Josh Beauchamp
— Josh, eu tenho que ir trabalhar.— Any suspira quando eu enfio os cobertores ao redor dela.
Ela ainda está tão malditamente cansada.
Eu odeio vê-la assim.
— Você não tem que ir para o trabalho. Lisa está lá, assim como Joalin. Eu vou até lá e abrirei e terei a certeza que eles têm tudo sob controle antes que eu tenha que voltar para a minha teleconferência às 10hs.— Eu digo a ela, certificando-me que a minha voz seja firme o suficiente para que ela saiba que não haverá desistência.
Eu estou cuidando dela e é isso.
Vê-la tão fraca e desorientada ontem realmente me assustou.
Sabendo o quanto eu poderia facilmente tê-la perdido...
Sim... até que ela esteja de volta ao seu antigo eu, ela não deixará esta cama.
— Eu te amo.— Eu sussurro quando pressiono meus lábios em sua testa.
Seu doce suspiro enche meu coração até transbordar quando ela repete as palavras de volta para mim.
Trancando a porta atrás de mim para garantir que minha garota esteja segura, eu começo uma corrida em direção à academia.
Poderia muito bem tirar o meu treino do caminho.
No momento em que termino os dois quilômetros, eu sou uma bagunça suada.
Minha camisa está presa nas minhas costas e minhas mãos estão lisas.
Leva-me três tentativas antes que eu seja capaz de enfiar a chave na fechadura.
Eu acendo as luzes e aproveito a solidão vazia do prédio.
Vendo que eu tenho uma meia hora antes que qualquer outra pessoa deva aparecer, eu vou para o vestiário para um banho rápido.
A pressão da água é incrível quando não existem dez outras pessoas exigindo água dos canos e torneiras ao mesmo tempo.
Eu saio do banheiro de azulejos com uma toalha enrolada em volta dos meus quadris e trombo diretamente em Lisa.
— Que porra é essa. O que está fazendo aqui?— Eu grito com raiva, lutando para manter a toalha no lugar.
Lisa tem a decência de parecer envergonhada, mas posso dizer pelo brilho em seus olhos que isso não foi apenas um acidente.
— Sinto muito. Eu não ouvi a água. Eu estava apenas verificando as coisas antes de abrirmos.— Ela diz, afastando-se em direção à porta, mas não antes que ela permita que seus olhos trilhem sobre cada centímetro da minha pele exposta.
Eu me sinto como um pedaço de carne, e eu não gosto nada disso.
— Sim... Any me mandou abrir. Estarei lá fora em um minuto.— Eu resmungo, meus dedos tão apertados no pobre pano enrugado que eu poderia estar fazendo buracos.
Ela acena com a cabeça enquanto passa através da porta de vaivém.
Eu colapso no banco e coloco minha cabeça em minhas mãos.
O que diabos foi isso?
~ O ~
— Ei, Josh? Como está Any?
Consegui evitar Lisa a manhã toda, mas ela tem me encurralado agora quando estou me preparando para voltar para minha Any.
— Ela está bem. Aquele calor realmente a pegou ontem.— Eu digo a ela, não encontrando seus olhos enquanto vasculho os papéis sobre a mesa de Any.
— Bem, todo aquele peso extra provavelmente não ajudou.— Ela diz casualmente, e agora eu não posso evitar chicotear meus olhos para o rosto dela.
— O que você disse?— Eu pergunto, incapaz de vasculhar suas palavras para entender o que diabos ela quer dizer.
— Vamos lá, Josh. Você tem que ter notado que ela ganhou peso nas últimas semanas. Isso é o que acontece com as garotas quando se sentem confortáveis com um cara.— Ela sorri, inclinando seus quadris contra a mesa de Any.
— Por uma questão de fato, eu não ficaria surpresa se ela estivesse tomando alguma coisa para ajudá-la a perder peso. Você deve verificar as gavetas dela.— Ela diz, balançando a cabeça em direção ao metal e madeira no qual estou inclinado.
Eu não desrespeitarei Any dessa forma.
Ela não esconderia algo assim de mim.
E ela não seria tão estúpida para fazer algo assim.
Seria?
Quando Lisa lança-me um adeus, eu aceno distraidamente para ela.
Meus dedos coçam para serpentear através dessas gavetas e armários.
Mas, o que eu faria se achasse alguma coisa?
Sabendo que eu não serei capaz de me concentrar em qualquer outra coisa até que eu saiba com o que estou lidando, eu escancaro a gaveta de cima e sinto minha respiração explodir para fora do meu peito.
Ah... meu... Deus.
~ O ~
— Any!
Eu mal atravesso a porta quando grito seu nome.
Estou furioso... estou além de furioso.
Como ela se atreve?
— Estou aqui!— Ela grita pelo corredor e meus pés cobrem a distância da porta do banheiro em segundos.
A porta voa de volta contra a parede quando eu a escancaro, sem dúvida deixando uma marca no gesso por trás disso, mas não estou me importando.
Any senta-se na banheira, água espirrando sobre o lado e por todo o chão.
Mais uma vez... eu não me importo.
— Que merda é essa?— Eu resmungo, abrindo minhas mãos para que ela possa ver os dois objetos situados em minha palma.
Os olhos dela se arregalam quanto ela se empurra para cima dos joelhos, estendendo a mão para mim.
— Eu posso explicar...— Ela começa, mas estou com tanta raiva que não tenho certeza se posso mesmo ouvir o que ela tem a dizer.
— Primeiro, eu quero que você me diga há quanto tempo você está carregando o meu bebê.
Sua boca abre e fecha silenciosamente enquanto eu mexo o teste de gravidez positivo em seu rosto, e eu estou tão louco que lanço a minha próxima rodada de perguntas sem esperar que ela responda.
— E há quanto tempo você vem tomando algumas drogas sem nome para tentar perder peso?— Eu rosno quando chicoteio o frasco de remédio sem rótulo para ela.
Ela pega o frasco facilmente e empurra-se para os seus pés, deslizando desajeitadamente ao longo da borda da banheira e vindo em minha direção.
Eu me afasto até que fiz o meu caminho para o corredor, minhas costas contra a parede, e eu apenas olho para ela.
— Josh, eu sinto muito.— Ela murmura, e vejo as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
— Que porra é essa, Any? Quero dizer... você está grávida?— Eu choramingo, olhando para sua barriga nua, meu coração apertando com o pensamento do nosso filho crescendo dentro dela.
E estou furioso novamente com o pensamento de ela prejudicando a criança usando essas drogas.
— Eu não estou grávida. Esse teste é da Joalin. Ela está grávida... não eu.— Ela diz, enquanto estende as mãos para mim, trêmulas.
E, exatamente assim... eu estou arrasado.
No caminho para a casa dela, eu já a tinha imaginado segurando a nossa bela criança.
Eu sei que não é o momento certo e não estamos casados ainda... mas agora que esse bebê não existe...
Estou em agonia.
Eu empurro essa dor de lado enquanto lido com outro problema.
— As drogas?— Eu consigo falar, lágrimas ardendo meus olhos quando eu a vejo olhar para o frasco aparentemente inócuo em sua mão.
— Eu comprei de um cara que Mike conhece. Eu estava apenas tentando perder alguns quilos, você sabe.— Ela diz baixinho e eu estendo as mãos e agarro seus ombros, sacudindo-a.
— O que diabos é isso?
— É Clen. Clenbuterol. Eles usam isso em outros países para o tratamento de asma, mas não está liberado para uso nos Estados Unidos. Ele aumenta a temperatura do corpo um pouco e aumenta a pressão arterial e capacidade aeróbica. Pensei que era seguro.— Ela sussurra, encontrando meus olhos com a culpa por todo o seu rosto.
— É por isso que você não conseguiu terminar a corrida?— Eu resmungo, as últimas semanas fazendo sentido agora.
Sua agitação.
Sua agressividade em direção a Lisa.
Sua sede constante.
Ela acena com a cabeça, enquanto as lágrimas caem mais rápido agora.
— Eu nem sequer conheço você.— Eu respiro, afastando-me da parede e suas mãos à procura.
— Você conhece, Josh! Você me conhece! Eu só cometi um erro. Por favor...
Eu balanço minha cabeça lentamente.
— Não, a Any que eu conheço não faria isso. A Any que eu conheço teria falado comigo para que eu pudesse tê-la ajudado - do jeito que ela me ajudou. Ela não teria feito algo tão estúpido... tão perigoso.—Eu olhei para ela com lágrimas nos meus olhos. — Você poderia ter morrido fazendo esse tipo de merda, Any.
— Josh! Por favor, não vá embora! Eu estava preocupada com o peso que eu estava ganhando. E com Lisa perguntando sobre você o tempo todo... por favor! Por favor, não me deixe!— Ela chora, seguindo-me pelo corredor.
Eu paro em frente à porta fechada e coloco minha cabeça contra a madeira implacável.
— Eu preciso de algum tempo sozinho. Eu vou... eu vou ligar para você.— Eu digo, incapaz até mesmo de olhar para ela.
Estou com tanto medo, eu estou entorpecido.
— Eu te amo.— Ela chora, e eu só posso assentir.
Abro a porta e saio para algum lugar... tentando ignorar os soluços dolorosos de cortar o coração provenientes detrás da sua porta fechada.
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Nada a comentar. Apenas aproveitem a merda acontecendo💖
I Love You!🤍