Josh Beauchamp
O som frenético da toalha se agitando é tudo que eu posso ouvir enquanto eu corro para me secar.
Isso está realmente acontecendo?
A garota dos meus sonhos está me esperando em seu quarto, onde ela pode, ou não, estar nua.
E eu estou parado em seu banheiro, olhando para o meu reflexo no espelho.
Todas as minhas inseguranças vêm correndo de volta enquanto eu contemplo caminhar para o seu quarto e mostrar a ela tudo de mim... não apenas uma versão meio escondida atrás de uma cortina manchada de água.
Cada nome que eu já fui chamado ecoa em meus ouvidos, quebrando a confiança que eu tinha lentamente construído enquanto eu perdia peso.
Pesado.
Rechunchudo.
Gordojosh.
Banha de porco.
Gordo.
Gordo.
Gordo.
Isso é tudo o que eu já conheci.
Mas Any me mostrou que eu poderia ser mais.
E eu queria ser mais...
Por ela.
Mas agora...
— Josh! Eu estou esperando.— Ela grita do fundo do corredor.
Eu tomo um último olhar para o meu reflexo no espelho antes de abaixar e pegar meu jean, deslizando-o pelas minhas pernas...
Derrotado.
~ O ~
Ela está sob as cobertas, sua roupa descartada formando uma pista de pouso no tapete...
Levando direto a ela.
Mas ela está esperando algo que eu simplesmente não estou pronto para dar a ela.
— Any?
Sua cabeça aparece livre da caverna lavanda de edredons, e no instante em que ela me vê parcialmente vestido, o sorriso derrete do seu rosto.
Eu posso ver a dor da rejeição se propagar como o rubor que agora cobre seu rosto.
— Eu... eu não sou bom o suficiente ainda.— Eu sussurro, empurrando minhas mãos nos meus bolsos para que eu não corra e a tome em meus braços.
Ela limpa sua garganta enquanto senta, arrastando os cobertores com ela.
Merda.
Só porque nós não vamos fazer nada... não significa que ela não pode mostrar-me algum peito, ou algo assim.
— Josh, você sabe que eu quero você exatamente do jeito que você é. Eu vi o quanto de progresso você fez e como você é forte agora.— Ela diz calmamente, seus dedos se movendo sem descanso entre os lençóis.
— Mas, quando eu olho para mim mesmo, eu não posso ver essa força. E como eu posso me sentir como se eu fosse o suficiente para você...— Eu começo a explicar, mas ela bate seu punho na cama, silenciando-me.
— Josh... em sua mente você me tem atrás de um vidro, um local iluminado como se eu fosse colecionável. Mas eu não sou como suas figuras de ação. Acredite em mim, eu estou longe de ser perfeita e eu não serei arruinada se você brincar comigo.— Ela discursa, aquele belo rubor rosa cobrindo seu peito quando ela percebe o que acabou de dizer.
— Mas, Any, você tem que entender que para mim... você é perfeita. E se eu algum dia fizer algo para estragar isso, isso me mataria.— Eu digo a ela.
Quando ela estende a mão para mim, eu a pego e a deixo puxar-me, então eu estou deitado ao lado dela.
— Eu acho que nós dois temos algumas coisas para trabalhar antes que possamos avançar.— Ela sussurra, colocando a cabeça no meu peito.
Eu coloco meu braço ao redor dos seus ombros nus e beijo o topo da sua cabeça.
Pelo menos nós vamos avançar.
~ O ~
— Se você acha que eu pegarei leve com você agora... você está enganado!— Any grita quando joga a bolinha em mim.
Eu solto um grunhido quando o pesado globo esmaga minhas entranhas.
— Você não seria a garota que eu amo se você não me forçasse tanto, Any.— Eu rio sem fôlego enquanto me esforço para conseguir minhas mãos suadas ao redor da superfície lisa.
Eu espero que ela faça algum comentário espertinho, mas só há silêncio.
Quando eu olho para ela, seu rosto é ilegível.
— Any?
Ela parece agitar-se do que tinha embaçado sua cabeça e olha para mim.
— Está pronto para correr?— Ela pergunta, virando e saindo da academia sem me dar outra olhada.
O que diabos acabou de acontecer?
~ O ~
— Não, eu estou falando sério, Sina. Ela simplesmente se fechou.— Eu suspiro quando passo a tigela de salada para ela.
Jantares de família são tão diferentes agora que Sina está se sentindo melhor sobre si mesma.
Eu realmente gosto de vir e passar tempo com os dois.
Eu só queria que eles conseguissem engravidar, porque Sina nasceu para ser mãe.
— E isso foi depois que você fez um comentário sobre amá-la?— Ela pergunta, abaixando seu garfo e dando-me sua atenção.
Concordo com a cabeça enquanto empurro o alimento ao redor do meu prato, tentando lembrar exatamente quando as coisas foram para a merda.
Depois que Any me fez correr a minha bunda no chão, ela me deu um beijo na bochecha e depois desapareceu.
Ela não respondeu nenhuma das minhas mensagens de texto e estou com medo de ligar.
Não há nada pior do que ouvi-lo tocar duas vezes e então ir para a caixa postal.
Ser ignorado dói mais do que eu pensava que doeria.
— Você disse a ela que a amava antes disso?— Ela pergunta, estendendo sua mão sobre a mesa para colocá-la no meu antebraço.
Eu penso sobre isso e percebo que não... isso simplesmente escapou.
Meus sentimentos por ela são tão fortes que, aparentemente, as palavras simplesmente não serão contidas.
— O que você sabe sobre os relacionamentos passados dela, Josh?— Noah pergunta entre garfadas de arroz integral.
— Você quer dizer... quem ela namorou e essas coisas?— Eu pergunto, sentindo meu estômago começar a rolar com o pensamento.
— Vocês têm andado juntos por, tipo... meses. Vocês têm que ter tido a conversa.— Ele responde com um revirar de olhos.
— Pare com isso, Noah.— Sina diz suavemente, sem dúvida percebendo que minhas mãos estão apertadas em punhos sobre a mesa.
Eu levanto e resmungo alguma desculpa antes de correr para o banheiro e agachar-me sobre o vaso sanitário, minha testa encostada à porcelana fria.
Só porque eu não tenho nenhuma história romântica, não significa que ela não tenha.
E, de repente, o pensamento de outro homem beijando aquele ponto doce atrás da orelha dela...
Ou a vendo logo depois que ela goza...
Faz-me homicida.
Eu pensei que a aversão que sentia por Mike tinha a ver com a traição de Any e o jeito que ele a machucou.
Eu nunca imaginei que eu poderia ser uma pessoa ciumenta.
Mas o ódio produzindo no meu intestino fala de forma diferente.
~ O ~
Eu sou tão patético quando sento no meu carro, estacionado do lado de fora da casa dela.
Sua caminhonete está na garagem e as luzes estão acesas em seu quarto.
Eu só estou tentando conseguir a coragem para bater à sua porta.
Eu pego meu telefone e tento uma última mensagem.
Se ela me ignorar de novo...
Bem, então eu não sei o que eu farei.
Eu clico em enviar e apenas espero, meu coração na minha garganta.
Quando meu telefone vibra, eu respiro fundo antes de abrir a mensagem.
E então eu apenas olho para as palavras.
"Eu estou fora com alguns amigos. Talvez possamos fazer algo neste fim de semana."
Os tremores começam do nada.
Um segundo, o telefone está na minha mão, no próximo está no chão e minhas mãos estão pulando ao redor como um par de peixes se debatendo em terra seca.
Eu descanso minha cabeça no volante e tento respirar através dos tremores.
Quando eu finalmente sinto que posso dirigir, eu me endireito e tento não olhar para a casa dela.
Mas é claro que eu falho.
Como se eu precisasse de outro punhal no coração, eu vejo sua sombra caminhar através da luz do seu quarto.
Em seguida, a bateção começa.
No início era fraca, como uma linha de baixo batendo de uma janela aberta do carro na 101.
Mas fica cada vez mais alto até que eu ouço uma porta batendo.
E então eu a vejo sair correndo pelo quintal, seus pés descalços batendo um ritmo na grama enlameada quando ela desaparece nas árvores atrás da sua casa.
Leva-me meio segundo para conseguir abrir minha porta... e eu a estou seguindo para a escuridão.
_____________________________
Josh ainda não se sente preparado para aquilo, por causa da sua insegurança. O que será que aconteceu que deixou Any assim?
Gente, eu prometo que vou postar 3 capítulos hoje por causa da minha amnésia de ontem.
I Love You!🤍