Carmesim | Lésbico

بواسطة LilyMDuncan

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Maddie Bewforest é uma jovem excepcional. Ingressou à Universidade de Glasgow, Escócia, com apenas treze anos... المزيد

Apresentação
Prólogo
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بواسطة LilyMDuncan

Novembro, 7

O dia seguinte se apresentou de forma estranha. Ninguém fez barulho logo ao amanhecer, então consegui dormir tranquilamente. Além disso, minhas irmãs não me acordaram para ajudá-las com o skincare, como já era de costume quando eu aparecia na fazenda. Eu sempre trazia produtos que não tinham em Lockton e todo mundo, incluindo meu pai, fazia a festa. Mas sabia que, mais tarde, as duas viriam me procurar. Ninguém, naquele momento, estava disposto a quebrar a calmaria.

E o dia, como a manhã, foi-se entardecendo de maneira contrária ao que eu esperava. Eu não ouvi nenhum: "o que está fazendo por Lockton?", nem mesmo: "e a faculdade?" ou, então: "e suas namoradas?". Tudo bem corriqueiro na minha família. Pude preparar meus pratos especiais sem minha madrasta me expulsar do fogão (e olha que eu cozinhava muito bem), Bardolf não me chamou para cavalgar e nenhum vizinho veio me ver, sendo que, aparentemente, eu era uma celebridade para muitos.

Vovô Kobb também não saiu da sua toca. Eu vi quando Hazel e Liza levaram o almoço do velho, mas elas não comentaram nada sobre tê-lo em nossa companhia mais tarde. Talvez, eu pensava, o homem não quisesse me encarar depois que falei sobre a Universidade de Glasgow. Todos os Bewforest sabiam que Vovô Kobb ainda era apaixonado pelo instituto, mas jamais tinha intenções de retornar.

E todos, também, sabiam o motivo — ou melhor, sabiam o nome.

Aproveitei apenas para empacotar os diários de mamãe, porque não entraria neles tão cedo. A viagem estava prevista para dali a alguns dias, mas eu não começaria a lê-los. Afinal, estaria dando passagens para alguns fantasmas me atormentarem, e eu estava com tudo controlado para deixar as emoções me sucumbissem assim.

Baxter, assim que escureceu, convidou-me para uma "resenha" entre seus amigos. O relógio marcava apenas quatro horas da tarde, mas o Sol já havia desaparecido. Hugh e Timothy Oston, meus irmãos do primeiro casamento da minha madrasta, também encheram o saco para nos acompanhar. Demorei para convencer nossos pais que cuidaria dos dois. Muita responsabilidade, sim, mas os meninos se comportavam na medida do possível.

Deixei um bilhete na caixa de correios de Genevieve Welch para que ela me encontrasse pela noite, mas o meu sexto sentido dizia que ela não viria sorrateira ao celeiro. Se não dera as caras mais cedo, não surgiria com um chamado daqueles. Mas eu tinha de tentar contato antes de ir embora. Não podia correr o risco de deixar algo na mão de algum dos meus familiares e acabar com alguém torrando as economias — os Bewforest gostavam daquilo.

— Eu queria tomar um conhaquezinho. Será que eu posso? — Timothy indagou no meio do caminho.

Ele era alto demais para um adolescente de dezesseis anos, magro e extravagante. Era a energia de qualquer festa, chamava atenção fácil e tinha tudo na ponta da língua; por isso eu o amava na maior parte do tempo. Seus cabelos também eram ruivos, bem característicos dos Oston, mas ele tinha sardas, algo que Hugh não tinha. Os olhinhos eram miúdos, daqueles que sorriam junto dos lábios, o castanho das íris dando mais um charme.

— Daqui dois anos — falei. Eu não era  uma pessoa chata e rústica demais, porém prometi que cuidaria dos dois e não queria ninguém chegando bêbado. Sem contar que era crime embebedar menores de idade. — Vai ter uns energéticos, Tim. E música.

— Espero que toque algo que preste — Tim resmungou, mas logo tomou a dianteira com o corpo remexendo em alegria.

— Tipo o quê? — Hugh debochou. Sabíamos que Timothy diria algo tipo Abba, ou Dua Lipa, ou Britney Spears.

— Tipo... — Fingiu pensar. — Dua Lipa, sabe? Florence and The Machine!

— Ainda bem que não pediu por Britney Spears — Baxter brincou também. Eu segurei a risadinha, porque não queria que a noite fosse ruim para Timothy... Por mais engraçado que fosse zoá-lo. — Eu sei cantar Baby One More Time. Você quer ouvir?

— Não — disse Timothy, mas Baxter já fazia pose e segurava seu microfone invisível. — Por favor, não!

É, tivemos de terminar o caminho com a voz desafinada do meu irmão cantando Britney Spears no meio do nada. Eu gargalhei com suas dancinhas esquisitas que não combinavam nada com o ritmo da música — se era que havia algum.

Mas assim que chegamos perto dos trailers, ali na passagem íngreme entre duas árvores que haviam se encontrado no meio do caminho, a música verdadeira nos alcançou os ouvidos. Não reconheci a melodia, mas era muito melhor do que ouvir Baxter soltar qualquer nota quebrada. Em segundos, os meninos perdiam-se de vista e eu, solitária e encostada em um trailer sem rodas, torcia para ninguém aparecer drogado.

Eu cumprimentei uma galera. Alguns haviam estudado na mesma escola, mas éramos de séries diferentes. Pulei muitas etapa e tornei-me uma espécie de astro pela escola, até mesmo entre pessoas que não conhecia. O Condado de Lockton não via muitas coisas do tipo, e a média da escola pública da região era bem ruim, de tal modo que faziam de tudo para que eu me sentisse verdadeiramente em casa e trouxesse os méritos para o colégio. Saí em jornal, conversei com o prefeito e me usaram como garota propaganda para incentivar os estudos. "Ei, sejam tão espertos quanto essa garotinha que está tendo todos os privilégios que podemos dar."

Só aceitei sair do quentinho de casa, porque teria petiscos e bebida à vontade, e poderia fingir que não planejava algo, talvez, muito difícil de concluir — principalmente com a minha paciência de uma criança de três anos. Já estava há dias sem uma dose de animação, logo queria quebrar o tempo me enfiando em qualquer álcool.

Uma vez perto dos barris de cerveja, encontrei alguém mais do que conhecida. Meu coração saltou com raiva, porque, para me ignorar e curtir uma festa como se eu não existisse, Genevieve Welch sabia fazer muito bem. Senti uma onda de ciúme também me invadir, assistindo-a se engraçar para um palhaço que só malhava os braços. Eles estavam muito próximos!

Peguei duas latas de cervejas e aproximei-me dos dois. Genevieve me fitou no mesmo momento, espantada. Pelo visto, ela não esperava me encontrar ali. Sorri com puro cinismo. O cara ao seu lado acenou como se me conhecesse, mas eu não havia dado abertura para qualquer cumprimento.

— E aí, Gee.

— Maddie — Genevieve molhou a boca para falar, aparentemente gélida.

— Vai tomar as duas? — o bodybuilder perguntou, simpático.

— Claro — respondi. Ele definitivamente não me conhecia. Abri ambas as latas na sua frente e bebi um pouco de cada, sorrindo com falsidade. — O que faz por aqui, Gee?

Eu só a chamava pelo apelido quando estava irritada. E ela sabia. Seu desconforto era evidente também. Talvez estivesse se sentindo culpada.

— Vou buscar algo para nós, baby — o cara disse, retirando-se em dois passos.

— "Baby" — repeti e gargalhei. Aquilo era demais até mesmo para Genevieve Welch. — Pensei que estava em casa buscando um jeito de me prender para não voltar à Universidade de Glasgow.

— Eu deveria? — Genevieve cruzou os braços.

— Bom, pelo menos não estaria me ignorando! — exclamei. Estava um pouco frustrada. Eu precisava da ajuda de Genevieve, no entanto ela agia como se eu não pudesse me cuidar. — Eu não estarei saltando de paraquedas sem um paraquedas.

— Você está entrando no meio de um tiroteio sem um colete à prova de bala — Genevieve provocou.

— Não estou — respondi, rolando os olhos. — Estou fazendo o que é certo.

— E como você sabe o que é certo, Bewforest? — Genevieve se adiantou para perto.

Eu recuei, porque não gostava de quando ela fazia aquilo, comendo o meu espaço. Ela conseguia me domar, sim, mas eu não daria o gostinho naquela noite. Supostamente era para ser divertido. E ela não estava colaborando.

— É simples: o oposto do errado. Aquela mulher continuar andando por aí livremente depois do que fez, agindo como se não houvesse feito nada, é completamente errado, contra as leis! Então é certo que alguém a confronte.

— Você está muito certa de que vai conseguir. — Genevieve bufou, impaciente. Puxou uma latinha da minha mão e tentou manter a calma; dava para notar suas narinas sacudindo. — E depois sobra para mim.

— É só uma garantia... Você é minha garantia, Genevieve — falei em tom manso.

— Eu só sirvo para favores. — Genevieve me cortou.

— Não é verdade.

— É sim, Bewforest. Onde esteve nos últimos meses?

Bebi da cerveja muito mais amarga do que o costume e balancei meus ombros, fingindo despreocupação. Sabia que ela tinha razão em apontar aquilo, mas eu era orgulhosa.

— Edimburgo.

— Não me diga! — debochou, avançando novamente. Sua respiração batia contra minha face e alertava todos os meus pólos sensíveis. — Não ligou, não escreveu, não mandou uma correspondência... Eu não sou apenas uma foda casual para você, ok? Nós nos conhecemos desde criança!

— Desculpa...

— Desculpa? — Irritou-se mais. Por Deus! O que ela esperava que eu dissesse? — Eu só precisava de você. E você sumiu.

— Às vezes eu preciso fazer isso.

— E vai fazer de novo, não é? — Ela mordeu duro os seus lábios. Daquels vez quis tocá-la, mas ela não permitiria. — Vai sumir em território desconhecido.

— Estarei mais perto, Genevieve. Virei todo final de semana ficar perto da minha família, incluindo você. Eu sei que agi errado, porque te machuquei. Não tinha pretensões. Depois de tudo... Eu estava realmente focava no hospital.

— Mas saiu de lá depois de tudo o que passou! – Genevieve negou com a cabeça. — Como pode querer que eu apoie isso? Apoie vê-la se machucando de novo?

— Foi difícil sair do programa, mas eu posso voltar a qualquer momento. Eu disse que precisava estudar, e eles, mesmo achando que eu deveria focar apenas em Cirurgia Geral, entenderam que entrei muito de cabeça nisso — confidenciei, devagar. Eu estava sendo sincera, mas não sabia como ela pegaria a informação e filtraria em seu cérebro engenhoso. — Eu tenho a idade dos internos, Genevieve. É maluco ser a chefe deles. Ando com gente mais velha o tempo todo e só quero... uma vez, ao menos... Sabe?

— Se camuflar. Não ser o centro da atenção. — Sua voz agora era baixa. Eu sorri de leve, percebendo que ela me entendia de verdade. — Mas isso não muda muita coisa.

— Eu tenho tempo para gastar — disse com a latinha prestes a ser amassada. — E talvez eu só precise de um ano.

— Confiança excessiva mata, Maddie — Genevieve me alertou.

— Se você for me ajudar, então nem tudo estará perdido. — Juntei as mãos em súplica, a lata começando a ficar quente no meio. — O que devo fazer, Genevieve?

Ela olhou por cima dos meus ombros e segui sua atenção vidrada. Seu par romântico ou seja lá o que fosse estava conversando bem íntimo com uma outra mulher. Na frente de Genevieve! Eu quis ir até lá e puxá-lo pela orelha, porque a jovem a alguns centímetros de mim valia muito mais. Mas lembrei que estava com ciúme antes, então apenas disse:

— Vamos sair daqui?

Genevieve concordou. Peguei-a pela mão e, sorrateiramente, passei entre algumas pessoas e trailers. A música ainda soava quando paramos detrás de uma árvore, um pouco mais afastadas. Coloquei-a encostada no tronco e bati de leve meus lábios nos seus, sentindo-os muitíssimos gelados e amargos graças à bebida. Derrubei sem querer a cerveja, que molhou nossos pés, mas não brecamos o beijo radical.

Ela desceu a mão para a costura do meu jeans e mordiscou minha orelha, tentada a apertar todas as regiões. Levei a cintura para frente e procurei pela sua perna entreaberta, escorregando minha mão boba para perto da sua intimidade. Meu pescoço foi agarrado com precisão e precisei segurar no tronco detrás dela, antes que eu caísse. Ela abriu mais as coxas e movimentei meus dedos, circulando a área.

Estava frio. Estávamos em público. Mas ninguém queria deixar a onda de luxúria para trás. Desabotoei sua calça e lancei a minha mão para dentro da calcinha, sem perder tempo algum. Genevieve já estava molhada, o que facilitou chegar em seu canal devagar, passando os dois primeiros dedos. Seus jeans ainda estavam muito em cima, então tive de improvisar e intensificar o prazer sem a penetração.

Podia fazer aquilo mais tarde com a minha língua.

Suguei seus lábios quase na mesma velocidade em que meus dedos. Genevieve se contorcia em cima da minha mão. Eu nem via o perigo se aproximando, porque sabia que ouviria se alguém tentasse vir para perto, nem que fosse para mijar escondido em uma moita. Continuei com meu próprio sexo perdendo o foco sob fogo, enquanto a umidade de Genevieve crescia, assim como seu clítoris parecia dobrar de tamanho.

Seu orgasmo veio junto de uma constatação: ela estava comigo. Apesar de tudo, Genevieve Welch não me abandonaria, e eu podia confiar plenamente nela.

Genteeeee! Eu acho esse capítulo tudo, confesso. As duas são muito parceiras, apesar das tretas. Não conseguem se desgrudar (literalmente). E os irmãos da Maddie? Eles são uma comédia. Um dia, talvez, faço algo exclusivamente deles rsrsrs.

Ansiosos para a chegada da Genesis Roux na história e o primeiro contato direto delas? Paciência, paciência, mas está próximo. Os primeiros capítulos são fundamentais para criar um cenário maior.

Senti saudades dos comentários de vocês. Sei que estão aí! Pelo menos alguma coisinha... Digam-me! Votem, comentem, compartilhem. Gosto do Wattpad, porque a plataforma facilita o diálogo entre autores e leitores.

Até segunda-feira!

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