The Blind Side of Love (Rabia...

Bởi itsrabiabitch

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Rafaella é uma atriz famosa e Bianca é uma estudante de artes que vende pinturas na rua. Um dia, Rafaella se... Xem Thêm

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
Capítulo 48
Capítulo 49
Capítulo 50
[MIMO] Capítulo Especial de Halloween

Capítulo 28

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Bởi itsrabiabitch

Rafaella agitou a xícara de café em sua mão, analisando brevemente o líquido marrom antes de olhar para cima. Marcela estava olhando para ela e Rafaella sorriu, meio casualmente e meio sem jeito, do outro lado da sala. Agora que estavam na companhia de outras pessoas, Rafaella estava tímida. Ela baixou o olhar e voltou para seu assento, dizendo 'olá' para a diretora de câmeras enquanto passava.

A noite anterior havia terminado profissionalmente, mas Rafaella ainda estava preocupada se muita gente notou que elas estavam juntas, e como isso pode ter parecido para os outros. Ela passou metade da noite repreendendo a si mesma por não ser mais cuidadosa e a outra metade querendo saber como seria beijar Marcela. Houve outros pensamentos, também, centrados principalmente em Bianca.

"Você parece cansada" disse Manoela Gavassi de repente. "Noite ruim?"

Rafaella tomou um gole de café e assentiu. "Não dormi muito bem."

"Tinha algum cara gostoso na sua cama?" Manoela riu e se sentou ao lado de Rafaella. "Imagino que tenha sempre, considerando a quantidade de homens que estão aos seus pés."

Rafaella olhou para Marcela, que estava a encarando de volta, parecendo entretida. Ela limpou a garganta e voltou a olhar para a produtora. "Bom, devo dizer que minha cama estava bem vazia na noite passada."

Manoela fez uma expressão peculiar, como se ela não acreditasse em Rafaella, e em seguida, riu. "Bem, se isso for verdade, então eu tenho certeza que não foi por falta de ofertas, né? Ouvi dizer que você e aquele diretorzinho terminaram. Uma pena. Vocês dois faziam um belo casal. Você não acha?" Ela dirigiu a pergunta à Marcela, que havia se sentado perto delas. Sem esperar a resposta da diretora, a produtora continuou: "Você ainda está solteira?"

"Estou, sim." disse Rafaella.

"Então, eu tenho um amigo... Ele não é um modelo ou qualquer coisa do tipo, tadinho, mas ele é um amor. Tentei juntar ele com aquela ali," disse ela, apontando para Marcela "mas não deu muito certo. O primeiro encontro não saiu exatamente como o planejado." Ela riu.

"A noite mais estranha da minha vida." Marcela murmurou.

Rafaella mordeu o lábio. "Eu... não estou realmente procurando ninguém agora." disse ela, esperando que isso fosse o suficiente para deter a mulher, mas sabendo, de alguma forma, que não era.

Manoela estava cavando em sua bolsa. "Eu vou apenas te dar o número dele. Se você estiver se sentindo solitária quando se mudar aqui pro Rio, mande mensagem pra ele. Ele pode te apresentar melhor a cidade. Vocês não precisam se ​​casar ou qualquer coisa do tipo."

Rafaella aceitou o pedaço de papel, sem olhar para ele. "Ok..."

"Ok, então." disse Marcela, levantando de repente, "se ninguém mais tem um amigo, irmão ou primo distante que queiram tentar a sorte com a nossa atriz principal, vamos começar."

Rafaella colocou o número do cara em algum lugar que parecia que ela não iria esquecê-lo, embora ela soubesse que iria. Ela perdeu a comodidade de seu relacionamento falso com Daniel, percebendo então, o quão simples ele tornava as coisas.

A porta se abriu, chamando a atenção de Rafaella. Uma jovem mulher entrou em cena, parecendo nervosa e confiante ao mesmo tempo, enquanto caminhava até o centro da sala.

Marcela sentou ao lado de Rafaella e entregou-lhe parte do script. Para a menina, ela disse: "Você pode começar quando estiver pronta. Rafaella Kalimann lerá com você."

A menina respirou por um momento, e então começou. No segundo em que ela falou, ficou claro que ela não era certa para o papel, mas Rafaella leu suas falas como se a real Samantha estivesse à sua frente.

A audição terminou minutos depois e Manoela Gavassi foi a primeira a falar assim que a menina tinha saído. "O meu voto ainda vai pra nossa estimada diretora para o papel. Estamos perdendo tempo com esses testes."

"Sério, Marcela," disse a diretora de câmeras, cujo nome Rafaella tinha totalmente esquecido. "eu lhe disse desde o início que esse papel era totalmente sua cara."

Marcela parecia pensativa. "Eu vou fazer um teste de tela e, em seguida, vamos ver. Há sempre a questão da química."

"Ah, tenha dó, Rafaella teria química com uma pedra." disse Manoela.

Rafaella arqueou uma sobrancelha, mas não disse nada. Ela se perguntou se eles haviam esquecido que ela ainda estava na sala.

"Eu não tenho certeza de como devo interpretar isso." disse Marcela.

Manoela bufou. "Você é um pouco mais atraente do que uma rocha. De qualquer forma, terá mais pessoas fazendo teste? Eu tenho hora no cabeleireiro às três."

Rafaella sorriu para si mesma, apreciando a conversa fácil entre as duas mulheres. Foi a primeira vez em muito tempo que ela se sentiu tão em casa em um ambiente de trabalho, e embora soubesse que as coisas pudessem mudar quando as filmagens começassem, ela estava feliz por fazer parte deste grupo de pessoas. Quaisquer que sejam as consequências de desempenhar este papel, ela sentiu que valia a pena.

A porta abriu-se, então, e Rafaella sentiu sua respiração travar com a visão de Mariana. Apesar do fato de que ela estava esperando por ela, Rafaella, ainda assim, estava surpresa. A morena estava vestida com uma saia cor de vinho e uma blusa branca. Era um look muito mais sutil do que o que ela usava na galeria e muito menos perturbador.

"Fico feliz que você tenha conseguido vir mesmo em cima da hora." Marcela estava dizendo.

"Estou feliz por estar aqui." disse Mariana.

"Eu espero que você tenha tido tempo suficiente para olhar o script e ter uma ideia do que ele envolve." disse Marcela. "Sinta-se livre para começar quando estiver pronta."

Mariana assentiu com a cabeça, e ela parecia mais calma do que Rafaella esperava. O olhar da morena viajou rapidamente ao redor da sala e pousou brevemente em Rafaella, antes de se direcionar para as páginas em sua mão.

Rafaella observava a troca de diálogo com interesse. Mariana estava fazendo testes para o papel de Carla, a antagonista principal, e estava fazendo um ótimo trabalho. Marcela, também, estava ótima fazendo o papel de Samantha, e Rafaella suspirou baixinho, pensando que Marcela interpretando sua amante na tela era uma receita para caos emocional, não importa o quão certa para o papel a diretora era.

E Mariana... Rafaella não queria sequer considerar as muitas complicações que poderiam surgir se Mariana conseguisse um papel no filme.

Talvez fosse o destino, Rafaella considerou. Talvez o destino estava tentando castigá-la por dizer mentiras na internet.

A cena terminou e Marcela agradeceu a Mariana por vir. E assim, estava finalizado.

Rafaella observou a porta se fechar.

"Ela é ótima." disse a diretora de câmeras.

"Ela é." disse Marcela, olhando para o currículo de Mariana em sua mão. "Infelizmente, ela não tem quase nenhuma experiência em cinema e nenhum agente. Ela não foi sequer treinada profissionalmente."

Manoela riu. "Eu pensei que era você que queria contratar atores desconhecidos do Rio de Janeiro?"

"Eu quero encontrar novos talentos, e isso ela tem de sobra. Mas a falta de experiência e representação levanta algumas bandeiras para mim."

"Pra mim também." disse Manoela. "Aquela garota que vimos no outro dia... qual era o nome dela? Ela está naquele programa sobre o instrutor de tênis? Bem, ela. Ela era perfeitamente adequada para este papel."

"Ela era boa." Rafaella encontrou-se dizendo, percebendo ser tarde demais, e que ela já tinha falado em voz alta.

Eles estavam todos olhando pra ela agora, então ela decidiu dizer outra coisa. "Quer dizer, isso é bom. É bom ir pelo lado seguro."

"Mas?" Marcela solicitou.

Rafaella se remexeu em seu assento. Não era o seu trabalho expressar opiniões sobre o elenco. Ela era apenas uma atriz. "Eu não sei... apenas acho que alguns riscos valem a pena."

A diretora de câmeras falou, depois de um momento. "Sabe, eu estive procurando atores para um projeto de curta-metragem que um amigo meu está fazendo. Eu acho que essa menina Mariana seria ótima para ele. Poderíamos tentar primeiro e ver como vai ser. As filmagens não devem levar mais do que duas semanas."

Marcela parecia pensativo. "Isso poderia funcionar. Manoela?"

"Você sabe quais são minhas considerações sobre colocar um bando de desconhecidos no elenco deste filme." ​​disse a produtora com um encolher de ombros. "Quando flopar, você sabe para quem terá que fazer os cheques também."

"Isso é o que eu amo em você, Manoela, sua atitude positiva." Marcela revirou os olhos.

Rafaella não disse mais nada, pensando que ela já tinha dito o suficiente. Havia uma parte dela que queria defender fortemente Mariana, sendo completamente a favor de colocá-la no elenco. Mas também havia uma parte dela que concordava com Manoela.

As audições que se seguiram foram, na opinião de Rafaella, totalmente esquecíveis, e no momento em que a última pessoa saiu da sala, Rafaella se sentiu grata que escalar elenco não fazia parte de seu trabalho.

José, um dos caras das câmeras, foi o primeiro a sair da sala. Ele deu uma desculpa rápida, explicando que sua esposa estava presa no trabalho e não podia pegar as crianças na escola. Ele entregou um pendrive pra Marcela e desejou boas festas a todos antes de sumir. Rafaella nunca tinha visto alguém empacotar equipamentos de câmera tão rapidamente antes e ela ficou bem impressionada.

Enquanto isso, Manoela reunia seus pertences. "Eu tenho que ir também. O patrão do meu namorado organizou uma festa de final de ano pra hoje e é na Urca. Eu tenho seis horas para fazer meu cabelo, minhas unhas e achar a roupa perfeita." Ela se levantou e sorriu calorosamente para Rafaella. "Rafaella, foi um prazer conhecê-la. Eu mal posso esperar para te ver de novo. Tenha um bom voo de volta à São Paulo e Feliz Natal, Feliz Ano Novo e tudo isso." Ela olhou para Marcela. "Você, eu vou ver depois."

"Eu vou descer com você." disse a diretora de câmeras. "Eu tenho uma reunião com o professor do meu filho. Adivinha quem não vai ganhar aquele videogame que ele queria para o Natal?"

Manoela bufou e as duas mulheres desapareceram pela porta conversando sobre amenidades.

Rafaella notou de repente que ela não tinha absolutamente nenhum lugar para estar, para onde ir, assim como não tinha vida real fora da sala de audição. Ela tinha, até aquele momento, esquecido completamente sobre o Natal.

"Você está bem?" Marcela perguntou.

Rafaella pegou sua bolsa e acenou com a cabeça. "Sim, eu estou bem. Eu só percebi que o Natal está chegando e eu não fiz nenhuma compra."

"Você ainda tem uma semana. Quando é seu voo?"

"Amanhã de manhã. Gizelly e Daniel queriam uma noite extra na cidade."

Marcela assentiu e tomou um gole de água. "Se você não estiver fazendo nada hoje à noite, um amigo meu vai dar uma festa na cobertura dele e você é mais do que bem-vinda para se juntar a mim."

Rafaella considerou a oferta por uma fração de segundo, mas disse: "Obrigada, isso parece divertido, mas eu acho que vou apenas deitar na minha cama, pedir serviço de quarto e assistir TV."

"Ah, isso parece bom, também." Marcela sorriu.

Se Rafaella fosse do tipo que flerta, ela poderia ter dito: "Você é bem-vinda para se juntar a mim." mas ela não era, por isso não falou nada. Em vez disso, ela colocou seu celular dentro da bolsa e sorriu de volta para Marcela.

"Então, quais são seus planos para o Natal?" perguntou Marcela, enquanto se dirigiam para fora da sala, para o elevador.

Os planos de Rafaella eram sombrios, na melhor das hipóteses. Ela lembrou vagamente de concordar em fazer o jantar para Daniel e Gizelly. "Bem, a minha família está em Paris..."

"Você não vai se juntar a eles?"

"Ah, não. Quanto mais longe eles estão, mais feliz eu sou. Então, eu provavelmente vou passar a véspera de Natal com Gizelly e Daniel. E você?"

"Eu estou indo acampar." Marcela respondeu. "Realmente festivo de minha parte, né?"

"Parece divertido, na verdade."

"Quer ir? Só vai ser eu e um casal de amigos. Nós gostamos de fazer coisas não convencionais no Natal. No ano passado fomos para um lual. No ano que vem estamos pensando em... pular de paraquedas."

Rafaella sorriu. Tudo parecia legal. Aterrorizante, mas agradável. "Eu acho que vou passar, mas obrigada." O elevador surgiu e elas entraram. "Estou mais no clima de um Natal tranquilo em casa."

"Eu adoraria isso também, na verdade." Marcela admitiu um momento depois. "Mas eu estou sozinha, então qual é o sentido? Eu acho que eu ficaria deprimida acordando na manhã de Natal sem ninguém comigo."

Isso soou como uma descrição bastante precisa das manhãs de Natal mais recentes de Rafaella. Ela, especialmente, não estava ansiosa para a próxima e por um momento ela realmente considerou o convite de Marcela.

As portas do elevador se abriram antes que Rafaella pudesse mudar de ideia.

"Posso te oferecer uma carona?"

Marcela parou para pensar. Ela olhou para o relógio. "Vou me encontrar com o meu corretor de imóveis em uma hora para olhar uns apartamentos, então eu provavelmente deveria ficar por aqui."

Rafaella assentiu. Se despedir de Marcela sempre parecia estranho. "Bem, divirta-se em sua festa hoje à noite. E tenha cuidado acampando."

"Obrigada. Tenha um voo seguro."

"Vejo você em algumas semanas." Rafaella começou a se virar, mas parou. "Ei, sobre a noite passada..."

Marcela olhou para ela, com expectativa.

"Poderia ter sido um encontro." disse Rafaella. Ela sorriu ao ver a expressão de surpresa no rosto da diretora. Em seguida, ela foi embora.

************************************************** ************

Bianca pulou do sofá no momento em que ouviu as chaves tilintando na porta. "Como foi?" Ela perguntou, impaciente. Ela estava praticamente pulando em antecipação.

"Eu acho que arrasei." disse Mariana em um tom que não deu nenhuma indicação se ela estava ou não satisfeita com o fato.

Bianca deixou escapar algo que soou como um grito e abraçou Mariana. "Eu sabia que você iria."

Mariana abraçou de volta e então disse: "Eu não acho que eu vou conseguir."

A animação de Bianca se tornou confusão. "Mas por quê?"

Mariana tirou seus sapatos e os colocou ao lado da porta. "Eu não tenho nenhuma experiência, nenhum agente, nada que faça vender meu peixe, exceto algumas peças ruins que ninguém nunca ouviu falar."

"Sim, mas se você foi bem..."

Mariana suspirou. "Não é assim que funciona. Confie em mim, eu não tenho esperanças em conseguir este papel. Não depois de ver o tipo de pessoas que estavam fazendo testes. Mas olhando pelo lado positivo, eu tirei um monte de selfies com gente famosa."

Bianca não sabia o que dizer. Ela esperava que a situação fosse um pouco mais simples do que isso.

Mariana andou até a sala de estar e Bianca a seguiu. "Ah, adivinhe quem estava na sala eu fiz o teste?"

"Quem?"

"Sua futura patroa."

"E mais uma vez eu digo, quem?"

Mariana sorriu. "Rafaella Kalimann. Louco, não é? Primeiro, ela aparece em sua exibição de arte. Então, ela te segue aleatoriamente e te encontra no banheiro masculino, aí te oferece um emprego. E agora eu sou chamada para um teste em um filme que ela é a atriz principal." Ela fez uma pausa para analisar. "Você acha que ela está nos perseguindo?"

"Ela me encontrou fora do banheiro masculino... Ah... não importa." Bianca sentou-se no sofá.

"O que você está assistindo?" Perguntou Mariana, notando pela primeira vez que a TV estava ligada. Sentou-se ao lado de Bianca.

Bianca sorriu. "Guardião."

Mariana riu. "Eu não acredito. É sério? Você odeia esse seriado."

Bianca deu de ombros. "Não tinha mais nada de interessante passando." Ela falou, assistindo Rafaella Kalimann na tela de sua TV por um momento. "Talvez ela esteja nos perseguindo."

"Eu comecei a ler as falas com Marcela McGowan." disse Mariana de repente. "Puta merda. Acabei de lembrar."

"Quem é essa, de novo?"

Mariana ignorou a pergunta. "Ela estava assim, tão perto de mim." Ela se levantou e parou na frente de Bianca. "Nós respiramos o mesmo ar. Ela... falou comigo. Marcela McGowan , Bianca!"

"Ainda não sei quem é, mas tudo isso parece muito emocionante."

Mariana sentou-se novamente. "Teria sido tão bom conseguir esse papel." disse ela, parecendo deprimida. "Quero dizer, putz, Rafaella Kalimann é a protagonista. O quão louco é isso?" Ela apontou para a tela. "Eu poderia estar contracenando com ela. Porra, você vai fazer uma criação artística no apartamento dela, o que é ainda mais louco."

"Tenho certeza que ela já se esqueceu disso." disse Bianca, porque ela realmente acreditava que aquilo era verdade.

Mariana suspirou. "Eu realmente espero que este não tenha sido o auge do nosso ano."

"Bem, este ano está quase acabando."

"Isso é verdade." disse Mariana. "Então acho que tudo bem esse ser o auge do nosso ano. Falando nisso, vamos passar o Natal na casa dos seus pais?"

"Eu acho que sim. Vai ser muito estranho sem o Miguel lá."

"Mas tão bom sem o Diogo lá." Mariana acrescentou, com um sorriso. "Talvez possamos passar o Ano Novo com Miguel. Eu quero muito conhecer o Eusébio. Podíamos fazer uma festa aqui."

A ideia de passar o Ano Novo com suas pessoas favoritas fez Bianca sorrir. "Eu acho que seria maravilhoso."

Mariana desligou a TV. "Vamos comprar uma árvore de Natal."

"Agora?"

"Sim, senão todas as bonitas serão compradas. Vamos levar a mais barata que a gente conseguir encontrar, que provavelmente vai ser a mais feia, e fazer ela ficar bonita. "

Bianca deu uma risadinha. "Vamos pegar duas. Cada uma decora uma e Eusébio e Miguel podem julgar quem fez a melhor reforma de árvore de natal barata."

"Ah, você com certeza vai perder." Mariana riu. "Vamos logo então!"

Bianca sorriu e seguiu Mariana. Naquele momento, ela esqueceu tudo sobre Rafaella Kalimann e a oferta de emprego que poderia nunca acontecer.

************************************************** ****

Daniel estava sentado na cama quando Rafaella entrou em seu quarto e parou na frente da TV, que ele estava assistindo. Então ela fechou a porta. "O que você está fazendo aqui?"

"Olá para você também, minha querida melhor amiga." respondeu Daniel, desligando a TV com o controle remoto.

"Como você entrou mesmo?"

"Eu sorri para a faxineira e ela me deixou entrar "

"Só isso? Você sorriu?"

"Você pode não perceber Rafaella, porque você é lésbica, mas eu sou absurdamente bonito."

Rafaella sorriu e tirou o sapato. "Malditos sejam esses olhos de lésbica que fazem você parecer como um monstro de duas cabeças." Ela colocou a bolsa na cama. "Aonde está Gizelly?"

"Dormindo. Ela sempre tira um cochilo depois do sexo."

"Obrigada pela informação adicional que eu realmente não queria saber. E de volta à minha pergunta inicial, o que você está fazendo aqui?"

"Esperando por você."

Rafaella suspirou. "Você sabe que se alguém viu você entrar aqui, vão pensar que estamos tendo um caso."

Daniel deu de ombros. "Deixa, ué. Conte-me sobre seu encontro com Marcela."

Rafaella franziu o cenho para ele. "Como você sabe que tive um encontro com Marcela?"

"Por incrível que pareça, você é famosa o suficiente para sair em instagram de fofoca. Tem fotos de vocês duas juntas no 'Dogão do Naldo'. Tem uma imagem em específico muito bonita de você e Marcela, cada uma segurando um cachorro-quente, entrando em uma limusine, no maior estilo carioca." Ele esticou-se na cama. "Então, resume pra mim. Pule a história para aquela parte onde vocês se despiram lentamente."

Ela sentou-se no sofá e olhou para ele por um longo tempo. "Eu estava esperando que o passeio fosse passar despercebido pela mídia."

"Você está sempre na mídia."

"Parece que sim." Ela suspirou novamente. "Eu disse a ela que ela me aterrorizava e que eu sou virgem." Ela balançou a cabeça e deixou seu corpo cair contra o encosto do sofá. "Eu sou um desastre com mulheres."

"Você é honesta. Aposto que isso a excita. Além disso, eu tenho certeza que a coisa toda de ser virgem a intrigou."

"Ou a assustou."

"Quem não gostaria de ser a primeira foda de Rafaella Kalimann? Você poderia fazer um reality show sobre isso."

"Eu acho que isso é a coisa mais deprimente que você já me disse."

"Eu vou me esforçar mais."

"Você não deveria voltar pra ficar com Gizelly?"

"Ela vai ficar bem. Conte-me sobre Marcela."

Rafaella olhou para o teto. "Ela é engraçada. Inteligente. Talentosa. Ela é uma lista de qualidades perfeitas."

"E ela é gostosa."

"E ela é gostosa." Rafaella concordou.

"Mas?"

Rafaella pensou na maneira como ela se sentiu quando viu Bianca pela primeira vez na galeria e depois novamente no teatro. Ela pensou na voz do outro lado do telefone e a maneira como seu coração vibrava sempre que o nome Bianca Andrade aparecia em sua caixa de entrada. Ela não queria isso para si mesma. Ela não queria ser o tipo de pessoa que ansiava pelo inatingível. "Eu acho que quero ver até onde as coisas vão. Se ela quer que as coisas cheguem em algum lugar, quero dizer. Eu nem sei como ela se sente." Ela parou para pensar. "Mas ela me chamou para acampar com ela e um casal de amigos no Natal."

"E o que você disse?"

"Eu disse que não."

"Começou bem."

Rafaella deu de ombros. Então ela sorriu. "Eu sinto que eu deveria estar te pagando 300 reais por hora por essa conversa."

"Eu subi minha taxa para 400 reais, o que me lembra também que você tem vários boletos pendentes para acertar comigo."

"Mande mensagem para o meu contador."

Daniel se juntou a ela no sofá. Ele bateu em seu joelho. "Que outra novidade você tem pra me contar?"

Rafaella sabia que ele estava perguntando sobre Bianca sem perguntar sobre Bianca, mas ela não sabia se ela queria contar que ela tinha perseguido Bianca no teatro e, em seguida, pedido para pintar uma arte em seu novo apartamento. Tudo parecia ridículo, como um devaneio que acabou indo longe demais.

"Gizelly me disse que Bianca estava naquela coisa que você foi com Marcela..."

Ela olhou para ele. "É claro que ela disse. O que mais ela disse?"

"Tinha mais a dizer?"

Ela hesitou, mas finalmente cedeu ao desejo de falar sobre isso. "Eu a segui. Bem, eu a vi sair, então fui procurá-la. E eu a encontrei. E eu pedi pra ela pintar pra mim. Eu perguntei se ela poderia olhar o meu novo apartamento, e decorar as paredes com a arte dela."

Daniel ficou em silêncio por um longo tempo. Então ele disse: "Sério?"

"Eu sei que é loucura..."

"Dizem que o amor é uma loucura."

"Eu não a amo."

"Como você sabe que não? Você está saindo com a diretora do seu novo filme enquanto deseja uma mulher que conheceu na internet, que acha que você é outra pessoa."

"Desejando? Eu não estou a desejando. E eu não a amo. Eu vou admitir que tenho uma paixonite. Bem pequena."

"Tudo bem."

Impaciente para mudar o foco da conversa, ela disse: "Eu mencionei que a melhor amiga dela pode acabar conseguindo um papel no filme?"

Daniel se iluminou. "A morena gostosa?"

"A própria."

"Interessante."

"Isso não é o que você deveria dizer."

"O que eu devo dizer?"

Rafaella suspirou. "Eu não sei. Algo clichê e falso como 'vai ficar tudo bem'."

Daniel deu de ombros. "Eu sou apenas um macho. Meu trabalho é analisar mulheres gostosas e te incentivar a fazer sexo logo."

"Ótimo."

"Falando nisso, você deveria transar com a Marcela. Depois de um jantar romântico, ou em qualquer lugar. No dia de Natal. Um orgasmo é um grande presente."

"Então, você acha que eu deveria acampar com ela?"

"É esse o termo utilizado hoje em dia? Ótimo. Sim. Vá 'acampar' com ela."

Rafaella sorriu. "Sai da minha frente e vai mimar sua namorada ou algo assim. Já deu sua hora."

Daniel sorriu e se levantou. "Vou te deixar aqui na sua caverna, então. Mas antes de eu ir, me pergunte o que eu acho sobre tudo isso."

Rafaella olhou para ele, ansiosa para ele ir embora, mas também temendo o silêncio que viria a seguir. "O que você pensa sobre tudo isso, sábio Daniel Caon?"

"Eu acho que se é Bianca que você quer, é Bianca que você deve ir atrás."

"Ela é hétero."

Daniel sorriu. "Então, coloque uma venda nela e caia de boca num oral, ela nunca vai notar a diferença."

"Chega! Eu não aguento mais você. Some daqui." Rafaella começou a empurrá-lo pra fora.

"Adeus, Daniel." Ele saiu rindo, piscando maliciosamente para ela enquanto a porta era fechada na cara dele. 

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Já venho.

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