Uma Nova Oportunidade

By nywphadora

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[Tradução de "Una Nueva Oportunidad"] A segunda guerra bruxa terminou, mas levou muitas vidas, entre elas a d... More

Prólogo
Conversa com Dumbledore, e o primeiro jantar
Começando com a atuação
Entre verdades e lembranças
Rubores à vista e "O que significa isso?"
Um descuido muda um pouco as coisas
Muitas perguntas para nenhuma resposta
Passo a passo
Momentos especiais
Muita paz é pedir muito
Lembranças e mal entendidos
Retrocesso
Verdades
Uma história a contar - parte 1
Uma história a contar - parte 2
Uma noite com imprevistos
Suspeitas e planos
O caminho escolhido
Traições que doem
O peso das palavras
Aproximações
A última horcrux
Isso não é um adeus
Epílogo
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Ao estilo maroto

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By nywphadora

Disclaimer: Todos os personagens pertencem a JK Rowling. Esta fanfic é uma tradução autorizada de "Una Nueva Oportunidad" postada em 2014 no Potterfics por leona19.

Ao estilo maroto.

A manhã chegou mais rápido do que algumas pessoas gostariam. Enquanto Harry lutava para acordar os ocupantes do quarto dos garotos do sétimo ano da Torre da Gryffindor, o quarto das garotas se encontrava em relativa calma.

Nymphadora Tonks começou a abrir os olhos lentamente, sentindo-se bem, logo após uma noite bastante confusa para ela.

A primeira coisa que notou foi a comodidade, um conforto que há muito não sentia. Para ser mais precisa, havia mais de seis meses. Se deu conta de que estava deitada na cama, rodeada de um calor indescritível, sentindo-se feliz e segura. Braços fortes a rodeavam, e podia distinguir um perfume familiar ao seu redor, uma mistura de pergaminho e chocolate. Com um suspiro de satisfação, ainda sonolenta, aconchegou-se mais contra a figura, que estava ao seu lado, preparada para voltar a dormir.

— Dora? — murmurou uma voz próxima do seu ouvido.

— Hum? — resmungou por sua vez, virando-se e enterrando seu rosto contra o tronco dessa pessoa.

— Dora, temos que ir para a aula.

Aos poucos, a metamorfomaga ia saindo do torpor causado pela poção que lhe deram na noite passada, e pensava reconhecer essa voz, embora... Não era possível...

— Só mais cinco minutos, por favor. Está tão bom aqui — pediu, esfregando a bochecha contra o pijama de seu acompanhante.

Uma risada profunda e alegre chegou aos seus ouvidos, uma risada que ela...

Abriu os olhos de uma vez, levantando a cabeça com rapidez, surpresa.

— Remus?

Encontrou-se olhando fixamente aos seus olhos verdes, os olhos da pessoa que amava. Aqueles olhos lhe devolviam o olhar, cheios de ternura, e tinham um brilho, que ela se alegrou de ver.

— Olá — foi sua resposta, acompanhada por um enorme sorriso.

Tonks ficou olhando seus olhos, tentando processar o que estava acontecendo.

— O que...? Mas... O que aconteceu? — conseguiu perguntar.

Remus suspirou, com certeza esperava que ela se lembrasse.

— Não lembra do que aconteceu? — perguntou depois de algum tempo.

— Eu... Acho que ... — ficou calada por um momento — Ah! O pesadelo — murmurou finalmente.

Voltou a olhá-lo e percebeu que estava preocupado.

— Obrigada por me ajudar — disse depois de ficar em silêncio por um tempo.

Remus conectou o seu olhar, e sorriu de forma tranquilizadora.

— É um prazer, senhorita — respondeu, sem desviar o olhar.

A bruxa voltou a suspirar, desfrutando da sensação reconfortante de ter Remus tão próximo, de poder aprofundar-se em seu abraço, de poder sentir seu calor.

Apoiou a cabeça sobre o ombro do castanho, enquanto ele passava a mão por seu cabelo.

— Que bom que está bem — disse com um tom de alívio na voz — Nos assustou muito ontem — acrescentou sinceramente.

— Me desculpe — ela disse.

— Não tem problema, só queríamos te acordar... O pesadelo parecia péssimo.

Ele sentiu como ela ficou tensa, enquanto assentia em seu ombro.

— Garotos? — chamou a voz de Lily de fora das cortinas — Eu vou tomar café da manhã. Deveriam se levantar.

Remus suspirou resignado, e afastou-se de Tonks de má vontade.

— Já vamos, Lily — disse, afastando as cobertas e se levantando.

— Mais cinco minutos — pediu Tonks, fazendo um beicinho.

— Disse isso há dez minutos — respondeu Remus, inclinando-se para beijá-la na bochecha.

Ela aproveitou-se desse momento e puxou-o para que caísse na cama de novo, o que fez com que ambos rissem. Ele começou a fazer cócegas nela, conseguindo que ela se retorcesse embaixo dele, tentando se soltar.

— Eu me rendo, eu me rendo, está bem — disse com a voz vacilante pela risada.

Remus a soltou, e pôs suas mãos no colchão ao lado da cabeça dela, enquanto olhava seus brilhantes olhos cinzentos. Inclinou-se e roçou os seus lábios em apenas um toque. Foi só um momento e então afastou-se imediatamente com um sorriso debochado.

— Remus! — Tonks exclamou indignada, enquanto jogava uma almofada na sua direção, que foi facilmente desviada pelo lobisomem.

Ao sair da cama, encontrou-se com uma capa prateada e em cima dela tinha uma nota.

"Aluado, vou deixar minha capa para que possa sair do quarto das garotas sem ser visto. Obrigado por cuidar dela, Harry".

Pôs a capa sorrindo, deixando a cabeça de fora. Esgueirou-se pelo dossel, assustando Tonks.

— Eu vou trocar de roupa — disse, sem dar importância ao olhar perplexo dela — Te espero lá embaixo para tomarmos café da manhã.

E com uma piscadela, saiu do quarto.

Meia hora depois, a garota, que estava com os cabelos castanhos naquele momento, desceu até o Salão Comunal, encontrando-se com James.

— Bom dia! — cumprimentou alegremente o garoto, ganhando um sorriso.

— Olá — respondeu.

— O senhor Aluado solicitou meus serviços como cavalheiro para acompanhar esta bela dama até o Salão Principal — entoou com um ar pomposo, conseguindo que ela sorrisse.

— Pois bem — o imitou e segurando o abraço que ele ofereceu, começaram a caminhar.

Remus estava na mesa da Gryffindor, desfrutando do desjejum, enquanto pensava em tudo que tinha acontecido no dia anterior.

Tinha descoberto muitas coisas que iam acontecer no futuro, e queria tudo o que estivesse ao seu alcance para mudar tudo. Se bem que, pensando bem, nem tudo.

Tão perdido em pensamentos estava que nem percebeu quando Peter uniu-se a ele.

— Olá, Remus — cumprimentou com sua voz estridente.

O castanho ergueu o olhar, surpreso.

Sentiu que o lobo dentro de si começou a se agitar, reconhecendo um inimigo em potencial. Não pôde evitar estreitar os olhos de forma perigosa, e rosnar ao vê-lo à sua frente. O adolescente o olhou assustado, o calmo Remus nunca tinha se comportado dessa forma.

Estava tendo uma dura batalha com Aluado, já que o lobo queria se apoderar do controle, pular sobre Peter e machucá-lo. Naquele momento, para sorte de Peter, chegaram Harry e seu padrinho.

— Tudo bem? — perguntou o último, ao ver o olhar do castanho.

— Acho que Remus tem algum problema — disse Peter, debilmente.

Remus rosnou outra vez, e Sirius o olhou preocupado.

Naquele momento, Tonks e James surgiram e perceberam rapidamente que tinha algo de errado. James olhou para o amigo e então para a metamorfomaga, preocupado. Ela, ao ver o comportamento do lobisomem, caminhou rapidamente em sua direção.

— Remus? — disse em uma voz baixa, tentando ganhar a sua atenção.

Ele virou-se com seu olhar obscurecido, mas suavizou ao ver quem era.

Suspirou com certo alívio, passando uma mão pelo cabelo.

— Me desculpe — disse, olhando para Peter —, é a lua.

Recebeu uma concordância, mas o olhar do animago continuou cauteloso.

Tonks sentou-se ao seu lado, segurando sua mão por baixo da mesa, apertando-a com suavidade. Remus deu um pequeno sorriso, e ela sabia que se sentia culpado por ter perdido o controle dessa forma.

Começou a se servir, quando viu que Peter estava olhando-a de forma estranha. Tentou ignorar, mas enquanto comia, foi crescendo o incômodo ao ser observada com tamanha intensidade. Depois de um tempo, devolveu o olhar e largando o garfo e a faca, perguntou:

— Algo errado, Peter?

Ao escutar, o resto também o olhou, inclusive Lily, que tinha se unido a eles.

— Como fez isso?

— Fiz o quê?

— Acalmou Aluado. Nós raramente conseguimos.

Remus a olhou com interesse também.

Tonks abriu a boca para responder, mas o castanho se adiantou:

— Suponho porque estamos namorando.

Peter o olhou com os olhos arregalados de surpresa.

— Sua... Sua namorada? — repetiu um pouco irritado.

Tanto James quanto Sirius enviaram um olhar calculista para Peter. Parecia que aquela notícia tinha lhe pego desprevenido, e que não tinha gostado nem um pouco.

James não gostava daquele olhar de Peter, mas também não queria que Remus percebesse os olhares que a metamorfomaga estava recebendo. Sabia que Aluado era muito protetor com os seus, e que ia perder o controle do lobo facilmente.

— Olhe só, Rabicho, o perdemos! — tentou aliviar o ambiente, e tanto Harry quanto Sirius perceberam, e decidiram ajudar.

— Agora nos deixará de lado — dramatizou o animago.

— Roubou a minha priminha! —Tonks revirou os olhos diante do drama de Harry.

— Oh, parem com isso — riu Lily, dando um olhar de agradecimento a eles.

Sabia que para nenhum deles era fácil conviver com alguém que no futuro causaria tanta dor, mas sua amizade com Remus superava tudo isso. Remus sorriu para Tonks, que ergueu uma sobrancelha.

— Não sabia que tínhamos esse título — disse em voz baixa, dando um empurrão fraco no seu ombro.

Ele gargalhou, fazendo algumas garotas olharem com inveja.

— Sinto muito, senhorita. Podemos corrigir esse conflito? — perguntou com outro sorriso, que fez o coração dela se derreter.

— É claro, senhor.

— Vou ser criativo, prometo — garantiu, levantando-se.

— Quê? — foi a pergunta inteligente que conseguiu sair pela sua boca, já que tinha se distraído com o toque de seus lábios em sua bochecha.

— Disse que não sabia que era minha namorada, então vou pedir no modo maroto — explicou, enquanto pegava a sua mochila.

— Ah não — foi o que saiu de seus lábios.

Em seguida, James, Remus, Sirius e Harry saíram do Salão Principal, deixando uma Nymphadora atordoada e uma Lily risonha para trás.

Virou-se ao escutá-la rindo.

— Me desculpe — a ruiva desculpou-se, ao vê-la erguer as sobrancelhas — É muito engraçado ver como fica tonta perto dele.

Tonks não pôde evitar corar, mas também riu.

Foram até as aulas da manhã, embora suas mentes estavam ocupadas pensando no que Remus ia fazer como um bom maroto. Depois de poções e transfigurações, os garotos se reuniram para o almoço, falando sobre a matéria dada.

— E é por isso que a poção pode adquirir qualquer cor — explicava Lily.

Harry ficou pensativo.

— Uma vez, li sobre uma poção que adquiriu a cor dourada. O que significa? — perguntou.

Tonks prestou mais atenção à conversa. Sabia que Harry estava falando da cor que tinha tido a sua poção polissuco quando a Ordem o tirou da casa de seus tios, alguns dias antes de se tornar maior de idade.

— Isso é muito raro — admitiu Lily, enquanto tomava um gole de suco — Se a poção é dourada, quer dizer que a pessoa tem um coração puro.

A expressão de Tonks era de puro choque.

— Que delícia — deu uma piscadela, e Harry mostrou a língua — Ei! Não faça isso!

Os outros riram.

Depois das aulas da tarde, os marotos, com exceção de Remus, estiveram entretendo as garotas no Salão Comunal. Tonks tinha desistido de perguntar sobre ele, as respostas que recebeu variavam de "Ele tem umas coisas de monitor para resolver" até "Não consegue ficar algumas horas longe dele?", é claro que essa foi realizada pelo seu tio.

Quando se preparavam para descer, uma coruja apareceu no dormitório das garotas, pousando sobre o ombro da metamorfomaga.

— O que está fazendo aqui, garota? — perguntou.

Viu que tinha uma carta amarrada na pata. Desamarrou-a, e sem esperar por uma resposta, a coruja afastou-se. Tonks não pôde evitar sorrir ao identificar a letra de Remus no pergaminho. Abriu e leu:

Estimada senhorita Tonks,

O senhor Aluado (maroto ativo) quer convidá-la a um lugar esta noite.

Se aceitar este convite, lhe peço que esteja fora da Torre da Gryffindor alguns minutos antes do jantar, onde uma escolta a levará até o lugar surpresa.

Com amor, R. J. Lupin.

PS: Não precisa se vestir formal, de qualquer forma é linda.

Lily, que leu o bilhete por cima de seu ombro, suspirou.

— Com todo o respeito, ele é muito romântico — opinou.

— Ele é — concordou Tonks, olhando para o relógio.

— Anda, anda — apressou-a — Vai se arrumar, essa noite vai ser especial — disse, abrindo o guarda-roupa.

A metamorfomaga concordou e começou a se arrumar.

Meia hora depois, uma alegre Tonks saiu do retrato da Mulher Gorda, olhando para os lados, sem ver ninguém ao redor. Ficou parada, batendo a perna, ansiosa.

— Que pouca paciência — disse uma voz debochada atrás dela.

Virou-se para não ver ninguém.

— Sai dessa capa — mandou.

— Ai, me descobriu — Sirius fez uma birra de criança pequena, mas guardou a capa.

— Palhaço — foi o murmúrio de Tonks.

— Você está ótima, Nymph — disse com um sorriso.

— Valeu.

— Vamos? — perguntou, oferecendo o braço.

Ela o segurou e começou a caminhar, mas Sirius parou em frente a uma passagem que os levou para outro corredor. Chegaram a uma porta, e Tonks percebeu que era a Sala Precisa.

— Aqui terminam os meus serviços — anunciou Sirius, fazendo uma ridícula reverência.

Ele afastou-se, e Tonks aproximou-se da porta. Levou um tempo para abrí-la.

A sala tinha se transformado em um lindo prado, tinha um céu estrelado, e uma cascata no fundo que encaixava perfeitamente com o lugar. Justo no centro da sala, uma mesa redonda de madeira com duas cadeiras, e um jantar para dois. Tudo iluminado pelas estrelas, e as velas iluminavam mais tenuemente.

— Gostou? — perguntou uma voz com suavidade atrás dela, enquanto uma mão quente pousava em seu ombro.

Virou-se para se encontrar com Remus, que a olhava fixamente.

— É lindo — disse com sinceridade, fazendo que sorrisse com alívio.

— Tinha dúvidas — comentou enquanto estendia uma mão.

Tonks segurou, e a dirigiu até uma das cadeiras. Ela sorriu, esticando sua mão para acariciar sua bochecha.

— Obrigada — sussurrou.

— Não, ainda não. Nem começamos ainda — respondeu enquanto segurava sua mão — Está linda.

— Mesmo?

— Eu nunca mentiria para você.

Aproximou-se para beijá-la, mas afastou-se no último instante.

Tonks o olhou confusa, mas não comentou.

Sentaram-se e começaram a comer, falando de tudo um pouco. De suas vidas, os planos de Remus para o futuro, de Lily, James e Sirius. De tudo um pouco, menos da guerra.

Ele percebeu mais uma vez que ela era agradável, divertida, com um senso de humor, e espontânea. Dizia o que pensava, e essa sinceridade lhe encantava. Depois da comida, a sala lhes proporcionou um gramofone, e Remus a convidou para dançar.

Tonks garantiu que era uma péssima ideia, que tinha dois pés esquerdos, mas ele não aceitou suas desculpas.

— Não é tão ruim assim — comentou com um pequeno sorriso, enquanto se mexiam pela pisa improvisada. Remus a tinha fortemente agarrada, com uma mão em sua cintura e outra em seu ombro.

Ela o olhou com seus olhos cinzentos brilhantes, e então passou aos mãos ao redor de seu pescoço, aproximando-se mais.

— Isso é bom — disse com um suspiro de satisfação, enquanto apoiava a cabeça sobre seu ombro, desfrutando da sensação dos braços de Remus fortemente apertados ao seu redor. Essa ação fez com que ficassem mais próximos, e ambos sentiam o roçar de seus corpos, e seu calor.

— Poderia ficar assim para sempre — concordou o castanho, enterrando seu rosto no brilhante cabelo rosa.

Ficaram assim, olhando as estrelas por um longo tempo.

Quando chegou o tempo da sobremesa, a conversa seguiu, e Remus se encontrou incapaz de desviar o olhar dos olhos dela enquanto comiam morangos com chocolate.

— Queria perguntar uma coisa — disse finalmente, reunindo seu valor grifinório.

— O quê?

— Queria saber como o Teddy é.

O sorriso dela se alargou mais, se era possível.

Em seguida, tirou o medalhão que tinha no pescoço e estendeu a ele.

— Abre — insistiu, indicando o coração.

Ele fez isso com um olhar estranhado.

Quando observou, tomou uma respirada brusca, e Tonks pôde ver o conjunto de emoções que passaram por seus olhos ao ver a imagem do que o esperava.

Ficou em silêncio, incapaz de articular alguma palavra, além de que não podia abandonar a vista que lhe dava. O único som que podia escutar no momento era o da água que caía da cascata.

Ela pôde ver o amor, o orgulho, a incredulidade e a felicidade no olhar, e lhe pareceu igual ao olhar que ele lhe deu na primeira vez que tinha visto Teddy.

— É realmente... lindo — disse finalmente, sua voz um pouco mais que um sussurro.

As lágrimas corriam pelo seu rosto e não fez nada para pará-las. Tonks aproximou-se um pouco mais dele, e observaram a foto por um longo tempo em silêncio. Em certo momento, Remus virou-se para ela, estendendo a mão para segurar a sua.

— Sente falta dele?

— Muita — confessou, afastando o olhar da foto —, mas sei que é o certo, que vale a pena tentar.

— Eu não quero que isso mude — disse, olhando-a preocupado — Quero Teddy, e quero você, quero dizer... Quero Nymphadora Tonks na minha vida... No meu futuro.

Ela o olhou surpresa e igualmente emocionada.

— Mesmo? — sussurrou, tentando conter suas próprias lágrimas.

— Duvida disso? — retrucou, olhando-a fixamente.

— Eu não sei... eu... Pensei que se conseguíssemos mudar tudo, poderia procurar outra pessoa — confessou.

— E perder isso? — questionou incrédulo, indicando a foto em sua mão — Nunca — acrescentou convencido.

Tonks o olhou, mas não disse nada, esperando que continuasse.

Ele suspirou, deixando a foto em cima da mesa.

— Não percebe? — sussurrou com suavidade, ajeitando-se mais perto dela — Você me deu tudo o que eu poderia sonhar algum dia. Nunca pensei em ter uma família, em encontrar uma esposa... em ter um filho meu... Desde sempre me convenci de que ajudaria meus amigos com os filhos deles, seria um bom tio, mas nunca um pai — explicou diante de sua evidente confusão — Sei que tem uma missão e que vai ter que voltar logo, eu entendo. E também sei que terei que esperar que cresça. Difícil lembrar que agora tem quatro anos — ela sorriu diante da sua careta — Mas, sabe, eu vou fazer isso — garantiu com um olhar determinado — Sei que vou esperá-la e que vamos ficar juntos.

Sua convicção e determinação eram infalíveis. Envolveu seu braço em seus ombros, aproximando-se contra si.

— E se não acontecer? — perguntou com a voz abafada pelo ombro dele.

Remus afastou-se um pouco, e ergueu seu queixo com delicadeza.

— Acredita no amor? — não desviou o olhar dela.

Ela assentiu.

— E no destino?

Dessa vez, ela hesitou antes de assentir.

— Então teremos um futuro juntos.

— Como pode saber? — perguntou, deixando sair todo o seu medo.

O pensamento de não ter Remus no futuro a tinha inquietado e aterrorizado um pouco, mas não queria dizer nada a Harry para não preocupá-lo mais do que já estava.

— Porque, como você sabe, o amor é a magia mais forte de todas. E tenho certeza de que estamos destinados a ficar juntos, e tenho certeza de que vou me apaixonar por Nymphadora Tonks. Não penso em te perder, e sei que meu coração vai estar te esperando.

Ela apenas pôde abraçá-lo, e respirar aliviada. A sinceridade que viu nos olhos de Remus foi suficiente para saber que não mentia. Ele a apertou contra si.

Assim que se acalmou, ela levantou a cabeça para olhá-los nos olhos. Sorriu enquanto limpava as lágrimas suavemente com o polegar.

— Sei que vai voltar — admitiu Remus, depois de um tempo em silêncio —, mas ainda falta um pouco para isso. E até lá, quero passar tudo isso do seu lado, se me permitir.

Tonks sorriu.

— E como seria isso? — perguntou, erguendo uma sobrancelha, sabendo onde ele queria chegar.

O castanho a observou por alguns segundos, pensando no que dizer em seguida, mas não era um grifinório à toa, e respirando fundo, fez a esperada pergunta.

— Tonks... Quer ser minha namorada? — pediu, mordendo a bochecha, sinal de nervosismo.

Ela soltou uma gargalhada, enquanto o puxava para outro braço.

— Achou mesmo que eu ia dizer não? — sussurrou no ouvido — Eu te amo, Remus. Nunca duvide disso.

— Eu também te amo, e isso é bom — acrescentou, separando-se um pouco.

— Concordo total... — mas naquele momento, sua boca ficou ocupada demais para dizer algo.

Remus a beijou, desfrutando de todas as sensações que corriam através dele, ao sentir seus suaves lábios. Ela tinha, pensou enquanto aprofundava o beijo, a combinação perfeita de ternura e paixão.

Tonks não pôde nem sequer descrever tudo o que se moveu em seu interior com esse beijo.

Agora sabiam que nenhum segredo os separava, e Remus tinha se encarregado — primeiro com palavras, e agora com seu beijo — de que não tivesse dúvidas de que ele a esperaria em um futuro.

Ele rompeu o beijo, apoiando seu queixo na parte superior de sua cabeça.

— É incrível — disse, depois de algumas respirações profundas.

— Você também é — replicou, olhando-o com amor.

Remus roçou seus lábios, mas quando ela ia aprofundar o beijo, ele se afastou, exatamente como tinha feito de manhã.

— Ah nem vem, Lupin — rosnou, puxando-o para um beijo apaixonado.

A força que exerceu, combinada com seu desastre natural, os levou direto ao chão. Pararam o beijo apenas para começar a rir sem controle.

— Me desculpe — disse corada, assim que pararam de rir, sentando-se.

Remus sentou-se ao seu lado, abraçando-a.

— Tem estilo — brincou, descendo seus lábios para outro beijo.

Um beijo que refletia o amor, a ternura e a paixão que sentiam.

Suas línguas exploravam a boca do outro sem nenhuma pressa, suas mãos agora inquietas percorrendo as costas do outro com certo toque de desespero, e as estrelas sendo únicas testemunhas do amor que um sentia pelo outro.

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