POV HARRY
-Então, para ajudá-los a relembrar o conteúdo desse ano, quero que façam uma redação sobre todas as criaturas, todas, sem exceção, que foram trabalhados esse ano. Quero também um relatório a parte, sobre como podemos deter pelo menos quinze dessas criaturas.- Disse Snape em tom maldoso, sabendo o trabalho do caralho que ia dar fazer isso.
A turma resmungou e ele sorriu perversamente.
-Liberados.- Falou, e toda sala se levantou, ligeiramente bravos.
-Argh, eu quero morrer. Qual o problema daquele cara? Velho amargurado! É feriado!- Exclamou Ron enraivecido quando saímos da sala.
-Eu sei. Sinceramente, eu odeio Snape. Ele é o inferno na terra.- Resmunguei.
-Garotos, não dá tanto trabalho assim. Eu posso emprestar meus resumos a vocês, eu fiz em todas as aulas, portanto vai ser fácil saber quais são os métodos para analisar as criaturas e descrevê-las.- Hermione falou. E continuamos andando por um tempo, até o salão principal.
-Que fome. Conseguem escutar minha barriga daí?- Perguntou Ron, quando sentamos.
-Ai Ronald, sinceramente. Você está sempre com fome? Quero dizer, o dia todo?- Alfinetou Mione, mas eu já havia me acostumado com a gula de Ron, e as provocações entre eles dois.
-Pelo menos boa parte dele.- Respondeu ele com a voz abafada, por conta do boca cheia, já que ele havia enfiando um bolinho de amora inteiro para dentro agora.
Eu comecei a rir, até notar Malfoy e sua gangue entraram no salão, rindo e conversando. Ninguém pareceu os notar, a não ser eu.
Eu olhei para Malfoy, e ele olhou para mim. Algo muito breve, ele revirou os olhos e o olhei em desgosto.
Vi que Malfoy falou algo para eles, e todos acenaram com a cabeça. Não pude identificar o que por causa da distância e do barulho, mas eles estavam vindo na nossa direção, então eu podia imaginar mais ou menos o que ele havia falado. Bem, não exatamente na nossa direção, mas eles iam passar pela mesa dos grifinórios sem dúvida para soltar alguma piadinha. Pois esse era o caminho mais longo para a mesa da Sonserina, já que ela ficava no outro extremo do cômodo.
Eu já estava me preparando, quando eles pararam de andar, a apenas cinco passos de mim e olharam para trás da onde eu estava sentado. Por puro reflexo olhei e vi uma garota loira, com uma caixa de bom-bom e uma carta estendidos para mim, olhei de novo para Malfoy, que me encarava com uma sobrancelha arqueada, Ron e Mione também a estavam observando.
-Oi Harry!- Cumprimentou animada.
-Ah. Olá?- Eu falei sem entender, mas tinha a impressão que já havia falado com ela.
-Eu apenas queria te dar isso, para agradecer pela quinta passada.- Ela disse e eu fiquei confuso.
-Perdão?- Perguntei sem entender.
-Foi legal ficar com você naquele dia!- Ela esclareceu e eu continuei a encarando com a feição desalinhada, sem entender. Nós ficamos?
-Você não lembra?- Ela perguntou parecendo magoada.
Eu assenti, tomando o cuidado de pelo menos parecer sem graça. Eu não me importava, acontecia com grande frequência.
-Sinto muito.- Falei e ela bateu o cartão que tinha me dado no meio da minha cabeça.
Eu pisquei perplexo.
-Seu grande canalha!- Esbravejou ela, e saiu correndo com lágrimas nos olhos.
A risada de Draco ecoou por todo o salão, e eu abaixei a cabeça.
-Parece que essa garota nos poupou de fazê-lo ficar envergonhado e bravo hoje- Falou quando passou por mim.
-Cara...- Falou Ron, e eu já sabia extremamente o que ele ia falar. O discurso de sempre. "Harry, eu sei que você quer aproveitar sua vida de solteiro depois de Ginny, e o quanto você acha que namorar te prendeu- O que não era verdade, eu só acho que namorar com Ginny me prendeu. Mas eu gostaria de estar em um relacionamento novamente- mas você precisa parar de ficar com tantas garotas ao mesmo tempo, você nem ao menos lembra o nome de todas elas. Muito menos contá-las.... Blá, blá, blá. Baboseira.
-Poupe sua saliva, Ron. Sei exatamente o que vai falar.
-Hazz...- Falou Mione.
-Eu também sei o que você vai falar Mione, e agradeço. Mas não preciso das broncas e sermões agora.
"Harry, ele está certo. Você precisa sossegar, encontrar alguém. Não necessariamente alguém, mas não precisa ficar com todas elas apenas para preencher o que quer que seja que está vazio em você..."
-Eu vou indo.- Falei e peguei uma tortinha de geleia de figo, me levantando.
-Para onde vai?- Perguntou ela.
-Não sei, pensar. Me deem um tempo, por favor.- Gritei da porta, já me retirando.
Sabia exatamente onde ir, e eu sabia que Hermione apesar de ter perguntado, sabia exatamente para onde eu estava indo.
Segui até a clareira da floresta, a adentrando.
Tinha um lugar em Hogwarts, que muito provavelmente nem Hagrid sabia da existência.
Era um lago cristalino com uma grande cascata, no coração da floresta. Uma caminhada segura, principalmente de dia, depois da grande guerra, até as criaturas passaram a me respeitar, não iam com a minha cara, presumo eu, mas não me faziam nenhum mal.
Eu só não sabia que alguém vinha me seguindo.
Sentei-me encostado em uma árvore, apenas apreciando a vista. Eu queria dar um mergulho ali, sabia que era super quentinho, independente da estação. Acho que era um fervedouro, ou algo assim. Porque a água era azul demais e nunca afundava.
A única coisa que me impedia de remover toda a roupa e me jogar na água, mas ainda faltavam dois períodos e eu teria que voltar em breve para a escola.
Mas... Estava tão quente. E a próxima aula era de adivinhação. Quero dizer, não faria tão mal assim perder apenas aquela. Certo?
Certo. Adivinhação não era tão importante assim, para começar. Sem falar que era apenas um período.
Tirei a camisa e a calça, não me importando de estar apenas de cueca ali. Não tinha ninguém mesmo.
Subi até uma das pedras altas, e pulei.
Mergulhei na água quentinha, e subi até a superfície novamente, chacoalhando os cabelos, para retirar o excesso de água.
Entrei novamente na água, e nadei até a mini cachoeira, apenas aproveitando a queda constante de água que fazia uma leve pressão na minha cabeça, e relaxando. Tentei organizar os pensamentos.
Ron e Hermione estavam certos, eu precisava sossegar. Aquele não era eu, eu não saía por aí beijando bocas aleatórias e depois esquecia os seus nomes. Eu estava magoado, e frustrados pós guerra, acho que era normal, mas eu decididamente precisava sair dessa fase piranha. Isso é tipo de coisa que Draco Malfoy faz, não eu.
Draco Malfoy. Por alguma razão, esse era provavelmente o nome mais frequente na minha cabeça. E eu não sabia o porquê. Ele ainda era um garoto mesquinho e babaca, mas não era cruel. E eu sabia, agora com certeza, já que ele não era mais um comensal, que não estava tramando nada contra mim. Mas ainda assim... Eu não parava de pensar nele, e eu sempre tentava segui-lo para saber se ele estava aprontando algo, ou algo assim. Agora não mais, depois de todas as garotas aparecerem, eu parei com isso. Mas minha vida antes se resumia basicamente aquilo. Perseguir Draco Malfoy. Patético, eu sei. Mione diz que eu sou obcecada com ele. Talvez ela esteja certa.
Eu e Ginny... Nós nos separamos por causa dele. Ela vivia dizendo que se não soubesse do meu ódio por Malfoy, acharia que eu era apaixonado por ele. Já que ele ocupava 99% dos meus pensamentos, e ela mal estava presente na minha cabeça. O que era ridículo, já que ela era minha namorada. A gota d'água foi quando eu simplesmente esqueci que tínhamos um encontro, porque fiquei distraído observando Malfoy ao longo do dia.
Então ela me chamou para conversar e disse que não poderia estar com alguém com um nível de obsessão como aquela. Que não dava mais para ela.
Eu não contestei porque além de saber que estava certa, eu concordava. Nos separamos e prometemos que iríamos continuar amigos, mas nem nos falamos mais hoje em dia. Acho que a única vez que nós nos falamos foi quando ela começou a namorar com a Luna, chocante, eu sei. Quero dizer, nunca imaginei. Como assim? Enfim.
Eu estava prestes a mergulhar de novo, pois a a cachoeira já estava me fazendo ficar com sono, quando senti que estava sendo observado.
Olhei ao redor e não vi nada.
Sai do lago e continuei olhando ao redor.
Nada.
Dei as costas e ouvi as folhas farfalharem, e um graveto quebrar.
-Eu sei que tem alguém aí. Saia!- Gritei.
-Vamos lá, não seja um medroso. Saia ou vou atacar.- Falei.
-Qual é, Potter. Não precisa de todo esse show. Não vai me atacar, vai?- Perguntou Draco Malfoy, saindo de trás das árvores.
Bufei e revirei os olhos. -Que tipo de brincadeira é essa?- Perguntei raivoso.
-Não é uma brincadeira. Eu estava vindo aqui, e te encontrei. Só queria te pregar um susto.- Falou dando de ombros.
-Nem Hagrid sabe desse lugar, como você saberia?- Questionei desconfiado.
Ele pareceu sem resposta.
-Dá um tempo, Potter.- Falou se sentado com as costas apoiadas nas árvores e fechando os olhos, logo depois os abrindo novamente.
Ele percorreu seu olhar sob mim de cima a baixo, e então de novo, e só então eu lembrei que estava de cueca.
-Quer parar de olhar para mim, seu idiota?- Falei e ele levantou as mãos para o alto, como se se rendesse.
-Vai entrar de novo? Sabe que estamos tendo aula né?- Falou quando eu fiz menção de pular novamente.
-Sei, mas se você sabe o que está fazendo aqui? Apenas vá embora e pare de encher meu saco.- Falei e ele grunhiu.
-Pare de ser um amargurado, Potter. Não vim encher seu saco. Só vim porque estou de cabeça cheia.
-E eu com isso?- Perguntei.
-Tem razão.- Falou e se levantou prestes a ir embora, mas por alguma razão, eu não pude deixar ele ir. Não queria que ele fosse de verdade.
-Espera.- Falei e ele se virou.
-Acho que deveria experimentar essa água. Provavelmente algum fervedouro antigo. É quentinha e nunca afunda.
-Fervedouro?- Perguntou.
-É basicamente uma piscina natural-expliquei.
-E porque não afundamos?- Falou com curiosidade.
-É como uma rocha sem vazamentos. Que não possui rupturas, tornando portando impossível a passagem do lençol freático, e quando a água nasce, a pressão impulsiona a areia para cima.- Disse calmo.
-Lençol freático?- Perguntou, e eu esqueci que não estudávamos geografia em Hogwarts, mas eu lembrava de algumas coisas da escola trouxa.
-Pare de fazer perguntas. Tire a roupa e entre logo.- Mandei.
Ele abriu um sorriso sarcástico.
-Tirar a roupa e entrar logo, é?- Bufei com a maneira que ele conseguiu deixar aquela simples frase suja. Babaca.
Ele riu da expressão de indignação que eu fiz e tirou a camisa.
Tive que me bater mentalmente quando percebi que estava correndo o abdômen dele com o olhar.
-Quer parar de olhar para mim, seu idiota?- Repetiu o que eu havia dito mais cedo, e eu sorri.
-Sinto muito- Falei, mas não parei de olhar realmente. Era quase como um ímã que me atraía. Ele era... Quero dizer, não que eu seja gay por admitir isso. Mas ele era gostoso para caralho. E estava tudo bem, eu estava apenas admirando outro cara, nada demais. Tudo certo. Apenas admiração.
Ele tinha os gominhos bem definidos, e uma entrada que eu realmente podia classificar como "entrada para o paraíso". Mas então ele baixou a calça e eu percebi que não devia este fazendo isso, quando olhei para o seu volume, que parecia ser imenso aliás, pois destoava na roupa íntima.
Olhei para o seu rosto e o o vi sorrindo de lado.
Para acabar com aquilo, pulei na água novamente, e ele entrou logo em seguida.
-Uau- Falou ele.
-Aqui é realmente quentinho. E infinitas vezes mais relaxante do que a banheira do meu dormitório. Trocaria sem pensar duas vezes! Quero dizer, olhe toda essa natureza! E essa cachoeira.- Sorri e ele mergulhou, fazendo o mesmo movimento que eu havia feito mais cedo para retirar o excesso de água dos cabelos. Porém quando ele fazia, era infinitamente mais sexy. As gotas escorriam pelo seu peitoral, e o movimento dos seus cabelos... Chega. Não devia estar pensando nisso.
-Então...- Falou ele chegando mais perto-Problemas com as garotas?
Bufei.
-Não, eu apenas...Deixa para lá. Você perguntou por educação, não quer realmente saber.
-Quero sim, conta.-Falou olhando nos meus olhos.
-Tudo bem, é que... Desde que eu terminei com Ginny, eu não me reconheço mais. Eu não sou esse cara, eu não fico com tantas garotas em um dia -ele assentiu em concordância- e nem tenho uma transa para cada noite. Eu acho que talvez eu devesse apenas sossegar.
-Talvez... Começou ele- Você goste de alguém. Só não tenha descoberto ainda.
-O que você quer dizer?- Perguntei a ele, que sorriu preguiçosamente.
-Já parou para pensar que talvez nenhuma dessas garotas lhe dê algum prazer, porque você não sente nada por nenhuma dessas?- Ele falou.
-Você sente que gostar de alguém não pode te oferecer muita coisa, mas você só pensa em uma pessoa a noite. Certo?
Assenti com a cabeça e ele sorriu.
-Viu? Você pode até fingir que não se importa e que não liga para esse assunto. Fala dele como se estivesse entediado, mas não minta. Não para mim.
Não acredito que estava recebendo conselhos amorosos dele.
-Você não consegue ficar com uma garota que lhe faça se sentir bem?- Não foi uma pergunta, realmente, percebi.- Talvez seja um sinal, sabe?
-Você vê esse alguém como um ponto de certeza, e ninguém além dela vai conseguir te fazer se sentir bem....
Espero que ele não esteja pensando na mesma pessoa que eu.
Por que... Bem, eu estava pensando... Merda. Não podia ser. Podia?
-Você não pode explicar porquê esse alguém está sempre na sua cabeça. Mas será que você não consegue ver a resposta bem na frente de seus olhos? Por Deus, seu idiota.
MERDA. PUTA QUE PARIU.
-Você gosta de mim, Potter. É meio óbvio.- Falou com um sorriso de lado.
Ele não estava errado. Eu acho, parando para analisar, sabe? Droga.
-Então por que foge disso, se sabe que eu sou o melhor? E o único que faz seu coração palpitar?
-Os outros amores, se é que podemos chamar assim, não dão sorte com você. Porque no fundo, sabe que sou o único que o fez se apaixonar.
Eu estava prestes a falar, quando ele me interrompeu antes mesmo de eu começar.
-Apenas cale a boca e escute.- Ele disse e eu assenti.
-Você está sempre flertando com todo mundo ao redor, levando todos para a sua cama. Mas não se diverte, realmente. Sabe que isso é falso, pois quando está de saco cheio, simplesmente vem gastar seu tempo comigo.
-Não adianta namorar com todo mundo, e reclamar que não consegue encontrar alguém, um sossego, se eu sou o único que a química bate.- Falou simples e eu sorri tímido.
-Viu?- Falou e eu concordei, incapaz de fazer qualquer coisa que não fosse aquela, o puxei e o beijei.
Aquilo foi diferente de todas as, sei lá, seiscentas garotas que eu já ficado. Não sei se era por ele ser um garoto, ou apenas por ser ele.
Ele me puxou pela cintura, e me colocou sentando em seu joelho, com as mãos em volta de mim. Eu passei um braço pelo seu pescoço e outro em sua nuca. Nossas línguas as tocavam em uma dança gostosa.
Não era como travar uma batalha desesperada, apenas por prazer. Era... Não sei, apenas encaixava.
Ele sorriu para mim durante o beijo e eu me desarmei em seus braços, parando para olhá-lo. Ele era lindo, lindo demais. Seus olhos azuis agora brilhavam com o sol, e por causa da água, e os cabelos molhados grudados na testa, que eu afastei com as mãos para poder observá-lo melhor.
-O que foi?- Perguntou.
-Você é lindo.- Sussurrei, e ele deixou um beijinho na minha bochecha.
-Você também.
-Como?- Perguntei. -Como posso gostar de você? Eu achei que te odiasse.- Ele riu.
-Não sei. Eu também, mas eu percebi que também odeio quando nós não nos falamos. E isso não deveria ser o comportamento de alguém que se odeia. Geralmente queremos ver a pessoa longe, sabe? Eu também comecei a reparar o quanto eu o achava bonito, e achava cada movimento que você fazia adorável. Eu também amava o seu jeitinho e como você protege todo mundo. Até mesmo a mim. Como no dia da batalha, um comensal veio me atacar porque não sabia que infelizmente estávamos no mesmo lado, e você o deixou desacordado- olhei chocado para ele, como ele sabia? Eu estava coberto com a capa.- Qual é, Potter! Seus pés estavam para fora.- Riu, e a risada dele era gostosa.- Ou quando o maldito na sala precisa ia nos matar e você voltou apenas para me salvar- sorri.- E eu percebi que se realmente te odiasse, o deixaria morrer. No dia de Bellatrix, ou quando Crabbe e Goyle iam te matar na sala precisa, e eu gritei com eles...
Eu assenti em concordância.
-E como sabia que eu gostava de você?- Perguntei.
-Não sabia.- Ele disse e eu o olhei sem compreender.
-Mas você disse que- Ele me interrompeu.
-Eu sei, e foi mais como uma jogada de sorte, sabe? Não sabia se você gostava de mim ou não, mas se gostasse, ia apenas falar alguma coisa ou demonstrar. Se não gostasse ia me dar um fora. E sinceramente, eu prefiro levar um fora do que morrer sem tentar.
Eu o beijei de novo.
-Não tinha me dado conta do quando gosto de você- Sussurrei, mesmo que não houvesse ninguém ali.
Ele deixou um beijo na minha testa e disse:
-Eu gosto muito de você.
Eu sorri em resposta.
-Droga, daqui a pouco vai escurecer. Acha que devemos voltar?- Perguntou e eu assenti. Triste porque teria que sair dali, daquele mini paraíso, e voltar para escola. Onde não poderíamos ficar tão próximos assim novamente.
-Nós podemos comer no jardim, se você quiser... É perto da escola, portando sem perigos. - Eu me animei com a ideia.
-Claro. Vou tomar banho e nos encontramos em frente ao salão comunal.- Falei e ele assentiu, me dando um último beijo, antes de sairmos e nos vestirmos.
Cheguei encharcado na comunal.
-Harry!- Falaram Ron e Hermione juntos quando eu entrei, eu quase caí no chão pelo susto.
-Oi gente.- Disse.
-Onde você esteve? Achei que ia para frente do lago. Você perdeu as duas últimas aulas.- Esbravejou Mione.
-Eu estava em outro lugar gente, me desculpem. Eu percebi que talvez vocês tenham razão, talvez seja hora de sossegar. E eu meio que já sei com quem.- Falei e eles me olharam ansiosos.
-Harry, estou feliz que você finalmente tenha percebido. Quero dizer, aquele não combinava com você, suas atitudes. Não condiziam com quem você é.- Disse ela e Ron assentiu.
-Mas e então, quem é?- Perguntou Ron.
-Na verdade, eu acho que talvez vocês fiquem um pouco bravos. Mas eu beijei Draco Malfoy. E gostei. E eu... Eu gosto dele.- Falei e vi os dois me olharam perplexos.
-Eu sei, eu sei.- Falei.
-Estamos felizes por você, então.- Disse Ron e Hermione assentiu, me puxando para um abraço.
-Obrigada, por tudo isso.- Falei e eles sorriam.
-Agora sério Hazz, você precisa de um banho. Vai pegar um resfriado, está todo molhado. Nós vamos descer, te esperamos lá embaixo.- Disse Mione e eu concordei, subindo.
Tomei um banho quente, coloquei um conjunto moletom limpo, e desci.
Encontrei Draco já em frente a porta, com os braços cruzados.
-Demorou- Falou e me abraçou.
Eu murmurei um sinto muito e entramos. Novamente, ninguém olhou para nós. Então combinamos que cada um pegaria o máximo de comida que pudéssemos de suas mesas e sairíamos.
-Oi Harry. Vai se sentar aqui conosco?- Perguntou Nev e eu neguei, vendo que Ron e Hermione me perguntavam em um questionamento mudo para onde eu ia agora.
-Eu vou comer lá fora com um amigo- expliquei- só vim aqui pegar algumas coisas.
Os três assentiram.
Então eu peguei algumas tortinhas, bolinhos, pudins, frutas e pãozinhos em uma cesta conjurada por Hermione, e levei um jarro de suco de abóbora.
Sai da sala e fui até o saguão de entrada para esperá-lo, e ele apareceu logo em seguida.
-Pronto?- Perguntou e eu assenti, andando junto com ele até uma árvore próxima. Onde sentamos sob uma toalha que ele transfigurou no que antes era um cachecol.
Ficamos jogando conversa fora, apenas falando sobre coisas bobas e rindo. E eu fiquei verdadeiramente feliz, por estar ali com ele. Por ter o conhecido melhor em tão pouco tempo. Percebi que se pudesse, faria aquilo para sempre, e pelo brilho no olhar dele, ele também.
Talvez fizéssemos aquilo para sempre, afinal.
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