You are Art.

By Saturno_612

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A arte está presente em todas as coisas, sejam essas obviamente visiveís ou não, pode estar não somente em ob... More

🎨{Cast}📚
1.You are... Home
2.You are... My Best Friend
3.You are... My Sasuke
5.You are... Beautiful
6.You are... Orange

4. You are... Vênus

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By Saturno_612

#LaranjeiraLimao

(Deixe uma estrelinha e faça uma escritora feliz)

》》》Hiago《《《

Um pouco depois de quarenta e cinco dias esperando o Arthurmentado se arrumar, finalmente ele saiu do banheiro. Não que isso fosse novidade, uma vez que o garoto sempre foi extremamente vaidoso. "Mas Hiago, e se eu estiver indo de pijama até a esquina e me deparo com uma festa? Nunca se sabe!"

A vaidade em pessoa agora tem seus cabelos loiros (e falsos, porque aquilo ali era puro descolorante caro e inveja do meu loiro natural) bem arrumados e brilhosos, um par de brincos de cruz nas orelhas branquinhas, o pescoço comprido era bem enfeitado por uma corrente de prata descendo para seu torso. Arthur usava uma camisa meio rosada e de botões, uma vez que essa encontrava-se por dentro de sua calça preta e acabava deixando seu cinto da Gucci à mostra, em suas mãos diversos anéis caros e uma pulseira igual a corrente e, em seus pés, seu par mais caro de tênis brancos.

Sinceramente? Estava gostoso pra caralho.

Mas até aí nenhuma novidade, eu sou um gostoso do caralho também, só estou convivendo com a minha espécie.

— Mais um pouco e eu iria pensar que você tinha descido pelo ralo do banheiro, finalmente realizando meu sonho de infância — citou Cadu enquanto entrava no quarto, estava voltando da cozinha com um copo de achocolatado.

— Escuta aqui, Variante — Arthur olhou bem para o irmão mais novo — Você não desceu só 'pra Dona Violeta passar a sua camisa?

— Sim, algo contra?

— Por que você voltou com um copo do Snoopy?

O menor ficou em silêncio por uns cinco segundos pensando e:

— Violeta disse que eu não posso sair sem me alimentar, eu estou em fase de crescimento.

— Bebezão — o Belmont mais velho riu em descrença.

— O bebezão aqui ganhou achocolatado e você não, quem está em vantagem?

— Caduzinho, meu menino aranha — deixei uma risada baixa sair — Com ou sem o copo do Snoopy, você continua um bebê.

Fato este que era claramente visível. O Belmont mais novo tinha os cabelos em seu tom natural de um castanho bem claro, que estavam rebeldes, mas lhe caíam bem com os olhos castanho-escuros tão diferentes dos de seu irmão (uma vez que o mais velho herdou os olhos iguais aos do pai). Sua pele tão branca e suave como uma folha de papel era desenhada com várias pintas escuras e as sardas no rosto. O garoto mais novo usava uma camiseta larga e branca, enfeitada com desenhos de borboletas, uma bermuda em tom de azul quente, em seus pés o inseparável par de All Stars amarelos e, em seu pulso, diversas pulseiras de panos coloridos o decoravam. Fora o cheiro suave de shampoo e sabonete infantil que exalavam vindo dele.

Enfim, meu pirralho.

— Fica assim não, meu projeto de gente. Você é catarrento, mas é nosso catarrento!

A fala que fez o nosso catarrento formar um grande bico nos lábios vinha de Anthony, que estava na pequena sacada do meu quarto, onde ele testava o foco de sua câmera nova e arrumava algumas fotografias para expor na Singular&Arte.

— Anthony, se eu não te amasse, eu juro que te jogava dessa sacada só para não ter que lidar com a sua beleza natural! — Arthur disse emburrado, olhando o citado dos pés à cabeça.

— Usando erva logo cedo, vagabundo? — Thony entrou para o quarto e sentou na minha cama — Do que você 'tá falando?

— Carlos Eduardo usou toda a água do planeta no banho que ele tomou, o Hiago tá aí escolhendo uma roupa desde o começo da semana e eu — gesticulou — Eu fiz toda uma preparação trabalhada com foco na beleza, quase uma vida de pé naquele banheiro — apontou para o cômodo citado — E você só acordou e colocou uma roupinha mais chique e parece aqueles meninos de Instagram!

Desde que éramos apenas moleques no ensino médio que tinham que levar um certo catarrento com a gente, Anthony já era, de longe, o mais bonito de nós. Mas era a droga de uma beleza natural, a pele bronzeada, os vários cachos em um lindo tom preto (que hoje encontravam-se raspados), com nada além de shampoo e condicionador (às vezes). O sorriso sempre presente e a bendita educação extrema que sempre teve era irônica por seu estilo de roupas largadas e seu bendito skate que nunca mudava, apenas aos 16 que o skate foi trocado por câmeras fotográficas... até ele aprender a arte das fotografias em movimento.

O próprio Colírio Capricho! — completei e vi o elogiado negar com a cabeça pela vergonha.

Mas Anthony estava realmente muito bem arrumado; usava uma calça preta e folgada, só não mais do que a camisa social branca que, se não fosse pela camiseta preta que estava por baixo, estaria transparente. Além disso, haviam caros anéis de prata em seus dedos e as correntes do mesmo material espalhadas por seu pescoço e na abertura de cinto na calça.

— Agradeço a viadagem, eu sei que sou gostoso — levantou da cama e pegou a bolsa com os materiais — Mas vamos nos atrasar e a Alicia odeia atrasos, vocês sabem.

— Então, da próxima vez, peça para a Cinderela acordar com antecedência, se for para passar a vida de frente pro espelho — Cadu debochou, olhando para seu irmão.

— Querido, você errou a personagem — a Cinderela gesticulou, incrédula — A tia do espelho é a madrasta da Branca de Neve, além de bebezão ainda por cima é sem cultura.

— Chega os dois! Todo dia essa porra — meu Colírio Capricho raivou — Chama logo o seu motorista, Cinderela!

Não me aguentei e ri da situação toda, quem precisa pagar ingresso para ir ao circo quando se tem estes palhaços perto de você?

— E você tá rindo do que, Rapunzel? — o estressado se direcionou a mim — Vai buscar teus materiais antes que eu arranque esse teu cabelo na mão! Estamos te esperando lá fora.

— Eu tô indo, Moana, eu tô indo!

E assim desci as escadas correndo, antes que meu amigo pudesse contestar.

Passei pela grande sala de estar, seguindo para a sala de jantar e finalmente para a cozinha, vou até um estreito corredor ao fim do cômodo (casa grande dos infernos, é por isso que perdíamos o Cadu), finalmente dando de cara com a porta de meu ateliê. A porta do local já mostra muito de mim: vários respingos propositais de diversas cores de tinta que eram desfocados por um lettering mal feito com "Til death, we do art."

Por fim, peguei a chave no esconderijo dela e destranquei o local, adentrei rapidamente (o que geralmente não acontece), peguei a bolsa pronta com vários materiais para pintura, telas tanto já feitas quanto as que ainda estavam em branco e logo saí, trancando o local e correndo para fora.

— 'VAMO QUE 'VAMO CAMBADA, O PAI TÁ PRONTO — gritei em animação quando avistei todos já do lado de fora e com o motorista dos Belmont nos esperando.

— SÓ VEM, GOSTOSO! — Arthur me correspondeu como de costume.

— ME ACOMPANHA, ARTETHUR: ATURA OU...

— SURT-

— ENTRA LOGO NESSA PORRA DESSE CARRO E EU NÃO QUERO UM "AH", ATÉ CHEGARMOS NA GALERIA

— SEU SEM EMOÇÃO, SEM ARTE! — eu e o outro loiro retrucamos o Thony, porém entrando rapidamente no carro.

°•°•°•°•🎨📚°•°•°•°•°

Ao chegar na galeria de arte, como o grande artista que sou, fui recebido aos gritos.

Tudo bem que eram gritos da Alicia extremamente estressada pelo nosso atraso, mas fui recebido aos gritos e é isso que importa.

— Tá vindo do inferno, arrombado? — a cacheada parou em frente a porta traseira do carro, uma vez que eu me encontrava na janela — Demorou para um caralho, estava ocupado com as suas cadelinhas?

— Muito bom ver a admiração e confiança que você tem por mim, sério mesmo, te amo, fã — sorri cínico ao sair do carro e ir caminhando diretamente ao porta-malas do carro, pois lá estavam as minhas telas e cavaletes.

— Meu consagrado, às vezes você é muito lerdinho! — a garota raivou — Sabe quem é a presença ilustre desta edição? Isso mesmo, cabeçudo: Artemis Angelle, a violinista, além de fãs, ainda temos os maiores críticos de arte e empresários, Hiagão! O lugar está lotado.

— A arte nunca foi sobre críticos ou empresários, arte sempre foi sobre a arte! Sobre transbordar meus sentimentos nas cores de tinta, você sabe bem disso... é sobre ser arte.

Mas para o seu pai não é sobre ser arte, e sim sobre o dinheiro que ele gasta nisso acabar valendo algo que ele entenda e você também sabe muito bem disso, Hiagão.

Ah sim, tem mais essa tela sem sentimento nos quadros que se passam a minha vida.

O senhor Eduardo Albuquerque é podre de rico, podre de carisma, pode de inteligência e estratégias... e também é meio podre por dentro. Não é que eu não o ame, eu adoro quando ele chega das várias viagens com tintas novas ou quadros prontos que compra ao se lembrar de mim, mesmo sem passar muito tempo em casa. Ele ainda assim não é tão ausente, apenas liberal..., mas duvida um pouco das minhas escolhas.

Quando eu concluí o colegial, meu pai ficou mais animado do que nunca, tinha absoluta certeza que eu não saberia o que cursar ou que eu procuraria algo na área de contabilidade ou algo dos vários meios empresariais, mas eu soube o que queria fazer, sempre soube, eu queria arte tanto quanto ela me queria.

"Mas Hiago, veja bem, qual futuro financeiro os desenhos irão lhe trazer? Não faz dinheiro!"

Nunca quis dinheiro, eu sempre quis arte. Sim, é preciso o mínimo para se viver: pagar contas, compras do mês, gastos com material e até mesmo lazer. Mas a arte consome cada terminação nervosa em mim, eu sou a arte e ela sou eu! Mesmo que atrasasse uma conta, não desse para exagerar nas compras e passasse um bom tempo sem poder sair gastando à toa, eu ainda escolheria a arte.

Quando contei isso ao meu pai, ele não brigou comigo; ficou bem bravo, mas disfarçou. Ouviu bem o que eu tinha a dizer sobre a minha decisão e, tanto eu quanto meus professores, falamos a ele que eu não faço apenas por diversão, que isso realmente vende se visto dos olhos corretos.

Quais são os olhos corretos? Aqueles que veem o nome "Albuquerque" estampado em todas as grande($) parcerias públicas. Um quadro exposto não é grande coisa quando você fecha parceria com um Albuquerque, na verdade é de muito bom grado. E o Senhor Albuquerque já havia me dito que, se a conta dá o resultado errado, nós apagamos e tentamos fazer de outro jeito, do jeito certo.

Ou seja, sem resultado em artes, mudamos meu curso para contabilidade e eu odeio números, eles não dizem nada!

Mas a cor desse quadro que não se assenta aos demais é: Eu fujo da aprovação falsa e meu pai a cobra a todo evento que me vem a oportunidade... e ele de fato me ligou nesta madrugada (culpa do fuso horário) dizendo que esse é um ponto de encontro. Dos grandes.

— Ei... Meu Dalí — Alicia me chamou, tirando-me do desânimo momentâneo — Não leve tudo de uma vez, é muita coisa! Vou levar os quadros prontos, consegue levar os cavaletes?

— Consigo sim, Ali — analisei bem minha amiga, ela estava como sempre autêntica e deslumbrante — Aliás, está uma graça neste vestido verde, minha Sininho!

Após meu elogio, pude então ver uma cena tão rara quanto os braços da estátua da Vênus de Milo: Alicia Akello envergonhada com elogios, sendo que a garota é completamente desinibida.

— Como você é bobo, Peter Pan!

— Não, não, Sininho, esse aí é o Cadu.

Brinquei para descontrair e não perdi a oportunidade de deixar um selar na bochecha da minha bailarina favorita.

Conheço alguma outra bailarina? Não, mas a Alicia é minha favorita.

Bem, com todos os meus pertences (isso inclui não apenas os meus materiais para pintura, mas também Athurmentado, Cadu e Toninho), finalmente seguimos caminho para a entrada do tão famoso evento. Todos os tipos de artistas mostrando o melhor de sua criatividade, o melhor de seus sentimentos e, não posso negar, eram sentimentos lindos. Não ter muita necessidade de uma aprovação financeira de meus quadros não é necessariamente não me importar se irão ver ou não, pelo contrário, eu quero que vejam, amo ser enaltecido, só para fixar tudo aquilo que eu já sei que sou. Por isso preciso de um bom lugar para esta ação, mas com o evento extremamente lotado, seria meio difícil.

— Tudo beeeem, o mais difícil vem agora — Anthony anunciou, apoiando as mãos em sua cintura — Precisamos de um lugar claro, sem muitas cores para que o Hiago se destaque e, principalmente, um lugar bem exposto.

Tantos lugares por aí... esse museu é enorme, poderia ir para outras alas, poderia dar uma volta antes de escolher um lugar, poderia pedir para o organizador do evento (que é o pai da Alicia) me arrumar o melhor dos lugares.

Mas bem em minha direção, um pouco afastada de mim e encostada com seu estande em uma parede que dava para uma entrada em aberto, com vários livros e uma serenidade invejável, havia uma menina... ou talvez era a deusa Vênus, não via muita diferença.

Levei um tempo para acreditar que ela era real, era exatamente a Vênus no famoso quadro "O Nascimento de Vênus", de Botticelli. Assim como a deusa, a garota tinha longos cabelos ruivos, mas os dela eram tomados por volumosos e brilhosos cachinhos, o rosto bem marcado (por mais que eu não conseguisse ver todos os detalhes), assim como os traços de Botticelli, que faz questão de deixar o contorno aparente para que se possa observar exatamente todas as curvas da deusa da beleza. A personificação que estava em minha direção também tinha a pele branca, estava decorada (diferente da pintura, onde a principal encontra-se nua) por um vestido branco, que lhe fazia parecer uma florzinha de tangerina.

Tanto na própria mitologia quanto na pintura do artista renascentista, Vênus é retratada na beleza real: ela não busca ser bonita, ela não se preocupou se alguém lhe achava feia pois ela é bonita, não se esforçava, apenas era. Nas pinturas não se transparece muito, mas a mitologia conta que Afrodite era farta, além da deusa da beleza, também era a deusa da fertilidade, além de procriar com facilidade, Afrodite tinha um corpo farto, um corpo cheio de curvas bem visíveis e detalhadas e, minha nossa, aquela garota tinha as curvas mais lindas que nem Botticelli pode retratá-las! Os braços e coxas fartas pareciam tão, tão macios, a cintura fazia uma curva muito linda no vestido, me dando uma visão de que talvez não sejam apenas as roupas, ela parece fofinha em cada extremidade sua e eu só tinha mais certeza de que ela é pura arte.

E é bem ali que eu quero ficar, ao lado da Vênus.

— Ali — apontei para o canto ao lado da garota — É ali que eu vou ficar.

— Hiagão — Alicia alertou ao meu lado, enquanto olhava para onde eu apontava, só para ter certeza de que não estava ficando louca — Eu respeito o seu lugar de fala, mas eu acho o seu posicionamento, um posicionamento burro. Aquele cantinho é muito escondido, meu anjo.

Realmente, é bem provável que ninguém me enxergue ali..., mas no momento nada disso me interessa muito.

— Mas eu quero ali!

— Sagrado Albuquerque — Anthony estressou — Um lugar gigantesco desses, maior que sua casa.

— E olha que sua casa é bem grande — Ali acrescentou.

— E você conseguiu escolher o pior lugar, isso é sério? A tua cabeça funciona bem melhor que isso.

Pela Santa Frida! Será que terei de jogar meus materiais pelos ares, me jogar no chão e fazer birra como uma criança que quer um doce no supermercado para poder colocar as minhas coisas no lugar onde eu quero e ficar ao lado daquela mulher?

— Mas eu quero ficar lá! — cruzei os braços.

— Hum... Hiaguinho.

A Cinderela do demônio cantarolou meu nome e eu juro que senti meu sangue subir, tudo que eu definitivamente não precisava era do Arthur para encher a porra do meu saco.

— O que você quer!? — esbravejei olhando para o meu querido amigo.

— Meu lindinho, conta uma coisa aqui pro teu princeso — apoiou as mãos em meus ombros, fazendo uma massagem nada relaxante enquanto acompanhava minha visão para o tal lugar — Por que você quer tanto ficar ali, querido?

Eu vou enfiar o meu cavalete nas entradas mais profundas desse desgraçado.

— Por que eu quero ficar lá? P-porque sim!

— Não mente pra mim. Você sabe que é pior.

— Ah maluco, é porque... sei lá, porra! Sei lá! Por que eu te devo satisfação!? — virei-me para o outro loiro.

— Porque, se não, vou tirar minhas próprias conclusões — cruzou os braços.

— Puta merda, que garoto chato! — meus olhos reviraram tanto que me impressionei de ainda conseguir enxergar — Porque eu quero, não tem mais explicação que isso! É porque... o santo bateu!

— Hiago Albuquerque — o Arthuchato riu em desdém— Me diga, meu querido amigo... o teu santo é ruivo?

— Meia hora, Arthur — respirei fundo — Era só meia hora dando esse teu corpo com o relógio parado, só para ver se você arruma algo para fazer ao invés de ser tão enxerido!

— Já disse, se você quer que isso aconteça, então é só aceitar que eu dê o meu belo e monumental corpinho para você e-

— Garoto, juro, eu vou-

— Eu posso saber porque vocês ainda estão fazendo hora aqui na entrada, bando de sonsos?

Era Yoonryn, a minha salvação.

— Yoon — disse manhoso, enquanto batia meus pés no chão — Eu quero ficar ali, olha — apontei para o tão falado ponto — Mas eles não deixam! E o Arthur não me deu paz nem enquanto dormia, ele invadiu minha casa de madrugada, Yoon!

Para finalizar a cena, cruzei os braços e fiz um biquinho, só para dar uma emoção maior.

— Sinceramente, por que vocês implicam tanto com o meu anjinho? — a modelo aproximou-se de mim e bagunçou meus cabelos — Meu querido anjo dos olhos verdes, se você quer ficar naquele lugar apagado, mal posicionado e ainda por cima sem espaço, o problema é seu!

— Eu devo agradecer por isso? — questionei.

— Deve me dar um novo par de saltos! Mas vamos logo, leve suas coisas para lá — gesticulou — E você — apontou para Arthur — Eu vou brigar com você só depois, você não me buscou no aeroporto pra ficar com esse exagerado?

— Ah, Parkizinha — o loiro soltou um bico em falso — Você ainda é minha dama, sim? Vamos sair depois, comer em um lugar de sua preferência — o garoto estendeu o braço para Yoon, essa que logo entrelaçou o próprio braço ao do rapaz — Minha princesinha.

— Rainha — a garota corrigiu — Sua rainha.

Finalmente seguimos, levando meus materiais para o tão cobiçado lugar e durante o processo de chegar até lá, montar meu estande e verificar tudo, eu não consegui (na verdade sequer tentei) parar de olhar a garota ruiva. Ela vendeu alguns livros e cada vez que ela sorria para um cliente tive certeza de que aquele olhar sereno nunca foi e talvez nem poderá ser descrito nem nos mais belos quadros dos maiores artistas.

Talvez (muito talvez) em uma obra de Dalí, porque ela era perfeita de uma maneira tão surreal...

Quando todos foram dar uma volta, joguei o pouco de timidez que havia em mim para longe, me permitindo aproximar-me da garota. Parei em frente ao estande dela, me deixando analisar os livros que vendia, a maioria eram exemplares de romances clássicos e livros de fantasia. Olhei então em direção à garota, ela tinha um exemplar de "Quem é você, Alasca?" em mãos (Que livro é esse? Não faço ideia, sou gostoso, não crítico) e um lindo caderninho azul, cheio de adesivos com uma temática do Sistema Solar, com um "Gabriela, escritas e canela."

— Afinal, quem é ela? — perguntei.

— Hum? — a ruiva deu um pulinho na cadeira em que estava e logo fechou o livro com o marcador — Boa tarde?

— Boa tarde, quem é ela? — insisti.

— Moço, você precisará ser mais específico se quiser uma resposta minha — devolveu minha pergunta e junto com esta me entregou um sorriso tímido.

Apontei para o livro e então ela finalmente entendeu.

— Ah sim, a Alasca — me entregou o livro a fim de me mostrar e eu o peguei — A melhor personagem do livro.

— Não é do cara que fez "A Culpa é das Estrelas"? — questiono, enquanto analiso a capa.

— Sim, ele mesmo, ele tem ótimos livros, porém lhe indico esse mesmo — gesticulou para o livro em minhas mãos — É o meu favorito.

— Mas ele não é conhecido por matar os personagens? Não sei se quero ler isso sozinho, a depressão de muitos começou assim.

E aí ela riu, sim, ela riu da graça mais boba que eu já fiz na vida.

Mas eu amei a risada dela... E amei ser o motivo dela.

— Moço, eu poderia te dizer que o amor dói, mas isso é mentira — revirou os olhos, aqueles olhos lindos e castanhos — Mas posso te contar uma verdade: o amor é difícil, ele não dói, mas é preciso ser muito forte para suportá-lo, e isso não some, nem mesmo nos livros.

— Tudo bem, você tem um ponto nessa discussão — admiti — Realmente fiquei curioso, o que me faz ter uma ideia.

— Qual a sua ideia, senhor curioso? — perguntou.

— Leia comigo — disse simples — Preciso de alguém ao meu lado para ouvir minhas lamentações sobre esse "romance difícil."

— Então faremos uma troca, loiro.

— O que tem em mente, ruiva?

— Um quadro pelo prazer da minha companhia ótima para ouvir lamentações — Vênus virou o rosto em direção ao meu estande e depois para mim, ela já sabia o intuito da conversa desde que cheguei aqui, eu só fui buscar a farinha e a ruiva já estava com o bolo pronto — Você lê o livro comigo, claro, e então eu ganho um quadro sobre isso.

— Como assim "sobre isso"? — perguntei confuso.

— Eu, você e o livro — levantou e se apoiou na mesa, bem perto de mim, nunca desviando o olhar.

— Bela troca, ruiva, eu aceito.

Ela sorriu, eu sorri mais ainda e ficamos ali não sei quanto tempo, mas o barulho estourado de um microfone com mal contato me assustou e então eu acordei.

— Qual seu nome, ruivinha?

Ela ia começar a falar, mas então seu celular tocou e ela me pediu licença para atender.

— Alex, você sabe que estamos no mesmo local, não é? Era só vir aqui e me dizer, seu sedentário!

A ruiva raivou e eu ri baixo, ainda escutando a conversa, mas só as respostas dela.

— Eu brigo com você a hora que eu quiser, quem está brigando sou eu! — a garota colocou uma das mãos na própria cintura — O quê!? — sua feição foi de brava a preocupada — Estou indo! Segura o "projetinho de anime" aí que eu já estou indo! — e então ela desligou — Moço, nós ainda iremos acertar essa troca em algum momento, mas agora eu preciso ir em um lugar então... até outro momento. Você é muito legal. E lindo.

Eu ia agradecer, mas sequer deu tempo, a menina saiu correndo.

Eu sou lindo? Sim, realmente sou incrível..., mas será que ela algum dia percebeu que é a própria Vênus?

°•°•°•°•🎨📚°•°•°•°•°

OLÁ MINHAS ARTEEEEES

Tudo bem com vocês, meu amores?🥺

Nosso casal Laranjeira Limão finalmente se conheceu e aqui eu lanço um questionamento:

•Quem se apaixonou mais?Gabrielinha ou Hiagão?

Nossas artistas surtadas, Alicia e Yoonryn não apareceram muito, mas isso irá mudar nos próximos capítulos, tudo bem? Cada um deles é importante.

De qualquer forma, quero saber... Gostaram do capítulo de hoje? Qual sua parte favorita?

Também quero tirar um espaço aqui para agradecer você, leitor que vem me acompanhando até aqui, muito obrigada pelo apoio e elogios, vocês são tudinho para mim!

Deixaram uma estrelinha para esse capítulo aqui? A estrelinha ajuda sua artista aqui e traz conteúdo mais rápido para você, minha arte. Para que eu possa dar continuidade a história, preciso de um feedback, ok? Então deixe um voto, comentem tudo que quiserem, indiquem aos amigos, toda arte é bem-vinda aqui!!!

Prometo trazer algo legal para vocês se alcançarmos um número bom de leitores... Talvez uma conta no twitter para o Arthur? Ou um grupo das minhas artes... Deixo vocês escolherem :)

Avisos, pedidos e agradecimentos entregues, vou deixando vocês por aqui... Não se esqueçam da nossa tag no twitter (#LaranjeiraLimao) vale meme, surto, referência, rinha de leitor e tudo que vocês quiserem.

Beijinhos açucarados, minhas artes!

Saturno ama vocês🧡💚

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