"É corriqueira essa minha confusão entre corpo e mente. Talvez eu esteja em um estágio empírico de fusão entre esses dois extremos. Mas há uma linha fina entre eles, em que o vazio seja quem faz o enlace. Todos temos vazios. Mas alguns vazios são maiores que outros. Assim como alguns infinitos são maiores que outros, para Hazel. Ou bichos mais iguais do que outros, para Orwell. De qualquer forma, somos vazios. Tão deploravelmente vazios. Buscamos nos preencher com amor ou com vícios - pleonasmo, talvez? - e falhamos miseravelmente. Sei disso porque passei a vida buscando preencher esse espaço. Esse buraco. E acabei perdendo quem eu mais amava. Quem jamais tentou me completar, e sim amou os espaços que tinha entre o eu e aquilo. O indefinível."
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