Ran Before The Storm - Remus...

By JuLovegood

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Luna foi nomeada pelo nome do único satélite natural deste planeta. Remus por inúmeras vezes odiou a lua. Rem... More

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Epílogo

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By JuLovegood



                Os pés de Luna estavam doloridos de tanto se esticarem para tentar alcançar as prateleiras. A detenção coletiva havia sido repartida entre os oito amigos. James e Sirius estavam esfregando as arquibancadas da quadra de quadribol. Romina e Peter tinham que limpar as mesas do salão principal, Cristal e Lily estavam desempoeirando alguns troféus, e Remus e Luna estavam limpando e organizando frascos na sala de poções.

          Inicialmente, a dupla de Luna para a sala de poções deveria ser Sirius, mas ele ameaçou quebrar todos os fracos se não ficasse na mesma equipe de James, e sugeriu Remus para seu lugar, justificando que Lupin era uma pessoa muito mais equilibrada que ele, o que ninguém teve o arrojo de desmentir.

- Já disse que os altos eu pego. – Remus riu e passou por cima de Luna pegando um frasco vermelho pequeno.

- Obrigada, mas eu estava quase alcançando! – ela riu sem graça - "Raiz de Asfódelo em Pó", já tem algum lugar para esses? – Luna perguntou e Remus assentiu apontando para um vão dentro de um dos armários.

- Espinhos de Baiacu ficam com os sanguessugas ou com as presas de serpente?

- Sanguessugas. – Luna respondeu.

Remus sabia exatamente onde os espinhos de Baiacu deveriam ficar, mas era o jeito menos embaraçoso que ele encontrava de manter um diálogo com a amiga.

- Já ouviu falar da poção Warm Shadow? – Remus se sentou no chão para preencher um pote meio vazio com mais pó de alguma substancia laranja.

- É o que a pessoa consegue atravessar coisas sólidas? – Luna parou de etiquetar alguns frascos e olhou para Remus. Ela também estava sentada no chão. Eles estavam rodeados por inúmeros frascos e embalagens plásticas. Luna etiquetava e Remus guardava ou preenchia algum recipiente.

- Não, essa deixa aquele que a tomar imune ao fogo por cerca de uma hora. Bem útil, não acha?

- Eu certamente terei que tomar essa todas as vezes que for cozinhar quando morar com a Romina. – Luna riu e voltou a colar uma etiqueta no frasco de raiz de valeriana.

- Vamos aprender essa porção no último ano... Qual sua poção favorita até agora? Eu gosto da Sacebak, já me aliviou muitas dores de cabeça .

Luna olhou para o amigo. Ele estava mais falante que o normal. Eles sempre tinham muita conversa para jogar fora, mas hoje ele estava... diferente.

- Hã... acho que aquela solução fortalecedora. – Ela disse e começou a rir se lembrando do dia em que aprenderam essa poção. Grifinória e Corvinal faziam as aulas de poção juntos.

- Lembra quando o Sirius a tomou? – Remus ria – Ele quase pegou um mês inteiro de detenção!

- A melhor parte da aula foi James dizendo que sentia o cheiro da professora de Astronomia quando fizemos a Amortentia! Lembra da reação dela? Ela ficou tão vermelha quanto um tomate!

Os dois gargalhavam ao se lembrarem das trapalhadas que os amigos já fizeram.

- Você sentia o que quando cheirou a Amortentia? – Remus perguntou analisando um frasco com olhos de aranha, como se não houvesse feito uma pergunta tão íntima

- Eu... não me lembro muito bem... Acho que era bolo de chocolate saindo do forno, lenha em brasa e... livro novo. E você?

- Pergaminho velho, grama molhada de chuva e chocolate. – Ele riu. – Acho que o meu já mudou, sempre espirro quando cheiro um pergaminho antigo e da última vez que tomei chuva eu peguei um resfriado terrível!

- Eu acho que o meu não deve ter mudado, mas... quer descobrir? – Luna tinha um frasco médio com a poção perolada dentro. – Ou podemos fazer o James beber e aí ele realmente vai se apaixonar pela professora!

Os dois riram e encararam o frasco. Luna abriu e respirou fundo.

- Bolo de chocolate.

Remus arrastou-se colocando o peso de seu corpo nas mãos e aproximou seu nariz do frasco puxando o aroma da poção.

- Chocolate! – Ele afirmou.

- Livros novos!

- Tinta de tinteiro?! – Ele riu

- Perfume de... eu não faço ideia de que seja esse perfume. Não parece o do meu tio. É... doce, mas tem um... parece musgo de árvore. – Luna respirou novamente e arregalou os olhos. Era o perfume que Sirius borrifara em seu rosto quando fora pela primeira vez no quarto dos meninos. Ela esticou o braço entregando o frasco para que Lupin o pegasse, quase como se pudesse tirar aquela informação de perto.

- Flor de cerejeira. – Luna o olhou e prendeu a respiração. – Acho que... minha mãe usa um perfume com esse cheiro.

Ela soltou o ar e deixou os ombros caírem. Estava frustrada. Pela confirmação do que sentia. Pela aparente falta de reciprocidade.

Remus puxou a pena que prendia o cabelo de Luna e os fios, agora medianos, da menina caíram em seus ombros.

- Você tem um belo cabelo, sabia? Sirius morre de inveja, ele não admitiria nunca, mas ele sonha descobrir seu segredo. – Remus brincava com a ponta de uma mecha de cabelo da menina. Luna deu graças aos deuses por ele estar limpo e cheiroso aquele dia. – É o seu shampoo?

Se o coração de Luna já estava acelerado pela proximidade do lupino, a pergunta tendenciosa que ele fizera a deixara sem sangue correndo por suas veias.

- Hã... é genética.

Ela tentou sorrir, mas tinha certeza que fizera uma careta. Ele estava tão próximo e tinham tantas substâncias potencialmente perigosas ao redor deles, que Luna desejou que alguma delas explodisse em sua cara depois da resposta idiota que deu.

- Com certeza! – Remus riu.

- É de flor de cerejeira.

- Oh... – ele endireitou a postura, pousou o frasco fechado no chão e colocou os cotovelos apoiados nos joelhos. – O... meu perfume é de cravo com... musgo de carvalho. Minha mãe quem fez.

- Ah... – Luna olhava para frente. Não sabia o que fazer. Havia dado um mísero beijo em toda sua vida e fora totalmente por iniciativa da outra pessoa. Ela queria beijá-lo. Agora mesmo. Queria muito. Mas... e se ela mordesse ele? Ela escovara os dentes antes de vir para cá? Ela nem se lembrava se tinha passado desodorante. Talvez agora mesmo ela esteja com um odor de dez cachorros molhados.

Ela se virou repentinamente para o garoto chamando sua atenção.

Abriu a boca três vezes para tentar falar algo. Remus a olhava com uma cara engraçada de interrogação. Queria falar algo, mas não queria interromper a morena. Luna comprimiu os lábios. Respirou fundo e fechou os olhos.

Ela não precisava que nenhum príncipe encantado a buscasse num cavalo branco. Seu príncipe estava em sua frente e ela mesmo ia pegá-lo.

Ela jogou o peso de seu corpo para frente, colocando suas mãos abertas no chão a sua frente para lhe dar impulso. Ela chocou seus lábios nos lábios de Remus. O rapaz teve que apoiar as duas mãos no chão para que eles não caíssem em cima dos frascos atrás de si.

Deveriam ter se passado cerca cinco segundos.

Ela separou os lábios do garoto e respirou fundo. Remus abriu os olhos e não disse uma palavra. Eles ficaram se encarando pelo que pareceram dois anos e meio para Luna. Ela olhou seu rosto bem de pertinho. Olhou sua cicatriz no supercilio, seus olhos cintilantes, olhou a cicatriz na mandíbula marcada que ele tinha e o modo como seu cabelo saia do couro cabeludo e pendia sob sua testa. Será que ele tinha histórico de calvície na família? Ela voltou atenção aos seus lábios, estavam entreabertos.

- Seus olhos... – Remus começou.

- O que? – Luna se sentou e esfregou os olhos.

- Não... – Remus riu e pegou o pulso esquerdo da menina e empurrando para baixo. – Ele... são muito bonitos.

- Oh... bem, é que quando você disse qu...

A tagarelice de Luna fora interrompida pelos lábios macios de Remus. Ela sentiu seu corpo todo relaxar. Ele tinha uma mão do lado direito de seu rosto e usava a outra para se equilibrar. Eles se beijaram. Bastante. Luna até se atreveu a colocar a mão na nuca de Remus e brincar com os fios que caiam ali e, céus, ela sempre quis fazer isso, mas não imaginou que seria tão bom.

Quando se separaram eles sorriram um pro outro. Envergonhados, mas extremamente felizes.

- Ainda temos uns quarenta minutos de detenção e uns vinte e cinco frascos para organizar, então... – Remus olhou ao redor. – Temos tempo de sobra, eu acho. – Ele sorriu da forma que Luna mais amava: deixando os olhinhos meio fechado pelas bochechas. Ela quis beijá-lo de novo, mas não queria parecer uma depravada.

Ela sorriu de orelha a orelha. Era a garota mais radiante do mundo todinho. Sentia vontade de gritar, mas só assentiu e olhou para baixo, onde estavam os frascos restantes.

Ela não se importaria de pegar detenção mais vezes.



Eles terminaram tudo numa agilidade admirável. Estavam agora sentados de frente um pro outro enquanto dividiam uma barra de chocolate.

- Remus eu... – Luna se segurou. Queria dizer tudo de uma vez, mas queria escolher as palavras certas.

- Você... – ele sorriu e ergueu as sobrancelhas em incentivo à garota.

- Eu sei do seu... probleminha. Com a lua cheia.

Ele respirou fundo. Deu uma mordida em seu chocolate e olhou para uma janela alta que iluminava o local. Demorou tanto para responder que Luna pensou que ele tivesse se esquecido.

- Eu sei. Sirius me contou que você sabe. E, depois que ficamos sabendo do seu, tio, imaginei que deveria suspeitar. Desde o primeiro ano, né?!

- Sim, eu tinha suspeitas, mas...

- E ainda assim você quis estar... por perto. – Ele brincou com a embalagem de chocolate.

- Não vejo motivo algum para não querer. – ela disse firme e ele sorriu nasalmente.

- Eu agradeço muito, Lu. – ele olhou tão intensamente nos olhos dela que ela sentiu que poderia cair para trás. – Eles também me contaram o seu segredo.

- Eles alguma vez conseguiram manter algo em segredo? – Luna riu.

-Acho que eles sempre mantiveram o meu a salvo... – Ele riu. – Eu posso ver algum dia?

- Hã... claro! Eu posso ajudar você nas noites de lua cheia, sabe, eu sempre ajudei o tio Guildo e...

- Não, não, não, Lu! – Ele balançou a cabeça negativamente várias vezes, mas ainda tinha o semblante leve – Ainda assim seria arriscado, e... eu não consegui convencer os meninos, mas por favor... não se arrisque assim. Sem mais feridos por minha causa, ok?

Ela queria rir na cara dele. Dizer que era uma leoa fortíssima e que um lobinho jamais a derrubaria. Mas ela apenas assentiu e se moveu para ficar em seu lado. Apoiou a cabeça em seus ombros e fechou os olhos. Estava exausta, mas estava tão feliz que duvidava que dormiria tão cedo. 




Era pra eu ter postado esse capítulo na quiinta, mas eu fiquei sem internet o dia todo e acabei esquecendo de postar hoje, desculpitchas

Espero que cês tenham gostado, é nóis.

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