pro meu " pai" que queria falar com a gente, ele já sabia que ia se fuder então abandou a gente no meio do nada, sem dinheiro, sem roupa, sem comida .

V: é ele me deu essa madrugada, pode comer os dois sei que está com fome
C: você já comeu ?
V: já ele trouxe o dobro - mentira mas fico satisfeito em ver a Carol bem alimentada.

Escutei barulho nas pedras que cercavam o lugar que a gente dormia .

V: não sai daqui - peguei um pedaço de madeira e segui o barulho.

Lá estava ela, calça jeans, blusa de alguma banda de rock, ao lado de uma mulher de vestido florido

V: já falei que não quero sua ajuda
B: viu mãe, falei que ele era um idiota sem edução
X: Bárbara- a mais velha repreendeu- só quero conversar com você, depois se quiser que eu vá embora eu irei .

A mais velha se aproxima de mim e estende a mão .

X: sou a Rita, qual seu nome ?- fiquei quieto - amor - ela se virou pra menina- da um tempinho pra gente- a garota assentiu e saiu.
V: não preciso de ajuda - mumurrei
R: precisa sim você é só uma criança. Sei que deve ter seus motivos pra desconfiar de mim e da minha filha, mas a gente só quer ajudar.- encarei ela -vamos fazer assim você e a sua irmã vão pra minha casa, se não gostarem podem voltar, mas espero de verdade que vocês fiquem.

Olhei pra menina que estava um pouquinho longe gritando com um carro que quase atropelou um cachorro de rua .

R: você se acostuma- ela sorriu - juro que não deixei cair do berço - acabei sorrindo

Chamei a Carol e apresentei para dona Rita , que nos guiou pra casa dela, não me assuntei ao passar pela barreira morei no Vidigal sei  como as coisas funcionam .

A pirralha puxou conversa com  a  Carol o caminho todo . Minha irmã parecia animada, mora nas ruas desde os onze anos, o único amigo que ela teve nesse meio tempo fui eu .

A casa é modesta, mas pra mim que morava na rua , parece um palácio. 

A tia Rita( como pediu pra ser chamada) levou a gente até um quarto onde tinha uma cama de casal, um guarda-roupa, uma mesa de estudos e uma pequena Tv.

R: Vocês vão dividir esse quarto, Arthur é um porco que dorme em um chiqueiro, e a Babi não gosta que entrem no quarto dela. Ela foi pegar algumas roupas pra vocês tomarem um banho e vamos pro restaure. Sei que já conhece meu filho, ele tá na escola agora .

Babi on

Fomos pro restaurante já que eu tinha perdido o horário pra aula ia ajudar minha  mãe na cozinha , Carol se prontificou ajudar, o irmão babaca  também, mas ele deixava metade da batata na casca.

C: por que ? - virei pra ele
B:oi ?
C: porque  ajudar a gente ?
B: meu pai diz que é importante ajudar as pessoas
C: podemos ser ladrões ?- dei risada
B: vocês não viriam morar no morro só pra roubar a gente.

Vou pra área externa do restaurante organizar as mesas.

V: quero ajudar - disse parando do meu lado.
B: coloca essas toalhas na mesa- ele põe tudo torto - olha sei que sua intenção é boa mas tá meio torto- seus ombros encolhem
V: eu só quero retribuir- sua voz saiu baixa
B: meu padrinho tem um lava carro aqui no morro, sempre tá contratando pessoal. Amanhã depois da aula te levo lá .
V: obrigado, não só pelo emprego mas por ter contado pra sua mãe .
B: agradeça a burrice do Arthur .

Pessoal por enquanto o v é de Victor e o c de Carol.

Quando o Victor se tornar o coringa isso será modificado.

De volta ao Alemão Onde as histórias ganham vida. Descobre agora