Ardente Perdição - Duologia V...

Od AutoraLua_M

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Uma missão não finalizada. Uma traição dentro de uma salaz paixão. Dois marcos dentro da história de duas bom... Více

Ardente Perdição
Guia de personagens
Book Trailer
Prólogo
INÍCIO DE POSTAGENS
Capítulo I
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
× Recado ×
Capítulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV

Capítulo II

367 36 65
Od AutoraLua_M

▙▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▚▜

Capítulo 1/2 como prometido para início!

Boa leitura e não esqueçam das estrelinhas e reações!

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Ethan Blake

— Como pôde ser tão descuidado? — James disparou incrédulo após escutar as instruções e ordens do homem na ponta da mesa.

— Eu não fui informado que o local havia sido tomado por Oliver, muito menos meu reforço — William defendeu-se logo com um tom pesado.

— Reforço muito inteligente em deixar seu anel — murmurei para mim mesmo ao organizar os fatos sobre a merda catastrófica.

Precisaríamos invadir um dos locais da ASSA que era utilizado por William para despistar inimigos, inclusive seu irmão. Aparentemente o Sparks mais novo adentrou o local sem saber que já era de conhecimento de Oliver e havia sido limpo, então deixou suas digitais e de seu desconhecido reforço, além do anel desaparecido pelo local.

Pelo o que foi dito, Oliver não dá tanta importância ao local, então não seria difícil limpar a merda de William e sair como se nada tivesse acontecido.

— Eu quem deixei cair às pressas.

— De qualquer forma será necessário apagar sua entrada no sistema, ele ainda não deve ter sequer prestado atenção, mas se usou seu anel para entrar, ele saberá — Isaac alertou fazendo todos contorcerem o rosto pela bola de neve que se formava.

— Mais um ponto para vocês trabalharem.

— Quem diria, William Sparks dando problema, estamos no fim dos tempos mesmo — Max zombou atraindo um olhar corrosivo do mais velho.

— Preferem isso ou querem que indique para cuidar de novatos irritantes que saíram da academia e são tão ou mais prepotentes que você? — William inquiriu carregado de cinismo.

— Não! — aclamaram alto nos projetando em sua direção por desespero, eu apenas o fuzilei com o olhar.

Aquilo era um pesadelo.

— Agora eu entendo o que todos diziam.

— Estou para explodir um para você ter noção, Fox — Lauren garantiu para a amiga que reclamava com nojo.

— Eu ajudo a expor o corpo como aviso.

— É exatamente o que eles querem, Venus — Dean advertiu frustrado.

— Não querendo atrapalhar o debulhar de lágrimas e as declarações de amor aos novatos, ainda temos muito a fazer esta noite.

— Shadow sempre atrapalhando as fofocas.

— Vamos logo. — Apaguei o cigarro e tomei rumo para a saída da sala de reuniões sem os esperar. — Amanhã terá seu anel de volta e sua cabeça não estará a prêmio.

— Eu espero.

— Nós nunca erramos, Koll, fique tranquilo.

Ignorei o olhar desconfiado e crítico de William pela fala de James e segui pelo corredor planejando mentalmente o que faríamos, contudo meus pensamentos foram interrompidos por uma discussão na sala a poucos passos em minha frente.

Alexa estava de frente para o corredor com uma postura irresoluta e um tom bronco para alguém de costas para nós. Uma mulher de cabelos castanhos e roupa branca, esta carregava um ar indiferente enquanto brincava com o líquido em seu copo.

Não sei se me preocupava com a presença repentina de Alexa, ou com o fato de repreender alguém de uma forma tão contida como ela jamais fazia, sem veneno como sempre tratava pessoas próximas ou que não suportava. Me deixado perdido entre ignorar ou sacar a arma para a desconhecida, que eu teimava em analisar tentando me recordar de onde a conhecia, parecia uma memória gravada com uma lâmina em minha mente.

— Você só pode ter batido com a cabeça durante a vinda para Los Angeles, ou bebeu água estragada que afetou os neurônios de senso! Quantos anos você tem? — acusou em um misto de raiva e preocupação.

— Atiramos? — Janne questionou baixo ao meu lado, porém Hillary negou com a cabeça.

— Poderia ter colocado tudo a perder e eu não digo por sua missão, objetivo e localização, e sim por você, foi completamente imprudente. — A mexicana apontou mais uma vez e não obteve qualquer resposta.

— Será que sai sangue? — Dean se posicionou para tentar ver quem estava de costas para nós.

— Essa foi a ideia mais ridícula e infantil que você já teve. — Alexa se projetou para a mulher em sua frente que não se moveu para recuar.

Por míseros instantes o silêncio inundou a sala e cogitei que o pior aconteceria, afinal o rosto de Alexa se contorceu em uma feição irritada e depois em incredulidade. Porém a sala foi preenchida por uma gargalhada alta que poderia simplesmente ignorar e seguir meu caminho, entretanto paralisei por instantes com o som.

Como se meu corpo não fosse capaz de me obedecer mais, eu conhecia muito bem aquela risada e mínimos movimentos durante o ato, poderia ser uma coincidência assustadora ou meu cérebro me pregou uma grande peça, todavia também poderia ser verdade e com os fatos ocorridos na noite anterior sem qualquer explicação ou vestígio, tudo era possível.

Quando percebi minha blusa estava molhada por ter girado e puxado a mulher de cabelos castanhos rapidamente para poder ver seu rosto e por segundos um choque correu minha espinha. Meu cérebro me pregou uma grande peça ao detalhar vestígios nos traços ao mudar a expressão da mulher por meu ato e presença.

Por segundos agarrei a esperança de que os delírios de Lindsay não estivessem errados.

— Isso são modos Shadow? — Alexa interpelou com os olhos arregalados para minha ação com sua companheira, todavia não obteve resposta.

Desta vez não apenas analisei, mas gravei cada parte do rosto de quem estava em minha frente e sequer emitiu um som, me fazendo perceber como me irritava sua petulância silenciosa, como não ocorria há tempos.

Traços rasos parecendo perpendiculares a outros finos e quase invisíveis, ainda capazes que lhe fazer ter um rosto familiar demais sob alguns fios castanhos, contudo sem expressão alguma. Olhos em formato quase amendoados com pálpebras desenhadas com algo preto e de íris castanhas marcantes e sem aspecto, nariz empinado em desafio silencioso, lábios marcados em um batom quase sem cor e ainda assim parecia minimamente desenhado propositalmente.

— Perdeu algo aqui, Blake? Creio que não, então mantenha distância para a sua própria segurança — Roxie afirmou ácida ao se afastar abruptamente de mim. — Com licença.

Me senti minimamente atordoado como se caçasse no fundo de minha mente cansada algo. Era isso, efeito de noites muito mal dormidas para cogitar algo assim ou resolver gravar como um obcecado a desgraçada petulante.

— Continuando nossa conversa, eu fiz o necessário. — afirmou para Alexa tomando outro rumo, para a sala onde William estava. — E foi incrível, você precisava estar lá, terror psicológico sempre será o melhor em uma lenta tortura.

— Oliver ordenará que cuide de...

— E quem disse que eu sigo as ordens de Oliver Sparks? — asseverou nos lançando um mínimo olhar por cima do ombro. — Eu faço as regras nesse jogo, Montez, e ele está em minhas mãos.

— Quanta arrogância — sibilou Lauren fazendo todos concordarem.

O que ela faz aqui em um dos bunkers cedidos pelos russos? Ou seria melhor me perguntar de onde vem tamanha segurança sobre suas palavras e atos?

Independente da pergunta correta ou resposta, agora recuperava meu fôlego e sanidade tirada por um momento de completa falta de lucidez por tanto cansaço e trabalho. Logo chegaria a beira da loucura e meus amigos concordavam com isso, não precisavam falar, o semblante no rosto de cada um denunciava sobre meu ato.

— O que foi isso?

— Não importa, vamos.

Eu precisaria de mais cigarro.


(...)


— Agora virem a direita e sigam por 150 metros e então tomem a esquerda — James instruiu nos fazendo trocar de posição para manter a guarda alta.

Já estávamos no pequeno prédio de William, adentramos com cuidado e disfarce a partir do subsolo, apagando apenas o necessário de agentes de segurança. Não podíamos chamar atenção mesmo com a segurança fraca e banal que estava de prontidão.

Estava acompanhado por Hillary, Janne e Max para limpar o local e o caminho, enquanto James nos instruía e fazia a cobertura de Isaac e Lauren com a ajuda de Dean, precisavam apagar os registros de acesso no sistema e controlar as câmeras.

Seguimos as instruções dadas pelo sub-líder, entramos no corredor escuro à esquerda e para nosso azar e estranhamento, demos de cara com uma parede sem qualquer vestígio de ser uma passagem ou oca.

— Uma parede? Está lendo a planta certa? — indaguei incrédulo e impaciente.

— Claro que estou, não tem nenhuma parede, o sistema confere, é uma sala que dá no escritório.

— Não, é uma parede, com toda certeza — Max atestou procurando algum vestígio com a lanterna.

— Aqui o mapa está diferente, existe uma entrada.

— Não existe, é uma parede de concreto — Janne aclarou também.

— Tem algo errado.

— Seu senso de direção, Ghost — rezinguei o fazendo suspirar pesadamente e xingar.

— Talvez esteja precário pela idade — Hillary zombou me fazendo a fuzilar com o olhar, não era hora para provocações.

— Então tomarão outro caminho.

— O único — assegurei e com certeza o fiz revirar os olhos, ele odeia estar errado.

— Retornem e sigam reto o corredor, então poderão tomar a esquerda e continuar até a sala que antecede o local principal — indicou antes que um sim estranho se fizesse na ligação. — Precisamos desligar ou irão interceptar, boa sorte.

Estávamos por conta própria agora. Tomamos uma formação até que tivéssemos certeza de que era seguro, desmaiamos apenas três seguranças antes que nos vissem e concluímos que o caminho estava limpo.

Um grande erro, ou melhor, um duplo erro. Enquanto nos precipitamos, nossos inimigos foram barulhentos demais. Poderíamos desaparecer por ali, contudo acionaram mais outros ou a base, então teríamos o pescoço na forca de Oliver.

Nos posicionamos e esperamos que adentrassem o corredor, assim que estavam entre nós e desnorteados procurando, entramos em ação. Bati a cabeça de dois contra a outra os deixando como baratas tontas, então me dirigi a outros alvos em uma luta corpo a corpo.

O máximo que precisaríamos fazer seria matar poucas pessoas e apagar outras, ou sujaríamos o local e facilmente nos encontrariam, afinal o novo presidente da Alpha estava em nosso encalço e mesmo sem provas, ele conseguiria algo.

Afundei o rosto de um contra meu joelho e arremessei uma mulher sobre uma outra que estava prestes a esfaquear Janne, por com uma boa mira as fiz bater com a cabeça e desmaiar.

Mais agentes chegavam e se tivéssemos sorte, não teriam conseguido contatar a central. Mesmo assim significava que nosso tempo estava mais curto e nossas opções limitadas.

Porém repentinamente sons de tiros ecoaram, assim como conversas e ordens exaltadas. O que nos fez parar momentaneamente e olhar em direção ao corredor, nenhum sinal, se não fosse por um homem correndo desesperado e outro tentando falhamente mirar antes de ser morto com um tiro certeiro.

Voltei a trocar socos com dois agentes e para meu azar, um terceiro saltou em minhas costas me fazendo cair. O derrubei junto e acertei uma cotovelada em seu olho e rapidamente uma rasteira em um dos que ficou de pé, assim pude me levantar e acertar a cabeça de outro contra a parede e a faca direcionada a mim, em sua barriga.

Por segundos essa foi minha perda de controle. Derramar sangue quando não devia, no entanto do que importava se no corredor ao lado conseguimos ver corpos caindo quase empilhados para chegar ao nosso ou sendo lançados preguiçosamente.

— Eu não queria dizer nada, mas que porra é essa? — Hillary exasperou ofegante.

Antes que pudesse responder, a pessoa apareceu no local e foi atacada por um dos agentes, que foi degolado sem piedade após um rápido desvio. Era aparentemente uma mulher de uma estatura consideravelmente baixa e com uma fúria descontrolada, ao nível que atirou em todos, até os inconscientes no chão e em nossa direção, ou quase se não atingisse o homem que se levantou atrás de mim e Max.

— Espero que esteja preparado — Max soprou em aviso.

— Apenas um movimento — censurei.

Nos preparamos para precisar desarmá-la, no entanto ela parou em nossa frente com as armas abaixadas e aparentemente ofegante por debaixo da máscara preta. A analisei por instantes, quase vislumbrando o demônio que me assolou em uma ilusão mais cedo, agora por debaixo de uma roupa inteiramente preta, armada e os fios presos bagunçados.

— Max Carter, é sempre um prazer vê-lo — cumprimentou com um tom quase sombrio e dominante.

Esse mísero chamado fez Carter paralisa ao meu lado, seu corpo pareceu enrijecer no mesmo instante, suas pálpebras piscaram inúmeras vezes e os olhos começaram a procurar rapidamente por algo ou alguém em específico. Mínimas ações que me fizeram o encarar a esperar de alguma fala ou reação, entretanto pareceu perder a voz completamente.

Antes que levantasse a mão para tentar alcançar a mulher em sua frente como uma miragem assustadora, puxei sua mão e o virei para mim. Enquanto ele alternava olhar para cada um de nós confuso e atordoado, eu o repreendia por sua possível tentativa de morte.

Que merda é essa? Parecia tão perdido quanto eu mais cedo e isso chegava a ser preocupante, como se tivesse o poder de enlouquecer e deturpar situações facilmente.

— Quem é você? — Janne inquiriu com a arma na nuca da intrusa que nem se assustou.

— Me sequestraram e não se recordam de mim? Crianças inexperientes — elucidou baixo com aspereza.

Receosamente Janne tirou-a da mira e se juntou a nós para esperar qualquer movimento suspeito de Roxie que, apesar do feito e da postura confortável, ainda não era de nossa confiança.

— O que faz aqui? — indaguei dando um passo em sua direção para confrontá-la pelo local caso necessário.

— Isso se tornou uma emboscada — indicou. — O prédio é muito bem vigiado, fico surpresa que entraram, no entanto não conseguiriam sair facilmente ou estariam na sala de tortura de Oliver, garanto que não é nada agradável.

— O prédio...

— É um dos preferidos de Oliver, Fox — completou sem nem a o olhar, parecia tentar manter o controle sobre mim enquanto eu fazia o mesmo. — Pela manhã será feita uma varredura à procura de digitais e materiais, por isso tanta atenção e ao mesmo tempo dispersão.

— E por ser da equipe dele está aqui?

— Não, Shadow, Koll me enviou depois que expliquei a situação. Se quiserem o contatar, façam. Por agora menos perguntas e mais ação, eu preciso acabar com as testemunhas do prédio e chamar minha equipe para varrer, enquanto isso limpem o que precisam e saiam

— Mazen, acione Koll — ordenei para Max e ele assentiu conturbado. — Um erro, e eu a encontro nos quintos dos infernos — declarei para Roxie que deu as costas e seguiu.

Enquanto Max entrava em contato com William, o que foi especialmente difícil pelas linhas de rede e comunicação estarem oscilando, rumamos para a sala que antecedia o escritório. Nos separamos para identificar e limpar todas as digitais espalhadas e quaisquer vestígios a mais em todas as salas, móveis e paredes, porque não contente em ter um escritório com um salão defronte, William detinha salas a mais.

Demoramos um tempo considerável e não houve qualquer sinal de Roxie durante.

Limpamos e encontramos o anel deixado para trás. Então saímos silenciosamente e preparados para outro ataque, contudo encontramos apenas a silhueta da "grande" assassina na ponta do corredor, ela por sinal brincava inconscientemente com uma adaga e mantinha o olhar perdido em uma parede.

O que a deixava ainda mais estranha, para não dizer misteriosa e ameaçadora como um louco fora do hospício.

Nos aproximamos cogitando que ela fosse fazer algum movimento brusco e tentar nos retalhar, no entanto apenas acenou e tomou um caminho que deveríamos seguir e por coincidência era semelhante ao da outra parte da equipe.

Isaac paralisou e sinalizou para os outros três companheiros, estes se prontificaram em uma formação com armas apontadas em direção a Lowell. Não era ao todo uma ideia ruim matar a vadia extremamente confiante.

— Quem é...

— Rosalie? — James questionou baixo em surpresa e se colocou à frente.

— Me confunda mais uma vez e enfio essa faca na sua testa — ralhou em ameaça.

— Lowell?

— Que merda é essa? — Dean completou a frase de Lauren que por sinal parou por estar já enfurecida.

— Uma longa história — garanti e sinalizei para continuarmos a andar. — A qual eu gostaria de uma explicação sobre, como sairemos daqui já que alguém causou tanto alarde.

— Os movimentos foram extremos e com certeza não se iniciaram aqui, na verdade não temos nem sequer noção — Isaac proferiu ao meu lado.— Podem ter acionado off-line.

— Ou o número de notificações seja suficiente — Lauren completou insegura.

— Então, Lowell, se é de tamanha confiança...

Não pude terminar minha pergunta, o comunicador na cintura de Roxie tocou e ela logo atendeu no viva-voz. Sem qualquer preocupação e isso era ótimo para nossa segurança e atenção.

— Está limpo, então se apresse — alertou uma voz masculina desconhecida noutro lado da linha. — Suas missões de última hora sempre me dão dor de cabeça.

— Algo que com certeza aprecia — disse com afinco e acidez. — Estamos indo não se preocupe.

A fitei esperando alguma resposta sobre, todavia fui ignorado e precisei seguir adiante ou nos perderíamos nos vários corredores do local desconhecido. Mesmo assim Dean fez o trabalho por mim com sua grande curiosidade.

— Utilizar um comunicador assim é fácil de ser rastreado, por que não utiliza outro pessoal? Sendo agente de Oliver com certeza tem um colar ou anel, ou um ponto — supôs e ela apenas deu de ombros nem sequer olhando para um possível outro comunicador.

Percebi, graças a sua ausência de altura, que uma pequena tela aparecia em sua frente, decerto proveniente de um aparelho apoiado em sua orelha. Um dos apetrechos que nos foi negado por Oliver e seria de suma importância, por exemplo agora que a guiava facilmente pelo prédio.

Assim que saímos encontramos grandes vans e carros tomando rumos diferentes, cruzamos esta parte do estacionamento e chegamos onde estavam nossos carros, e por sinal um homem e duas motos. Talvez o homem do comunicador.

Com certeza na verdade, pela forma como se comunicaram silenciosamente era óbvio que trabalhavam juntos, o que me fez o analisar minuciosamente apesar da pouca luz. Assim como Roxie estava trajado totalmente de preto, incluindo a meia máscara, também estava armado e com um comunicador. Não conseguia ver a cor de seu cabelo ou olhos, muito menos seus traços, No entanto tinha grande porte e exalava uma hostilidade disfarçada.

Entretanto o que mais chamou atenção foi uma marca em sua mão, aparentemente uma tatuagem que me era conhecida, decerto de alguma máfia ou grupo da Beta.

— Você vai na frente deles e eu atrás, iremos os escoltar até a casa principal — Roxie instruiu ao homem.

— Não — neguei rapidamente tomando sua atenção. — Não confiamos em você e muito menos tendo acompanhante.

— Isso não envolve confiança.

— Não precisamos de você — Lauren corrigiu venenosamente.

— Se não precisassem, eu não estaria aqui. Vocês tiraram-me uma boa noite de prazer e sono, para salvar a pele de vocês por uma merda de seu chefe, ou por incompetência de vocês, o que eu não desejo acreditar — protestou ameaçadoramente para cada um. — Porém posso esperar que liguem para ele e precise matar mais pessoas, mais sangue em minhas mãos não fará diferença, ou podem fazer no caminho. Não conseguem se garantir?

Seu tom irritante e presunçoso de superioridade parecia correr minhas entranhas, por vezes precisei suportar tamanho ego e não sei como fui capaz de cair por alguém assim, contudo agora o que desejava era fuzilá-la por se intrometer onde não devia e envolver minha equipe.

Não era apenas eu que desejava isso, Lauren movida por uma antipatia, que jamais presenciei de sua parte, deu poucos passos na direção da inglesa e foi contida por Janne que riu baixo da valentia da amiga e Hillary que a fuzilou com o olhar. E os meninos estavam completamente confusos e atingidos pelo discurso da mulher de poucas palavras.

— Você e sua mania de prepotência. — O homem que a acompanhava a censurou e se aproximou despreocupadamente da onça. — A qualquer momento outros chegarão, porém não teríamos nos arriscado se não valessem, porque Oliver desejará respostas pela manhã — elucidou para nós de forma calma. — Se quiserem, fiquem com o comunicador dela, podem falar com Koll pelo canal 55.

Como um trato jogou o comunicador de Roxie para mim, o saquei no ar e o testei rapidamente, estava funcionando perfeitamente. O ato enfureceu nossa "rival amigável" e a fez fuzilá-lo com o olhar, com certeza tramava inúmeras torturas a ele, que nem sequer se importou, apenas riu baixo e deu um tapinha na cintura antes de se afastar.

Logo o olhar furioso foi direcionado para mim, mal conseguia ver pela falta de claridade, porém com certeza me desmembrava em sua mente, apenas a repliquei.

Fui cutucado por Hillary para seguir ao carro, assim o fiz sem trocar nenhuma palavra a mais. Entrei em meu carro e esperei que minha parte da equipe o fizesse também, o homem desconhecido tomou sua moto e sinalizou para nós e Roxie tomou a sua logo atrás de mim.

Aceleramos seguindo a moto em nossa frente, entretanto apenas tivemos segurança quando William concordou com as palavras repetidas por Hillary. Era o trabalho de Roxie nos ajudar a sair e em seguida nos escoltar para casa, qualquer ato era crucial.

O caminho foi coberto de insegurança e silêncio, todos esperando um mísero movimento de nossa "escolta", todavia nada aconteceu durante o trajeto inteiro e por incrível que pareça, ambos sabiam o caminho de cabeça, mesmo nunca estando por lá. O que criou inúmeros questionamentos e olhares em minha direção.

Ao chegarmos estacionamos e eles sinalizaram entre si para não desligar seus automóveis. Roxie tirou o capacete e desceu da moto caminhando em minha direção com passos calmos e espaçosos, o que me fez esperá-la no lugar com seu comunicador em mãos.

Um mínimo olhar ameaçador se fez por debaixo de suas sobrancelhas e com certeza não estava sorrindo por debaixo da máscara, quando tomou apressadamente o comunicador de minha mão, ou tentou. Segurei por alguns segundos, o que a fez puxar algumas vezes e respirar profundamente.

Eu não estava me divertindo a pirraçando, eu precisava apenas de alguma pista a mais sobre ela, mas diferente de seu acompanhante, não conseguia ver sua mão por estar usando uma luva. Se ela escondia uma tatuagem como a dele, eu não saberia ou não havia notado em nossos outros encontros.

— Algum problema? — Seu acompanhante perguntou alto apoiando na moto e tirando minha atenção.

A deixei tomar o comunicador e guardá-lo, mesmo assim manteve-se no lugar me observando com atenção, assim como eu fazia tentando descobrir mais um pouco sobre a protegida de William.

Percebi o varrer de seus olhos pelo local de forma meticulosa, inexpressiva ao nível de não parecer curiosa ou surpresa, muito menos minuciosa, coisa que com certeza era. Contudo algo chamou sua atenção para que se voltasse a mim, o carro de Lindsay.

— Me avisaram que ela seria algum problema relacionado a você, mas espero que não tenha sido estúpido — engatou em um tom hostil e ácido, porém não me deu chance qualquer de responder ou questionar. — De qualquer forma, mande-a tomar cuidado com fantasmas do passado, eles cobram caro.

Não pude contestar, ela me deu as costas e seguiu rapidamente para sua moto, sem demorar deu partida e enquanto isso minha mente tentava alinhar isso com qualquer inimigo de Lindsay ou o acontecimento da noite anterior.

— É, ela é com certeza das suas — Dean proclamou ao meu lado com um tom abismado. — Ainda assim não vejo problema em tentar.

— Para sua segurança, cale a boca, Thunder.

— Se for para aguentar ela ao invés de Lindsay, eu topo — Max afirmou em um suspiro frustrado, mostrando que ainda estava abatido com o acontecimento.

Algo que precisaríamos resolver em algum momento, ele poderia saber demais ou seria afetado pela presença da desconhecida de olhos frios e distantes, isso seria um grande problema para todos.

— Eu mato as duas — Lauren declarou alto e rapidamente.

— Da última vez que implicou assim com alguém, seu destino foi se tornar melhor amiga dela, dormir na mesma cama, rir alto e destruir vidas, por último chorar por sentir falta e sentir-se traída. Cuidado com seus sentimentos, Smurf — zombou Hillary alto ao prostrar-se ao meu lado.

— De qualquer forma, ela esconde algo — James assegurou.

— E eu não deixarei passar nada — asseverei.

— Não iremos.

Eu pensei que estava no purgatório, mas aquilo era apenas o portão, com certeza o pior está por vir em passos fortes e lentos.

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