O segredo da princesa.

Von CamiPrinceh

8.9K 905 4.8K

Inesperados visitantes em Mirkwood prometem acabar com a paz do reino, e principalmente para Legolas. Será qu... Mehr

A chegada.
Animais de estimação.
A bruxa.
Um plano.
Mais segredos.
A escolha de Legolas.
O que há de errado com o meu coração?
Que me tirem o coração.
Uma conversa.
Tolo amor.
Uma distração.
O baile.
Problemas.
Ciumes de Helmund.
Um visitante inesperado.
O começo da farsa.
Cresce uma paixão.
O que pode dar errado?
Uma noiva traidora.
Eu ficaria feliz em ser o primeiro.
Cedendo a sedução.
O segredo revelado.
Nunca foi minha.
Imoral.
Por fim, a encontrei.
A fuga.
Reencontro
Eu amo você.
Oh! que merda!
Por que prefere ele?
Não desista de mim.
Fuga dos sentimentos.
Um novo rei.
Uma única chance.
Eu sou sua família!
Temos um grande problema.
Arrependimento.
Volte para mim.
Uma perda.
Ela amou você
Você não pode ama-lo!
Eu não vou mais mentir.
Laços de amor.
Minha princesa.
Finalmente nos dois.
Um assunto finalizado.
Decisão tomada.
Minha noiva.
Minha família.
Epílogo

Amor.

98 9 11
Von CamiPrinceh


Enquanto Legolas tinha sua conversa com Tauriel, Alathair estava deitado no sofá do quarto de Brienne.

Não conseguiu entender o que a princesa tinha dito sobre o rei e o Legolas. Mas foi obrigado a acatar a ordem do soberano, ficando dentro do palácio por quarenta e oito horas. Estava preocupado, e confuso, por isso optou por dormir nos aposentos da princesa, assim manteria Firandir e Helmund distante por algum tempo, até poder entender o que acontecia.

Ele permaneceu de olhos abertos, descansando da maneira estranha que elfos em alerta faziam. Estava um tanto cansado, por isso não demorou muito para que entrasse na terra dos sonhos. Elfos não sonham de fato, apenas revivem lembranças, o que no caso dele, era uma que preferia esquecer.


Alathair era 10 anos mais velho que Elion. Quando ele completou 30 anos, era oficialmente um "adolescente" nos termos mortais, e descobriu que poderia sentir atração e desejo. No começo foi difícil entender porque era os ellons os quais atraiam o seu olhar, enquanto aos outros eram as elleths. Por muito tempo tentou evitar isso, seguindo os outros atrás das donzelas, cortejando-as, beijando-as. A primeira vez que fez amor foi com uma elleth, e naquele dia percebeu que nunca poderia fazer algo assim novamente, foi completamente doloroso para sua alma. Aos 35 estava começando a conhecer outros ellons que se sentiam como ele, e que desejam entender o que estava de errado.

Aos 40, Elion era um jovem ellon impossível de não ser notado, seus olhos únicos eram hipnóticos, e apesar de toda a amizade que tinham, não queria pensar nele daquela forma tão intima. Evitou esse sentimento por muito tempo, até completar 50 anos, ainda faltava mais cinquenta anos para ser um adulto completo, e foi nesse momento que as cobranças de sua naneth começaram, ela fazia planos, o apresentava a elleths, lhe prometia e lhe cobrava. Ele não entendia que seus sentimentos por Elis, era mais do que amizade, até que fez sua primeira viajem para fora de Mirkwood. Foi a primeira vez em dois mil anos que os dois se separaram por outro motivo que não o sono, sendo que na maioria das vezes, passavam a noite juntos.

Foi terrivelmente doloroso estar afastado por quase um ano, sentia-se como se não pudesse viver estando longe um do outro. Mas a intenção dessa viajem a Valfenda foi seu noivado. Loreli era uma bela moça, vivida nos anos élficos e excelente professora, ela seria seu orgulho, sua ajudante no conselho do rei. Mas ele não podia, não conseguia evitar de pensar em Elion, que seria como enterrar uma faca em seu peito, que os afastaria muito mais. Não podia se casar com a elleth amando seu melhor amigo, e não podia confessar isso ao seu pai e sua mãe. Durante essa viajem também conheceu Dralyth, que mantinha um amante na casa de Elrond, e durante todo esse ano, ela passou alguns meses hospedada com ele.

Com sua amizade, a bruxa o ajudou a conhecer um pouco mais de si mesmo, e aceitar que não era um defeito o que sentia por seu amigo, mas ela também o iludiu ao dizer que o vínculo que os unia parecia forte, e sólido.

Quando voltou para Mirkwood, sentiu-se aliviado por estar finalmente nos braços de Elion, sentia muito a sua falta, assim como Elis sentia a dele. Para compensar a distância, Alathair fez seus amigos passarem muito tempo ao seu lado, inclusive dormindo em sua casa, a maioria das noites eram os três, mas Elis passou a faltar algumas noite, se recusando a dormir com eles na mesma cama. Ele não entendia, e chegou a pensar que seu amor não sentia o mesmo, duvidando de que existia mesmo um vínculo para uni-los. Mas então em uma noite, Legolas teve que voltar para os aposentos do rei, por qualquer que tenha sido o motivo, não se recordava. Nessa noite, dormiu sozinho com Elis, agarrado ao seu corpo de uma maneira que os amigos não dormiam, o ellon nunca reclamou de sua aproximação, como era espaçoso na cama, Elion ocupava a maior parte do colchão, e era normal que despertasse enroscado um no outro, mesmo quando Legolas estava junto.

Mas nessa noite, ele se apertou ao seu amigo, e o observou dormir, as feições calmas e belas, tê-lo em seus braços era como um sonho, e o ellon estava sem túnica, deixando muita pele nua e bonita a mostra para o seu deleite, pensando que o ellon estava dormindo, começou a toca-lo, com caricias suaves em seus lábios, maxilar e pescoço. Elion abriu seus olhos coloridos para encara-lo, mas não o repeliu como pensou que faria, ele repetiu as mesmas caricias, não parecia entender de todo porque ambos se sentiam assim, mas entendia o suficiente para desejar mais. Ele passou a explorar mais de sua pele, deslizou sua mão livre pela lateral de seu corpo, lentamente tocando os planos de seu corpo tonificado, tocando cada parte bonita que seus olhos poderiam ver.

Seus lábios se tocaram hesitantes por um momento, repetindo-se algumas vezes antes de suas línguas finalmente se encontraram, e o beijo exploratório se tornou algo mais, se beijaram com sôfrego, como se não pudesse perder nenhuma gota de sabor. As mãos de Alathair continuaram sobre o corpo dele, explorando cada centímetro de sua pele, descobrindo a reação de Elis a suas caricias. Ele também não ficou para trás, puxando o corpo de Alathair para o seu, explorando com as mãos avidas suas costas, seu pescoço, até chegar a suas calças, onde ergueu o suficiente para deslizar suas mãos para dentro. Quando suas mãos encontraram os globos da bunda de Alathair, ele cravou os dedos na carne nua e macia, puxando seus corpos para mais perto. Um gemido ecoou vindo dele ou de Elis, não saberia dizer, e não importava, porque quanto mais eles batiam um no outro, mais sons eram extraídos de dentro do peito.

Ele interrompeu o beijo para recuperar o fôlego. Mantendo suas testas juntas, ele fechou os olhos e rezou para os Valars, para que eles não estivessem fazendo algo tão errado que não houvesse como voltar atrás.

Alathair despertou, a luz do sol da manhã se infiltrava pelas janelas, fazendo-o piscar algumas vezes para se acostumar com a claridade. Respirou fundo enquanto seus olhos estavam fixos no teto rochoso, a mão espalmada contra o coração, sua mente ainda em seu primeiro beijo, enquanto se deleitava do calor que Elis lhe ofereceu. Eles deveriam permanecer juntos, viver o amor que sentiam.

- Com o que estava sonhando? – questionou Elmar, fazendo-o se sobressaltar.

Ele se sentou, apoiando as contra a superfície do sofá, enquanto encarava o ellon de cabelos escuros, que estava sentado em uma poltrona, encarando-o com curiosidade.

- O que está fazendo aqui? Quem lhe deu permissão para entrar?! Está alucinado?!

- Você o ama tanto assim, que não pode esquece-lo? – o ellon questionou se levantando.

Alathair fez o mesmo, irritado com a falta de senso do guarda real, queria poder lhe dar uns tapas para criar juízo, mas o mesmo era tão alto e bem treinado quanto ele.

- Entrou aqui e me observou dormir por quanto tempo? – ele rosnou, mas o outro se aproximou, ficando também um tanto irritado com seu tom de voz.

- Ele não ama você.

- Foda-me! Você é o errado aqui, quão estranho você pode ser?! - ele rosnou erguendo os braços para abranger o ellon. – tudo em você é esquisito! Seu repentino desejo por mim, e todo seu comportamento!

Elmar respirou pela boca lentamente, antes de apertar o maxilar em irritação, um brilho dor cruzou seus olhos, mas foi dissipado rapidamente. Então o ellon lhe lançou um olhar estranho, e virando-se com a intenção de ir embora, mas ele o agarrou pelo braço.

- Eu não sou bonito como ele. – o ellon soprou, desvencilhando de seu agarre, mostrando o dedo do meio para ele.

Alathair jogou a cabeça para trás, pensando no que deveria fazer, antes de ir até a porta, e observar Elmar se afastar.

- Você sabe que não foi isso que eu disse! – ele rosnou, não resistindo e indo atrás dele.

- Volte para ele. – rosnou Elmar, agora definitivamente irritado, mas não parou de andar.

- Você vai me ouvir!

Elmar então o virou, encarando-o, seus corpos apouco centímetros de se tocarem. Seus cabelos negros completamente soltos caiam sobre seus ombros, seu olhar era duro, com uma raiva que borbulhava como lava quente.

- O que vai dizer? – ele questionou. – que não pode amar a outro, que não pode esquece-lo, que não tem nada a ver com a minha aparência?

- Não é sobre isso!

- É sobre o que então?! – o ellon rosnou. – o que você quer?!

- Amor!

Elmar segurou a lateral de seu pescoço e seus cabelos, invadindo sua boca, com um beijo carregado, e profundo, que o desestabilizou por um momento, tudo que pode fazer era ceder o controle enquanto o outro o tomava como um bárbaro, tão insaciável que sabia que ficaria marcado depois. A mão que ainda segurava seus cabelos, o puxou, fazendo-o inclinar a cabeça para trás o máximo que pode para atenuar a dor. Então seu pescoço foi atacado, lábios, dentes e língua, sendo usados para marca-lo com seu cheiro, para arrancar gemidos roucos de sua garganta, e deixa-lo em um estado terrível de luxuria. Então o ellon se se afastou, segurando seu rosto para que pudesse fixar-se em seu olhar.

- Decida o que quer, Alathair. Eu não gosto dos costumes mortais sobre ter mais de um parceiro. Não pretendo dividi-lo, nem quero a sombra de Elion na sua mente, muito menos entre nós. – ele sussurrou rouco. – prometo ser paciente enquanto puder, mas quero você, e se você for meu, não será de mais ninguém.

Depois de outro beijo forte e pesado em seus lábios sensíveis, o outro se afastou, deixando-o para trás incerto com suas decisões.

(...)

Mais tarde, ainda neste mesmo dia, Elion foi até os aposentos de Brienne para poder falar com Alathair. Rachel o atendeu, servindo-lhe chá. A princesa ficou diante da porta do quarto, observando-o em silêncio por algum tempo. Tinha uma aparência de alguém que não dormiu muito bem, e ainda estava vestida com seu robe, provavelmente escondendo uma camisola por baixo.

- O que aconteceu com Legolas? – ela sussurrou. – o rei élfico nos proibiu de sair.

- Vocês iriam sair? – ele questionou, enquanto tomava o chá que a serva humana preparou.

- Alathair iria me levar. – ela murmurou. – depois que o rei élfico apareceu, não entendi nada. Ele falou em élfico.

- Aconteceu algumas coisas, mas Legolas virá conversar com você ainda hoje. Não se preocupe, tudo bem? Precisa dormir pelo menos um pouco.

Ela concordou visivelmente desanimada e voltou para dentro de seu quarto. Rachel ainda fez companhia a ele, até Alathair voltar. O ellon estava vestindo suas roupas comuns ou invés das roupas nobres que seus pais o obrigavam a usar. Quando ele se aproximou, um aroma diferente impregnava suas roupas, um cheiro picante e forte como pimenta, mas puramente masculino. Elion tentou evitar quebrar a porcelana que estava em suas mãos enquanto observava o ellon se sentar um pouco afastado no sofá, claramente tentando mascarar seu cheiro com o perfume doce do chá servido.

- O que aconteceu? – Alathair questionou, enquanto pegava um pouco dos pós que Dralyth usava em bebidas e despejava em sua própria xícara.

Elion contou com calma tudo que Legolas tinha lhe dito, e o fato de seu amigo estar totalmente arrasado, precisando que ambos lhe dessem a força e apoio. Enquanto conversavam, o elfo de cabelos prateados levantou os fios sedosos em um nó frouxo, com um pequeno enfeite de cabelo, deixando seu pescoço grosso a mostra, ao ver as marcas vermelhas em sua pele, o encheram de raiva e ciúmes.

- Você não se recorda da mãe dele? – ele questionou enquanto tomava o líquido quente, evitando dar vasão aos ciúmes que sentia.

- Na verdade não, foi uma época muito complicada, não me lembro do que acontecia no palácio. – o ellon fez uma careta. – lembro-me de que esperávamos Legolas nascer, houve até uma festa para o dia de sua concepção.

- Foi um tempo terrível. – ele murmurou pensando em sua irmã.

- Infelizmente não foi uma época boa, lembro-me no funeral do rei e dos soldados perdidos na última batalha, lembro-me também do dia em que a avó de Legolas se matou. Mas da mãe dele, não consigo me recordar.

- Eles esconderam tudo tão bem, verdade?

- Nós éramos crianças demais para lidar com tudo isso.

Elion tentou evitar que conforme o outro se movia, o perfume que cobria sua pele deliciosa, era o cheiro de outro elfo. Sua cabeça sabia que era Elmar, porque o outro até mesmo estava consolando-o na outra noite, sabia que não deveria se intrometer, quando ele mesmo dividia sua cama com Bran. Mas sentiu ódio por Alathair demonstrar tão facilmente seu desejo pelo outro, mas quando era para ele, se escondia.

- Não consigo entender você. – ele rosnou, mudando totalmente de assunto. O elfo ficou momentaneamente confuso, até perceber a expressão de desagrado dele.

- O que você quer que eu diga? – o outro questionou, como se não pudesse dizer nada além disso.

- Você me amava? Realmente? Então por que comigo não conseguia me tratar como seu amante, e passou anos me tratando como um amigo, mesmo depois de ter tirado minha virgindade?

- Serio? Você vai jogar isso para cima de mim? – o ellon levantou suas sobrancelhas grossas e claras, deixando seus olhos dourados maiores.

- Você disse que me amava, e já está com outro ellon!

- Eu amo você. – Alathair afirmou. – eu ainda amo você, mas foi você quem se afastou de mim. Eu nunca me afastei de você.

- Você me abandonou! Não se recorda?! Passou séculos vagando com Dralyth! Longe de mim!

- Nós precisávamos disso. Você era um garoto! Não entendia o que sentia, e nem entende! Como você acha que nossos pais reagiriam ao me ver me compelindo para cima de você?!

- Eles não precisavam saber! – Elion rosnou, sentindo que seus pulmões começavam a se apertar.

- Isso não seria certo, Elis.

- Você nunca se quer demonstrou que me amava! – exclamou indignado. – Você evitou ser carinhoso comigo! Nem se quer me beijou nas vezes que nos visitou. Como eu poderia saber que me amava? Você não entende. Encontrar-se no salão é sinal de amizade. Dividir a cama é um sinal de amor. Você me abandonou, Alathair, tanto fisicamente, quanto sentimentalmente.

Alathair passou as mãos por seus próprios cabelos, sentando-se diante dele. Seus olhos amarelos, revelando seus sentimentos presos em sua alma.

- Você não me ama, se me amasse não me deixaria sofrer assim. – Elion afirmou, fazendo o ellon se ajoelhar diante dele, suas mãos grandes seguraram a parte de trás de seus joelhos.

O tormento rondava suas órbitas douradas, seus lábios entre abertos enquanto o encarava. A dor de saber que Elion sofreu tanto assim o machucou. Ele errou com seu amor, e não merecia tê-lo de volta.

- Por que você foi embora, Alathair? Por acaso você não me ama como pensou que amava? Tem vergonha de admitir que se arrepende de ter dado esse passo entre nós? – Elion questionou, seus olhos coloridos marejados pelas lágrimas que tentava conter.

Alathair estava pronto para mentir, seus lábios se abriram para dizer o que precisava para manter Elion alheio ao que acontecia em sua casa, mas ele tinha perdido o ellon justamente por isso. Estava fugindo de casa por muito tempo.

- Eu estou noivo. – ele confessou, Elion tentou afastar suas mãos de seu corpo, mas ele se agarrou as pernas dele.

Elion não conseguia acreditar, mesmo que isso tenha sido dito por Alathair, ainda acreditava que o ellon queria fugir dele. Ele não podia estar noivo de outra pessoa, não tinha como ser isso, ele era um andarilho, um elfo errante, ninguém iria querer se casar com ele. Ninguém podia. Ele é MEU!

- Quando isso aconteceu? – ele questionou, sentindo seu peito ser aberto.

- Recorda-se de quando passei uma temporada em Rivendell?

- Sim. – ele estremeceu, o sentimento de vazio que sentiu com a ausência do ellon tinha sido o pior dos sentimentos que sentiu depois de perder sua irmã.

- Meu pai me levou para que pudesse oficializar nosso noivado com os pais dela. – o ellon murmurou tristemente.

- Por que fugiu? Podia dizer a eles que amava a mim. – ele sussurrou contrariado, mas Alathair balançou a cabeça, não conseguindo segurar suas próprias lágrimas.

- Eles sabem, Elion. Por que mais você acha que eles me deixariam noivo antes de completar minha idade adulta? – o ellon rosnou. – eles sempre souberam que eu não poderia amar outro.

Elion sentiu seu coração se quebrar novamente. Como eles poderiam desejar condena-los a sofrer assim? Como poderiam ser contra a seu próprio filho. Ele envolveu os braços ao redor de Alatahir, descansando o rosto contra seu pescoço enquanto dava vazão a sua própria dor, e tentava de alguma forma amenizar a dele.

- Eles não vão desistir disso, Elis, eles ainda querem que eu cumpra esse compromisso.

- Você vai fazer isso? – ele sussurrou com a voz embargada.

- Não posso me afastar de você de novo.

- Você não pode se casar, Alathair. – ele protestou. – isso vai afasta-lo de mim para sempre!

- Você não é mais meu. E nem vai ser um dia, Elis. Pelo menos posso ficar aqui com você.

- Eu vou viver com Bran.

- Você vai fazer isso? – o ellon se zangou devolvendo sua pergunta com sarcasmo, ele tentou afasta-lo de seu abraço.

- Não me repreenda!

- O que você quer de mim, Elis? Se não me quer, se não me ama. Por que diz essas coisas?

- Se você se casar, Alathair, nunca mais terá volta, nem mesmo em relação a Elmar.

- Foda-me.

- Alatahir...

- Eu não quero ouvir você. – o ellon rosnou, segurando seus cabelos em um aperto firme e nada gentil.

Trazendo sua boca para um beijo, seus lábios devorando-o com urgência. Elion colocou as mãos sobre seu ombro, sentindo sua pele quente por baixo de seus tecidos, e odiando que o cheiro do outro ainda estivesse ali. Ele devolveu o beijo com mais força, seus ciúmes tornando-o um pouco possessivo com suas caricias, sua boca deixou a sua para se concentrar em seu pescoço, lambendo a coluna em direção ao lóbulo de sua orelha, a mão pesada separou suas coxas, tirando a túnica de seu caminho para entrar em suas calças. Por mais que Elion desejasse que Alathair continuasse com isso, precisava parar, por ele e por Bran.

- Chega Alathair. – ele gemeu, segurando seu pulso em um aperto forte. O elfo de cabelos prateados ainda tinha sua mão enterrada em seus cabelos, e puxou os fios até que seu pescoço se dobrasse para trás.

Seu assalto continuou, com beijos fervorosos que com certeza marcariam sua pele, como o outro elfo tinha feito com ele. Elion não soltou sua mão, e empurrou seu peito com a outra.

- Solte-me agora, Alathair – ele rosnou. O ellon se  afastou e ficou em pé diante dele.

- Como pode se entregar a ele, e não a mim?! – ele rezingou ofendido por sua recusa.

- Seria errado, e você sabe disso! – Elion se levantou. – não deveríamos nem se quer ter nos beijado!

Os lábios de Alathair tremeram, mas ele não lhe deu uma resposta, apenas virou-se de costas, respirando ainda pesadamente, passou as mãos em seus próprios cabelos.

- Não me culpe por isso! – Elion protestou, sentindo seu peito doer como se tivesse levado um golpe.

Seus pensamentos também frenéticos, sua mente bagunçada assim como os sentimentos que rondavam seu coração. Secando uma lágrima quando saiu de seus aposentos. Irritado com a forma como Alathair o tratou. No caminho se deparou com Elmar indo em direção aos aposentos da princesa, ele o encarou por alguns segundos, com seu olhar indiferente. O ellon era um tanto diferente dos elfos silvestres, era retraído e tanto solitário. Era difícil dizer quem eram seus amigos, e quem não eram, difícil vê-lo nas festividades, e também na construção da patrulha.

Elion passou a mão pelo rosto, tentando acalmar seu coração, e clarear sua mente e coração ciumento. Não deveria lhe importar, Alathair iria se casar com uma elleth, e no fim não seria de nenhum dos dois.

Isso apenas quebrava seu coração.

(...)


Legolas estava sentado no tapete de pelos dos aposentos de seu pai, um cálice de vinho nas mãos, enquanto observava o fogo da lareira consumir os galhos secos. Era o início da noite, e estava reunindo coragem para falar com Brienne. Não queria que ela o visse tão abalado e sem animo, nem que pensasse que o amor que ele nutria por ela estivesse acabado. Detestava preocupa-la, mas ainda estava recolhendo seus próprios cacos.

Thranduil estava sentado no divã atrás dele, enquanto o príncipe descansava um lado de seu rosto em seus joelhos, e o rei trançava os cabelos de sua fronte. Era algo que ele fazia muito quando era criança, e no momento, não sabia porque o rei fazia isso, mas ainda era reconfortante. Sabia que era apenas um motivo para procrastinar sua conversa com a princesa, mas ainda assim, preveria esperar um pouco mais.

- Você esteve pensando nela o dia todo. – disse seu pai. – por que não foi vê-la de uma vez?

Ele não respondeu, inclinando a cabeça para o outro joelho, enquanto o rei trançava a segunda parte de seus cabelos. O cálice pendia em sua mão, enquanto chacoalhava suavemente o líquido vermelho dentro. Tentando entender o que Firandir faria de agora em diante, ou se Brienne teria que fugir outra vez.

- Legolas. Você não deveria deixa-la esperando.

- Não tenho certeza se desejo contar tudo. – ele murmurou. – não sei o que ela vai aceitar bem.

- Creio que vocês deveriam priorizar o importante em tudo isso.

Legolas concordou, enquanto sorvia um gole de sua bebida. Deveria se sentir bem ao saber que nada impediria seu amor pela princesa, e que não era errado deseja-la. Mas diante do giro que sofreu em sua vida, o brilho dessa certeza se tornou opaco.

- Por acaso não a deseja mais?

Ele ficou pensando em seus próprios sentimentos. Não era falta de querer, era que se sentia vazio, sem nada a oferecer para ela.

- O mundo não vai acabar, Legolas, não ainda. Não espere Firandir tomar sua decisão para falar com a princesa, pode ser que ele ainda seja contra essa união.

- Vou conversar com ela, ainda hoje.

Mas ele continuou sentado, perdido em seus próprios sentimentos, tentando entender se ainda poderia ser o mesmo ellon que era a uma noite atrás. 

Weiterlesen

Das wird dir gefallen

4.2K 1.2K 59
As Jóias Da Coroa Dos Três Mundos : Entre Eras Spin-off A muito tempo atrás, ouve uma rainha que havia tão grande poder e sabedoria, que seu nome era...
8.5K 720 18
Avonlear é um reino escondido de tudo e de todos da Terra Media, sendo somente os elfos (e Gandalf, o Mago Cinzento) a conhecerem sua localização. D...
684 58 17
: Já te aconteceu alguma vez, estares apaixonado por alguém e essa pessoa nem sequer percebe os teus sentimentos por ela? - Pois nós já e mesmo d...
12.5K 1.2K 23
Em "Corte de Chamas e Sombras", conhecemos Green Becker, uma menina fascinada pela saga ACOTAR. A obra literária tornou-se sua porta de entrada para...