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By ManueleCruz

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⚠ É NECESSÁRIO LER OS LIVROS ANTERIORES ⚠ Terceiro livro da série Os mafiosos História de Daniel e Jasmine Qu... More

Livros da série
Nova versão/Repostagem
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Continuação da série
Livro retirado
Disponível na Amazon
Série completa na Amazon
Série "Família Bertollini"

Capítulo 8

772 114 57
By ManueleCruz

JASMINE


Senti muita dor de cabeça, muita dor no corpo e depois do analgésico acabei dormindo.

Agora estou vestindo as roupas que Daniel me entregou e tentando limpar meu braço. As feridas ainda não fecharam, era a minha mãe que fazia os curativos.

— Eu faço os curativos, estou com tudo pronto!

Como se Daniel lesse meus pensamentos, escuto seu grito do lado de fora do quarto.

— Lê mentes?

— Não, mas imaginei que não fosse pedir ajuda. Farei com cuidado, não se preocupe.

Sorrio e coloco a blusa com a alça fina. Abro a porta do quarto e encontro Daniel com uma caixinha de primeiros socorros, só que minha atenção logo se vai quando olho para seus braços.

Eu só vi Daniel de Jaqueta, camisa social e calças, agora que ele está de camiseta e bermuda, vejo suas tatuagens.

— Não imaginava que tenho tatuagens? — olho para Daniel, que está sorrindo diante da minha inspeção.

— Não imaginei.

— Cobrir cicatrizes, não são tantas tatuagens.

— Cicatrizes dos negócios?

— Não, do passado mesmo, quando eu era um garoto com uma vida merda.

— Sinto muito.

— Os principais causadores já estão mortos, de qualquer maneira. — mostra a caixa novamente. — Podemos?

— Cuidado, ok? Mas na hora de colocar o troço ardido você coloca de uma vez, para não doer tanto assim.

— Uma boa conversa...

— Ah, Daniel! — fecho os olhos.

— Não falarei mais nada. Deita na cama...

— Sentarei na cama.

— Tudo bem então.

Sento na ponta da cama e tento não gritar quando ele limpa meus ferimentos.

— Não vejo a hora disso melhorar, ainda bem que não quebrei qualquer osso.

— Acho que daqui a três dias tudo estará fechado, sem precisar de qualquer limpeza nessas feridas. E os pontos daqui a pouco estarão saindo.

— Um bom enfermeiro. — ele avisa que terminou o trabalho. — Já precisou cuidar de muitos feridos?

— Gabriel, Karen, Kat e Cassie, especialistas em ter ferimentos. Corriam de um lado para o outro, pulavam muros, faziam de tudo. Para os pais não brigarem, vinham correndo pedir ajuda pra mim. O que não adiantava de nada, porque os pais desconfiavam das roupas cobrindo tudo.

— O bom irmão mais velho, acobertando as peripécias dos irmãos e seus amigos.

— Acho que por isso estarei no lugar do meu pai, ele diz que sou responsável e ajudo quando necessário.

— Fernando parece um bom pai, nunca o vi tão de perto.

— Verá em breve quando apresentar como minha namorada.

— Ah, Daniel! — cruzo os braços. — Ontem eu não era nada, agora volto a ser ''futura namorada''?

— É bom te irritar com minhas incertezas. E bom dia, Jasmine! Gostou das roupas? Dormiu bem?

— Bom dia, Daniel. Sim para tudo, e você?

— Não dormi, estava ocupado em reunião sobre o novo cassino.

— Outro cassino no continente?

— Não, em Vegas.

— Sabe jogar?

— Nem um pouco, jogar é cilada, tudo roubo. Posso te ensinar os esquemas, vire minha sócia.

— Olha, eu aceitaria, mas sou de humanas. — estende a mão na minha direção e me ajuda a levantar da cama. — Eu consigo levantar.

— Eu sei, mas quis ser um cavalheiro. O que fará hoje?

— Falar com meus pais com mais calma e tentar conhecer esses irmãos, ver o que querem, se consigo sentir alguma energia, sabe?

— Você é aquela pessoa que precisa sentir energia da casa? De tudo?

— Levando em consideração que vou com sua cara sem te conhecer direito, minha parte sensitiva vale muito.

— Então sua sensitividade é perfeita, me leu perfeitamente.

— Besta! — reviro os olhos. — O que fará hoje?

— Reunião da Nostra, com Nicole e outras duas pessoas... Ah, talvez você conheça uma Rachel que trabalhava na faculdade...

— A ruiva?

— Sim.

— Ela é uma inimiga? — lembro da garota, quando conversamos sobre a idiotice da maioria dos alunos daquela faculdade. Eu fui com a cara dela, porém, não voltei mais a faculdade como aluna, então não nos vimos novamente. — Eu fui com a cara dela...

— Sua sensitividade é muito boa, porque não, não é uma inimiga, é uma vítima de Yoshida que estava fugindo dele. Conseguimos resgata-la junto a Nicole e um tal de Hugo.

— Nicole com esses dois?

— Quando eu digo que as vidas vão se cruzando, estou falando bem sério.

— Ele usa pessoas conhecidas para irem ferrando uns aos outros, quero dizer, para atingir o outro.

— Provavelmente.

— Aja pesquisa para saber tanto assim.

— Da parte de Nicole, nem tanto, porque tivemos um contato indireto com Yoshida, então já sabem do parentesco. Seus irmãos foram dados como mortos e até foram enterrados, mas estão vivos e retornaram. Não consigo compreender a fundo todo o contexto, a linha do tempo e coisas do gênero, mas é um grau de perigo acima da média.

— E a média anterior era o que?

— Outros países pedindo extradição dos membros da Nostra, isso sim era perigoso.

— Tentando levar no bom humor?

— Tentando. Então, vamos tomar café?

Aceito e descemos as escadas, indo até a mesa que está cheia de comida.

— Comprou tudo, aposto. — brinco.

— Sim, mas eu juro que sou bom na cozinha, ou mais ou menos bom. No entanto, fiquei meio sem tempo...

— Cobrarei que cozinhe no futuro.

— Então teremos um futuro?

Minha resposta é apenas sorrir e sentar na cadeira, pegando a jarra de suco de manga e fazendo um sanduíche com peito de peru e queijo.

— Só come isso? — Daniel pergunta.

— Na verdade eu só tomo café, não sou uma pessoa que come pela manhã.

— Ali tem a máquina de café.

— Aqui está mais rápido. Obrigada pelo café da manhã.

— De nada. — ele é o meu oposto, come o triplo do que eu como, talvez o quíntuplo.

— Como vou para casa?

— Eu te levo até lá.

— Então temos a paz mesmo?

— Temos.

— Não vai contar da conversa com meu pai?

Ele termina de comer o pão e olha pra mim.

— Como disse, tudo na nossa vida...

— ''É acordo'', eu já entendi, Daniel.

— Então, como sua mãe também disse, é mais vantagem estar comigo. Quando contei que salvei sua vida e acabei matando Rubens, Tyler agradeceu, mas também falou que precisaríamos nos unir, porque o inimigo é o mesmo e ele foi atrás de você também. Eu disse que já te protejo.

Para de falar.

— Então meu pai já quis me dar a você. Pode continuar, porque é isso que aconteceu.

— Quando falei que te protejo e continuarei assim, seu pai perguntou se eu tenho interesse em você, se sim, poderíamos começar a negociar um contrato de casamento.

— Interessante o fato dele nem ter ido logo me ver.

— Ele está desesperado.

— Percebi.

— Por algum motivo querem você, querem muito você. O contrato de casamento nem valeu tanto, Jasmine, eu posso pagar muito mais que aquilo, eu que ofereci aquele valor para ver o que Tyler faria e ele apenas aceitou. Não conversamos tanto assim, mas ele quer muito te proteger... Eu falei com ele depois, na madrugada, ele confirmou que você está correndo muito perigo. O estranho é que parece que corre mais perigo que Giulia, sendo que meu pai parecia o alvo principal.

Agora eu entro em um parafuso, porque começo a lembrar que minha mãe falou muito de necessitar de proteção, agora meu pai também fala... Minha mãe conheceu meus dois irmãos, eles morreram e agora estão aqui...

— Preciso ir pra casa. — levanto da cadeira. — Tirar logo uma parte das duvidas.

Daniel levanta e vem na minha direção, parando a minha frente.

Eu não sou baixinha, minha cabeça é da altura do seu queixo, então quase estamos com os rostos colados um no outro.

— Nos veremos novamente? — ele pergunta. A voz dele é grossa, mas sussurrando... Por que faz isso comigo, homem?

— Sim. — respondo, quase sem voz.

— Uma pena que vá embora um dia depois de chegar.

Eu não sei o que responder, porque toda essa aproximação me faz ficar sem palavras. O seu olhar no meu, o sorrisinho dele se formando...

Daniel coloca a mão no meu rosto, acariciando minha bochecha.

Me beija!

Me beija!

Ele está se aproximando!

Me beija!

Ele beija meu rosto!

— Podemos ir agora? — pergunta, com aquele sorriso pretencioso. — Está com raiva por algum motivo?

— Não, estou muito bem. — forço um sorriso. — Sim, podemos ir.

Daniel vai ao quarto e depois desce com outra roupa, dessa vez, mais formal.

— Qual seu estilo de música favorita? — pergunto quando entramos no carro e outros três carros nos acompanham. — Às vezes parece um cara muito culto e sério, depois parece um homem de vinte e sete anos, mais relaxado.

— Eu escuto rap, heavy metal uma vez ou outra, reggaeton mais ou menos. E você?

— O mesmo, tirando o heavy metal que não é tão minha praia.

— Então podemos ir a algum show no futuro sem que pessoas queiram nos matar.

— Nunca fui a qualquer show.

— Sério?

— Sim, quer dizer, o aniversário do meu pai serve? Teve uns shows particulares, mas esses shows comuns, nunca fui. Não tinha com quem ir.

— Só tem Giulia de amiga?

— Sim... — lembro agora de Leila. — E Leila, mas ela não é amiga, é uma conhecida... Colega.

— Já escutei Giulia reclamando de Leila, pensei que você nem gostasse dela.

— Ela é estranha, eu acho que meu pai até investigou sobre a vida dela, creio que não achou nada, pois nunca mais falou do assunto.

— Ruim ter que ficar investigando toda pessoa que aparece em nossas vidas, até por isso não durei tanto na faculdade. Muitas preocupações juntas.

— Algumas pessoas sabem quem sou, outras apenas me evitavam. Faculdade é um local para achar gente chata, ainda mais quando é particular e muito cara.

— Eu era sozinho, porque Leo não estava no país, o que era pior. Não queria aproximação e também não queria ficar sozinho, apenas saí.

Por um instante penso se seu passado ainda não está na sua mente. Querer ficar sozinho, mas não gostar de ficar sozinho. Sair de locais onde as pessoas querem se aproximar...

— Acho melhor abaixar o vidro. — Daniel fala assim que chegamos a entrada do bairro que dá acesso a casa onde moro com meus pais. — Para verem que é você.

Abaixo o vidro e logo percebo as pessoas fofocando quando passamos.

— É que você estava desaparecida até ontem, sabe, você fugiu de um noivado.

— Devo ser a fofoca da vez, ainda mais chegando com Daniel Bertollini.

— Eu só estou fazendo o caminho normal porque você está aqui, se não eu estaria fazendo um caminho mais longo até chegar ao meu destino.

— Não é tão violento assim, e a M-Unit não te receberia a tiros, não querem guerra com a Nostra.

— Não me receberiam a tiros, mas parariam meu carro, me obrigariam a descer e cobririam minha cabeça. Conheço seu pai, parece o meu.

— Talvez por isso os dois se alfinetem tanto.

— Engraçado porque os dois filhos se querem.

— Engraçado que você sempre tem a chance e nunca faz nada.

Atingi!

Feri o ego de Daniel.

— Senhora lenta está reclamando por eu ser respeitoso?

— Esperava mais, querido.

— Então por que não me beija?

— No meu clichê, você que toma a iniciativa!

— Sou o seu clichê?

— Não temos dois dias convivendo e eu falo essas coisas pra você? — nem eu acredito nisso.

— É natural, acontece com pessoas que se gostam e quando a energia bate. Mas se quer beijar, me beije, ou nunca fez isso?

— Já fiz isso!

Ignoro o riso provocador de Daniel, ignoro-o por completo... Mentira!

Penso nele, penso nessa rapidez toda...

Por um lado não é rapidez porque não aconteceu nada, o contrato de casamento foi negado — pelo menos da minha parte —, só estou conhecendo o cara, não é rápido como penso.

Não, não é rápido!

Mas é rápido para chegarmos em casa, lá no alto, na parte rica do bairro comandado pela M-Unit.

— Pronto, está entregue. — Daniel para o carro.

— Obrigada por tudo o que fez por mim e por minha mãe.

— Entrará em contato?

— Tenho seu número. — fui guardando de bolso em bolso, cada troca de roupa eu guardava o número em outra roupa para não perder... E por vergonha de pedir novamente, confesso.

— Sabia que guardaria com carinho.

— Obrigada pela ajuda, Daniel.

— Até amanhã.

— Até qualquer dia.

— Até amanhã, Jasmine!

Eu abriria a porta, mas acabo parando e olhando para Daniel.

Dane-se! Se eu quero e ele quer, eu posso!

Eu beijo Daniel.

Não sei de onde tirei essa coragem, mas eu beijo sua boca. Seguro seu rosto e ele coloca sua mão nas minhas costas, me mantendo perto.

Já beijei, só que nunca fiz nada além disso.

Mas aqui, nesse momento, eu quero ficar mais perto, eu quero beija-lo ainda mais.

Nossas línguas passando uma pela outra, sua mão... Quase estou indo até seu colo, sentando para termos mais contato...

Alguém bate no vidro do carro.

— Jasmine! — é meu pai! — Sem agarramento no meio da rua e dentro de um carro!

Afasto-me de Daniel no mesmo momento, envergonhada por esse flagra.

Abro a porta do carro, quase nem consigo, e saio com passos acelerados.

— Até amanhã, Jasmine! — escuto o grito de Daniel, porque já estou dentro de casa.

Eu beijei Daniel!

Eu beijei Daniel!

Sorrio como uma boba.

— Ganhou na loteria? — paro de sorrir quando, só agora, percebo Alex e Allan na minha frente, sentados no sofá na sala de estar. — Só assim para alguém sorrir tanto.

— Você deve ser o irmão insuportável, Alex. Não preciso ganhar na loteria para ser feliz.

— Ah, meu Deus, aposto que beijou um cara. — Alex enfia uma colher enorme de brigadeiro na boca. — Não foi?

— Só pode, um sorriso idiota só pode ser homem. — Allan nem olha na minha cara.

— Mulheres não dependem de homem para sorrir, eu sorri por outro motivo mais importante que homem...

— Beijando Daniel no carro, Jasmine? — meu pai praticamente reclama quando entra em casa, quebrando todo meu discurso empoderador.

— ''Não foi homem'', ela tentou dizer. — Alex continua comendo o brigadeiro.

— E daí, Alex? Qual o problema disso?

— Já estão tendo uma discussão como irmãos? — minha mãe chega a sala e bate na perna de Alex, para que ele tire de cima da mesa de centro. Alex obedece, mas antes resmunga. — Que coisa mais linda!

— Então é agora que todo mundo me conta a verdade? — mudo completamente meu semblante, ficando séria. — Ou eu devo sair novamente e não retornar mais?

— Se te faz melhor, estamos tão confusos quanto você, Jasmine. — agora Allan olha pra mim. — Também não sabemos de nada, tampouco a informação que, um dia, estávamos ''mortos''.

Olhamos para meu pai.

— Vamos tentar encaixar as peças e ver se chegamos a alguma conclusão. — aponta para o sofá. — Eu não entendo nada, e pelo que vejo, nem os dois que estiveram do outro lado, entendem.

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