APEX

By mundinhof1

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𝗔𝗣𝗘𝗫 → substantivo masculino; ápice. → na fórmula 1, apex é o ponto ideal de uma curva pela qual o carro... More

Notas Iniciais
un día | max verstappen
first love | max verstappen
Take Me Home | Mick Schumacher
Masterpiece | Mick Schumacher
first man | carlos sainz
change my mind | arthur leclerc
we fell in love in october | Lando Norris
Nice to meet ya | Callum Ilott
contagious | alex albon
Midnight Memories | Mick Schumacher
Get Used To It | Pierre Gasly
Act like you love me | Charles Leclerc
A Place Called Home | Daniel Ricciardo
Drivers License | George Russell
Yellow | Fabio Quartararo
monster | max verstappen
glory days | carlos sainz
cruel summer | max verstappen
pluto | liam lawson
A whole life | Charles Leclerc
gorgeous | arthur leclerc
potion | charles leclerc
hotter than hell | max verstappen
break my heart | lando norris
christmas love | felipe drugovich
champagne problems | lando norris
mala fama | carlos sainz
loved you first | oscar piastri
pretty please | max verstappen

my oh my | charles leclerc

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By mundinhof1

Já passava da meia-noite quando ouvi a porta de correr da edícula da casa dos meus pais ser arrastada, anunciando a chegada de um convidado que eu conhecia muito bem. Eu estava cansada, sonolenta e levemente bêbada, mas não poderia dizer que não esperava por aquele encontro. Eu sempre esperava e ele sempre vinha, porque era assim que as coisas funcionavam entre nós dois: ele precisava de uma companhia para compartilhar os bons momentos e eu gostava de ser essa pessoa. Era o nosso momento. O nosso pacto secreto.

Ciao, bella — o som melódico de sua voz carregada de sotaque era como música para os meus ouvidos e me causara um arrepio que percorreu toda a minha espinha, colocando meu corpo em estado de alerta imediato. Ficou ainda mais intenso quando Charles entrou em meu campo de visão, com as mãos enfiadas nos bolsos da jaqueta vermelha que era a sua marca registrada, os fios do cabelo preto molhado caindo sobre sua testa daquele jeito que eu amava e a covinha apontando em sua bochecha mesmo com a barba por fazer. Na verdade, havia muitas outras coisas que eu amava sobre Charles Leclerc, mas como eu sabia que nunca poderia tê-lo para mim daquela forma, me contentava com o que tinha. Era o suficiente. Eu preferia tê-lo pelo tempo que aquilo entre nós perdurasse, do que simplesmente não ter nada.

Nós nos conhecíamos por tempo demais e as coisas nunca deixaram de ser como eram agora: ele era alguns anos mais velho e não tinha a melhor das reputações quando o assunto eram mulheres. A única diferença entre ele e os outros pilotos é que ele, ao menos, era discreto. Além disso, minha mãe não confiava nele; ela descobrira sobre o nosso caso em algum momento ao longo desses anos, talvez quando os encontros começaram a se tornar mais frequentes, no ápice do desejo que um sentia pelo outro.

Pobre mamãe. Se ela soubesse que a única e verdadeira responsável por aquilo tudo era a sua filha, a sua menininha, jamais desconfiaria do monegasco mundialmente famoso por pilotar um carro de Fórmula 1.

— Pensei que não fosse vir — comentei despretensiosamente, me levantando do sofá e me aproximando vagarosamente de Charles. A proximidade me obrigou a prender a respiração, como se sentir o cheiro dele fosse prejudicial. E talvez realmente fosse, visto que ele era o único capaz de me fazer perder o controle, em todos os sentidos. A começar pelo seu perfume, droga, como eu amava o seu perfume. Era amadeirado e adocicado na medida certa. Era perfeito. Ele era perfeito.

— Ah, Chiara, eu sempre venho. Você já deveria saber isso — respondeu, passando a língua pelos lábios e sorrindo daquele jeito que só ele sabia fazer, o que me fez engolir em seco. A memória dos seus lábios colados aos meus era tão vívida, que era quase como se eu pudesse sentir seu gosto apenas por observá-lo.

Leclerc era um inferno de homem. Ele conhecia cada maldita parte do meu corpo e sabia exatamente o que fazer para me enlouquecer — não que fosse preciso de muito para isso, a mera presença dele já era o suficiente para tal.

— Seus pais estão em casa? — Charles quis saber. Pela sua expressão, ele parecia me avaliar, como se tentasse arrancar algo de mim que nem eu mesma sabia ao certo o que era. Para o azar dele, não havia nada para ele ali. Leclerc teria que se contentar com o que eu tinha para lhe oferecer, e que na minha opinião, era muito mais do que ele merecia.

— A minha mãe — respondi, simplesmente.

— Ela ainda me odeia?

— Ela sempre vai te odiar, Charles — devolvi, dando de ombros. Ele parecia se divertir com aquele assunto.

— Não fui eu quem abandonei o noivo perfeito no altar — provocou, tirando as mãos do bolso da jaqueta e levando-as direto para a minha cintura. Seu toque era sempre tão certeiro, tão firme, que me fazia perder o ar. Leclerc sempre sabia o que estava fazendo e aquilo de alguma forma me irritava. Me irritava saber que ele me conhecia tão bem e poderia fazer o que bem entendesse comigo, porque afinal, ele estava ali para isso. E eu também.

— Mas foi por sua causa — contestei, suspirando exasperada. Eu odiava que meus pais pensassem que tinham o direito de escolher com quem eu me casaria, só porque, segundo eles, era o certo a se fazer. Manter o legado da família. Que piada. Eu era apenas uma garota de 19 anos, jamais me venderia para um casamento arranjado.

— Eu nunca te pedi para fazer isso — o piloto se defendeu. Sua mão hábil desfazendo lentamente o laço do meu robe da Victoria's Secret, o que fez meu olhar cair para o meu próprio corpo, sorrindo satisfeita com a lingerie que eu escolhera para aquela ocasião.

Você nunca me impediu — murmurei, subindo meu olhar para o seu outra vez, para encontrar seus olhos verdes incendiados por desejo. E saber que eu era a responsável por causar aquilo nele era uma sensação indescritível.

Charles, por sua vez, não tardou em acabar com a distância entre nossos corpos, colocando os meus cabelos para o lado e deixando o caminho para o meu pescoço livre para os seus lábios, que beijavam e chupavam a minha pele com delicadeza e urgência. O gemido baixo e sôfrego que escapou da minha garganta era um reflexo de como eu ficava sempre que estava nos braços dele: entregue. Completamente rendida ao desejo, a excitação e a ele.

— Eu vou te beijar agora, Chiara — Charles murmurou, com os lábios tão próximos aos meus que eu podia sentir sua respiração descompassada fazer cócegas nos meus lábios. Imediatamente meus olhos se fecharam, me concentrando unicamente nas reações do meu corpo ao seu toque: desde os arrepios na pele até o calor úmido no meio das minhas pernas, que me obrigara a esfregar contra o corpo de Charles, ansiando por ser tocada.

Eu gostaria de poder gravar em minhas memórias cada frame daquele momento. Do instante em que nossas bocas se encontraram e nos tornamos um só.

— Você não faz ideia do quanto eu senti falta disso. De você — Charles murmurou, arfando com os lábios pressionando os meus.

— Eu preciso de você, Charles. Agora — implorei, beijando-o com avidez. A forma como nossos corpos se encaixavam e nossas línguas dançavam em um ritmo próprio, descompassado e quente, era algo que continuava a me impressionar, mesmo depois de tanto tempo.

A química entre nós era tão grande que qualquer faísca virava um incêndio e o calor de nossos corpos não nos deixava mentir, eu sentia como se estivesse em combustão, prestes a explodir a qualquer momento. E então, quando uma das mãos de Charles escorregou pelas minhas pernas, encontrando o meu ponto de prazer e verificando o quanto eu estava pronta para ele, eu me permiti esquecer todas as incertezas que me cercavam e viver o momento. E para ser bem honesta, todos os momentos ao lado de Charles Leclerc eram bons, mas, na cama, o que era bom, se tornava excepcional.

Eu gostaria de dizer que as coisas que eu amava sobre Charles Leclerc se limitavam somente às suas características físicas: como o seu par de olhos verdes infinitos ou o sorriso charmoso com covinhas, mas havia muito mais que isso. A nossa história era longa, complicada e tinha mais idas e vindas do que eu gostaria de me lembrar. Mas eu estava fadada a aceitar que o destino nunca nos permitiria ficar juntos, porque Charles pertencia ao mundo. E eu, bem, eu já estava conformada com o fato de que ninguém jamais me amaria como eu gostaria de ser amada. Que ninguém me amaria por eu ser quem eu era, mas sim pelas coisas que eu possuía. Ou melhor, que os meus pais possuíam. E era por isso que eu descartava qualquer possibilidade de me envolver romanticamente com alguém, mesmo que eu amasse essa pessoa com todo o meu coração.

— Uau, isso foi... — suspirei, deixando meu corpo suado cair ao lado do de Charles. Eu estava fisicamente exausta, mas não conseguia me lembrar da última vez em que me sentira tão satisfeita.

— Incrível. Como sempre  — completou, se jogando ao meu lado na cama depois de se levantar para jogar a camisinha no lixo e puxando o meu corpo para junto de si, aconchegando-me em seus braços e afagando meus cabelos despenteados. — Você assistiu à corrida hoje? — Charles quis saber, mudando completamente de assunto.

— Não — respondi, monossilábica.

Era mentira.

É óbvio que eu assistira à corrida. Aliás, eu sempre assistia às corridas, era quase como um ritual sagrado na minha casa. Fora, inclusive, graças ao automobilismo que eu conhecera Leclerc, quando ele ainda era um piloto da Academia de Pilotos da Ferrari.

— Nem você acredita nisso, Chiara — Charles rebateu prontamente.

— Se você me conhece tão bem, então por que me encurralar desse jeito, Charles?

— Seria legal se você demonstrasse alguma coisa, para variar — rebateu e apesar de não poder ver seus olhos, eu sentia pela aspereza em seu tom de voz que ele estava falando sério. Era quase como se ele estivesse… magoado?

— Isso nunca foi um problema para nós dois. Por que isso agora? — Indaguei, me mexendo desconfortável e inquieta. Algo me dizia que eu não iria gostar do rumo que aquela conversa tomaria.

— Até quando vamos continuar com isso, gata? Já são três anos nesse vai e vem.

— Até deixar de ser divertido? Até você encontrar alguém melhor? Eu não sei o que você espera que eu diga, Leclerc, não sei mesmo — devolvi, em um murmúrio. E eu realmente não sabia. O trato era: não falar sobre sentimentos.

No começo, foi fácil gerenciar as coisas. Na época, Charles estava se adaptando à mudança para a Ferrari e provavelmente tirando bom proveito disso, tanto nas pistas, quanto fora delas. E eu não era idiota, sabia que ele tinha outras mulheres, por isso fora tão fácil se envolver com ele, não havia cobrança, não havia exclusividade, a gente se encontrava quando era possível, vivíamos bons momentos juntos e depois cada um seguia o seu rumo. Sem drama. Sem cobranças. Sem explicações.

No ano seguinte a sua estreia, as coisas esfriaram um pouco entre nós. Charles quase não mandava mensagens, não ligava e tampouco aparecia. Mais tarde naquele mesmo ano, descobri que ele estava em um relacionamento sério com uma monegasca, o que explicava muito. E então, quando eu finalmente me senti pronta para dar aquele capítulo de nossas vidas como encerrado, uma festa de Réveillon acabou cruzando nossos caminhos outra vez, trazendo de volta toda a proximidade entre nós, quase como se nunca tivéssemos nos afastado antes. A nossa relação era um boomerang que não importava o quão longe fosse arremessado, sempre acabava voltando para o mesmo lugar.

— E quem disse que eu quero alguém melhor, Chiara? — Leclerc disse, se apoiando nos cotovelos, buscando contato visual. E por mais que quisesse evitar seu olhar, era atraída por aquele par de olhos verdes tão profundos, mas que revelavam tantas emoções naquele momento. Emoções que eu evitara por tanto tempo, mas que já não podia mais adiar. — Achei que depois de tanto tempo já tivesse ficado claro que é você que eu quero.

Não faz isso comigo, por favor — pedi, piscando para afastar as lágrimas que ameaçavam inundar meus olhos. Eu precisava evitar aquilo, antes que fosse tarde demais. E eu podia ver em seus olhos que eu não tinha muito tempo. Eu jamais conseguiria lidar com o peso de partir o coração de Charles Leclerc. — Eu não consigo lidar com incertezas, Charles, você mais do que ninguém sabe disso. E nós dois, nós sempre fomos uma equação sem fórmula, sem certo ou errado, sem… Deixa pra lá.

— Você tem medo de admitir que o que nós temos é mais do que só sexo. E você sabe que é, Chiara, porque você pode fingir que é bem resolvida na vida, mas é a mim que você procura quando as coisas saem do controle.

— Eu não tenho medo, Charles. Eu apenas aceitei o fato de que não sou suficiente para ninguém, talvez nunca seja — admiti, agora em voz alta, aquele que fora o motivo para grande parte das minhas noites mal dormidas, porque era como eu me sentia em boa parte do tempo: insuficiente. Aliás, desde o fim do meu noivado, tudo e todos ao meu redor faziam questão de me lembrar que eu havia cometido um erro, que havia falhado com a minha família e mancharia a história dos Giordano, esperando por algo que não existia. O amor. — Especialmente se esse alguém for você.

— Do que você está falando? — O piloto indagou, um vinco de confusão enrugando sua testa e arqueando suas sobrancelhas perfeitas.

— Eu já decepcionei a minha família, os meus amigos e até o meu ex-noivo. Eu não suportaria a dor de magoar a pessoa com quem eu mais me importo nessa vida.

Você. Eu quis completar, mas não tive coragem, então deixei subentendido. Esperava que ele tivesse entendido o recado.

— E se eu estiver disposto a correr esse risco? — Charles rebateu e eu não soube o que dizer. Eu estava tão acostumada a ver as pessoas se aproximarem de mim por interesse, que a ideia de ter alguém ao meu lado porque queria estar comigo nunca havia sequer me ocorrido.

— E por que você iria querer isso?

— Porque eu amo você, Chiara, que porra.

— Charles, eu… — tentei responder, mas as palavras pareceram entaladas na minha garganta. Eu queria poder dizer que também o amava

— Eu sempre te amei. Mas todas as vezes que eu tentei me aproximar, você me afastou, porque não acredita que sentimentos podem ser reais.

— Como eu posso acreditar em algo que eu nunca conheci antes? — Contestei, e dessa vez foi impossível impedir as lágrimas que rolaram livremente pelo meu rosto. Eu não era uma pessoa que chorava fácil, na verdade, eu não era uma pessoa que chorava. Fui ensinada desde cedo que chorar na frente de outras pessoas era demonstrar fraqueza, mas não podia me impedir de fazê-lo. Não agora. Charles Leclerc me deixava vulnerável e o pior de tudo é que eu pouco me importava com isso.

— Se você abrisse os olhos e pelo menos uma vez, se permitisse enxergar além das grades desse império que foi construído ao seu redor… — Charles murmurou, secando as minhas lágrimas com uma delicadeza com a qual eu não estava habituada. — Veria o que está aqui, bem embaixo do seu nariz.

— Obrigada por não desistir de mim, mesmo com todas as minhas tentativas de te afastar.

— O que a sua família fez e ainda faz com você é imperdoável, Chiara — Charles murmurou de volta, me aninhando em seu peito desnudo. Eu podia sentir sua respiração calma pelo movimento tranquilo de seu tronco subindo e descendo. Naquele momento, pela primeira vez em muito tempo, eu soube que nós estávamos em paz. — Mas eu estou aqui agora e se você quiser, nós podemos encontrar a solução para essa equação. Juntos.

E então, pela primeira vez, eu finalmente me senti suficiente. E aquilo bastava para mim. Pelo menos por ora.

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