Amor à segunda vista • COMPLE...

By autoramillyferreira

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(EM CORREÇÃO) Conseguir um bom apartamento em Nova York com uma vista incrível, um ótímo espaço e por um preç... More

Prólogo
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
catorze
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte
vinte e um
vinte e três
vinte e quatro
vinte e cinco
vinte e seis
vinte e sete
vinte e oito
vinte e nove
trinta
trinta e um
trinta e dois
trinta e três
trinta e quatro
trinta e cinco
trinta e seis
trinta e sete
trinta e oito
trinta e nove
Epílogo
Felizes para sempre
Livro novo
AVISO
DEAN

vinte e dois

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By autoramillyferreira

Passo o dia todo ansiosa. Eu mal posso esperar para a noite chegar, ao mesmo tempo que temo essa possibilidade. E nem é o meu aniversário!

Passei a noite toda pintando. Eu queria poder comprar um presente significativo para Tyler, mas nada parecido com o que ele usa cabe no meu orçamento apertado. Então pensei em presenteá-lo com o que faço de melhor… Parecia uma boa ideia na hora, mas agora me sinto patética, inclusive porque não recebi nenhuma mensagem de agradecimento. 

— O que tem de interessante aí? 

Ergo a cabeça e encontro Lance parado na minha frente, sorrindo. A gente tem se falado desde o beijo na boate, mas nada fora das paredes do trabalho. Ele até tenta algumas investidas às vezes, mas me sinto completamente… aérea. Todo esse lance da galeria tem tomado muito do meu tempo, e quando não estou ocupada com isso, passo todo o meu tempo livre pensando em Tyler. Parece uma maldição.  

— O quê? — pergunto, distraída. 

— Você está encarando o celular como se sua vida dependesse disso — diz ele. — Ficar nessa posição traz sérias consequências para o pescoço, sabia? 

De repente, sinto-me constrangida. 

— Eu só… Estou esperando uma mensagem — justifico. 

— Deve ser uma baita mensagem então. 

Aperto os lábios em uma linha fina. 

— Café? — ele oferece um copo extra da Starbucks. 

— Obrigada — aceito e pego o copo da sua mão.  

— Tenho que ir agora. Sempre bom te ver, Teri. 

Sorrio para ele. 

— Igualmente. 

Lance dá uma piscadela que me faz enrubescer antes de continuar o seu caminho. Não sei lidar bem com toda essa atenção que venho recebendo do mesmo. Ele é um cara legal, mas… não sinto uma conexão que, em teoria, deveria existir. 

— Cheryl — chamo quando a vejo passando. 

A minha amiga para no meio do caminho, olha para os lados, procurando-me, e depois anda até onde estou sentada quando me encontra. 

— Oi, safada — ela sorri. 

— Preciso da sua ajuda — digo. — Na verdade, preciso muito de uma opinião. 

— Sobre…? 

Engulo em seco. 

— O Tyler me convidou para ir ao aniversário dele… 

— Não brinca! — ela parece escandalizada. 

— Pois é…

— Vocês vão, tipo, sair juntos? 

— Não é nada disso do que você está pensando — digo. — Vai ser uma festa de aniversário organizada pelos amigos dele. Não tenho muitos detalhes. 

— Ah. — Ela parece um pouco desapontada. — Mas uma hora o meu shipping vai dar certo. 

— Como é que é? — faço uma careta.

— Ah, você não sabia? — ela sorri. — Eu acho que vocês ficariam lindos juntos. 

Enrubesço. 

— Você está louca. 

Ela ri. 

— Não estou, não. Mas me diz… Que tipo de opinião você quer? — pergunta. 

— Eu não sei o que vestir — confesso. 

— Entendi… trouxe fotos? 

Abro o aplicativo de imagens e mostro para ela as fotos das opções de roupas que tirei hoje pela manhã. Ela pega o iPhone da minha mão e começa a passar peça por peça, eliminando todas. 

— Não… não… não… absolutamente, não… não… também não… Ahhhh. Esse aqui. Com certeza esse aqui. — Vira o celular para mim. 

Engulo em seco. Eu sabia que ela escolheria a opção mais ousada. Trata-se de um dos vestidos mais discretos que tenho no quesito cor, e que eu mesma comprei na semana passada em um momento de crise. Eu estava muito chateada com o meu dia miserável no trabalho e decidi gastar metade do meu salário em um vestido que provavelmente eu nunca iria usar. Ele é preto e bastante justo. Um zíper frontal une as duas partes do vestido, e há uma fenda no fim do mesmo. 

— Mas… — tento protestar. 

— O Tyler vai babar quando te ver nisso aqui — ela dá zoom da tela. 

Tomo o celular da sua mão. 

— Já passou pela  sua cabeça que eu não estou tentando impressionar o Tyler? — reclamo. 

Ela abre um sorriso malicioso. 

— Põe uma calcinha legal. Nunca se sabe se… 

Arregalo os olhos. 

— Meu Deus, Cheryl! — cochicho. — Eu não vou transar com o meu colega de apartamento. 

— Mas devia — incentiva. — Ele deve ter uns 18 centímetros. Talvez 20. 

Fico boquiaberta. 

— Você ficou olhando para o pênis dele? Meu Deus! 

Ela dá de ombros. 

— Só queria garantir que a minha amiga sentaria em algo aceitável. E também, ele usa calça justa — diz simplesmente, como se estivesse falando do tempo. 

Dou um tapa em seu ombro, fazendo-a rir. 

— Bom, essa é a minha escolha — Cheryl insiste. — Todos os vestidos são lindos, mas esse… é espetacular. Parece se encaixar perfeitamente com o evento. 

— Vou pensar — murmuro. 

*** 

Fico encarando o vestido preto por tempo demais antes de finalmente criar coragem para colocá-lo. Olho-me no espelho de corpo todo. Não é um vestido vulgar, mas me sinto ousada do mesmo jeito, como se o zíper frontal fosse abrir a qualquer momento e me deixar nua. Mas pelo menos o tecido justo deu uma boa valorizada no meu corpo, criando curvas onde nunca existiram. Bonita. É, eu estou bonita. Muito. 

Faço duas tranças no topo da cabeça e deixo o resto do cabelo solto, dando uma impressão de estar usando uma daquelas coroas de flores. Eu estou quase sempre com o cabelo preso, e não tinha percebido o quão longo ele está. Faço uma maquiagem mais escura e esfumaçada e preencho os lábios com um batom nude. 

Ouço batidas na porta quando estou calçando o par de sapatos com salto. 

— Teri? Já está pronta? Estamos meio atrasados — avisa Tyler do outro lado da porta. Eu nem sabia que ele tinha chegado. 

— Eu já estou indo — replico. 

— Te espero na sala. 

Escuto seus passos se distanciando pelo corredor e vou checar uma última vez o meu visual. Gosto de como esses saltos valorizam minhas pernas que não são grande coisa. Arrumo uma bolsa pequena e finalmente saio do quarto, com os sapatos fazendo um som ritmado até a sala. 

— Desculpa a demora. 

Tyler se levanta. Ele parece um tanto distraído até olhar para mim. Seus olhos me avaliam de cima a baixo cuidadosamente antes de voltar para o meu rosto novamente. Estou completamente vestida, mas sinto como se estivesse nua diante dele. 

— Você está… estonteante. 

Enrubesço. 

— Ah, você só está sendo gentil, ou deve ser apenas por causa desse vestido. Eu achei que ele estava um pouco exagerado, mas eu não tinha certeza de que tipo de festa se trata, então… 

— Teri — calo-me diante do seu tom. Ele parece estar contendo um sorriso. — Apenas aceite o elogio. 

Limpo a garganta. E mais uma vez, estou falando demais… isso sempre acontece quando fico nervosa. 

— Obrigada, Tyler. Você também está… ótimo. 

Mas isso não é novidade alguma. Ele está usando calça jeans, uma camisa branca de botões e outra preta fechada por cima. Um sobretudo preto compõe o look. Acho que ele tem uma coleção de sobretudo, e desconfio que a peça seja um dos seus queridinhos. 

Ele estende a mão. 

— Obrigado. Vamos? 

Um pouco tensa, aproximo-me e entrelaço nossos dedos. Não sei porque estamos andando por aí de mãos dadas, mas eu gosto da sensação. Ele tem mãos grandes e macias e seu aperto é firme, mas suave. 

— Por que estamos andando de mãos dadas? — Não aguento de curiosidade e pergunto. 

— Você já viu o tamanho desses saltos que está usando? Só estou garantindo que você não tropece por aí e chegue na festa com a perna no lugar — responde ele, cheio de humor. 

— Ei! — dou uma cotovelada nele. — O que você quer dizer com isso? 

— Você é desastrada. E não adianta negar. 

Sorrimos um para o outro. Sou a primeira a desviar o olhar. Prendo a respiração quando sinto o seu polegar fazer um leve carinho sobre a pele da minha mão, espalhando calor para o restante do meu corpo. Se ele continuar fazendo isso, eu vou acabar me desequilibrando, e não é pelo fato de eu ser desastrada. 

***

Eu poderia esperar tudo, menos uma festa de aniversário em um iate que mais se parece um cruzeiro de tão grande. Fico de queixo caído enquanto Tyler me conduz para dentro daquela monstruosidade luxuosa. Há tantas pessoas, na sua maioria mulheres quase seminuas, que fica difícil transitar pelos corredores mais estreitos. 

— Isso é sério? — pergunto para Tyler depois que conseguimos sair do engarrafamento de corpos. 

Ele não parece muito confortável. 

— Eu não organizei a festa, então… 

— Isso não tem mesmo a sua cara — sorrio, tentando passar um pouco de tranquilidade enquanto seguro o seu braço. 

— Estou começando a achar que ter ficado em casa e aproveitado aquele bolo de aniversário que você fez era uma ideia melhor — ele brinca. 

— Ainda dá tempo de voltarmos — cutuco as costelas dele. 

Tyler sorri. 

— A propósito, obrigado pelo bolo… e o presente. 

— Não foi grande coisa — digo como se fosse irrelevante. 

Ele olha nos meus olhos. 

— Significou muito para mim. 

Abro a boca, mas não consigo pensar em nada para dizer. Não consigo desviar o olhar dos olhos dele. 

— Teri, eu… 

— O aniversariante chegou! 

Viramos a cabeça no mesmo instante, a tempo de ver Denzel vir até nós, cambaleando um pouco e segurando um copo com líquido âmbar que parece ser uísque. As pessoas ao nosso redor batem palmas e gritam "parabéns, Tyler!", vez ou outra. 

— Parabéns, irmão! — Denzel dá um abraço que parece muito apertado em Tyler, com direito a tapinhas nas costas. 

— Obrigado, cara. Festa… legal. 

Denzel abre um sorriso debochado. 

— Conta outra. Eu sei que você não gostou. 

Tyler rola os olhos, mas acaba sorrindo. Os olhos de Denzel acabam se desviando para mim e vejo o seu queixo cair enquanto ele me avalia descaradamente. 

— Puta merda! Teri?! É você?!

Fico um pouco sem graça. 

— Bom, sim…

— Cacete! Você está… 

Tyler lança um olhar feio para ele e avisa: 

— Olha o respeito. 

— Linda pra caralho! — completa Denzel. 

Dou uma risadinha, sentindo minhas bochechas esquentarem. 

— Obrigada, Denzel. 

— Vocês querem beber alguma coisa? — ele não espera resposta. — Vou pegar umas cervejas. Aproveitem! 

Observamos enquanto ele se afasta, parando vez ou outra para falar com alguém. Troco um olhar com Tyler antes de cairmos na risada. 

— Algo me diz que ele não vai voltar — sorrio, me divertindo. 

— Acho melhor nós mesmos arranjarmos o que beber. Vamos. 

Mais uma vez, Tyler segura na minha mão para me guiar pelo local desconhecido — pelo menos por mim. As portas estão abertas, fazendo a brisa gelada que cobre o porto chegar até o meu rosto. Há muitas pessoas aqui dentro; algumas bebendo, outras dançando — está tocando uma música alta que faz tudo ao nosso redor tremer — e outras por aí passeando de biquíni e short enquanto aproveitam a piscina no primeiro andar. 

Conseguimos chegar até a cozinha. Há champanhe, uísque e cerveja circulando. Pego um petisco preso em um palito pelo caminho e espero Tyler conseguir duas taças de champanhe. Hmmm. O primeiro gole é delicioso. Matamos duas taças ali mesmo e ao partir para a terceira, sugiro: 

— Quer dançar um pouco? 

Ele sorri. 

— Quero. 

Dessa vez, eu seguro a mão dele e o levo para o outro cômodo que funciona como uma pista de dança. Precisamos nos espremer um pouco para achar algum espaço, o que nos deixa bem perto um do outro. Fico sem fôlego quando ele segura a minha cintura e me puxa para colar nossos corpos. Coloco os braços ao redor do seu pescoço e começamos a dançar juntinhos, com as testas quase se colando. 

Em algum momento, saímos da pista de dança e fomos buscar mais bebidas. Nossa intenção é voltar para a pista de dança para aproveitar mais algumas músicas, até que uma presença feminina de vestido vermelho sensual se materializa na nossa frente.

— Tyler! 

Ela praticamente me dá um chega pra lá e passa os braços ao redor de Tyler para abraçá-lo. Vejo-o ficar ligeiramente desconfortável com a intromissão e ele me lança um olhar de quem pede desculpas, o qual eu retribuo com um revirar de olhos, sem cerimônia. Afasto-me deles e sigo o meu caminho sozinha. 

Preciso de um pouco de ar. Consigo achar uma escada que dá para o convés. Percebo que o iate se afastou um pouco do porto e tenho uma ótima vista da Estátua da Liberdade. Consigo ver os arranha-céus que brilham gloriosamente sem se deixar intimidar pela noite fria, dando um show de luzes incrível. Abraço o próprio corpo, sentindo a brisa gelada me causar arrepios. Estou cogitando voltar lá para baixo quando sinto algo quente sobre os meus ombros. Levo um susto e me viro a tempo de ver Tyler abrir um sorriso divertido.

— Você me assustou! — reclamo, mas puxo o sobretudo que ele repousou sobre os meus ombros para mais perto do corpo, agradecida. 

— Não foi minha intenção — ele se acomoda ao meu lado, apoiando-se na barra de ferro. — Eu estava à sua procura. O que faz aqui em cima sozinha? 

— Apenas observando a vista. 

— É uma bela paisagem, de fato.

Ficamos em silêncio por um tempo, mas a falta de palavras não me incomoda. Parecemos mais confortáveis do que nunca com a presença um do outro, e eu prefiro acreditar que isso é um ótimo passo para nossa… amizade.

— Sinto muito por aquela cena lá embaixo…

Olho para ele.

— Está falando sobre sua namoradinha?

Ele ri. 

— Kate não é minha namorada. Se me permite ser sincero, raramente nos encontramos no trabalho. Ela só estava meio… bêbada. 

— As pessoas costumam se jogar em cima de você quando estão bêbadas? — alfineto. 

— E você está com ciúme? — retruca, erguendo a sobrancelha.

Fico boquiaberta e enrubesço. Só então percebo o quão patética estou sendo. 

— O quê? Não! Claro que não. — Desvio o olhar. 

Tyler ergue o meu queixo e não tenho opção a não ser olhar para o seu rosto. Seus olhos parecem mais vívidos do que nunca. Ele esfrega o polegar suavemente no canto da minha boca, fazendo-me fechar os olhos por um segundo para apreciar a corrente elétrica que passeia pela minha pele com esse toque tão inocente. Abro os olhos novamente, e Tyler parece esperar por algum tipo de sinal. Não aguento mais. Aproximo-me um pouco, tentando deixar claro as minhas intenções, e ele parece entender perfeitamente, pois também chega mais perto. 

Sinto seus lábios sobre os meus. Enlaço meus braços ao redor do seu pescoço e ele me puxa para mais perto pela cintura, acolhendo-me no calor do seu corpo. Aquele arrepio de antes volta com mais força, deixando todos os pêlos da minha nuca em pé. Sua língua adentra minha boca, quente e macia, e eu poderia dar qualquer coisa que ele me pedisse; estou completamente rendida. Uma emoção estranha enche o meu peito e parece se expandir para o restante do corpo como um incêndio que se espalha rapidamente. 

Algo na forma como ele me beija me faz se sentir linda. Especial. Como se não houvesse mais ninguém na vida além de nós dois. 

Afasto-me lentamente, com cuidado. Encaro seus olhos, e ele parece tão perdido em emoções quanto eu. O vento joga seus cabelos em direções diferentes, e eu só queria mergulhar os meus dedos neles e trazê-lo para perto de mim para mais um beijo. Mas ao invés disso, eu me afasto. Dou alguns passos para trás, ainda olhando em seus olhos, e Tyler permanece lá parado como se estivesse em uma espécie de transe. 

Só então percebo como o meu coração está batendo forte… batendo por Tyler. 

NOTAS DA AUTORA

AMARAM? SIM? DIZ QUE SIM!

GEEEEENTE... Não resisti. Ia trazer esse capítulo para vocês amanhã, mas mesmo que eu saiba o que vai rolar em todos os capítulos, fico muito ansiosa para saber a reação de vocês.
Finalmente, depois de todo esse tempo, o beijo rolou... foi como vocês esperavam? E o que vem agora?

COMENTEM! ME DEEM BISCOITO!
BJSSSS

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