Teoria dos Três Amores | Rabia

Bởi bitexim

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Uma teoria conta que durante a sua vida você só terá três amores reais, com eles você aprenderá a amar e ser... Xem Thêm

Prólogo
Capítulo I - Longas Conversas
Capítulo II - Uma viagem
Capítulo III - A festa (parte 1)
Capítulo IV - A festa (Parte 2)
Capítulo V - Uma noite
Capítulo VI - Novo Ano, nova história
Capítulo VII - Gravações
Capítulo VIII - Lançamento
Capítulo IX - Um encontro?
Capítulo X - Uma nova fase começa
Capítulo XI - Quando a história muda
Capítulo XII - Ponte Aérea
Capítulo XIV - Explicações
Capítulo XV - Recomeços
Capítulo XVI - O final

Capítulo XIII - Les changements

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Bởi bitexim

Naquele dia, mais tarde...

Precisou levar a mão até o canto interior dos olhos, pressionando tanto que a dor a deixava com lágrimas nos olhos e a visão produzia pontos negros envoltos por vermelho e roxo, quando terminou sua contagem afastou a mesma e piscou algumas vezes. Não, não havia ajudado em nada. Era possível sentir que seus dedos tremiam no contato com a pele, então decidiu jogar o banco um pouco mais para trás, o máximo que conseguia e acabou notando que a mulher ao seu lado a fitava com preocupação no olhar.

- Rafa... Você quer que eu peça para a aeromoça trazer algo pra você? - Questionou e colocou a mão sobre a dela, apertando seus dedos e acariciando, antes de levar a mesma até seus lábios em um gesto de carinho. - Sabe que pode pedir qualquer coisa, eu estou contigo e não vou te abandonar.

- Eu sei que você vai cuidar de mim sempre, eu pude ver isso. - Sorriu usando todo o esforço que havia em seu ser, naquele momento o Autocontrole envolvia seu corpo em um abraço sereno. - Só estou com medo, sabe?

- Vai ser uma mudança para sua antiga vida. Eu entendo isso. - O sorriso terno apareceu nos lábios da outra e a mineira recebeu um carinho suave em seu rosto, até que as unhas deslizaram pelo couro cabeludo em um ritmo tranquilo, aproveitando o contato ela decidiu fechar os olhos e tentar relaxar.

Naquele dia, mais cedo...

A quantia absurda de roupas jogadas pelo chão, cama e dentro das malas ainda deixava Rafaella assustada. Não lembrava que havia trazido tanta coisa para sua viagem de lua de mel e muito menos que conseguia fazer tanta confusão com as coisas quando decidiram ficar por ali, sua mãe teria vergonha de dizer que havia criado sua filha naquele momento. Seu pai então? Milhares de vezes mais.

Da mesma forma que pensou naquilo acabou começando a espalhar mais roupas em busca de uma blusinha que precisava muito naquele momento, mas acabou decidindo por um vestido vermelho soltinho. Chegou no banheiro e sua constatação foi pior do que havia sido com o quarto, a quantia de maquiagem e outros itens soltos por ali era quase um absurdo, não sabia para que havia tanta coisa.

Ouviu o soar de uma batida na porta do quarto do hotel onde estava hospedada e começou a pular sobre algumas coisas para poder abrir a porta de entrada. Claro que para isso ela precisava passar primeiramente pela porta do "salão de banho", cruzar o local que chamavam de dressing, toda a parte salon e finalmente chegar na porta. Um homem trajado em terno estava ali e sorria de forma cordial.

- Bonjour, madame. Votre conjoint vous attend. - Avisou e aguardou uma resposta, depois de um breve "Oui, monsieur, merci." ele fez uma breve reverência com a cabeça e se afastou, deixando-a fechar a porta.

- Quando foi que eu comecei a entender e falar assim, pelo amor, tem nem base. - Balançou a cabeça e então entrou no quarto novamente para calçar seus saltos e pegar a bolsa.

Observou outros detalhes do quarto para ver se havia esquecido algo, não havia nada sobre a mesa de escritório, sofás, mesa de... Ah bem, ela passou a ignorar o restante da "casa", nem mesmo pensou na bagunça das malas ou no banheiro. Pegou o celular e observou as mensagens enviadas nos grupos, boa parte delas eram seus amigos mandando mensagens sobre estarem com saudades e contando alguma fofoca. Abriu somente a conversa de Manoela e enviou uma foto do que estava vestindo por um dos grandes espelhos, só para provocá-la com os, como a pequena chamava, "looks Brasil fashion Paris".

Puxou o cartão que utilizava para trancar e destrancar a porta, além de também servir para utilização de toda a parte elétrica, antes de abrir a mesma e fechar atrás de si. Deixou-se levar pelo longo corredor até que pudesse chegar ao elevador, parando para observar seu look novamente em um dos grandes espelhos que havia na curva e também sendo atraída para as plantas do solário, que lhe transmitiam tanta paz.

O elevador revelou um rapaz sentado e com uma expressão tranquila, este perguntou para qual andar e quando ouviu a resposta - algo que ela nunca sabia se dizia que era a entrada, a recepção, o saguão ou o hall -, apertou o botão para que as portas se fechassem. Observou a caixa bem ventilada e sempre com o cheiro característico de todas as partes do "hôtel", o tapete vermelho sob seus pés e bem iluminado... Eles pensavam em todos os detalhes naquele local.

Saiu dando um sorriso ao rapaz e caminhando pelos tapetes, tentando evitar sua queda, até que pudesse deixar sua chave da porta com o recepcionista e ser informada novamente que esperavam por ela. Virou-se só para notar sua companhia de pé ao lado de outras pessoas tão bem trajados quanto ela e embebidos em uma conversa animada.

Algumas vezes esquecia de que estavam trabalhando lá e as custas de todo o luxo e mordomias só seriam pagos até que pudessem achar um local para morar... Sentia-se presa em um sonho parecido com o paraíso.

- Rafaella! - A mulher loira a chamou e estendeu sua mão, a mineira caminhou até ela e segurou-a para se puxada junto ao corpo da mesma e beijada duas vezes em cada face. - Finalmente está pronta!

- E maravilhosa, como sempre. - O sorriso lhe tomou como um todo, não sabia lidar com as investidas que sempre recebia... Mas claro que aceitava de bom grado e muita felicidade, ou não teria se casado. - Je suis très chanceux.

- Comme moi. - Respondeu e foi puxada para seus braços, os lábios afundando aos seus em um beijo cálido.

Naquele dia, mais tarde...

O avião acaba de enfrentar sua última turbulência quando a loira levanta de sua poltrona e deixa Rafaella dormindo tranquilamente ali, ela caminha pelo espaço aberto entre as poltronas onde estava e alcança uma das mesas, ficando de pé ali enquanto observa alguns de seus papéis espalhados por todo o móvel. Em sua mão o telefone é manuseado, mesmo sem total atenção.

Da porta do quarto, que fica no fundo do avião, sai um homem mais alto e observa a mulher adormecida com uma expressão preocupada. Gerald Lavoisier precisou respirar fundo e se aproximou da loira apoiando seu braço ao redor dos ombros dela de forma carinhosa. Ambos pareciam preocupados, mas o investigador criminal ainda mais.

- Acha que fizemos o certo? - Questionou pegando um dos papéis e lendo rapidamente algumas das informações enquanto ouvia o bufar de sua companhia. - O que?

- Eu acho que fizemos sim, só estou preocupada com a Rafinha. - Explicou e jogou o aparelho telefônico na mesa para levar a mão destra com os dedos pressionando as têmporas, a canhota apoiando-se na borda do tampo para não balançar. Por um descuido o ato fez as luzes do avião diminuírem para tornar o ambiente mais "confortável" e aquilo a irritou ainda mais. - Nem acredito em tudo isso acontecendo.

- Nem eu, honestamente. - Apertou o ombro dela e se afastou, precisou de poucos passos para finalmente ficar na frente do bar com iluminação colorida, servindo-se de um copo de whisky. - O que vamos fazer quando aterrissar?

- Já fiz, na verdade... - Não continuou sua explicação, quando viu a aeromoça abrir uma das portas e avisar com um sorriso que era para se sentarem, que iriam aterrissar. - Muito obrigada, Christie.

- O que você fez? - Sua pergunta não foi tranquila, ele só aproveitou da proximidade com o sofá para sentar e colocou o cinto antes de beber o whisky novamente, vendo a loira sentar ao lado de Rafaella e também colocar o cinto de segurança.

Naquele dia, mais cedo...

A chegada na festa conceituada da empresa na qual Rafaella estava trabalhando foi algo facilmente notável, a "Ivoire et ébène" era uma marca relativamente nova, mas a proposta com diferencial para o mercado e um belo marketing a fazia tomar pontas que as pessoas não haviam visto antes em uma marca iniciante. A brasileira era uma das modistas que lidavam diretamente com a produção das mais variadas peças e oferecia tanto a opção prêt-à-porter quanto aquela assinada por um estilista e feitas unicamente para alguém, agradando pessoas de várias faixas aquisitivas.

Posou para fotos enquanto era chamada em diversas línguas diferentes, mas somente mantinha sua expressão neutra enquanto atravessava até a entrada do local, sendo assessorada então para algumas entrevistas que ela realmente deveria fazer. Respondeu tudo de forma polida e com um sorriso confiante nos lábios antes de, finalmente, colocar seus pés no salão.

O pé direito alto fazia com que o espaço se tornasse mais interessante, a decoração estava totalmente em tons terrosos e fazia com que as pessoas que caminhavam pelo local se criassem um destaque. Essa era a proposta. Ela parecia mesmo um ponto chamativo graças ao vestido em um mar de pessoas em cores que não combinavam com a estação, mas Rafaella estava sempre combinando com tudo ao seu redor.

Cumprimentou uma pessoa ou outra antes de subir na passarela, chamada pela dona da marca e presidente da empresa.

- Obrigada! Esta noite vamos apresentar o que estará em todos os lugares no futuro, vamos colocar em cada uma de suas mentes uma nova definição de tendência para que entendam o que estamos fazendo aqui! - Não precisava se esforçar para falar sobre seu trabalho. - Uma novidade que vai fazer as pessoas se sentirem parte da marca. Apresento a vocês: Transformation.

Logo elas duas saíram da passarela e o desfile começou, mas não vinha diretamente da plataforma formada para isso, na verdade todos os modelos vinham dos mais diversos lugares. Nenhum deles era padrão, eles tinham todas as alturas, pesos, tons de pele e gêneros, eles trajavam cada roupa com um detalhe único, algo que eles mesmos haviam feito e colocado em cada peça, tornando-as únicas e transformadas. Deles.

Ao sucesso indiscutível do fim as pessoas começaram a brindar e comemorar, Champagne de sua verdadeira marca, vindo diretamente da região do mesmo nome, foi usado para a comemoração. Rafa estava embebida em felicidade da forma mais pura, era algo abismal até para ela mesma. O celular foi novamente acessado só para ver as mensagens das amigas comemorando a live que ela havia feito especialmente para quem havia ficado no Brasil e o tanto de orgulho que estava passando para todas elas.

Foi quando ergueu a cabeça que viu, os olhos sobre si e o sorriso convidador da pessoa com quem havia se casado no andar do mezanino, sem pensar em nada mais se colocou nas escadas e foi até onde poderia encontrar seu amor. Ao chegar foi pega pela cintura logo ao topo da construção, beijando os lábios de forma apaixonada ao ter todo aquele carinho designado somente a si.

- Sua apresentação foi incrível como eu sabia que iria ser. - O sorriso ainda se mantinha nos lábios que conheciam os seus e seu corpo como ninguém. - Não tinha outra forma de que eu tivesse mais orgulho. - Foi tudo dito em um francês perfeito, que a fez revirar os olhos tomando um leve rubor na face.

- Não precisa ficar tentando me conquistar sabia? - Perguntou e tocou sua face, dando um tapinha em sua bochecha de brincadeira, antes de piscar como se estivesse flertando. - Eu já me casei com você.

- Se nos casamos, me explique porque você fez o que acabou de fazer? - A voz grave a perguntou de forma acusadora, foi quando Rafaella parou de entender o que estava acontecendo. - Me responda Rafaella, por qual razão você bateu na minha face?

A garota não teve tempo para processar o que havia acontecido, mas ela sabia que não era a primeira vez que uma brincadeira se tornava um motivo para uma briga, só que daquela vez não seria como haviam sido as outras. Ela tentou se virar nos braços do homem e teve o corpo segurado pelo mesmo, as palavras francesas começaram a confundir na mente da brasileira com o que ela mesma estava pensando, não conseguia saber onde havia errado naquele momento.

- Você me deve respeito!

- Eu te odeio!

- Qual o seu problema?

- Puta que pariu, sim, eu te odeio! Odeio com todas as forças!

- Você fez isso, agora enfia no... - E foi naquele momento que Rafaella começa a perder tudo o que havia entendido.

O pé em falso, as mãos empurrando-a pelos ombros e a dor de torcer o membro pegando-a em cheio. Além disso, as coisas começaram a rodar, ela não sabia quem havia falado cada uma das partes e muito menos a altura ou língua que havia sido dita, mas sentia toda a dor de estar caindo e batendo partes de seu corpo. Não conseguia ver a expressão de Nicholas enquanto ainda estava no topo, enquanto ela estava no sopé da escada, mas sabia que a dor era inigualável e que ainda tentava chamar por ajuda, quando sua visão escureceu.

Naquele dia, mais tarde...

Quando o avião pousou foi que Marcela acariciou o rosto de sua funcionária e tentou acordar a mulher de uma forma tranquila, Gerald pega suas pastas e também as coisas de Rafaella para ir descendo na frente, sem querer ficar lá para a mulher vê-lo e saber que havia sido chamado e largou tudo para se livrar do antigo melhor amigo pelo que ele havia feito com sua esposa.

A acusação de desvio de dinheiro do hospital foi somente o princípio, foi então que ele entrou em contato com sua amiga Marcela Mc Gowan e pediu sua assitência para manter um olho em Rafaella Desforges, que também era amiga dele. O caso que estava tomando proporções mundiais pelo fato dele exportar a droga e o dinheiro para o Brasil acabou caindo em seu colo e não tinha o que fazer.

Foi aí que a suspeita de Nicholas caiu sobre Rafa, foi quando começaram os problemas no casamento. As traições, as brigas em voz alta, os abusos psicológicos que felizmente nunca chegaram em outro passo, mas também agressões... E aquela foi a última.

- Vem, Rafinha... Chegamos. - Disse em seu português enrolado enquanto puxava a mulher para perto de si, cuidando do corpo machucado e começava a levá-la para fora de seu jatinho, apoiando-a em cada um dos passos difíceis que precisava dar.

- Cadê ela? Eu quero ela agora, Gerald e eu vou derrubar qualquer pessoa que eu precisar pra isso acontecer! - Foi a primeira coisa que ela ouviu quando colocou seus pés para fora do avião, novamente no topo de uma escada. - Ela é minha! Eu quero ela agora!

Rafaella piscou algumas vezes e, então, tentou sorrir mesmo com a dor que sentia. Naquele momento Tempo decidiu que era hora de voltar a desacelerar e Destino ficou inquieto em seus braços, encolhendo-se mesmo que quisesse saber o que estava acontecendo... Autocontrole não habitava mais o local, mas sim a Esperança que o permeava.

- Meu amor...

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Holla, carai... Sexta-Feira 13 nesse caralho, bom dia meu povo, bom dia Brasil e bom dia França! (Adrian tu postou isso de madrugada, cala a boca).

Mas é porque eu acabei de me libertar de tanta coisa, cheguei no motivo principal de escrever essa fic e to me sentindo leve pra caralho... Obrigado a todo mundo que tem acompanhado, é um prazer ter vocês aqui.

Falando nisso... RETA FINAL, OPOLA. Boa sorte.

Com amor,

Adrian

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