Nosso Impossível

By josianisz

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Tony Stark quer tirar férias de sua vida, cansado dos negócios em sua grande empresa e em suas festinhas que... More

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By josianisz

Tony ajudou Peter a descer da árvore, foi um pouco complicado até que eles finalmente estivessem no chão, mas foi menos difícil do que subir. As duas pessoas não falavam a língua deles, mas mesmo assim falavam com eles, como se em algum momento eles fossem entender cada palavra. Um dos dois homens, o mais novo, que talvez fosse filho do mais velho que já tinha seus cabelos e barba brancas, se distanciou dos dois. O homem mais novo disse algo que ambos não compreendiam, mas Tony achou que ele queria dizer que iria procurar por mais sobreviventes, porque o homem mais novo parecia procurar por algo conforme se afastava.

Peter estava nas costas de Tony, sua mão boa estava envolvendo o pescoço do Stark de uma maneira que não o fosse sufocar e suas pernas se prendiam na cintura do homem. Mesmo com Peter em suas costas o Stark dava um jeito de o segurar para o garoto não escorregar de suas costas. Tony segurava a parte de trás do joelho do garoto, ele fazia isso com a maior cautela possível para não correr o risco  de tocar no ferimento na coxa de Peter.

Tony sabia que Peter devia estar sofrendo dores, ele sentia o garoto chorar um pouco em seus ombros e ele escutava uma pequena fungada da criança que estava pendurada em suas costas. O Stark também sabia que Peter ainda devia estar sangrando muito, o corte na coxa foi muito grande e profundo para uma simples regata branca parar completamente o sangramento, isso assustava Tony, se o ferimento continuasse sangrando assim o garoto não iria resistir. Tony dava graças a Deus por aquele senhor ter aparecido, mesmo não compreendendo totalmente o que o homem desconhecido dizia, ele tinha uma forte impressão de que os senhor iria os levar para um lugar segura e talvez o que Tony mais estava implorando a Deus... um hospital para cuidar de Peter.

Tony continuava caminhando com Peter em suas costas enquanto ele seguia o senhor para onde quer que fosse. Eles não andavam a muito tempo, mas Tony implorava para chegarem logo onde quer que fosse, Peter precisava de ajuda, e logo. O Stark se sentia mal toda vez que escutava uma pequena fungada do garoto, ele sabia que Peter devia estrar tentando conter o choro, mais provavelmente o ferimento doía muito para conseguir abafar todo o sofrimento. Mas algo estranho acontece enquanto ele estava andando, ele sente o garoto em suas costas se petrificar, ele podia jurar que sentia a mão magra do garoto em seu pescoço ficar fria. Tony não tinha a mínima idéia do que estava acontecendo.

--- Pare --- Peter diz em um murmúrio quase inaudível. Tony quase pensou que ele tinha escutado errado e continuou a andar.

--- Eu disse pare!!--- Peter diz gritando atrás dele, Tony se assustou com o gesto repentino, era a primeira vez que ele ouvia o garoto gritar de irritação, das outras vezes era de dor, o que não parecia ser o caso naquele momento.

Mesmo assustado com a atitude repentina da criança, Tony para de andar. O homem que estava a sua frente também para e olha para os dois de uma maneira confusa, o que Tony compreendia.

--- O que houve, garoto?--- Tony pergunta com certa preocupação. Será que Peter estava se sentindo ainda mais mal?

--- Volte, volte um pouco, por favor.--- Peter diz com uma voz trêmula e que parecia carregada de medo.

Tony não entendia o pedido estranho, mas fez assim mesmo. Tony se virou e voltou alguns passos atrás. Ele sentia a respiração do garoto ficar mais pesada e Tony estava ficando cada vez mais preocupado. Até que ele se depara com uma cena que o fez compreender todas as ultimas atitudes do garoto. E ele notou que Peter estava vendo a mesma cena.

O choro e os soluços altos logo vieram do garoto. Os gritos e prantos eram altos e carregados de dor, eram muito piores do que os gritos de quando Tony foi enfaixar seu ferimento. Tony sentiu seu coração se rasgar em mil pedaços com cada choro, pranto e gritos de fúria e de dor que viam do garoto. Ele se sentil inútil por não conseguir fazer nada para aliviar aquela dor do garoto, ele só conseguia olhar aquela mesma cena horrível que iria assombrar e mudar a vida do garoto para sempre.

Peter encarava a cena com o coração despedaçado, ele chorava tanto que quase perdia o ar em algumas vezes, ele achou que nunca tinha chorado tanto em sua curta vida. Estava tudo acabado, sua vida tinha acabado e aquela cena era a prova disso. Mesmo a cena perfurando seu coração um milhão de vezes, ele não conseguia parar de olhar, e muito menos conseguia parar de chorar. Ele chorava tanto que se perguntava se ele não iria parar de respirar em algum momento, talvez ele quisesse isso, talvez lá no fundo ele quisesse isso.

Peter sabia que as chances de seus tios estarem vivos não eram muito grandes, era doloroso pensar nisso, mais doloroso do que qualquer coisa, mas agora era muito pior, agora Peter estava vendo a prova de que seus tios não iriam voltar, a prova de que ele estava verdadeiramente sozinho agora, a prova de que ele não teria mais ninguém, Peter estava vendo os corpos de seus tios.

Aquela era uma cena a qual ninguém deveria ver, mas lá estava Peter, um garoto de apenas 12 anos que encarava os corpos sem vidas dos seus últimos parentes vivos. O garoto não conseguia parar de chorar. Ele encarava com a visão turva seu tio e sua tia que estavam deitados no chão enlameado, seus corpos estavam cobertos de hematomas e ferimentos, mas nada dava certeza da causa da morte de ambos, a leve camada de lama cobria alguns pontos de seus corpos, o casal estavam a poucos centímetros longe um do outro, o que levava Peter a pensar que eles se agarravam um ao outro até o fim, até a vida se esvair do corpo dos dois. O rosto de ambos estavam com ferimentos e lama, mas mesmo com isso ele pode reconhecer os dois. Peter se lembrava nitidamente da bermuda que tanto Peter brincou com o tio dizendo ser a mais feia que já viu, e era a mesma bermuda que aquele homem morto estava usando. A mulher ao seu lado usava um maiô preto, o mesmo que tia May tinha colocado por debaixo da roupa antes de ir para a praia. Peter chora ainda mais quanto pensa que seus tios foram arrastados pelo tsunami desde a praia até aquele local, pensar no sofrimento que eles tiveram fez Peter chorar ainda mais.

Tony não sabia o que fazer naquela situação, ele nunca tinha se deparado com um situação nem ao menos parecida com aquela, e sinceramente ele não fazia questão disso, aquela era uma das piores experiências de sua vida, uma que ele nunca desejava repetir a experiência. Ele não era bom em lidar com emoções, todos diziam isso, todos diziam que ele não conseguia nem lidar com as próprias emoções, muito menos de outra pessoa, e menos ainda de uma criança. Mas mesmo sabendo desse fato, Tony sabia que não podia ficar ali parado e deixar que o garoto se despedaçasse cada vez mais diante de seus olhos, ele sabia talvez o garoto o odiasse por isso, mas ele achava necessário nesse momento. Tony começou a se afastar dos corpos dos tios de Peter e voltou a andar na direção de antes.

O pranto de Peter diminuiu, não porque a dor tinha diminuído ou porque ele estava  mais calmo, mas sim pelo espanto de ter sido levado para longe de seus tios. Tony estava andando na direção do senhor novamente, Peter não estava entendendo porque, eles deveriam voltar, ele deveria ficar ali, ao lado dos tios, então porque o Sr. Stark estava se afastando? Por que ele estava seguindo adiante enquanto os corpos de seus tios estavam ficando para trás?

--- O que está fazendo?--- Peter pergunta com um murmúrio ainda meio choroso. --- Por que está se afastando? Volte, você tem que voltar.--- Peter diz com uma voz mais aflita.

--- Eu não posso garoto, você tem que receber cuidados, você tem que ir a um médico. Sinto muito, mas você não pode ficar com seus tios nesse momento.--- Tony diz ainda caminhando, mas com um peso no peito a cada passo. Ele se sentia culpado por fazer o garoto sofrer, mas ele sabia que isso era necessário.

--- Não, não--- Peter diz com uma voz mais desesperada.--- Você tem que voltar, eu não posso deixar eles, volte, por favor, volte agora.--- Peter diz com a voz mais alta e voltando a chorar. Ele olhava freneticamente para trás e notava que estava cada vez mais distante de seus tios.

--- Eu não posso garoto, você tem que receber algum atendimento, você não vai resistir se continuar sangrando desse jeito.--- Tony diz sentindo as palavras pesadas em sua boca. Ele não queria dizer isso a Peter, mas talvez com isso ele se preocupasse mais com seu estado.

--- Eu não ligo!--- Peter diz em um grito choroso. Tony sente um arrepio percorrer seu corpo com essas palavras, isso o assustou muito, tanto que ele começou a caminhar ainda mais rápido seguindo o senhor. Ele queria se afastar o mais rápido possível agora, ele queria estar distante daquele local para tirar aqueles pensamentos horríveis do garoto.

Durante o resto do caminho Peter permanecia chorando e implorando em prantos para Tony voltar e o deixar com seus tios. Mas Tony ignora cada suplica do garoto, por mais que isso apertasse cada vez mais o coração do bilionário. Ele não podia fazer uma coisa dessas, por mais que ele mesmo acreditasse que não tinha empatia pelas pessoas, ele não conseguiria seguir tranquilamente sua vida se ele deixasse um garoto extremamente ferido no meio de dois corpos sem vida, ninguém era tão desumano para fazer uma coisa dessas.

O senhor que os guiava ás vezes olhava para Peter chorando, seu olhar era de pena para o pequeno garoto. Era impossível não sentir esse sentimento ao olhar para o rosto avermelhado de Peter, que mesmo tendo diminuído o pranto, ainda chorava e fungava com seu rosto já avermelhado por todas as lágrimas derramadas. 

Tony não sabia exatamente como, mas ele notou que Peter tinha pego no sono em suas costas. Talvez tenha sido pelo fato do garoto ter chorado muito, tanto que todas as suas forças deviam ter se esgotado. Na verdade, Tony não sabia dizer se Peter tinha pegado no sono, ou simplesmente desmaiado, e ele também não sabia dizer se isso era uma boa coisa ou não. O braço bom de Peter que antes o rodeava estava frouxo, mostrando que o garoto estava realmente inconsciente. Tony só se mantinha tranquilo porque conseguia sentir a respiração do garoto em seu ombro.

Depois de um tempo eles chegaram em um pequeno lugar que parecia uma aldeia. O lugar era o mais simples que Tony já esteve, apesar disso não servir para revelar a tamanha simplicidade do local. Era um lugar que não era asfaltado, ele podia sentir o barro em seus pés, as casas pareciam ser feitas de madeira e folhas, e tinham muitas pessoas que pareciam bem simples, mas também muito dispostas a ajudar.

Logo que ele entrou no local o senhor o caminhou ao centro do lugar, onde parecia ter algumas senhoras já com seus cabelos todos brancos. As senhoras começaram a falar algo em sua língua ao olhar o estado do garoto em suas costas, elas tinham um olhar triste. Pessoas logo tiraram Peter de suas costas, ele quase protestou, mas se calou quando notou que eles colocaram o garoto em cima de um pano forrado no chão. As senhoras se aproximavam do garoto, provavelmente para o ajudar de alguma forma. Tony estava concentrado em garantir que o garoto estava bem. 

Uma mulher o cutuca no braço e ele se vira para ver uma senhora não tão velha quanto as outras que estavam cuidando de Peter. A mulher o estende uma camisa que devia estar no cesto que ela segurava onde também tinha diversas roupas. Era simplesmente a camisa mais feia que Tony já viu, ela era de um branco meio amarelado e tinha uma estampa quase que sumindo de palmeiras em um tom amarelo, a camisa era de abotoar na frente e parecia estar muito gasta. Mas mesmo com isso ele não se permitiu reclamar, ele aceitou a camisa que a mulher oferecia e murmurou um obrigado, mesmo que a mulher não fosse o entender. Ele vestiu a camisa e a abotoou na frente a fechando.Era meio estranho um bilionário receber algo de pessoas que tinham muito menos dinheiro do que ele, ele se sentiu mal, não por ser rico, mas por ser rico e nunca ter dado nada para uma pessoa que precisava assim como aquelas pessoas pobres estavam fazendo. Ele achou que vestindo uma camisa se sentiria melhor, talvez um pouco mais humano outra vez, mas ele ainda estava sujo pelo barro e ainda estava se sentindo suado pela caminhada até ali, seu corpo implorava para um banho bem tomado em uma agua fria para se refrescar, mas ele sabia que tinha coisas bem mais graves para ser cuidada do que um mero banho que ele queria, como cuidar dos ferimentos de Peter.

Peter sentiu água cair em seu rosto. Por um momento ele se assusta ao pensar ser um novo tsunami, mas ele se acalma ao notar que não era nada do tipo. Ele sentia várias  pessoas desconhecias a sua volta e que falavam coisas que ele não compreendia. Ele estava assustado, ele não conhecia ninguém e não entendia o que eles falavam, ele queria seus tios, mas agora ele sabia que eles não estariam mais com ele, eles não voltariam para o ajudar nesse momento. Ele queria alguém de seu lado, pelo menos uma pessoa que ele conhecesse, nem que seja um pouco.

--- Sr.Stark--- Peter murmura com medo de não receber uma resposta, com medo da única pessoa que ele reconhecia ter ido embora.

--- Estou aqui garoto.--- Tony diz se aproximando mais do garoto que estava deitado no chão, assim ele seria visto pelo garoto e ele saberia que não estava sozinho.

Peter suspira aliviado de certa forma. As senhoras continuam cuidando dele. Uma senhora passa o pano molhado em seu rosto, limpando os vestígios de sujeira e sangue, outra envolve sua perna em mais um pano para evitar mais sangramento, ele da um leve resmungo pelo toque da senhora, mas não era tão brusco ao ponto dele gritar de dor. A senhora que tinha limpado seu rosto e peito o colocou sentado, ele se sentia agradecido, mas sua garganta estava seca demais para dizer obrigada. Como se tivessem lido seu pensamento, uma mulher veio com uma tigela com agua e colocou nos labios do garoto. Peter bebeu com ferocidade, parecia que fazia anos que ele não tinha tomado um gole de água, sem ser a agua barrenta que ele acabou engolindo não por opção.

--- Obrigado--- Peter diz em um murmúrio cansado.

Uma senhora começa a por uma camisa nele, era camisa azul escura sem mangas, a mulher tomou o devido cuidado por causa do braço dele, e Peter agradeceu por isso. Já deitado novamente do chão se deixou chorar novamente, por que ele estava sendo tratado para começo de conversa? Ele achava aquilo tudo uma perda de tempo, seu ferimento devia ter sangrado o suficiente para ele morrer em algumas horas, ou talvez infeccionasse e ele morresse por causa disso. Ele achava que outra pessoa deveria ser tratada no lugar dele, uma pessoa que realmente quisesse viver, para começo de conversar. Peter não queria viver, não mais, não depois de ter certeza que ficaria sozinho no mundo.

Tony olha preocupado para o garoto deitado no chão, ele estava chorando, um choro silencioso, mas com muitas lágrimas e expressões de sofrimento. O Stark sentia seu coração se apertar ainda mais.

Dois homens se aproximam com o que parecia uma porta velha de madeira. Eles colocaram a porta bem ao lado de onde estava Peter. As mulheres forram a porta com um lençol. Em seguida aqueles mesmos homens agarraram o garoto e colocaram em cima, a porta logo foi levantada com Peter por cima dela. Os dois homens carregavam Peter para algum lugar, Tony não sabia ao certo onde era, mas ele pensava ser um hospital, ou ele pedia muito que fosse. O Stark segue os dois homens que levavam Peter, ele parecia ter parado de chorar, agora ele só olhava para ao seu redor de uma maneira meio preocupado e resmungando pequenos murmúrios de dor pelas feridas. Os homens pareciam estar levando Peter para uma velha caminhonete, eles pareciam querer colocar Peter na parte de trás para o levar a um hospital. Peter estava assustado, ele não queria ficar sozinho com aquelas pessoas, mesmo ele sabendo que eram pessoas boas. 

--- Sr.Stark, por favor, venha comigo, eu não quero ficar sozinho.--- Peter diz com tristeza, ele não tinha certeza se o homem iria aceitar seu pedido, afinal, ele já tinha feito tudo que poderia fazer, até mais.

--- Não se preocupe, garoto, eu não vou a lugar nenhum. Eu vou ficar com você--- Tony diz tentando dar um sorriso encorajador para o garoto. 

Peter é colocado no carro e Tony sobe na caminhonete e se senta perto do garoto, o homem mal nota que pegou a mão do garoto para passar conforto para ele. O carro começa a andar Tony tenta se manter firme ao lado do garoto, mas o carro chacoalhava tanto que tornava isso algo meio difícil. Peter as vezes resmungava de dor pelos movimentos bruscos do carro, e Tony implorava para eles chegarem logo no hospital.

Tony as vezes olhava ao seu redor durante o caminho, ele não sabia se tinha sido uma boa idéia fazer isso. Durante todo o caminho ele viu coisas que o deixaram desconfortável, ele viu muitas pessoas com lama pelo corpo andando pela estrada, algumas pessoas feridas pelo caminho ao redor da estrada, pessoas que ele não sabia se estavam realmente vivas ou não. Eram coisas que o fazia se sentir mal, mas nada disso foi comparado a caminhonete que estava andando em sua frente. A parte de trás da caminhonete estava simplesmente lotada, lotada de pessoas uma em cima da outra, uma verdadeira montanha de corpos sem vida. Tony se sentiu enjoado e nervoso, ele não conseguiu evitar a ideia de que ele poderia estar naquele lugar agora, ele poderia estar morto como aquelas pessoas, ele poderia estar com o corpo vazio jogado em qualquer canto e sendo tratado somente como mais uma perda, mas ele estava vivo, o garoto também estava vivo. Nesse momento, por mais que tantas coisas ruins tenham acontecido, ele agradecia por ele e Peter estarem vivos, porque eles simplesmente poderiam estar no mesmo lugar que aquelas pessoas, mortos.

O carro para e Tony tem certeza de que está diante de um hospital. Ele agradece a Deus por isso, algo que surpreendeu até eles mesmo. Mesmo olhando pelo lado de fora Tony notou que o lugar estava lotado, ele nunca se deparou com um hospital assim. Os homens abrem o carro e começam a tirar Peter que ainda estava deitado por cima da velha porta de madeira. Todos os homens seguram a porta para não existir o risco de deixarem o garoto cair. Tony anda apressado para não se distanciar do garoto, o que estava se tornando uma missão cada vez mais complicada, tinha tantas pessoas em volta. Um homem na frente do hospital parece não estar nada contente com a chegada de Peter. O homem parece reclamar e querer que levassem o garoto de volta, mas isso não impedia os homens que estavam carregando Peter para dentro do hospital. O senhor que os acompanhou durante todo aquele percurso segura o homem que parecia ser um enfermeiro, para assim liberar a passagem de Peter. Tony fica com raiva daquele homem, ele entendia que o Hospital devia estar cheio, mais era uma pessoa ferida que precisava de cuidados, e era apenas uma criança. Tony sentiu vontade de encarar o homem e dizer quem ele realmente era, dizer que poderia comprar aquele hospital inteiro se quisesse, e que aquele garoto estava com ele e merecia ser atendido. Mas ele não fez nada disso, não valeria a pena, Peter precisava dele nesse momento.  

Tony seguiu os homens que entravam no local com Peter. O Stark via Peter resmungando de dor, ele se assustava ao ver o lençol por baixo da perna do garoto com uma cor vermelha, provavelmente pelo sangue na perna, isso o deixou preocupado. Por mais que o Stark estivesse preocupado com o garoto nesse momento, ele se assustou muito com o que via ao seu redor.  Tinha realmente muitas pessoas no local, muitas pessoas feridas. Ele viu na pequena tv do local uma reportagem que mostrava toda a devastação do tsunami, Tony mal conseguia acreditar que tinha sobrevivido por algo assim. 

As próximas cenas que ele viu foram as mais apavorantes de sua vida. Parecia que esse dia era quase todo preenchido por cenas horríveis, trágicas e agoniantes. Uma mulher em uma maca passou a sua frente, ela estava mordendo um pano na boca com força enquanto resmungava de dor, Tony achou que seu coração ia sair por sua boca quando ele viu aperna da mulher quebrada em um angulo ainda mais torto que o braço de Peter. Tony se virou para ir onde quer que Peter estivesse, mas ele só encontrou mais cenas horripilantes, um homem que tinha perdido o braço e estava sendo atendido por uma enfermeira, uma mulher que que estava sendo ajudada por uma enfermeira enquanto ela vomitava em um balde, e Tony podia jurar que aquilo que estava saindo da boca da mulher era sangue, sangue com mais outras coisas que ele nem gostaria de imaginar o que era, ele achava que dificilmente algo o assustasse mais do que aquela cena. 

Tony voltou a andar na direção de onde Peter tinha ido, mas ele não via nem sinal do garoto. Ele estava se sentindo apavorado, por mais que detestasse admitir, apavorado pelas cenas que acabou de ver que ainda repassavam em sua mente, e apavorado por ter perdido Peter de vista.

O senhor que os tinha ajudado apareceu em sua frente. O senhor tocou em seu ombro e falou algo em sua língua, Tony não compreendia até o homem apontar para um lado do hospital, provavelmente onde Peter estava nesse momento. O senhor começa a se afastar para ir embora.

--- Obrigado--- Tony diz mesmo ainda estando muito atordoado com toda a situação. Ele sabia que não era muito provável que o senhor tenha entendido suas palavras, mas ele não ligava para isso nesse momento.

Tony andou em direção ao local que o senhor apontou. Não era muito distante, Tony logo viu Peter deitado em um pequeno quartinho, ele ainda estava deitado sobre a porta de madeira. O Stark não esperava se deparar com o que parecia um armário ou uma dispensa para remedios, Tony acreditava que seu closet era facilmente duas vezes maior que aquele lugar. Mas pelo menos Peter finalmente estava seguro de certa forma. 

Tony entra e fecha a porta atrás de si. Ele logo se aproxima do garoto e puxa os cabelos dele para trás. Tony se sente apreensivo quando nota que Peter não parecia bem, ele estava tremendo, tremendo tanto que seu corpo estava tendo alguns espasmos. Isso assustou o homem, mas não mais do que as próximas palavras de Peter.

---Estou com frio Sr.Stark, está muito frio aqui.--- Peter diz com uma voz trêmula.

Tony sente seu coração disparar de medo, ele quase sentiu falta de ar com essas palavras do garoto.

--- Não está frio, garoto.--- Tony diz em um murmúrio. E ele estava certo, não estava frio. A temperatura estava quente, o lugar tinha um clima tropical, não tinha ventiladores no pequeno deposito e muito menos ar condicionado. Isso era algo ruim.

Peter não diz nada com essa confirmação, só olha de maneira confusa para o homem, isso não fazia sentido para ele, ele estava literalmente tremendo de frio, então devia estar frio, não devia? Ou talvez ... ele realmente estivesse morrendo. Peter não sabia lidar com aquela informação. Talvez ele ficasse feliz, afinal, se ele morresse ele poderia encontra seus tios e seus pais. Ele não aguentaria ficar sozinho naquele mundo de qualquer forma. Peter achou que talvez sua morte fosse algo bom.

A porta do local é aberta e um medico e um enfermeiro entram. Tony suspira fortemente de alivio.

--- Graças a Deus.--- Tony diz em alivio e se afastando de Peter pra que o médico
pudesse agir.

O medico olha para Tony levemente, o Stark teve certeza que o homem o tinha reconhecido. O médico olha para as condições do garoto e vai até um armario próximo e tira uma seringa, que ele logo abre e injeta no braço de Peter. Isso foi o suficiente para o garoto parar de tremer um pouco. 

--- Ele é algo seu?--- O médico pergunta a Tony, que se surpreende ao ver que o homem falava sua língua, apesar de ter um certo sotaque.

--- Não, mas... no momento eu sou tudo que ele tem.--- Tony diz com uma expressão derrotada.

O médico confirma com a cabeça enquanto cortava os tecidos que envolviam a perna do garoto. O médico pede que o enfermeiro vire o corpo de Peter para ficar de lado, e é isso que ele faz. Peter estremece com o ato, isso faz ele sentir mais dor na perna. Tony ve novamente o ferimento na perna de Peter, o homem sentiu seu estômago  revirar, a ferida estava bem pior do que antes, coberta de sangue por todo o lado. O Stark sentiu medo pelo estado do garoto. 

O medico jogou algo sobre o ferimento na perna de Peter, provavelmente algo para limpar o ferimento e livrar de possíveis infecções. Mas esse liquido fez Peter gritar terrivelmente de dor, suas lagrimas inundaram seu rosto magro e pálido. Tony sentiu seu coração se apertar quando os olhos brilhantes de lagrimas do garoto o encarou, o Stark se sentiu culpado, culpado por Peter estar passando por algo assim.  Tony se aproximou do garoto e colocou sua mão no topo de sua cabeça e penteou os cabelos de Peter para trás, Peter ainda chorava de dor. O médico olha surpreso para o homem que nunca imaginou fazer um gesto tão carinhoso como aquele, principalmente com uma criança que não parecia ser seu parente.

O médico enfaixou o ferimento de Peter com gaze firmemente, o que fez Peter resmungar de dor, mas não tanto quanto foi a momentos antes. Depois de enfaixar o ferimento o enfermeiro o coloca novamente deitado de barriga para cima.

--- Vamos ter que colocar o osso no lugar.--- O médico diz ao enfermeiro.

Peter olha assustado para o médico . O garoto não gostava nem um pouco dessa ideia, ele já tinha sofrido tanto com toda aquela dor, e ainda teria mais pela frente. Peter pensava por que aquelas pessoas não o deixavam morrer de uma vez. Ele já era um caso perdido, não era? Ele provavelmente morreria dali em a algumas horas, então para que prolongar essa dor até lá?

Quando o médico segura seu braço, Peter inconscientemente procura a mão de Tony e a segura firmemente, como uma ancora, um porto seguro. Tony aperta a mão do garoto para passar conforto, e sussurra levemente '' Vai ficar tudo bem'' para o garoto, mesmo ele mesmo não tendo certeza de suas palavras. O médico coloca o osso no devido lugar de um jeito brusco e firme, o gesto faz Peter urrar de dor, a pequena mão envolve a mão do Stark com muita firmeza, como se agarrasse sua própria vida. Tony gostaria de poder evitar toda aquela dor do garoto. 

O médico se retirou alegando não ter mais recursos para tratar Peter, Tony ficou bravo, ele queria ver o garoto recebendo os devidos cuidados, mas ele infelizmente sabia que aquele hospital não estava apito para atender todos os pacientes como deveria. Peter foi mandado para outro lugar depois disso. Um lugar que pelo menos poderia ter uma cama para ele se deitar.

***

Peter não ficou deitado confortavelmente em um quarto bom e grande do hospital, não foi nem ao menos perto disso. Em vez disso ele ficou em uma cama simples no meio de diversas outras pessoas feridas em um grande lugar. Tony achou que isso já devia ser esperado, o hospital estava lotado de pessoas ferias, tinham pessoas até mesmo deitadas em um pano no chão pela falta de leitos, é claro que não teria um quarto só para o garoto, muito menos um quarto grande, ele devia se contentar por Peter ter sido atendido e estar deitado em uma cama minimamente confortável.

Enquanto Peter estava sendo trasferido para a cama em que agora estava, uma mulher com uma grande cesta de mantimentos se aproximou de Tony. A senhora não deveria ser muito mais velha que ele e parecia estar com a cesta para distribuir alimentos para algumas pessoas feridas do hospital. A mulher parecia ter notado que o Stark estava acompanhado com o garoto ferido que estava sendo posto na cama por alguns enfermeiros, ela o entregou uma tangerina em suas mãos e gesticulou para o garoto que já estava deitado na cama e os enfermeiros estavam se retirando. A mulher se afastou antes mesmo que Tony pudesse dizer um obrigado. Agora já com Peter deitado na cama encarando o teto, Tony descascava a tangerina lentamente para poder dar ao garoto, assim como a mulher tinha sugerido.

Enquanto Tony descascava a fruta ás vezes ele se pegava olhando ao seu redor. Era algo difícil de não se fazer, tinha dezenas de outras pessoas feridas ao redor dele, pessoas com ferimentos não tão graves, mas também com pessoas extremamente feridas. A mulher que ele tinha visto vomitar sangue momentos antes estava a poucos metros de distancia, e Tony realmente temia presenciar aquela cena novamente. Tony olhava para todas aquelas pessoas, ele estava no meio delas, tinha lidado com todo aquele desastre assim como todas eles. Tony Stark era um grande bilionário mundialmente conhecido, e muitas vezes com todos esses privilegios ele se sentia superior as demais pessoas, mas naquele momento ele se deu conta de que nada daquilo importava, sua fama e seus bilhões de dolares não significavam nada naquele momento. No meio daquele hospital, Tony Stark se sentia como ele realmente era, apenas um homem, apenas uma pessoa, uma pessoa que sofria e se feria assim como todos ali, não existia diferença entre ele e aquelas pessoas, ele só era uma pessoa no meio daquela multidão, não era diferente de ninguém e não era superior a ninguém, todos eles eram iguais.

Tony terminou de descascar a fruta. Ele encarava Peter que continuava fitando o teto do hospital. Parecia que o garoto não tinha movido um musculo desde que foi deixado ali pelos enfermeiros. O homem só não ficava preocupado porque via o peito do garoto subir e descer e seus olhos piscarem às vezes. Mas todo aquele silêncio do garoto estava deixando o Stark nervoso, Peter parecia muito diferente do garoto alegre que ele tinha visto no avião e perto da piscina, não era para menos, ele tinha sofrido muito naquele pequeno periodo de tempo. Mas Tony não gostava de ver o garoto assim.

--- Aqui amigo, você precisa comer alguma coisa.--- Tony diz com um leve sorriso para o garoto enquanto estendia um gomo da fruta para ele.

Peter lentamente desvia os olhos do teto e encara o homem. Tony sente seu coração se apertar quando ele olha nos olhos do garoto, Peter tinha os olhos vazios e sem brilho, como se estivesse oco por dentro, e isso destruiu Tony mais do que ele esperava.

--- O senhor pode comer, não estou com fome.--- Peter diz com a voz sem qualquer emoção.

--- Vamos lá garoto, você se feriu muito, precisa comer e recuperar alguma energia.--- Tony diz ainda estendendo o gomo da laranja.

--- De para alguém que realmente precise. Vai ser um desperdicio dar uma fruta para uma pessoa que vai morrer logo.--- Peter diz com as palavras sem emoção, como se fosse apenas um robô. Na verdade, Tony achava que sua IA demostraria mais emoção na voz do que Peter naquele momento. Tony engole em seco, as palavras foram como um grande soco em seu estômago.

--- Não fale coisas sem sentido, garoto. Você não vai morrer, ainda vai viver muitos anos. Tenho certeza que você vai viver muito mais do que eu. --- Tony diz com um fraco sorriso para o garoto.--- E não se esqueça que você ainda vai ter seu estágio na minha empresa quando ficar mais velho, tenho certeza que você será o melhor estagiário que eu vou ter um dia.--- Diz com um sorriso um pouco maior. 

Peter sorri levemente, isso acalma Tony. Mas logo o sorriso se desfaz e o garoto parece ficar pensativo. Seus olhos começam a ficar marejados, Tony pensava que seja lá o que ele estivesse pensando, não era algo bom.

--- Talvez eu queira morrer--- Peter diz em um murmurio embargado e com os olhos brilhantes por estarem marejados.

Tony sente seu coração falhar ao escutar essas palavras. O ar parece que escapa de seus pulmões e ele se sente sufocado, parecia que tinha algo apertando sua garganta que deixava difícil até engolir a saliva. Jesus, ele queria muito que o que ele escutou fosse apenas um mal entendido, que ele apenas tivesse escutado errado. Mas ele sabia que tinha escutado muito bem, o olhar atento do garoto para sua reação e seus olhos marejados deixavam claro que suas palavras eram reais. E isso assustava Tony.

--- Por favor garoto, não fale uma coisa dessas. Você é apenas uma criança, não pode morrer.--- Tony diz com um bolo em sua garganta. Ele esperava desesperadamente que conseguisse tirar aqueles pensamentos da cabeça do garoto.

--- Mas eu quero.--- Peter diz com a voz embargada, Tony vê uma lagrima escorrer lentamente por um olho do garoto.--- Que outra opção melhor eu tenho Sr.Stark? Eu perdi tudo que me restava hoje, tudo que eu tinha, agora não tenho nada. Do que me serviria continuar vivo? Para sair daqui e ir para um lugar desconhecido? Para ir para um orfanato?

Tony sente dificuldade de respirar, ele não fazer mais do que entre abrir a boca, mas não pronunciar nenhuma palavra com medo de piorar as coisas. Peter olha no fundo de seus olhos.

--- É isso o que vai acontecer comigo se eu sair daqui. Vou para um orfanato, eu escapei dele anos atrás graças aos meus tios, mas agora eu os perdi também, então não tem escapatória. Eu vou para um orfanato e eu não tenho a mínima idéia de como isso poderia ser. Eu posso acabar parando em um bom orfanato onde as crianças são legais e as pessoas me tratam bem, mas posso parar em um lugar horrível onde maltratam as crianças. Eu não quero ir para um lugar assim, seria muito melhor me deixar definhar aqui para eu finalmente ver minha familia depois de morrer.--- Peter diz com os olhos brilhantes de lágrimas.

--- Não seja tão pessimista, garoto. Você pode parar em um lugar bom, você pode ser adotado por uma familia boa e amorosa.--- Tony diz tentando sorrir e animar o garoto. Mas sorrir era algo difícil quando você está lidando com uma criança que quer morrer. 

Peter nega levemente com a cabeça.

--- Isso não vai acontecer Sr.Stark, eu não posso mais ser adotado. Já tenho 12 anos, sou velho demais para as familias adotarem. Ninguém quer ter um filho já chegando na adolescencia, eles preferem os bebês, ou as crianças pequenas, minha chance de ser adotado é quase nula. Eu não quero viver 6 anos em um lugar que vai me expulsar quando eu fizer 18 anos e me jogar a força para um mundo que eu não sei lidar. O que eu faria quando saísse de lá? Logo teria que arranjar um emprego e uma casa para morar sozinho, não sei se conseguiria lidar com uma faculdade e não teria mais ninguém do meu lado para me animar, para me motivar a continuar. Eu não quero ficar sozinho pelo resto da minha vida. Eu prefiro morrer aqui.--- Peter diz com lágrimas nos olhos.

Tony encara o garoto com o coração partido. Ele não sabia o que fazer, mas ele sabia que tinha que fazer alguma coisa para ajudar aquele garoto a permanecer vivo.

--- Escuta Peter, eu não vou deixar essas coisas acontecerem, e-eu vou dar um jeito, está me escutando? Eu vou dar um jeito para você não passar por nada disso. Eu ainda não sei o que eu vou fazer, mas eu não vou deixar você viver uma vida assim, eu prometo--- Tony diz tentando sorrir.--- Lembra do estágio? Ele vai sempre estar de pé, você pode fazer ele assim que entrar no ensino médio. Quanto a faculdade, você não precisa se preocupar com ela, eu sei que você é inteligente e eu vou escancarar as portas do MIT para você se formar e não se preocupar com nada, muito menos com dinheiro. E quando você sair da faculdade, tenha certeza de que um excelente cargo te espera nas Industrias Stark, eu prometo. Não vou deixar mais nada de ruim acontecer com você, garoto.--- Tony diz já com a voz meio embargada e com os olhos levemente marejados.

Peter começa a chorar mais enquanto encara os olhos de seu maior ídolo. As palavras do Stark eram tão surreais, mas tão confortantes e esperançosas. Peter quis acreditar naquelas palavras, quis acreditar desesperadamente.

--- Obrigado Sr.Stark--- Peter diz com lágrimas nos olhos.

--- Isso não é nada garoto. Você merece tudo isso que eu falei e muito mais, e eu vou fazer isso acontecer, está bem?--- Tony diz sorrindo levemente e Peter corresponde com um sorriso fraco. Tony sente seu coração muito mais leve com esse sorriso.--- Tudo bem, agora vamos comer, eu quero que meu melhor funcionario esteja bem forte. Se você comer tudo eu vou pensar em talvez... vice presidente--- Tony diz sorrindo e entregando novamente um gomo da tangerina para o garoto.

Peter sorri levemente e pega a fruta com sua mãos boa. Ainda havia tristeza em seu rosto, mas a esperança tinha amenizado um pouco isso. Aos poucos Peter foi comendo a fruta, não era o alimento mais fortalecedor do mundo, mas o suficiente para ele se sentir melhor. Tony comeu dois gomos a mando do garoto, que alegou que não iria comer se ele não comece também.

--- Você é bem mandão, garoto.--- Tony diz sorrindo em brincadeira enquanto comia um gomo da fruta.

--- Talvez sejamos parecidos nisso.--- Peter diz com um pequeno sorriso, que aquece o coração do Stark.

Depois de um tempo Peter finalmente terminou de comer toda a fruta. Tony sabia que precisava fazer alguma coisa para tirar eles aquela situação. A perna do garoto não foi completamente tratada e o hospital também não tinha recursos para engessar e cuidar do braço de Peter, Tony sabia que precisava de ajuda, e talvez já fosse a hora de procura por ela.

--- Garoto, eu tenho que ir, deve ter um telefone em algum lugar por aqui e eu preciso fazer uma ligação. Você pode ficar descansando aqui, está bem?--- Tony pergunta já se levantando.

Peter o encara com receio.

--- O senhor vai voltar, não é?--- Peter pergunta com temor. Seus olhos estão aflitos.

--- É claro que eu vou voltar garoto. Não se preocupare com isso, eu vou achar um telefone e fazer uma ligação. Eu vou tentar ser o mais rápido possível, e enquanto eu faço isso você descansa. Estamos entendidos?--- Tony pergunta penteando os cabelos do garoto para trás com a mão.

Peter confirma com a cabeça, um pouco mais calmo.

--- Estamos entendidos.

--- Ótimo. Descanse, eu já volto.--- Tony diz sorrindo.

Peter confirma com a cabeça. Tony começa a se afastar, antes de sair do local ele vê o menino se ajeitado na cama e fechando os olhos para descasar. Tony não ignora a careta de dor que Peter faz quando se move. Ele precisava de ajuda, e rápido, ele realmente queria cumprir tudo o que tinha prometido a Peter.


6729 palavras. Ufa!

Obrigada por lerem.
Votem e comentem o que acham que vai acontecer.
Conto com seu voto.❤

Último capítulo de supernatural chegou e eu não sei se estou preparada para ver. Tenho quase certeza que vou chorar🥺

Continuem lendo
Deus abençoe vocês.







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