A grama do vizinho nem sempre...

By zarthas

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Jeon Jeongguk é um garoto inocente, mas o pouco que conheceu da vida não lhe permitiu exatamente viver como g... More

avisos
Prólogo: Mimeomia
[1] Anthrodynia
[2] Liberosis
[3] The Bends
[5] Monachopsis
[6] Nodus Tollens
[7] Exulansis
[8] Nementia
[9] Zenosyne
[10] Kairosclerosis
[11] Ecstatic Shock
[12] Ellipsism
[13] Énouement
[14] Lethobenthos
[15] Rigor Samsa
[16] Gnossienne
[17] Chrysalism

[4] Ambedo

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By zarthas


Olá! Me desculpem a demora dessa vez, eu queria dizer só uma coisa importante agora e depois no final vou falar mais um pouco: não julguem os pensamentos do Jeongguk, tudo bem? Sejam sempre mente aberta para entender o tipo de lar que ele foi criado. <3 No mais, boa leitura e muito obrigada pelos comentários e votos. Continuem comentando e votando pra eu saber o que cês tão achando! Boa leitura. 


Aconteceu tudo muito rápido. Em um minuto, Jeongguk estava em uma festa, consumindo coisas ilegais e conhecendo pessoas, no outro, sentado em uma garupa de uma moto, agarrado à cintura de Taehyung, tentando se concentrar em uma oração que fizesse sentido. Mas ele tinha quase certeza de que não adiantaria muita coisa nessas circunstâncias.

Cada vez que sentia a velocidade aumentando, apertava o corpo de Taehyung tão forte que ficou com medo de que ele perdesse o equilíbrio, ouvindo o som assustador do derrapar dos pneus no asfalto. Taehyung se enfiava em curvas perigosas, becos escuros, e ele parecia muito habilidoso dirigindo mesmo naquela situação, Jeongguk notou.

Aos poucos a velocidade foi diminuindo, e quando finalmente parou, a única coisa que sentiu foi Taehyung o puxando pelo pulso, fazendo-o correr sem saber a direção, obedeceu sem protestar. O corpo estava demorando tempo demais para processar tudo à sua volta, a iluminação das ruas era escassa e pareciam que estavam sendo engolidos pelo breu. Os muros eram pichados com desenhos estranhos e naquele momento, Jeongguk não soube dizer se as coisas não estavam fazendo sentido ou porque ele estava chapado ou porque ainda acreditava na hipótese de ser tudo um sonho.

Ainda correndo, seus olhos só conseguiam focalizar em Taehyung à sua frente, a mão tatuada agarrada ao seu pulso com firmeza, a jaqueta com aquela raposa nas costas. Jeongguk quis rir, mesmo que não fosse nem um pouco engraçado. Com certeza aquela coisa havia danificado alguma coisa no seu juízo.

Taehyung se enfiou em um beco qualquer que dividia dois prédios antigos de tijolos velhos, haviam latas de lixos espalhadas e amontoadas no chão e apenas um poste com a luz fraca que iluminava parcialmente aquele lugar assustador, mas Jeongguk não sentiu medo por algum motivo. Seu coração estava batendo tão forte que pensou que escalaria a garganta e sairia pela boca, mal conseguindo ouvir seus próprios pensamentos. Quando Taehyung o soltou, encostou-se no muro de tijolos, tentando controlar a respiração.

— Isso foi... Caramba, eu estou... Olha isso... — Em um ato impulsivo, ele pegou a mão de Taehyung e colocou em seu peito, para que ele pudesse sentir as batidas do seu coração espancando as costelas. Então percebeu que estava sorrindo ainda mais, mas ele não sabia bem se era porque tinham conseguido se livrar ou pela coisa toda. Mas sorria, e tinha uma sensação estranha no estômago que o envolvia por inteiro e enviava um formigamento gostoso pelo corpo.

Ainda com a mão no seu peito, Taehyung abriu aquele sorriso quadrado que conseguia enfiar nele uma aparência quase infantil.

— Fugir da polícia dá uma adrenalina do caralho. Como tá se sentindo?

Jeongguk pensou um momento, olhando para Taehyung, a luz amarelada destacando parte do rosto bonito, e então disse:

— Com vontade de gritar. Gritar até meus pulmões explodirem e eu nem sei se isso é permitido. — Arregalou os olhos e retirou a mão grande dele do seu corpo, de repente tendo consciência do que fazia. — Não acredito que eu consumi maconha e fugi da polícia no mesmo dia, Taehyung-ssi! E eu ainda disse um palavrão, minha nossa! Uau, quer dizer, agora eu sou um garoto mau? — tagarelou.

Com toda aquela excitação dominando seu corpo e fervendo nas veias, chegou perto de Taehyung e o segurou pelos ombros, de repente querendo chorar. E rir. Tudo ao mesmo tempo.

— Isso com certeza não te coloca na lista de garotos maus.

Taehyung gargalhou, e ele tinha uma risada bonitinha que enviava uma sensação de algo se revirando direto para o peito de Jeongguk, era inusitado e diferente. Ele ficou em silêncio por um tempo e Taehyung o pegou pelo pulso de novo, chegando à conclusão de que não poderia fazer muita coisa quando ele resolvia segurá-lo dessa forma.

Se Taehyung quisesse o puxar pelo pulso todas as vezes, ele poderia.

Pararam quando ficaram de frente a uma escada velha e antiga na lateral do prédio de tijolos.

— Quero que confie em mim. — Ele pediu, a voz muito grave e macia. — Você acha que consegue subir até ali?

Olhou para cima, viu o fim do prédio e logo contemplando o céu escuro, livre de estrelas. Não era muito alto, mas ele não tinha certeza se estava firme o suficiente para conseguir subir.

— Não sei. E se eu cair?

— Eu te seguro. Não vou deixar nada acontecer com você.

Mesmo que Taehyung se assemelhasse às muitas coisas que ouviu a vida toda em que não era certo e obviamente não confiável, sentiu que ele estava falando a verdade.

— Tudo bem, acho que consigo. Mas não me deixa cair, tá? Não quero me machucar.

Apesar do prédio não ser muito alto, demorou tempo demais subindo, porque parecia que o corpo estava um pouco desconectado ao cérebro e seus reflexos lentos, às vezes ele olhava para baixo e via que Taehyung estava logo atrás, com uma cara de quem realmente estava comprometido a não deixá-lo se machucar. Quando chegou no topo da escada e teve a visão ampla do terraço, sentiu uma rajada de vento cortar a pele quente de adrenalina, arrepiando seu corpo e trazendo uma sensação gostosa no peito.

— Eu já vim aqui uma vez. A vista não é das melhores. — Taehyung disse quando também saiu das escadas. Jeongguk olhou em volta e concluiu que estava um pouco afastado de casa, pois as residências eram diferentes, o lugar era mais carente e simples, as ruas vazias e haviam muitos comércios – fechados devido o horário. Mas isso não deixava de ser uma imagem que enchia os olhos, as luzes nos postes piscavam e os prédios se destacavam no meio das casinhas. E era como se as luzes amarelas fossem estrelas.

Jeongguk correu até a beirada do prédio e se inclinou no parapeito, de repente sentindo-se pequeno, porém, maior do que ele um dia já foi. Se deu conta subitamente, então, de que não havia arrependimentos dentro dele, não se arrependia de ter aceitado o convite de Taehyung e até pensou que tinha valido a pena comer aquele bolo, porque as sensações até que estavam sendo boas e ele sentia que poderia flutuar, se quisesse.

Se fosse sincero, ele nunca tinha se sentindo assim; tão bem e preenchido de algo quente e vital, apesar de toda aquela adrenalina que ele sentiu, agora, parecia que tudo tinha se transformado, resultando naquilo que ele nunca imaginou que sentiria: liberdade. Pura e verdadeira, mesmo que por um momento único.

— Você pode gritar, se quiser.

A voz de Taehyung o trouxe de volta a realidade. Viu ele andar até o parapeito, tirar um cigarro do bolso e acender, com a mão em concha para proteger do vento forte. Foi como se Jeongguk estivesse saindo de um transe para entrar em outro, acompanhando os movimentos do vizinho levando o cigarro até os lábios, as luzes amarelas desfocadas no fundo, a movimentação do maxilar se movimentando com a tragada, a iluminação fraca da lua sendo generosa com toda a imagem, o vento bagunçando os cabelos claros. Fez um registro mental daquela imagem e teve certeza que ela não seria esquecida tão cedo.

— Vai ficar aí me olhando? — Ele assoprou a fumaça de uma vez pelo canto dos lábios, sorrisinho enviesado. — Você disse que queria gritar. Tá esperando o quê?

— E se alguém acordar? — Jeongguk perguntou alto, se dando conta de que já era muito tarde e todo mundo provavelmente estaria dormindo naquele horário.

— E daí? Só se vive uma vez e ninguém vai saber quem é você. Vai fundo.

Taehyung tinha um sorriso sugestivo no rosto, cigarro caído entre seus lábios. Jeongguk sabia que não estava na melhor situação, seu consciente não se encontrava nas mais perfeitas condições. Mas o que fez foi abrir os braços e fechar os olhos, permitindo-se sentir ainda mais o vento gelado golpear contra a pele sensível das bochechas, arrepiando os pelinhos de frio e fazendo os lábios tremularem.

Puxou todo ar que conseguiu e gritou em pleno os pulmões; um grito que estava preso em sua alma há tanto tempo que doeu um pouco, e naquele momento não pensou nas pessoas que dormiam, muito menos se importou se algumas delas acordasse. Não pensou nos pais, nem na igreja, era só ele ali e a imensidão da noite. Era como se pudesse sentir um pouquinho de toda liberdade negligenciada envolvendo seu interior de uma só vez, e pôde notar com precisão a sensibilidade do sangue quente correndo nas veias, o coração pulsando violento, o som da voz sendo engolida na imensidão do breu, se perdendo em algum lugar.

Por um segundo, os flashes dos acontecimentos invadiram sua mente, e chegou a uma conclusão muito clara: faria tudo de novo.

Quando parou, ouvindo o silêncio da noite, olhou para Taehyung, e ele agora tinha um sorriso de satisfação e entendimento, como se soubesse que precisasse disso. Ele jogou o cigarro pela metade no chão e o apagou com a sola do sapato. Toda a atmosfera pareceu mudar quando Taehyung começou a se aproximar, e algo dentro de Jeongguk disparou como um alarme de incêndio a cada passo que ele dava em sua direção, os olhos fixos aos dele. Experimentou um comichão estranho nas pernas e no estômago, e por mais que quisesse se mover, não conseguiu, mas a pele se arrepiou novamente e dessa vez não foi pelo frio da noite.

Taehyung já se encontrava perto. Muito perto. E foi surpreendido quando ele colocou a mão de volta no peito, tendo a certeza de que qualquer um poderia notar que seu coração batia com muita força.

— Como está se sentindo? — Ele perguntou, a voz grossa e quebradiça.

— Acho que vivo. — Foi que respondeu, no mesmo tom, a garganta seca e doída pelo esforço, olhando tão fundo dentro daqueles olhos escuros.

— Jeongguk...

Agora a voz dele era quase um sussurro hesitante, a rajada de vento evidenciando o perfume masculino e resquícios do cheiro de cigarro, deixando claro de quão próximos estavam.

— Hm? — Jeongguk piscou os olhos lentamente e viu Taehyung descer os dele para uma parte do seu rosto que fez seu estômago apertar; algo pegajoso e esquisito. Ele umedeceu os próprios lábios vermelhos de frio com a língua e voltou a encará-lo nos olhos como se esperasse alguma resposta. Aqueles olhos castanhos, cheios de algo que Jeongguk não tinha capacidade de decifrar, mas que pareciam mergulhados em muita intensidade. Foi então que percebeu que não sabia nada sobre ele além do nome, o que era assustador dadas as circunstâncias do momento.

Parecia querer falar alguma coisa e o momento quase pareceu eterno ao que os olhares dele se dividiam entre os olhos e a boca de Jeongguk. Por um momento, uma cena absurda passou pela mente de Jeongguk e ele enrijeceu com a facilidade que projetou aquilo.

— Eu acho melhor te levar pra casa, tá muito tarde. E frio pra caralho, seu nariz tá vermelho. — Taehyung disse e se afastou, estourando de vez aquela bolha que ameaçava se formar. Jeongguk soltou a respiração pesada e piscou os olhos como se estivesse voltado à Terra.

E ele ficou com muito medo de novo, mas porque sentiu o início de uma decepção ameaçando se formar no fundo do peito. E julgava ainda mais errado quando ele tinha uma visão clara das coisas, sempre chegando em uma conclusão que beirava a insanidade.

Taehyung o beijaria? Porque foi isso que parecera. Só que era tão errado que Jeongguk quase vomitou quando o estômago sufocou um sentimento amargo, se afundando dentro dele a ponto de doer.

O caminho de volta pra casa foi diferente, havia algo naquele silêncio, e isso fazia os pensamentos de Jeongguk se dividirem em dois, numa mistura de alívio e pavor. Agarrado ao corpo de Taehyung, seu cérebro o traía, intensificando o contato físico que, na verdade, não tinha nada demais, mas naquele momento era como se fosse tudo.

Nunca se permitiu pensar demais por conta própria na maioria das vezes. Sendo ensinado à base de uma educação muito rígida e inflexível, ele não deixava com que seus pensamentos fossem contrários aos de seu pai. Porque foi ensinado desde pequenininho que era certo daquele jeito. Às vezes, quando ousava desviar por um caminho diferente, se sentia ansioso, como se alguém pudesse descobrir seus pensamentos e julgá-lo por eles, o motivo disso era porque seu pai dizia que Deus sabia de tudo e não adiantava esconder nada Dele. Então Jeongguk chorava e pedia perdão por desobedecer. Mesmo que nem ele soubesse do que se tratava seu pecado direito.

A sensação de sempre fazer algo de errado todas as vezes perdurou por muito tempo, por conta disso, sufocava aquelas curiosidades de saber mais dentro do peito. Então, quando ele entrou em um colégio novo no Ensino Médio, alguma coisa mudou agora que ele tinha certa liberdade de observar um pouco mais além daquela bolha social, sem a supervisão direta do pai. Ouvia as histórias dos garotos, as aventuras que pareciam mais do que comum na vida dos adolescentes, menos na sua realidade, e das pessoas que conhecia na Igreja.

Apesar da vontade existir, a covardia e o medo eram enraizados demais para que ele pudesse fazer tudo sozinho. Só que aí Taehyung apareceu e mudou tudo em uma única noite. Lembrava-se exatamente de todos os momentos em que o vira; quando ele atendeu à porta naquele dia da visita, vestindo um roupão indecente demais que fez seu rosto queimar de vergonha e imaginar que sua mãe provavelmente estaria surtando por dentro. A vez em que ele apareceu no seu trabalho, com uma aparência ruim demais e com um nariz sangrando.

Inconscientemente, Jeongguk moldou a personalidade do vizinho através da aparência e do comportamento que ia contra tudo aquilo que acreditava ser direito e correto. O que foi surpreendente quando descobriu que, apesar de tudo, Taehyung não era exatamente como havia projetado. E seus pensamentos já não pareciam tão sólidos e coerentes agora.

Não sabia se tivera o azar ou sorte em ter um vizinho como Taehyung, muito menos sabia o motivo de ele tê-lo convidado essa noite e o introduzido no meio dos seus amigos. Será que ele tinha noção do estilo de vida que Jeongguk possuía? Taehyung havia entrado em sua bolha e o puxou com força para fora. Eram tantas perguntas e teorias que sua mente confusa raciocinava, que mal se deu conta que o veículo não estava mais em movimento.

Desceu da moto, atrapalhou-se com o capacete e foi novamente ajudado pelas mãos grandes e habilidosas.

— Obrigado.

— Precisa de ajuda para subir as escadas? — Ele perguntou depois de um tempo em silêncio, Jeongguk apenas negou com a cabeça. — Beleza. Como você tá se sentindo?

— Bem. Eu estou bem.

A afirmação veio mais para si mesmo do que qualquer outra coisa.

— Eu sei que as coisas foram meio fodas hoje, o lance da maconha, a galera vacilou legal, e... A polícia, caralho. Nem imagino como você 'tá se sentindo. Eu sinto muito. — Taehyung disse, ainda na moto, olhando para Jeongguk de um jeito que parecia realmente arrependido.

— Tá tudo bem. Pelo menos eu não fui preso — brincou, dando uma risadinha, Taehyung o acompanhando, o clima pesado se dissolvendo.

— Boa noite, Jeongguk.

— Boa noite pra você, também, hyung.

Jeongguk acenou antes de ir na direção das escadas, ainda sorrindo pelo honorífico e com a sensação estranha de que deveria agradecer.

Subiu as escadas com mais facilidade do que imaginou e adentrou o quarto, sentindo a temperatura quentinha do ambiente o abraçar. Parou, olhou em redor, para todas as suas coisas sem graça, e como se tivesse outro momento de clarividência, soltou uma risada desacreditada vinda do fundo da garganta, perplexo pelo que havia ousado fazer essa noite. Ainda refletindo, tirou os sapatos, jogou o boné em qualquer canto e se jogou na cama macia, cobrindo-se quentinho até a altura do pescoço, sorrisinho involuntário que não abandonava os lábios. E só agora conseguia realmente sentir os efeitos da noite, sendo dominado por um cansaço sofrível, tanto físico como mental. Seus olhos ardiam e as pálpebras pesavam.

Por um momento, quando sua mente o traiu de novo naquela noite, ofegou e abriu os olhos, arregalando-os quando a cena de Taehyung invadiu com nitidez seus pensamentos. Aquele olhar direcionado à sua boca, o umedecer discreto dos lábios, o rosto próximo demais, de um jeito que chegava a assustar Jeongguk por achar um homem bonito nessas proporções...

— Ah, meu Deus, tenho que orar.

Foi o que veio à mente, pulando da cama e dobrando os joelhos, os cotovelos apoiados sobre o colchão.

— Bom Deus, agradeço pelo dia de hoje. Eu sei que não fui um exemplo hoje, mas não permita que eu...Quer dizer, perdão pelos meus pecados. Prometo ser alguém melhor amanhã, o Senhor sabe que eu... — Jeongguk apertou os olhos, se sentindo culpado por não conseguir pensar em nada que fizesse sentido naquele momento, a cabeça cheia e vazia ao mesmo tempo. — Abençoe e cuide do Taehyung. Ele precisa — externou porque era o sentimento e pedido mais genuíno que acertou a mente. Ele sabia que não estava em boas condições de pedir nada, mas pediu mesmo assim. — Obrigado pela minha vida. Amém.

Involuntariamente, ao abrir os olhos, direcionou-se a janela e sorriu, se sentindo verdadeiramente dominado por um sentimento gostoso e satisfeito. Voltou a se deitar e, então, com a cabeça mais leve, permitiu-se dormir, sendo vencido pelo cansaço.

Fora o tempo de piscar e Jeongguk quis morrer quando o som alto do despertador ecoou pelo quarto. Só queria ser uma pessoa que pudesse dormir mais um pouco no domingo de manhã, porém, não tinha esse privilégio, nunca teve, pois desde criancinha era obrigado a acompanhar os pais nos cultos dominicais. Não demorou para que ouvisse batidas duras na porta e a voz grossa de seu pai anunciando que estava na hora de levantar. Claro, ele não poderia faltar porque, além de ser filho de quem era, ainda participava do coral da igreja.

Com o corpo pesado e envolto numa névoa de sono gigantesca, caminhou arrastado até o banheiro, resolvendo tomar um banho de água fria, na tentativa de espantar a moleza que o devorava. Para cumprir os prazos rígidos do pai, não enrolou no banho e vestiu as roupas costumeiras de domingo; camisa azul claro, calça e sapato sociais pretos. Penteou os cabelos, partindo-os no meio e deixando a testa à mostra. Jeongguk arregalou os olhos quando viu sua imagem refletida no espelho do quarto, com aquelas olheiras imensas envolta dos olhos e uma aparência que provavelmente denunciaria que ele não passou a noite tendo um sono tranquilo.

Desceu as escadas e juntou-se aos pais à mesa, e, como todas as manhãs, pediu sua benção a eles. Seu pai, que estava concentrado na leitura da bíblia, provavelmente estudando sobre o assunto que falaria hoje para seus fiéis, apenas disse automaticamente as palavras, dando-o a benção, sem o olhar nos olhos e sem desejar um bom dia.

— Bom dia, príncipe. Que carinha é essa? Não conseguiu dormir bem? — Foi a primeira coisa que sua mãe perguntou, servindo um copo de leite. Jeongguk ajeitou sua postura na cadeira e engoliu em seco quando seu pai desviou a atenção da leitura para encará-lo. Limpou a garganta e disse:

— T-tive pesadelos e me perdi um pouco nos horários de estudo, mãe. — A voz vacilou um pouquinho e Jeongguk se sentiu tenso, talvez pelo medo de ter que mentir de novo.

— Precisa organizar melhor seus horários. E orar para ter um sono tranquilo, Jeongguk. — Seu pai então disse, o tom grave e acusador sempre presente em sua voz.

— Sim, senhor. — Mordeu um pedaço de pão, a fim de ocupar a boca para não ter que responder, o sentimento de culpa agora crescendo no estômago, deixando claro de que não passava de um mentiroso.

— Você tem se esforçado muito, querido. Tem que dormir direitinho. — Sua mãe alisou seu cabelo e sorriu daquele jeito materno. E Jeongguk se sentiu triste e culpado dessa vez.

— Não passe a mão na cabeça dele, Munhee. — Seu pai comentou, bebendo um gole da xícara do café puro que ele sempre tomava. — Jeongguk é um homem, não precisa que fique sempre debaixo da barra da sua saia. Ele precisa aprender a ser organizado e a orar antes das refeições.

Ela só assentiu e Jeongguk encarou o copo de leite, o apetite indo embora, o estômago afundando naquele sentimento de culpabilidade e insuficiência. Fechou os olhos e agradeceu.

O restante do café da manhã ocorreu como todas as refeições naquela casa. Jeongguk sentia que cada vez mais crescia um muro gigantesco que o separava do pai, e isso às vezes o assustava. Era uma relação disforme, fria e distante. E isso era tão estranho porque seu pai, ao mesmo tempo que afastado, sempre parecia querer saber de tudo que lhe envolvia. Ele era tão presente e controlador que Jeongguk sentia-se como se fosse uma extensão dele, que não podia agir ou pensar por conta própria sem ter aprovação ou consentimento do pai para tudo. O fato de que ele, todas vezes, insistia para que cursasse Teologia, era um grande exemplo. E teve aquela vez em que insinuou que Jeongguk provavelmente seria um bom líder dentro da igreja, como ele.

Mas Jeongguk não queria ser uma extensão de seu pai. Nem um pouco. Nem por um momento.

Após terminar de tomar seu café, subiu para o quarto, escovou os dentes, vestiu um suéter azul para protegê-lo do frio e pegou sua bíblia. Foi até a janela e encarou a casa do vizinho, seu interior esfriou quando a noite passada apareceu brilhante na sua mente, imaginando se tudo foi real. Só que a blusa emprestada em cima da cadeira, confirmava que era tudo muito real e que tinha, sim, vivido cada momento. E foi tão, tão bom.

A janela dele estava fechada, coberta por uma cortina azul, sentiu inveja, porque ele provavelmente estaria dormindo e descansando, e ao contrário dele, Jeongguk teria de ficar acordado por toda manhã.

O caminho até a igreja fora feito em um silêncio que já era costumeiro. Mas os acontecimentos em sua cabeça destoavam de toda calmaria dentro do carro, dessa vez se lembrando dos garotos e de Chanmi. Eles eram boas pessoas, apesar da brincadeira envolvendo coisas ilegais. Por um momento preocupou-se com o grupo, será que todo mundo havia conseguido escapar dos policiais? Será que os veria de novo?

Jeongguk gostaria.

A igreja não ficava muito longe de casa, poucos minutos de carro. E ele ainda tinha que se concentrar se quisesse participar dignamente do coral. Só que não queria ter que cantar, não queria ter vindo, não queria participar. Mas tudo que fez foi tomar seu lugar em um dos bancos do grupo do coral, perto do púlpito, a postura ereta, a bíblia em cima das coxas, os olhos fechados para oração de iniciação, mas estava com tanto sono, que abri-los novamente foi quase doloroso.

Ouviu alguns murmúrios dos membros, mas não estava muito a fim de prestar atenção nas conversas paralelas, que na maioria das vezes eram só fofocas sem importância. Só que sua curiosidade despertou quando mencionaram que havia alguém novo sentado no banco dos fundos, alguém muito diferente. Jeongguk vagueou os olhos pelos bancos e teve que sufocar um grito de surpresa ao ver o vizinho sentado ali.

Meu Deus do céu.

Kim Taehyung estava ali, sorrisinho mais do que cínico naqueles lábios, o cabelo bagunçado e as roupas nem um pouco apresentáveis para estar numa igreja: regata branca, expondo as tatuagens dos braços. Jeongguk arregalou os olhos e endureceu quando ele olhou na sua direção e piscou um dos olhos, lambendo os lábios e erguendo os ombros numa clara provocação. Por um momento de paranoia, quis certificar de que ninguém tinha percebido nada. Desviou o olhar para prestar atenção em seu pai, que falava ao microfone, dando início ao estudo dominical.

A pouca concentração que tinha se reduziu a zero depois disso, não conseguia prestar atenção nas palavras do pai, nas músicas, em nada, muito menos conseguiu fazer uma oração coerente de novo.

Taehyung o tirava dos eixos.

Não deixando de espiar o vizinho vez ou outra da maneira mais discreta que conseguia.

Alguns membros da igreja o olhavam com certo desprezo e os olhos transparecendo um julgamento que Jeongguk conhecia muito bem, outros, porém, iam até ele com aquela conversa de que ele era bem-vindo. Taehyung, por outro lado, aparentava não demonstrar interesse em nenhuma conversa, acenando com a cabeça e um sorriso apático e forçado.

Quando Jeongguk teve que cantar como coral, experimentou um sentimento estranho ao se lembrar de Taehyung elogiando sua voz na noite passada, e isso fez com que seus lábios formassem um sorrisinho envergonhado e as bochechas corarem.

Foco, Jeongguk.

Finalmente as longas quatro horas haviam se passado, o pastor fez a oração final e encerrou o culto. Todos os membros haviam saído da igreja, menos Taehyung, ele ainda estava ali, sentado no último banco, a postura relaxada e uma expressão divertida de quem sabia o que estava fazendo.

Depois de se certificar de que não havia mais ninguém por perto, já que ele era sempre o último porque precisava ajudar o pai com o fechamento, e enquanto o pastor estava ocupado com outras coisas, foi em direção ao vizinho, o estômago esfriando.

— O que faz aqui, Taehyung-ssi? — Jeongguk perguntou, a voz entregando seu nervosismo. O vizinho assoprou uma risadinha e ajeitou os fios claros, aquelas tatuagens escuras expostas.

— O que mais eu poderia fazer em uma igreja? Vim assistir ao culto. — Deu de ombros, tirando uma goma de mascar do bolso da calça jeans preta e colocando-a na boca.

— Desde quando você assiste cultos dominicais? E como soube onde era a igreja?

— Não precisa de um motivo justificável para vir à casa de Deus. Oh, não... Você pensou que vim por sua causa? — Colocou a mão no coração de forma dramática, não deixando o sorriso debochado escapar. Jeongguk revirou os olhos e virou-se na direção da saída. — Espere, eu estou brincando, Jeonggukie! — Puxou-o pelo pulso, e o toque dele evidenciou mais algumas lembranças, mas a sensação era diferente agora. Puxou o braço de volta e o colocou atrás do corpo. Ansioso, olhou em volta só para ter certeza de que ninguém viu. — Eu segui o carro do seu pai. Não consegui dormir e fiquei na varanda fumando um cigarro e conversando com os meninos, até que eu vi sua família saindo, daí eu me lembrei que ontem você falou algo sobre escola dominical, então resolvi ver se era verdade.

— Nunca imaginei você sendo do tipo que frequenta igrejas, nem mesmo por curiosidade.

— Não frequento. Vim por sua causa — confessou, dando de ombros, e Jeongguk apertou os lábios, um calor subindo pelas orelhas e bochechas. — E também vim te convidar para um outro programa hoje à tarde.

Franziu a sobrancelhas, sendo dividido e tentado pela proposta.

— Não posso...

— Te prometo que não é nada ilegal e você vai gostar, Jeongguk. Precisa sair mais vezes, não gostou de ontem?

— Eu gostei, mas...

— Mas nada. Se você gostou, então vem.

— Não tenho permissão. E tenho compromisso hoje.

— Ontem você também não tinha. Não foi um problema.

— Deus do céu. O que você está fazendo comigo? — perguntou retoricamente, mas para o seu terror, os lábios expressaram um sorriso, que foi rapidamente repreendido.

— Eu só quero que você faça o que tem vontade. Só isso.

— O que é você quer fazer?

— É surpresa! — Ele levantou os dedos novamente até o queixo de Jeongguk, abrindo um daqueles sorrisos bonitos que faziam as bochechas cheias apertarem os olhos escuros. Jeongguk abriu a boca para responder, mas foi interrompido.

— Jeon Jeongguk, por que está demorando tanto?

Arrepiou-se ao ouvir a voz do pai, soando acusadora demais repercutindo no eco que o prédio da igreja causava. Olhou assustado para Taehyung, dando um passo para trás, o coração gelado e pulsando forte, com um medo o envolvendo, medo de que seu pai tivesse visto alguma coisa. Medo. Muito medo. Taehyung, por outro lado, se mantinha impassível, nem um pouco intimidado.

— E-eu... Estava dando as boas-vindas ao senhor Kim, pai. Ele é novo por aqui.

Foi a primeira coisa que conseguiu pensar, a voz trêmula e amedrontada. O que não era de fato mentira, uma vez que era um costume cumprimentar e dar as boas vindas aos novos membros e visitantes da igreja.

Taehyung estendeu a mão para Jongwon, que aceitou de prontidão, fazendo uma análise sutil do vizinho dos pés à cabeça.

— Senhor Kim, já nos conhecemos. — Seu pai disse, ainda segurando a mão de Taehyung.

— Já? — Taehyung pareceu confuso por um momento, então ficou sério, soltando a mão dele, visivelmente incomodado.

— Claro. — Seu pai sorriu. — Eu estava presente quando fomos na sua casa assim que nos mudamos.

— Me lembro muito bem de você. — Franziu a sobrancelhas grossas, como se estivesse tendo um lapso de reconhecimento para ter certeza das próprias palavras.

— Enfim, seja muito bem-vindo, espero que venha nos visitar mais vezes. Temos culto para jovens aos sábados. — Como bom pastor que era, o pai de Jeongguk assumiu uma postura gentil e acolhedora, afinal, deveria tratar as suas "ovelhas" de forma igual, e em hipótese alguma tinha o direito de selecionar as pessoas que poderiam visitar o templo.

— Com toda certeza, senhor Jeon. — Jeongguk quis matar Taehyung. Principalmente pela ironia agora carregada nas palavras. Suas bochechas estavam em chamas e o que mais queria no momento era sair daquele clima tenso. — Tenho que ir, foi um prazer revê-lo, Jeongguk.

Ele fez uma continência com os dois dedos na testa e piscou na direção de Jeongguk, que quase caiu duro ali mesmo.

— Não quero você perto dele.— Foi a primeira coisa que seu pai disse quando ele sumiu de vista, autoritário, sem nem mesmo um resquício do tom gentil e acolhedor que havia usado com Taehyung.

Não respondeu nada, abaixou a cabeça, assentindo em concordância, mas nem um pouco de acordo. Como sempre.

Quando chegou em casa, Jeongguk se sentiu vazio e cansado. Uma coisa ruim dentro dele devido às palavras Jongwon; não queria não ter que chegar perto de Taehyung. Não queria mesmo. Do seu quarto, olhou novamente para janela de frente à sua, pensando no que ele havia dito e proposto na igreja. Era arriscado, precisaria mentir novamente e ele nem mesmo sabia o que Taehyung havia planejado.

Só para contrariá-lo um pouco mais racionalmente, aquele sentimento começou a aparecer dentro peito.

Queria muito ir.

Na hora do almoço, sentou-se à mesa e começou a se servir, respirou fundo, tentando buscar dentro dele uma coragem que não existia só para pedir permissão para ficar em casa naquela tarde.

— Pai, eu não estou me sentindo muito bem ainda, 'tô muito cansado. Posso ficar?

Aos domingos à tarde, a família tinha como tarefa fazer visitas regulares a alguns fiéis e fazer trabalhos voluntários, por conta disso, o domingo era todo dedicado mais uma vez a Deus e a igreja, sem que tivesse escolha de não participar, ele tinha que ir e não sobrava espaços para contrariar.

— Querido, acho que o nosso filho precisa descansar um pouco. — Sua mãe disse antes mesmo que o pai pudesse responder. Jongwon soltou uma respiração pesada, como se estivesse meio cansado para ter que discutir alguma coisa, largando os talheres no prato. Jeongguk sentiu o receio aparecer, pensando em até mesmo desistir da ideia só para não ter que ouvir as palavras que previsivelmente imaginou que ele diria.

— Odeio quando você é irresponsável com seus horários, Jeongguk. É melhor que esteja organizado na próxima semana e sem desculpas. Descanse o necessário hoje.

Sempre o mesmo tom rígido e grosseiro. Jeongguk enfiou uma garfada de comida na boca como pretexto para não ter que dizer mais nada, estranhamente satisfeito pela resposta, mesmo pela forma que havia sido dita. Tinha conseguido!

Depois do almoço, ajudou a mãe com a louça e subiu as escadas até o quarto, uma ansiedade o dominando quase por inteiro. Pegou o celular, abriu o kakaotalk no chat de Taehyung, clicando na foto dele. Observou os detalhes da imagem, vendo que ele possuía um gosto peculiar por escolher uma tremida e estranha. E mesmo assim continuava muito mais bonito do que Jeongguk tinha direito de achar.

Com esses pensamentos, balançou a cabeça rapidamente para dissipá-lo, abrindo a conversa.

Jeongguk:

Boa tarde, Taehyung-ssi

Olhou para tela do celular com expectativa pela resposta, mordiscando os lábios inferiores com os dentes, ansioso.

Taehyung-ssi:

E aí, jeonggukie.

Não sabia como começar um assunto com ele.

Jeongguk:

Então... eu meio que pedi permissão aos meus pais para ficar em casa hoje, sozinho. 😊

Taehyung-ssi:

É mesmo? E vai ficar fazendo o que aí sozinho? 😏

Jeongguk:

??? Me diz você.

Taehyung-ssi

j-jeonggukie?

Já tá flertando comigo por telefone? Uma noite e já tá assim. 🥵

Jeongguk arregalou os olhos, relendo a conversa para ver se tinha dito algo, bochechas quentes e um biquinho nos lábios.

Jeongguk:

O quê? Isso não é verdade!!

Não estou flertando com você!

Taehyung-ssi

haha, eu tô brincando, relaxa.

tá fazendo o que?

Jeongguk:

Eu acabei de almoçar. E você?

Taehyung-ssi:

cacete, ainda não comi nada, mas tô morto de fome.

e tô deitado no sofá, assistindo alguma porcaria na tv.

Jeongguk:

Hm, você não sabe cozinhar?

Taehyung-ssi:

Sei. Gelo, lamén e café.

Jeongguk:

Isso não é comida! Você tem que se alimentar bem.

Taehyung-ssi:

fofo da sua parte se preocupar

mas tô de boa. Sério,

eu como muito bem.

hehe

vem cá, vc pensou no que eu te falei hoje mais cedo?

Jeongguk:

Era sobre isso que eu queria falar..

O que você quer fazer?

Taehyung-ssi:

vem pra cá e eu te falo hehe

Jeongguk:

Que mistério bobo, Taehyung-ssi!

Eu vou. Tenho que esperar meus pais saírem e vou dormir pouquinho.

Tô cansado 😔

Taehyung-ssi:

oh, porra, vc é fofo até por mensagem

mas olha só pra vc, todo rebelde mentindo pros pais.

mostrando as garrinhas. 🤭

Jeongguk:

?? Não me faz me sentir culpado.

Taehyung-ssi:

não tem que se sentir assim. nao tá fazendo nada de errado!

agora vai dormir

até mais tarde, anjo. :p

Jeongguk:

Anjo? Não sou anjo.

Taehyung-ssi:

Se parece muito com um

Jeongguk não respondeu, bloqueou o ecrã, sorrisinho nos lábios. Suspirando, fechou os olhos e se jogou na cama.

Imaginando mil possibilidades, adormeceu.


III

Primeiro eu queria agradecer a Gabriela que deixou esse capítulo muito melhor com o cuidado com a betagem! 

Segundo, gente, prestem atenção, eu não gostaria de ler comentários de intolerância nessa fanfic, principalmente no futuro que vou abordar ainda mais a questão da religião. Tomem cuidado com os comentários, tá bom? Eu quero que saibam que minha intenção não é ofender ninguém, nem desrespeitar. 

O que acharam? Taehyung é um príncipe lindo de cavalinho branco e eu o amo. Jeongguk perfeito? Senhor Jeon o que eu tenho a ver? 

Teorias? rs

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