Disclaimer: Todos os personagens pertencem a JK Rowling. Esta fanfic é uma tradução autorizada de "Una Nueva Oportunidad" postada em 2014 no Potterfics por leona19.
Traições que doem.
— Ainda não consigo acreditar — murmurou Remus, abraçando a Tonks.
James e Sirius murmuraram de acordo.
Lily e Harry suspiraram, e Tonks foi quem falou.
— Eu sinto muito mesmo, mas não podemos fazer mais nada com ele, agora já sabem o que ele pensa, e ele tem a marca.
— Maldito idiota — rosnou Sirius — Tenho certeza de que não se importaria em nos vender.
— É, foi o que ele fez no futuro — alfinetou James, desnecessariamente.
Lily, Sirius e Remus fizeram uma careta.
— Como pôde? Quando isso aconteceu? — o castanho não levou na boa, e Aluado queria vingança.
— É algo que nunca vamos saber, amor — Tonks o olhou preocupada.
— O que vamos fazer? — perguntou James com os olhos marejados, olhando a um Peter desmaiado no chão com pena e ressentimento — Se tivesse vindo a nós, teríamos ajudado — disse com tristeza.
— Mas não foi, e isso é o que vocês precisam se lembrar — disse Lily, abraçando-o.
— Eu sei, mas não deixa de ser doloroso.
— Eu sei, James, mas como disse Dora, não podemos fazer nada por ele.
— Ela tem razão, e agora temos que seguir com o plano. Tonks, quer fazer as honras? — Harry suspirou.
Ela concordou, soltando-se dos braços de Remus.
Aproximou-se do traidor e apontou com sua varinha.
— Obliviate — primeiro fez o feitiço da memória, que apagaria os acontecimentos das últimas horas — Primum memoria.
Da ponta da varinha se desprendeu uma luz azul, que misturou-se a fios de prata, que saíam da cabeça de Peter. As cores se entrelaçaram, enquanto Tonks tinha uma expressão de concentração absoluta em seu rosto. Começou a mover a varinha em vários padrões complicados, enquanto murmurava em latim. A luz rodeou o corpo de Peter, enquanto Tonks terminava o feitiço.
— Pronto — suspirou aliviada — Pude mudar a memória em função das últimas trinta e seis horas. Assim, vai se lembrar de coisas diferentes, e o melhor é que ninguém vai descobrir, já que esse feitiço ainda não foi inventado.
James, Lily, Remus e Sirius a observaram pasmos.
— De onde o conhece? — perguntou Sirius curioso.
Ela se remexeu incômoda.
— No meu tempo eu não era só auror — disse um pouco reticente.
Os olhos de James se arregalaram.
— Trabalhou no Departamento de Mistérios?
— Ela não pode dizer — Harry disse rapidamente.
— Ah, certo, está sob juramento — explicou Lily.
Os outros três assentiram, compreendendo.
— Agora falta o resto.
— Que resto?
— Bom... Não podem se afastar de Peter do nada, certo? Quero dizer, são melhores amigos há sete anos, e se forem se afastar do dia pra noite, podem suspeitar, não seria algo bom.
— Verdade — apoiou Remus — Poderia prejudicá-los.
— Acho que a melhor forma de consertar isso é uma briga pública — sugeriu Lily, olhando pensativa.
— Isso! — Sirius se entusiasmou.
— Só quer se meter em problemas, Almofadinhas — bufou James.
— Isso também — afirmou com um sorriso vagabundo que se estendeu por seu rosto, mesmo que tenha sido por apenas um momento.
— Pelo amor de Merlin — murmurou Lily, olhando aos dois de forma divertida e exasperada —, podem se comportar?
— Desculpa, ruiva.
— Voltando ao assunto, concordam com essa ideia? — perguntou Tonks.
Todos concordaram.
— Mas por qual motivo? — James também estava pensando.
— Acho que deviam lutar por uma mulher, e temos que fazer que Peter faça algo realmente drástico, e que a maior quantidade de pessoas possa ver — explicou Harry.
— Tonks — disse James de repente.
— Quê?
— Peter devia brigar com Remus por causa da Tonks.
Tanto Harry quanto Lily, Sirius e a própria Tonks o olharam contemplativos.
— Enlouqueceu, Pontas? — retrucou o lobisomem com o cenho franzido.
— Não, é sério. É a desculpa mais fácil que temos. Não, só me escuta, Aluado.
Remus, que estava pronto para interromper, concordou a contragosto.
— A "Amy" é nova na escola. Todos vimos o jeito que o Peter olhava para ela, e acho que não é segredo pra ninguém que ele gostava dela.
— Não me lembra disso, por favor — pediu a metamorfomaga com um estremecimento.
Remus rosnou e seus olhos brilharam perigosamente.
— Além do mais, você é a pessoa mais doce e meiga que conhecemos, assim nós o desacreditaríamos fácil — acrescentou Lily com um sorriso, enquanto abraçava o namorado — Bem pensado, amor.
— Surpreendente que o Pontas tenha uma ideia dessas — acrescentou Sirius, como se não fosse com ele.
— Cala a boca — James lhe deu um empurrão fraco.
— Não gosto disso, podemos pôr Dora em perigo... e não quero que aconteça nada de ruim — acrescentou.
Harry também assentiu. Era muito protetor com ela, e sabia que Peter poderia machucar os dois se quisesse.
Tonks virou-se para olhá-lo.
— Não vai me pôr em perigo, Remus. Temos que afastá-lo de vocês, e se preciso ser a isca, eu vou ser. Não é só sua amizade em jogo aqui, é o futuro também.
— Eu sei, mas não quero que te machuquem. Sabemos do que ele é capaz.
Tonks sorriu, tentando acalmá-lo.
— Não vai acontecer nada, só vamos montar um pequeno teatro. E além do mais, eu sou auror, esqueceu? Sei me cuidar.
Depois de suspirar, Remus concordou, enquanto Harry também o fez, de má vontade.
— Confio em você.
— Obrigada — moveu-se até ele para dar um beijo rápido.
Então, apontou de novo sua varinha até Peter.
— Focus memories.
Uma luz turquesa saiu de sua varinha e começou a girar ao redor da cabeça do garoto.
Quando se passaram dois minutos, Tonks afastou-se com o rosto suado. Harry puxou uma cadeira e ela sentou-se pesadamente. Remus se moveu ao seu lado rapidamente.
— Tudo bem? — perguntou preocupado.
— Só um pouco cansada — admitiu.
Harry lhe passou suco de abóbora, que ela bebeu ávida.
— Obrigada.
Lily levitou Peter até sua cama e fez desaparecer as garrafas do dormitório.
— Essas poções que fez para parecermos bêbados foram incríveis — elogiou seu filho, olhando-a com um sorriso — É brilhante.
— Obrigada — corou diante do elogio de seu futuro filho, e ganhou um beijo de James.
— E a forma que Remus conseguiu misturar o soro da verdade no suco foi admirável — acrescentou Sirius.
Os Potters assentiram, e dessa vez foi Tonks quem beijou o castanho.
— Te amo.
— E eu a você — sussurrou, acariciando sua bochecha.
— Tudo por um futuro melhor — sussurrou James com a voz rouca — Um futuro onde nada de mal aconteça, um futuro onde Harry possa crescer com pais, onde Sirius não passe doze anos em Azkaban, onde Remus não fique sozinho.
— E um futuro onde possa ficar com Dora e Teddy — acrescentou Remus, beijando a parte de cima da cabeça de Tonks — Um futuro onde não os deixe.
Os olhos de Harry encheram de lágrimas e Tonks piscou os seus olhos algumas vezes para afastar as lágrimas. Não queria nem podia pensar nisso, não naquele momento.
— Estávamos tão perto de perder tudo — balbuciou James com os olhos perdidos.
Lily e Harry o abraçaram, enquanto Sirius se moveu para pôr uma mão sobre o ombro de Remus.
— Deveríamos ir dormir — sugeriu Lily depois de um tempo, quando todos se acalmaram — Meninos, podem vir com a gente? — pediu debilmente.
— Quê?
— No nosso quarto tem duas camas vagas, podemos arrumar outra e dormir todos ali — Tonks seguiu com a ideia.
— Por quê? — perguntou Sirius.
— Eu... não quero dormir sozinha, e não quero que durmam com Peter, pelo menos não hoje — pediu a ruiva.
— Ficaríamos mais tranquilas se vocês fizessem o que pedimos.
Os garotos assentiram compreensivos.
— Obrigada — elas agradeceram.
Depois de conferir o quarto, desceram até o Salão Comunal, enquanto os garotos trocavam de roupa.
— Lembrem, é pra pular os dois primeiros degraus — sussurrou Sirius aos outros, que concordaram, aborrecidos.
Quando chegaram ao dormitório feminino, elas já estavam prontas para deitar.
James se juntou a Lily, Sirius e Harry pegaram uma cama para cada um, enquanto Remus foi até a cama onde Tonks estava sentada.
— Oi, linda — disse, sentando-se ao seu lado.
Ela sorriu cansada, antes de deitar a cabeça em seu ombro.
— Tudo bem? — ela perguntou, observando atentamente seu rosto — Deve ter sido difícil para vocês.
— Foi — admitiu com um suspiro cansado —, mas precisávamos fazer isso. Tínhamos que tirar essa venda dos nossos olhos. Me dói a traição de Peter, mas não podemos fazer nada por ele, e a sua traição no futuro teria sido mil vezes pior.
— Isso é verdade — ela sussurrou.
— Obrigado por estar aqui, e por nos ajudar com isso.
— Não agradeça, Remus. É o futuro de todos que estamos mudando.
— Eu sei, e tenho certeza de que tudo será melhor, não é?
Tonks o abraçou, e ele a abraçou de volta com força, respirando fundo em seu cabelo.
— Será, você vai ver — disse ela segura, e rogou para que fosse assim.
Ficaram um tempo assim, sustentando um ao outro.
Depois de um tempo, Tonks voltou a falar.
— Vamos dormir, Remus. Amanhã será um novo dia.
Assentiu e puxou-a para um doce e necessitado beijo.
Perdeu-se por um momento em sua boca, buscando nesse beijo o consolo que precisava. Porque não tinha nenhuma dúvida da traição de seu amigo, porque tinha percebido que se Tonks ou Harry não tivessem viajado no tempo, o futuro de todos teria sido horrível.
— Te amo — sussurrou contra seus lábios quando se afastaram.
— Eu também te amo — respondeu Tonks, movendo-se para deitar na cama.
Remus ajeitou-se ao seu lado, passando os braços ao redor de sua cintura.
Ajeitou-se contra ele, sentindo o calor familiar de seu corpo e a comodidade que isso lhe trazia. As lágrimas começaram a escorrer pelas bochechas do castanho, e Tonks virou-se para poder abraçá-lo quando percebeu o que estava acontecendo.
Agarrou-se a ela e chorou pela perda de seu amigo, e por tudo o que acumulou durante aquele dia, pela descoberta das mentiras, e pelo medo. Tonks apenas acariciou suas costas, enquanto sussurrava palavras de consolo em seu ouvido, deixando que soltasse tudo o que tinha reprimido.
Nenhum dos dois sabia que tanto James quanto Sirius estavam na mesma situação.
James estava sendo consolado por Lily, enquanto Sirius preferiu se transformar em Almofadinhas e ir para a cama de Harry para tentar sufocar um pouco a dor. O garoto só acariciou o seu pelo, deixando que Almofadinhas choramingasse sua perda com alguém que o entendia.
E assim passou a noite, com os marotos na dor pela perda de Rabicho, porque Peter Pettigrew estava morto para eles a partir daquele momento.