Marcas de Sangue (Draconem 3)...

By escrevethais

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-= POST ÀS TERÇAS E SÁBADOS =- -= Primeira versão, não revisada. A versão final vai ter alterações. =- Ana se... More

Sinopse e Avisos
Capítulo Um - Parte 1
Capítulo Um - Parte 2
Capítulo Um - Parte 3
Capítulo Dois - Parte 1
Capítulo Dois - Parte 2
Capítulo Três - Parte 1
Capítulo Três - Parte 2
Capítulo Quatro - Parte 1
Capítulo Quatro - Parte 2
Capítulo Quatro - Parte 3
Capítulo Quatro - Parte 4
Capítulo Cinco - Parte 2
Capítulo Cinco - Parte 3
Final

Capítulo Cinco - Parte 1

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By escrevethais

Levanto a cabeça quando escuto o barulho da porta se abrindo. Nai entra primeiro, com Lena depois, Kauã e Natasha por último. E parece que não tiveram problemas em manter as coisas em ordem lá na frente do portão. Ótimo. Pelo menos uma coisa que deu certo.

Nai se joga ao meu lado no sofá. Respiro fundo e solto o ar devagar. Isso. Dói. Natasha olha para mim e para o bastão na minha mão antes de balançar a cabeça. É, ela estava certa. Eu não devia ter mexido com ele, ainda tinha poder em excesso demais e etc e agora estou sentindo todas as marcas no meu braço ardendo de novo por causa disso - sem nem mencionar tudo o que aconteceu no saguão. As coisas que eu fiz, o que passou pela minha cabeça... Não sei o que foi aquilo. Eu perdi o controle completamente, sem nem perceber.

E mesmo se soubesse que esse seria o resultado, teria feito a mesma coisa, porque foi o suficiente para Zeli-Amare recuar.

Maira se levanta, sem nem olhar para onde estou. Ela não falou nada comigo desde que me trouxe para cá, depois da explosão de poder, e eu a conheço bem o suficiente para não tentar conversar quando ela está furiosa. Especialmente porque Maira tem motivos para estar puta comigo.

— Todo mundo aqui. Isso quer dizer que minha folga acabou — ela fala. — Augusto, se tiver alguma coisa nova me avise que volto.

Ele assente, sem sair de onde está desde que entrou na sala: de pé atrás de uma cadeira e apoiado no encosto dela.

Droga. Eu não tinha pensado nisso, mas... Mais um motivo para Maira estar com raiva de mim. É ela quem vai ter que arrumar a bagunça que eu fiz com as defesas e dar um jeito de colocar tudo de volta no lugar o mais depressa possível. Meu poder pode ter sido o suficiente para parar o ataque, mas é bem possível que eu tenha causado mais problemas que qualquer outra coisa. Merda.

— Kauã, quero sua opinião sobre parte disso — Maira continua.

Kauã levanta as sobrancelhas.

— Minha?

Maira assente.

— Zeli-Amare evitou nossas defesas por terra e por ar. Preciso saber como e acho que você pode ajudar.

Ele sorri e abre a porta, esperando Maira.

Ótimo. Se tem alguém capaz de entender o que fizeram, é Kauã. E espero que ele descubra o que aconteceu, porque não podemos ter outro ataque como esse.

E espero que ele consiga ajudar o suficiente para Maira se acalmar um pouco.

A porta se fecha atrás deles e ninguém fala nada por alguns minutos. Sei que tanto Nai quanto Natasha estão me encarando. Natasha sabe exatamente o que eu fiz, mas tenho a leve impressão de que Nai também percebeu o poder. Ou, no mínimo, as consequências dele.

E eu continuo sem ter a menor ideia do que Augusto sabe para ter insistido tanto na cerimônia.

— O que você está planejando?

Augusto olha para mim e balança a cabeça.

— Não deixar que eles façam isso de novo.

Estreito os olhos. Ele não é idiota assim. Ele sabe o que estou querendo dizer. E, do mesmo jeito como passou dias me evitando, vai se fazer de besta para não ter que responder. A pior parte é que não posso nem insistir com os outros aqui. Talvez não tenha nenhum problema em Nai, Natasha e Lena ficarem sabendo do que quer que ele esteja planejando, mas não tenho como ter certeza disso.

Droga. Às vezes eu queria não ser a pessoa que presta atenção nesse tipo de coisa.

Augusto dá a volta na cadeira e para na frente da mesa. Ela brilha por um instante antes de uma projeção da área do castelo aparecer: toda a região até a muralha e a área limpa além dela.

Ele aponta para o portão por onde entramos.

— Ninguém ouviu nenhuma explosão e isso foi perto dos alojamentos dos cavaleiros — ele começa. — Preciso...

— O agente corrosivo — Nai interrompe. — Ainda tinha um resto de atividade como chegamos.

Augusto assente. E ele conhece Nai o suficiente para não precisar perguntar se ela fez alguma coisa sobre esse "resto de atividade". Se aquilo ainda estivesse lá, ela teria avisado.

Suspiro e me levanto, encarando a imagem do castelo. Não é um espaço pequeno e a projeção já está mostrando os resultados do ataque. Perdemos uma das torres da muralha, outra está quase caindo. O teto do castelo parece que foi atingido com força em alguns pontos e provavelmente algumas salas nos andares mais altos já estão interditadas por causa disso.

Olho para Nai e ela balança a cabeça.

— Nem olharam para os bairros altos — ela conta. — Liguei para minha mãe assim que os wyverns sumiram de vista.

Pelo menos isso. Não que eu ache que vão atacar os bairros altos para valer. Não tão cedo. Mas é bom ter uma confirmação.

E não me esqueci das conversas que ouvi quando os avisos sobre o toque de recolher começaram a ser espalhados. Ou dos gritos, hoje mais cedo.

Cruzo os braços e olho para Augusto.

— Você vai precisar deixar os bairros altos saberem o que está acontecendo para valer.

Ele balança a cabeça devagar.

Iludido. Não é ele que está lá todo dia e... Quer saber?

— Não é você que está lá todo dia. Você pode ter ido lá, ter passado alguns dias escondido, mas não conhece os bairros altos. Quanto tempo você acha que vai demorar até alguém mais "esperto" tentar achar alguma forma de contato com Zeli-Amare e ver o que consegue negociar? Dinheiro fácil em troca de informações. E você sabe o que aconteria depois disso.

Ele balança a cabeça de novo.

— Zeli-Amare não daria nada...

Bato as duas mãos na mesa. As linhas de poder brilham por um instante, mas é tão fraco que tenho quase certeza de que mais ninguém viu.

— Você disse que queria começar a mudança — falo. — A mudança vai ser só para quem nasceu na cidade central?

Augusto se endireita e me encara.

— Eu estou reduzindo as restrições, pouco a pouco. Já estávamos com planos para mudar a forma como o comércio e o fornecimento de serviços dos bairros altos para a cidade central funciona. Se não fosse...

— Planos que ninguém mais sabe sobre e que vai demorar meses para notarem uma diferença — interrompo. — E restrições relaxadas que as pessoas acham que são um descuido. Não é tão simples, Augusto. Não tem como ser, depois de tantos anos com tudo funcionando do mesmo jeito. Ninguém vai ser otimista e pensar um "nossa, que bom, estão tentando fazer as coisas diferentes agora". É muito mais fácil pensar que é descuido. Ou então que é uma armadilha para ver quem vai se aproveitar dessa brecha nas restrições, para fazer uma limpa nos bairros altos depois.

Augusto continua me encarando, sem falar nada. E eu notei que ninguém nem tentou entrar no meio. Ótimo, porque de quem aqui, eu sou a única que consegue ver os dois lados disso.

Ele respira fundo e assente, devagar. Não tenho a menor ilusão de que isso quer dizer que Augusto está concordando comigo. Mas quer dizer que ele vai me ouvir e vai pensar no que falei. É só isso que eu quero.

— As pessoas dos bairros altos não sabem o que está acontecendo de verdade — começo. — Os necromantes estão seguindo o que vocês pediram de não espalhar as informações e até que estava tudo indo bem antes, mas agora não tenho mais certeza de que isso vai ser uma boa ideia. As pessoas viram os wyverns vindo para o castelo e tenho certeza que viram uma boa parte das explosões também. Ninguém nos bairros altos tem nenhum motivo para ser leal a Raivenera. Esse é só o lugar onde moram.

Augusto olha para onde Nai, Lena e Natasha estão. Natasha não reage, Nai revira os olhos e Lena dá de ombros.

— Eu gosto daqui — ela fala. — Mas se você tem meia ilusão de que eu ia tirar um fio do cabelo do lugar para ajudar Raivenera se não soubesse o que está acontecendo...

— Não preciso falar nada, preciso? — Nai pergunta.

Augusto balança a cabeça.

Ótimo, porque eu sei qual seria a resposta de Nai: os necromantes não teriam o menor problema em ver os draconem se matarem sem levantar um dedo para ajudar. No começo, tanto Nai quanto Lena - e consequentemente Natasha - só estavam no meio disso por minha causa. Porque são minhas amigas. Foram as informações e o que vimos naquele laboratório que mudaram tudo.

— Alguém vai entrar em contato com Zeli-Amare. Vai receber uma oferta mirabolante que eles nunca vão cumprir, mas que vai ser o suficiente para terem mais um acesso à cidade. Isso é um fato — continuo. — Mas se as pessoas souberem por que tudo isso está acontecendo, o que eles fizeram e como já estavam preparados para atacar antes da gente fazer qualquer coisa...

— Tem menos chance de dar merda — Nai fala. — Especialmente se der um jeito de deixar saberem que a coisa toda sobre as restrições não é um descuido nem uma armadilha.

— E se você vai mesmo cumprir essa promessa de começar a mudança, então uma das primeiras coisas que você precisa mudar é como pensa sobre os bairros altos — completo.

Augusto continua me encarando por mais alguns segundos antes de assentir.

Ótimo. De verdade, que ótimo que ele pelo menos está ouvindo.

Eu não era muito melhor que ele quando fui para os bairros altos, mesmo que antes disso fosse ninguém na cidade central. É fácil demais para quem está aqui, dentro das muralhas do castelo, pensar que não tem nada demais lá fora. E Augusto precisa deixar isso de lado, se for ser a pessoa por trás de qualquer mudança real.

Quando foi que as coisas tomaram essa proporção toda? Porque eu não tinha pensado nisso antes, mas não é só uma questão de ir contra o que Zeli-Amare está fazendo. O futuro dos necromantes está em jogo - porque não têm mais como continuar escondidos, não como foi até agora, com todo mundo pensando que não existiam mais. E, no fim das contas, não adianta ir contra uma parte do problema e ignorar todo o restante, que foi exatamente o motivo de Augusto ter feito a tal promessa para os ninguém, de que haveria uma mudança. Não é simples. E são coisas demais dependendo do resultado desse conflito.

Augusto suspira e se apoia na mesa.

— Nós nunca vamos ganhar deles assim. Não fazendo o que esperam.

Até porque eles não estão fazendo o que esperamos. Esse ataque foi uma surpresa.

Olho para Augusto. Eu não tinha reparado nisso antes, não para valer, mas quase parece que ele envelheceu nos últimos dias. Isso eu sei que não é possível. Mas é fácil demais de parecer isso por causa de cansaço. Exaustão.

Ele fez uma aposta alta quando declarou guerra. Apostou a cidade e a vida de todo mundo aqui - não só na cidade central, mas nos bairros altos também. E isso vai cobrar seu preço.

Encaro a imagem da torre destruída na muralha.

— Se você me contar o que está planejando tem menos chance de dar merda — falo.

Augusto levanta a cabeça e ri de forma seca.

— Se eu te contar, vai dar merda. Eu te conheço.

Levanto as sobrancelhas. Se ele tem tanta certeza assim, é porque é alguma coisa que eu nunca concordaria. É a única explicação.

— Você não vai me dar opção.

Ele balança a cabeça, sério.

— Não. Mas Maira sabe o que pretendo fazer.

Ah, não.

— E ela concordou?

Augusto dá de ombros, mas até isso parece forçado.

— Concordou. Não quer dizer que tenha gostado do plano.

E talvez isso tenha alguma coisa a ver com como Maira está furiosa por causa do que fiz, mas Augusto parece não se importar nem um pouco com a explosão de poder e todas as consequências disso.

***

N.A.: AAAAAAAAAAAAAAAAA socorro mil desculpas nao me maaaaaaaaaaatem. Eu me enfiei no jogo e esqueci completamente da vida e quem eu achei que ia acabar me cobrando achou que eu tinha planejado não postar mesmo e não cobrou HAHAHAHAHAHAH

Vai um capítulo inteiro por dia de post daqui pra frente e descuuuuuuuuuulpa <3

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