limits of attraction • JJK

By byloveyoon

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LIMITES DE ATRAÇÃO Ao mesmo tempo em que ele é afável e sensível, demostra ser petulante e protervo. Sua pers... More

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Depois do fim pt. 1
Depois do fim pt. 2

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By byloveyoon

ANNA

Pela manhã, o som da chuva, as nuvens intensas e carregadas.
O vento fraco, pouco precipitado.
Abri os olhos, minha cabeça doía um pouco, aparentemente pela pequena dose de álcool ainda em minhas veias.
Jungkook já não estava mais ao meu lado, menos ainda o gato preto.
Apenas duas rosas posicionadas, uma branca e outra vermelha, ambas com um bilhete.
Eu sorri, boba, imensamente feliz por aquele ato.
Sentei-me na cama macia e peguei ambas rosas, as cheirando. Um perfume adocicado impregnou a rosa branca, ao contrário da vermelha, que o cheiro era tão intenso quanto a cor vinho.

Por um pequeno tempo eu as cheirei, recordando o quanto Jungkook havia de me surpreender sempre, cada vez mais.
Avistei os bilhetes, deixando as rosas de lado e lendo os mesmos.

"E pensar que tudo começou com uma simples obssesão.
Sem querer ou querendo, eu quis você.
Ser de verdade, seduz sem querer.
Pudera eu, escolher o que sentir.
Nem os livros, tampouco os terapeutas.
Nada explica.
Tudo o que se move aqui dentro, quando você me olha."

No próximo bilhete, dizia.

"No falso silêncio da noite.
Caminhamos ao encontro do amor e do desejo, da luxúria e doçura.
Não sei sentir pouco, não me limito a sentir.
Ou sinto tudo ou não sinto nada.
Meu coração — se é que posso dizer ter um — não sabe ser discreto, sente, demostra, se entrega de verdade.
Talvez você fosse precisa para mim, não sei.
A única coisa que sei é, se perdermos a cabeça e formos longe demais, ficaremos bem."

Ler aquilo, apenas reafirma, Jungkook é, único, inconfundível e especial.
Após fazer minhas higienes matinais, desci as escadas sem pressa e caminhei até ele, que se encontrava de costas.
Sem camisa, apenas com a calça de dormir, bebia o café quente enquanto lia algo no notebook. Completamente espontâneo.
O abracei por trás, depositando um selar em sua testa por cima dos cabelos bagunçados.

- Bom dia. - Desejei me afastando, o vendo se virar para mim. - Obrigada pelas rosas e pelos bilhetes, suas palavras foram lindas.

Ele assentiu em resposta, mostrando-me um sorriso bonito.

- Fico feliz que tenha gostado, minhas palavras realmente foram sinceras. - Afirmou, me dando um beijinho no braço. - Como se sente?

- Um pouco eufórica e com uma leve dor de cabeça. - Resmunguei. -

- Deve ser o álcool, talvez você não seja tão forte para bebidas assim. - Indagou. - E foram apenas dois drinks, nem esteve embriagada.

- Porque você não bebe? - Perguntei, sentando em um dos bancos altos, enfrente a bancada. -

- Não vejo graça em bebidas que exageram no álcool, o máximo que eu bebo é vinho. - Deu de ombros. - Quando participava de festas, não bebia nada contendo álcool, por estar dirigindo.

- Então, nunca viveu uma loucura? - Questionei despejando o suco no copo, o vendo negar devagar. -

- A última loucura que eu vivi, foi essa. - Mostrou-me a cicatriz no pulso. Eu sorri sem jeito, bebendo um pouco de meu suco. - Na verdade, o sufoco.

- Eu sinto muito. - Acariciei uma de suas mãos, lamentando baixo. -

- Não sinta, Jeon e eu sempre estivemos em um conflito interno, por mais da conexão, nossos objetivos são distintos. - Deu um mero sorriso, voltando a beber o café quente. -

- Porque tem tanto medo que Jeon reencontre os pais? - Perguntei meio incerta. Ele varreu os olhos pelo chão, pouco desconfortável. -

- Porque esse é o gatilho, é o que ele precisa para retomar ao controle. - Afirmou contragosto. - Eu acho injusto, desde que fomos expulsos de casa, desde a morte da tia, fui eu, Jungkook, que sempre administrei tudo sozinho.

Jungkook raramente dizia sobre Jeon, e quando acontecia, era nítido o desgosto em alguns pronunciamentos.
Desde o momento em que mencionou ter afastado Jeon por três anos da luz, eu vi, o pequeno egoísmo em seus olhos.

- E o que pode acontecer se ele novamente comandar a luz? - Perguntei ainda acariciando suas mãos, tentando ao máximo passar algum conforto. -

- Ele fará o que eu faço, me dará a luz apenas quando quiser. - Indagou, rindo seco. - Isso se não terminarmos em um manicômio, eu duvido que o pai dele o aceite depois que souber que o filho tem um alter-ego. Ele nunca vai querer um filho problemático.

- Não diga isso, a culpa não é de vocês. - Contestei. -

Jungkook riu, novamente seco, secando a única lágrima corrente em seu rosto.

- É claro que não, a culpa é do Srº Jeon, somente... - Fechou os olhos por breves segundos, respirando baixo. - E quando nos reencontrarmos novamente, farei questão de lembrar-ló cada frase dita, cada perturbação que ainda andam comigo, com o sentimento mais fútil e vago, ele irá me olhar e verá no que me transformou.

-Eu sei que você é "fruto do ódio". - Visivelmente fiz aspas. - Mas o que você quer com tudo isso? Porque oprimir de uma maneira tão maléfica e psicológica?

- Porque foi exatamente o que ele fez! - Esbravejou entre dentes, se irritando. -

- E você precisa ser igual a ele!? - Contestei um pouco alterada. - Precisa machucar o seu alter-ego e se machucar? Precisa sentir essa satisfação que mais se iguala a um rancor? Precisa mesmo transmitir todo esse sentimento de repudia? Você precisa, Jungkook? Você quer ou necessita?

Jungkook abaixou o olhar, olhando um ponto aleatório. Suspirou fundo, retrucando: - Você não entende.

- Sim, não entendo o porque você quer fazer exatamente o que esse senhor fez com o filho.

- Jeon Jungkook não merecia essa vida, Anna... Ele não merecia nem Jeon e nem eu. - Informou, magoado. - Ele merecia ser alguém normal.

- Chega de se prender a essa mágoa, Jungkook. - Pedi, acariciando seu ombro. - Chega dessa irá contra o pai dele.

Ele suspirou, esfregando as mãos no rosto.
Permaneceu quieto por um curto tempo, pensativo.

- Sente a minha mudança? - Questionou aproximando-se, levando minha mão até seu peito, fazendo-me sentir seu coração pouco acelerado. - Eu mentiria se dissesse que mudei por vontade própria, não, as coisas não aconteceram assim. Cada sentimento, pensamento, ação e reação, foram naturais, os mais puros que já tive.
O brilho em meus olhos não são por acaso, a intensidade não é qualquer uma, o meu coração bate forte, precipitado a ponto de explodir, por você.

Jungkook sorriu grande, acariciando a minha nuca enquanto negava devagar. Deu-me um selar demorado nos lábios e novamente retornou a falar:

- Sem vergonha alguma, eu afirmo, você me deixa totalmente sem controle algum, me faz ter reações tão incontroláveis e inevitáveis... - Puxou-me pela mão, indo de encontro ao estofado, me fez sentar e se ajoelhou em minha frente, debruçando os braços em minhas coxas. - Eu quero tentar muitas coisas contigo, mas ao mesmo tempo, eu sinto medo. - Confessou. -

- Não sinta, confie em você, em seu coração. - Aconselhei, penteando seus cabelos bagunçados para trás. -

Continuou a me olhar por breves segundos, inclinou o corpo afim de pegar algo ao lado, uma caixa pequena.

- Sinto e quero muito dar esse passo, mas eu não tenho experiência, nunca fui comprometido com alguém. - O olhei confusa. Desviou nossos olhares e abriu a caixa pequena, pegando uma menor em seguida, a pôs em minhas mãos e a abriu. -

Eram alianças prateadas, finas, com um belo contraste.
Jungkook segurou forte a minha mão livre, enquanto a outra eu usava para acariciar-ló.

- Não sei se deveria fazer algo especial como um jantar, um discurso, lhe dar um buquê ou fazer você comer algo e engasgar com o anel. - Questionou rindo sem jeito. - Céus, como eu estou nervoso... - Suspirou devagar. -

- Jungkook... - Chamei, sorrindo boba por ele estar sendo tão espontâneo. - Não importa como for se estiver vindo do coração, com sinceridade e muito amor. - Encorajei. -

Ele sorriu satisfeito, dando-me um beijo sutil no canto de meus lábios.

- Aceita ter uma relação formal comigo? - Perguntou com expectativas, analisando cada expressão minha. - Aceita me ter como seu namorado?

Parei de acariciar-ló e continuei a olhar-ló por um pequeno tempo, sorrindo com uma pequena ansiedade.
Com a caixinha em mãos, peguei um dos anéis que presumi ser seu pela largura, soltei a caixinha no estofado e me afastei do sofá, ajoelhando junto a ele no piso gelado.
Segurei uma de suas mãos, levando o anel prateado até seu dedo anelar.

- Aceito ter uma relação formal contigo, ser sua namorada. - Aceitei, por fim colocando o anel em seu dedo. - Sem mentiras ou segredos? - Perguntei retórica. -

Jungkook pegou o outro anel e sem dizer nada, ele o colocou em meu dedo anelar.

- Sem mentiras ou segredos. - Respondeu a pergunta retórica. -

Envolveu seus braços em minha cintura, me puxando mais para si, mostrando-me um sorriso grande, de orelha a orelha, visivelmente cordial.
Esfregou seu nariz no meu e devagar encostou seus lábios nos meus.
Iniciando-se um beijo delicado, calmo no meio daquele som alto e repetitivo que eram as águas caindo do céu.
Afastou nossos lábios apenas o suficiente para me admirar, abraçou-me forte, sussurrando elogios em meu ouvido esquerdo, sorrindo contra a minha pele exposta, me fazendo rir baixo.

- Obrigado por querer dar esse passo tão significativo. - Agradeceu, dando-me um último beijo e se levantando. - Vem, vou preparar algo para nos comermos.

- Eu adoraria, mas eu tenho um compromisso. - Avisei de imediato, novamente sentando-me no estofado. - Se importa se eu recusar?

Ele negou devagar, tirando as caixas do estofado e colocando encima da mesa central.
Novamente dei atenção aquela tatuagem, símbolo de Loki, cujo as serpentes eram Jörmungard.

- Eu não sabia que tinha tantas tatuagens, você raramente usa blusas de manga curta.

- Não costumo deixar-lás tão amostra, mas cada uma obtem um grande significado. - Afirmou fitando as tatuagens em seu braço esquerdo. - O que achou?

- Eu gostei, tanto que me senti fraca ao ver-lás. - Confessei, ouvindo sua risada fraca. - Foi essa, a que me chamou mais a atenção. - Apontei para o braço direito, indicando a tatuagem. -

- Loki? - Perguntou retórico. - É uma bela tatuagem.

- Porquê? - Questionei. - Vê a si mesmo como o "caos necessário" ?

- Felizmente eu sou um fanático por Avangers, mesmo que eu não demostre tanto. - Vangloriou. - Loki é considerado alguém traiçoeiro e maléfico, faz coisas ordinárias para interesses próprios, mas não, não é como eu me vejo. - Sorriu discreto, talvez mentindo. - Mesmo eu sendo "fruto do ódio" como você mesma disse e também por ser a verdade.

- Então? - Pedi continuidade. - Creio que também não tenha haver com Jörmungard.

- Não especificamente. - Garantiu. - Símbolo do Loki foi apenas uma fachada, o verdadeiro motivo são as serpentes. - Afirmou. - Representam a mente, a força de vontade espiritual sobre o domínio do ego, a dualidade entre o bem e o mal diante da tentação. Ao oculto, as emoções, a intuição e ao inconsciente.

- Faz sentido, assim como todos os significados que você já me deu tais vezes. - Assenti devagar. - E Jeon? - Recebi seu olhar que parecia pouco distante. - Há alguma tatuagem escolhida por ele ou um significado apenas de si?

- "Duas consciências em um só corpo." É a suposição dele sobre essa tatuagem. - Gesticulou para a tatuagem da qual estávamos conversando. - Mesmo que sejam apenas duas serpentes mordendo a própria calda, para ele, sempre estarão juntas, formando apenas um espaço, mesmo que haja brecha para saídas, será em vão, pois todo o seu corpo já foi envolvido pelo outro. Conviveram juntas, pois cada vez mais, estariam se entrelaçando.

- Deixe-me adivinhar, para ele é a tatuagem que simboliza vocês. - Questionei cruzando os braços. -

- Exatamente. - Confirmou assentindo. - Duas consciências porque, para ele, uma é pérfida, fria e calculista, já a outra, pudente, sabiá e elegante. É a história dele. - Revirou seus olhos. -

- Dualismo, os aspectos negativos e positivos, o bem e o mal. - Simplifiquei. - É o como ele lhe vê? Alguém frio e calculista?

- Assim como eu o vejo como alguém fraco e imaturo. - Comparou. - Enfim, não quero falar dele.

Como sempre.

- Bom, eu preciso ir para casa, tomar banho. - Bocejei espreguiçando. -

- E porque não fazemos isso juntos? - Questionou, empurrando devagar o meu corpo, fazendo-o encontrar com o estofado, deu-me um selar demorado e se posicionou encima de mim. - Huh?

- É um convite irrecusável, talvez na próxima eu aceite.

- Na próxima você não escapa. - Garantiu, dando um sorriso discreto. - As marcas incomodam? - Tocou alguns chupões expostos enquanto fazia a pergunta. -

- Não, mas dói se apertar, por ser um lugar sensível. - Eu disse, sentindo dois botões sendo desabotoados. - 

- Quer que eu dê um beijo em cada uma delas? - Se ofereceu, me fazendo rir em seguida. -

- Não acho que seja uma boa ideia. - Afirmei rindo devagar. Ele fez uma careta, rindo em seguida, se afastou dando-me um tapa fraco na coxa. -

- Vá para seu compromisso então. - Sorriu bonito, perguntando. - Nos vemos hoje ainda?

- Não posso garantir, mas mantemos contato. - Levantei. Ele assentiu e deu-me um beijo na testa. -

Jungkook se afastou e novamente sentou enfrente a bancada, retornando a tomar o café que já se encontrava morno.
Novamente eu subi para o quarto, peguei meus pertences e desci, voltando para casa.
Agradecendo mentalmente por ninguém ter me visto usando apenas um conjunto de um pijama que nem era meu.

[...]

Após o banho demorado, tomei o anticoncepcional por precaução, mesmo sabendo o quanto Jungkook foi cuidadoso e atento.
Finalizei o cabelo e de imediato tentei ligar para Taehyung.
Sem sucesso durante as três tentativas.
Por fim, quando liguei a última vez, ele atendeu.

- Tae?

- Sim.

A voz estava fraca, parecia cansada.
Mas, lembranças vieram, era a ressaca.

- Como está?

- Exausto, com uma enorme dor de cabeça, e você? Como passou a noite?

Por mais que Taehyung e eu fôssemos melhores amigos, transparentes em diversas coisas, há limites. Eu não diria metade do que aconteceu ontem.

- Estou bem, dormi tranquilamente. E Miranda, tem notícias dela?

- Creio eu que ainda esteja dormindo, liguei e mandei uma mensagem, não atendeu e nem respondeu.

- Acho melhor vocês dois descansarem, fizeram muita farra ontem.

- O que aconteceu ontem? Lembro-me apenas de beber e ficar rindo com Seokjin.

- Não lembra de ficar admirando Miranda dançar?

Perguntei-lhe rindo, obviamente estava com as bochechas pouco coradas, pelo silêncio que havia se instalado na chamada.

- Tae?

- Não, eu não lembro disso, m-mas... foi só isso, n-não é?

- Não, você agarrou ela, ficaram se beijando dentro do banheiro e sabe se lá o que aconteceu nesses trinta minutos.

- QUE?

Taehyung praticamente gritou.

- Porque você não fez nada?

- Porque eu estava ocupada demais.

- E por estar ocupada demais, seus amigos que se comam dentro daquele banheiro!? Ainda por cima, embriagados?

- Não se preocupe, Mi também estava fora de si, ela não vai lembrar do ocorrido.

- Mesmo assim, Anna... Deveria ter feito algo.

- Está dizendo que a culpa é minha?

- Não, a culpa é do álcool que chegou rápido demais em minhas veias.

- Estou brincando, você ficou sim, encarando ela dançar, mas foi só isso.

Taehyung suspirou tão aliviado que poderia mover um objeto se quisesse.

- Menos mal, eu ficaria envergonhado caso tivesse acontecido. Bom, preciso desligar, vou tomar banho e preparar meu café.

- Certo, me ligue depois.

- Ligo sim.

Ao encerrar a chamada, terminei alguns afazeres e sai do prédio.
Ainda era recente o pedido de namoro, e mesmo que eu estivesse as mil maravilhas, para mim, não mudamos muitas coisas, apenas estamos com um anel depositado em nosso dedo e mais confiantes daquilo que realmente queremos.
Estar juntos.

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A estrelinha!!!⭐
Feliz Natal, peoples!🍷🌠
Qualquer erro ou dúvida, avise-me.
Voltarei o mais rápido que pensam, this is promise!

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