Fascínio | Taekook

By tkvante

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O bombeiro Kim Taehyung costumava ser um pai presente na vida do seu amado Kwon, mas após serem abandonados p... More

Fascínio
Avalanche
Hábitos
Quem é Jeon Jeongguk?
Eu sou Jeon Jeongguk
O convite
Presentes trocados
Encanto
No qual Taehyung faz uma descoberta
Sutilezas
Pensamentos insistentes
Uma pequena reviravolta na vida de Taehyung
Bound to fall in love
O beijo da descoberta
Metamorfose
Café com fofoca

Queda livre

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By tkvante

[N/A] GENTE, PERDÃO PELA DEMORA!

Quero agradecer pelos 2k de leituras e por todo amor que vocês têm dado a Fascínio. Sério, eu leio todos os comentários de vocês e marcações que vocês fazem no Twitter e eu não poderia estar mais feliz, de verdade.

Bom, o planejamento de Fascínio tá indo muito bem. To muito ansiosa pra mostrar pra vocês algumas cenas rs. Aliás, me sigam no Twitter! Meu @ é favoclock, vou sempre estar dando spoilers e fazendo enquetes.

[ATT] A TAG DA FANFIC É #PAISEFILHOSTK

SOBRE OS TAEKOOK... Gente, por enquanto eles ainda não sentem nada um pelo outro. Qualquer proximidade deles vai ser apenas com a intenção de criar um vínculo de amizade.

Obrigada pela betagem Duda!

Boa Leitura! Comentem e votem muito, apoiem os escritores e seus trabalhos!!!!


Oito dias se passaram desde que Taehyung e Jeongguk trocaram mensagens. Não é que eles tenham entrado em uma conversa super interessante, na verdade, Taehyung nem mesmo respondeu ao professor quando o mesmo disse ter salvado seu contato. Sempre foi péssimo em manter conversas, principalmente quando tratava-se de desconhecidos, e com o professor de Kwon não tinha como ser diferente. Mas Taehyung não se sentia amuado com essa situação, ele tinha conhecimento de que aquela relação recém surgida entre os dois era apenas profissional e queria que permanecesse assim. 

No primeiro dia após o franco encontro que teve com o professor, Taehyung procurou se atualizar sobre o desempenho escolar de Kwon. Ligou para a diretoria da escola logo cedo e no seu horário de almoço procurou usar o login que foi lhe passado para acessar ao site no qual a instituição usava para lançar os boletins. As notas de Kwon estavam acima da média, com exceção de matemática. Taehyung deixou uma risada seca sair de seus lábios. Diferente do pai, que amava números, Kwon parecia odiá-los. Ao encerrar o site, Taehyung tomou uma solução: Iria dar banca para o filho, e ajudá-lo a melhorar seu desempenho na matéria de matemática.

No segundo dia, foi Taehyung quem preparou o jantar e convidou Hyejin para que se juntasse aos dois. Foi uma noite agradável, regada por muitas risadas escandalosas de Kwon e sorrisos afortunados de Taehyung. Ahn Hyejin apenas observava-os com um conforto em seu peito. Taehyung havia dado mais um passo: Durante pelo menos um dia na semana ele seria o responsável pelo jantar e todos iriam sentar juntos à mesa para que mais momentos como aquele fizessem parte de suas melhores memórias.

No terceiro dia, enquanto levava as roupas sujas para a máquina de lavar, Taehyung parou em frente ao quarto de Kwon e encarou de modo sério o ambiente, reparando na quantidade absurda de brinquedos que Kwon tinha, muitos mantinham-se empoeirados e esquecidos. Taehyung então convidou o filho para que pudessem fazer uma limpa naqueles brinquedos e doá-los para crianças que realmente fossem usá-los. No quarto dia, Taehyung saiu com três caixas cheias de brinquedos e deixou-as com Key, seu amigo do posto de bombeiros e que também passava os domingos realizando trabalhos voluntários diversos. 

No quinto dia, Taehyung sentou-se no sofá e respirou fundo. Sentia-se demasiadamente cansado e nem mesmo tinha forças para tirar sua farda, e ir tomar um banho. Kwon veio correndo do quarto com um sorriso grandioso nos lábios bem desenhados. Ele pulou no sofá e abraçou o pai, que retribuiu, engolindo o gemido de dor quando Kwon apertou-lhe saudoso. Mesmo que estivesse se esforçando ter seu filho de volta, à exaustão ainda atingia-lhe constantemente. Mas procurava empurrá-la para debaixo dos tapetes, pois ver Kwon sorrindo tão alegremente e contando-lhe mais sobre os seus dias e suas expectativas fazia tudo valer a pena. 

No sexto dia Taehyung estava no posto de bombeiros quando a sirene tocou, indicando uma chamada de emergência. O Capitão Choo levantou apressado ao mesmo tempo em que a equipe reuniu-se em frente ao caminhão de bombeiros.

 — O que temos? —  Mina indagou enquanto colocava seu cinto de segurança.   

 — Vazamento de gás, cinco quadras daqui. —  Bogum respondeu, sentando-se ao lado do Capitão Choo.

Taehyung e Key trocaram um olhar rápido e acomodaram-se. 

 — Vou entregar os brinquedos amanhã, tenho certeza que as crianças vão ficar muito felizes. —  Key puxou assunto assim que o caminhão saiu do posto de bombeiros. 

Key Kibum: Um e noventa de altura, sorriso largo e chamativo, trinta e cinco anos, cabelos ruivos e sardas distribuídas pelo rosto harmônico. Ele chegou pouco tempo depois de Taehyung no posto de bombeiros, contudo ambos se deram bem logo de cara. Key era um homem humilde e um ótimo conselheiro, o Kim apreciava os momentos que dividiam quando mergulhavam em alguma conversa sobre qualquer assunto que surgisse no momento. 

Taehyung deu um sorriso em resposta, apertando seu capacete nos braços.

 — Aconteceu algo? —  indagou Kibum como se pudesse ler a alma de Taehyung. Ele também podia ser bem observador.

 — Eu só ando meio pensativo, mas não é nada de mais. —  a voz do Kim saiu incerta. 

Pensativo sobre o que? Kibum quis perguntar, mas achou melhor deixar para outro momento. 

A verdade é que mesmo tentando fazer de tudo para tornar-se um bom pai novamente, Taehyung ainda sim tinha seus momentos reclusos, no qual afundava-se em uma espécie de areia movediça composta por todos os seus medos, receios e inseguranças. E nesses momentos, enquanto sentia os grãos finos e ásperos da areia invadirem cada cavidade de seu corpo esguio, todas as vezes Taehyung podia jurar que morreria sufocado a qualquer momento e quando sua respiração começava a falhar, acordava de seu estado catatônico, suado e aturdido, piscando lento e encarando a realidade novamente.

Tudo era tão complicado. Não bastava querer mudar, Taehyung tinha que fazer por onde, e acreditem, ele estava se esforçando pra caralho. Só que Taehyung queria resultados rápidos. Sua ansiedade lhe consumia cada vez mais em busca de resoluções, e enquanto elas não chegassem, ele continuaria fritando daquele jeito.

Respirou fundo e tentou forçar um sorriso no rosto, Kibum apenas tocou levemente seu ombro, passando-lhe certo consolo e voltou a encarar a paisagem que passava por entre o caminho que faziam.

O oitavo dia foi um domingo. Taehyung acordou às dez horas com o sol batendo em seu rosto. Chegou tão cansado no dia anterior que não fez nem questão de trocar de roupa, apenas caiu na cama e desfrutou de uma ótima noite de sono. Levantou, espreguiçando-se, levou as mãos até os cabelos bagunçados, jogando-os para trás e estalando o pescoço. Um suspiro aliviado saiu de seus lábios ao constatar que tinha o dia de folga. 

A semana foi cheia, mas Taehyung sentia-se satisfeito pelo menos por hora. 

Taehyung tratou de tomar um bom banho para tirar toda a sujeira que deveria ter tirado na noite anterior. Aproveitou para depilar sua virilha, visto que fazia um bom tempo que o Kim não raspava aquela região e a quantidade de pelos já incomodava-lhe, principalmente porque passava o dia inteiro usando uma calça pesada e quente, resultando em leves coceiras na região. 

Depois de escorrer todos os pelos pelo ralo, Taehyung enrolou a toalha na cintura e parou em frente ao espelho da pia, fitando seu reflexo. Havia um resquício de barba crescendo por sua face, mas nada que lhe incomodasse muito no momento. Talvez até deixasse sua barba crescer um pouco, ainda estava decidindo se valia a pena ou não. 

Saiu do banheiro e voltou para seu quarto. Tirou do guarda-roupa uma calça moletom e dispensou o uso da blusa. Já vestido, Taehyung penteou o cabelo e antes de acordar Kwon, escovou os dentes, rindo sozinho ao lembrar do filho reclamando sobre seu bafo matinal. 

Kwon se remexeu inquieto, denunciando que logo acordaria, quando Taehyung entrou em seu quarto. O bombeiro abaixou-se e tocou levemente o corpo do pequenino.

 — Filhão? Tá na hora de acordar.

 — Papai? —  Kwon abriu os olhos, a voz saiu preguiçosa  — Que horas são? —  tornou falar. 

Taehyung sorriu ao encarar o filho. Os olhos e o rosto inchadinhos, um bico presente nos lábios e os fios de cabelo pra cima, a pintinha na ponta do nariz redondinho, as sobrancelhas grossas, as bochechas protuberantes e o sorriso banguéla. Ele era lindo, Kwon tinha pego os melhores genes dele e de Hyuna. 

 — São dez e quarenta e um. —  informou, levantando novamente. Kwon jogou a coberta para o lado, sentando na cama e deixando as pernas penduradas na beirada  — Vou preparar nosso café, vá tomar um banho.

 — Banho? Agora? —  lamentou.

 — Isso mesmo, porquinho. Anda! —  Taehyung apontou na direção do banheiro e Kwon desceu da cama com um suspiro dramático, seguindo para o cubículo. 

Na cozinha, Taehyung preparou dois ovos fritos, fez suco com as duas laranjas que estavam quase apodrecendo dentro do cesto de frutas, colocou os pratos na mesa e sentou-se, esperando por Kwon. 

O bombeiro decidiu olhar suas mensagens, pegou então o celular em seu quarto e voltou para o mesmo lugar em que estava antes. Abriu o aplicativo de mensagens: trezentas eram do grupo que tinha com os amigos do posto de bombeiro – Taehyung olharia depois, afinal já sabia que o pessoal ficava um pouco mais agitado no fim de semana – e quatro eram de Hyejin.

Abriu o chat, mas não sem antes rir internamente ao pensar que sempre respondia suas mensagens primeiro.

Hyejin:
Bom dia, lindo ;)
Estou enviando uma coisinha que talvez possa te ajudar!
[Print de uma foto no Instagram]
Abriu uma pista de patinação ao lado do Shopping, tenho certeza que Kwon iria adorar visitá-la.

Taehyung:
Você é mesmo incrível!
Na verdade, eu nem planejava sair hoje, isso não passou pela minha cabeça

Hyejin:
Você trabalha demais, Tae, é normal que você não queira planejar nada para seu fim de semana. 
Mas acho que vai ser bom, não só pra Kwon, mas pra você também. Precisa se divertir!

Taehyung:
Bom, sobre se divertir, duvido muito (carinha triste) eu nem sei patinar. No máximo vou sair de lá com uma dor infernal na coluna!

Hyejin:
Agora você está agindo como um velho!!!

Taehyung:
Acho que sim HaHa
Quer ir com a gente? Afinal foi você quem deu a ideia.

Hyejin:
Eu queria ir, mas estou indo visitar uma amiga do trabalho, ela acabou ficando doente e quero dar uma ajuda.

Taehyung:
Ah, tudo bem.

Hyejin:
Se divirtam!
Beijo.

Taehyung enviou um emoji sorridente e saiu do aplicativo de mensagens, clicando no ícone do Google e pesquisando pela tal pista de patinação. Depois de pegar as informações necessárias como endereço e horário de funcionamento, desligou a tela do celular e colocou-o em cima da mesa no mesmo momento em que Kwon veio em sua direção.

 — Veja se estou cheiroso, papai! —  Kwon deu a volta na mesa e parou ao lado de Taehyung, para que o mesmo pudesse dar-lhe uma fungada no pescoço.

 — Está mais do que cheiroso. —  elogiou um Taehyung sorridente — Agora, vamos tomar café? 

 — Vamos, estou morrendo de fome! —  Kwon sentou ao lado do pai.

 — Como você está dramático hoje. —  O Kim mais velho apontou. 

 — Acha que posso atuar em um drama algum dia? —  indagou, de boca cheia, dando a Taehyung uma visão privilegiada dos ovos mexidos triturados e encharcados de saliva. 

O bombeiro subiu mais o olhar e fitou Kwon, respondendo em seguida:

 — Com certeza. Está pensando em ser ator?

 — Sim! Quero dar orgulho pra mamãe, quem sabe assim ela volte. —  Kwon respondeu, os olhos brilhando esperançosos. Taehyung parou no mesmo instante, bebendo um gole de seu suco. 

Havia uma beleza indescritível na maneira que Kwon via o mundo. Era como se qualquer desconforto e situação ruim pudesse ser transformada em gasolina para alimentar seus sonhos e mantê-lo otimista. 

 — Filho, você já dá muito orgulho… Para nós dois. —  ao deixar sua boca, as duas últimas palavras deixaram-na azeda. Taehyung teve que engolir duas vezes para tirar aquele desgosto de seu paladar. 

 — Quero dar ainda mais, papai.

 — Não é hora de se preocupar com essas coisas, filho. Que tal me falar sobre seus estudos? —  ergueu as sobrancelhas  — Minhas aulas de matemática estão ajudando?

 — Estou conseguindo entender melhor os assuntos que o tio Ggukie passa, semana que vem ele vai passar uma prova na sala de aula e eu espero acertar todas as questões. —  enfiou mais uma colherada do ovo mexido na boca  — Mas ao mesmo tempo tenho medo de errar, papai, pois sei que o senhor é muito ocupado e nas vezes que sentou para me explicar os assuntos estava muito cansado. Eu percebo as coisas, papai. Só não quero que pense que está perdendo tempo comigo.

 — Eu nunca perco meu tempo quando estou com você, filho. —  Taehyung apoiou os cotovelos na mesa e inclinou-se na direção do filho  — E outra coisa, ninguém é perfeito, temos nossas fraquezas. Então se você errar as questões, só é estudar novamente e se dedicar mais.

 — E se eu nunca for bom em matemática?

 — Pense positivo. Apenas deixe os números te guiarem e verá que matemática não é um bicho de sete cabeças.

 — Vou tentar, papai...

 — Pois bem, vamos acabar logo com esse café, temos compromisso.

 — Compromisso? —  estranhou Kwon.

 — Isso mesmo. Vamos patinar hoje! —  comentou e Kwon logo abriu a boca surpreso, o sorrisinho banguela marcando presença.

— Certo! Certo! —  respondeu animado, adiantando seu café da manhã com um sorriso enorme no rosto.

[...]

Depois do almoço, Taehyung e Kwon partiram para a pista de patinação recém inaugurada. O lugar estava cheio, mas não ao ponto de formar filas. 

 — Papai, podemos tomar sorvete no shopping depois? —  indagou um Kwon saltitante, segurando firme as mãos do pai e encantado com tudo.

 — Não prefere um sanduíche?

 — Não! Quero sorvete! —  insistiu e Taehyung concordou. Tiraria o dia para fazer as vontades do filho.

A pista de patinação vista de fora parecia um grande galpão, com um letreiro neon com o nome WINK DINKY em diversas cores. Havia também uma porta de vidro grande e automática. No interior, uma lanchonete localizava-se ao lado direito, uma pista de boliche ao lado esquerdo e no centro a pista de gelo, cuja entrada ficava ao lado do balcão preto onde os patins eram armazenados. Todo o ambiente tinha uma pegada dos anos oitenta, um rock clássico tocava no altofalante. Dois patinadores que pareciam trabalhar no lugar deslizavam graciosos sobre o gelo, fazendo movimentos coreografados. 

Taehyung recebeu uma lufada de ar ao passar pela porta de vidro. Andaram até o balcão, sendo recebidos pela atendente.

 — Olá, sejam bem vindos ao Wink Dinky, aqui seus sonhos deslizam no gelo! —  A mulher de sorriso congelado os comprimentou. O rabo de cavalo estava tão amarrado que Taehyung se perguntou como a atendente não sentia dor de cabeça  — Vão querer patinar?

 — Na verdade, é só o meu filho-

 — Vamos, papai! Por favorzinho, eu te ajudo! —  implorou Kwon  — Meu pai não sabe patinar, moça, ele diz que tá velho pra isso. —  explicou e a atendente teve que inclinar-se no balcão para encarar o pequeno.

 — Isso não é um problema, temos auxiliares lá na pista. Eles não deixarão você cair. —  afirmou ainda sorridente  — Posso pegar o número do patins de vocês?

 — E então, papai?

 — Tudo bem, pode sim. —  Taehyung deu-se por vencido  — Mas se eu cair e chorar a culpa é sua! —  sussurrou na direção do filho, brincalhão. 

 — A cada meia hora você tem que voltar para alugar os patins novamente ou então devolvê-los. —  a mulher informou, trazendo dois pares de patins que julgou serem os tamanhos de Taehyung e Kwon  — Se não couberem, podem vir e trocar.

Taehyung agradeceu e sentou-se no banco. Kwon colocou seu patins sem dificuldades enquanto Taehyung mais velho encarava os seus, incerto do que deveria fazer. Onde é que estava se metendo?

 — Quer ajuda, papai?

 — Por favor.

Antes de entrarem na pista de patinação, uma outra funcionária apareceu para dar-lhes os outros equipamentos, como capacete e joelheira. 

Kwon foi o primeiro a entrar. Ele sabia patinar, então não demorou muito para pegar o jeito novamente. Taehyung engoliu em seco, as pernas tremiam e suas mãos agarravam a barra de apoio com força, como se sua vida dependesse disso. Talvez dependesse mesmo. Ele ergueu os olhos, fitando as outras pessoas que estavam patinando, todas elas sorridentes e confiantes. Parecia até ser o único com medo de cair e quebrar algum osso. 

Tentou dar um passo para frente, o resultado foi quase desastroso. Kwon rodopiava no gelo enquanto Taehyung arrastava-se por aí, sentindo-se patético. Quase trinta e três anos nas costas e parecia um coelho assustado.

 — Olha, papai! —  gritou Kwon enquanto patinava usando uma perna só  — Agora olha de novo! —  ele deu um pulo, finalizando sua amostra fazendo uma pose artistica. Taehyung quase teve um treco quando Kwon fez aqueles movimentos.

 — Tome cuidado! —  ralhou.

 — Posso ajudá-lo? —  um funcionário parou ao seu lado. Deveria ser um dos auxiliares que a atendente falou. Taehyung encarou o crachá do rapaz, seu nome era Davi.

 — Eu, hm… só não sei como fazer pra ficar em pé sem me desequilibrar —  informou.

 — Tudo bem, me dê suas mãos, vou te instruir. —  chamou Davi.

 — Anda, papai!

 — Certo. —  segurou as mãos do tal de Davi ainda meio incerto se deveria ou não arriscar.

 — Agora venha, um pé de cada vez. Deslize com suavidade, o gelo não é seu inimigo.

 — Um de cada vez. Ok. —  repetiu, tentando imitar os movimentos do homem.

 — Você está indo bem, continue. —  elogiou. 

O elogio incentivou Taehyung, dando-lhe mais confiança. Já conseguia até mesmo ficar em pé sem desequilibrar-se a cada cinco segundos.

 — Pai! Você está conseguin- UAAAR. —  Kwon não conseguiu terminar sua fala pois havia dado um passo em falso, caindo de bunda no chão.

Taehyung entrou em choque, empurrando o funcionário para o lado e correndo até o filho, só percebendo o que fez quando parou em pé ao lado de Kwon, que já se recuperava da queda e passava as mãos na parte de trás da calça para tirar o gelo. 

Havia patinado. E sem cair!

 — Papai, você conseguiu! —  parabenizou Kwon, orgulhoso de seu pai. 

 — É. —  suspirou contente  — Eu consegui. — passou as mãos pelo rosto, enxugando o suor  — Consegui mesmo!

Taehyung ergueu os braços em festividade, mas sua alegria não durou muito. Taehyung tornou a desequilibrar-se (ONDE RAIOS ESTAVA DAVI?, a mente do bombeiro gritava). A verdade é que o ajudante viu Taehyung patinar e julgou que sua presença não era mais necessária, partindo para instruir outra pessoa. O corpo de Taehyung movia-se para frente e para trás, tentando se manter de pé, até que Taehyung desistiu e fechou os olhos, esperando o impacto da queda. O bombeiro pendeu para trás e deixou-se levar pela gravidade. Mas o baque não veio. 

Taehyung foi surpreendido ao ter seu corpo sendo agarrado por duas fortes mãos. Seu corpo havia se dobrado ao ponto de parecer quase um C virado de lado, e Taehyung jurou ouvir sua coluna estalando. 

Ele abriu os olhos e deu de cara com um Jeongguk invertido. Bom, na verdade era ele quem estava de cabeça para baixo.

 — Jeongguk?

 — Tio Gguk?

 — Olá, garotos. —  cumprimentou, sorridente. 

 — Acho que estou ficando tonto...

 — Ah, me desculpe! —  Jeongguk colou as costas de Taehyung em seu peito, afinal o outro era mais pesado, e abriu ambos os braços – a essa altura pareciam estar fazendo cosplay de Titanic –. A cena que desenrolava-se era um tanto cômica. Em seguida, Jeongguk afastou-se um pouco de Taehyung e pegou-o por debaixo dos braços, o mantendo de pé.

 — Céus isso é vergonhoso. —  lamentou Taehyung, não querendo nem mesmo tirar os olhos do gelo.

 — Estar comigo te segurando pelas axilas ou quase cair? —  indagou Jeongguk, rindo divertido.  

 — Acho que cair seria pior. —  ponderou.

Jeongguk os levou até a barra de apoio com um pouco de dificuldade, mas no fim tudo deu certo. Taehyung segurou o objeto e suspirou aliviado por não ter quebrado nenhum osso.

 — Obrigado por me segurar.

 — Não foi nada, senhor Kim.

 — O que está fazendo aqui?

 — Bom, professores também têm vida. Diferente do que muitos pensam, não somos máquinas de ensino. —  Jeongguk riu novamente  — E eu amo patinar. —  finalizou, apontando para os patins.

 — Eu… me desculpe, foi uma pergunta idiota —  soltou um riso nervoso. Cala a boca, Taehyung. Por que está falando tanta besteira?

 — Tio Gguk! —  o bombeiro agradeceu aos céus por Kwon ter aparecido e o impedido de falar mais alguma idiotice.

 — Olá, Kwon. Não sabia que gostava de patinar também!

 — Eu gosto! Me observe. —  respondeu convencido, fazendo os mesmo movimentos que havia feito para o pai anteriormente. Jeongguk bateu palmas após a pequena apresentação acabar.

 — A quem você puxou? Suponho que não tenha sido ao seu pai. —  provocou, piscando para o garoto.

 — É um talento meu!

 — Aposto que sim. —  abaixou-se e beliscou a pontinha do nariz de Kwon  — Depois quero que me ensine esses movimentos, tudo bem?

 — Agora é minha vez de ser seu professor! —  abriu os bracinhos, animado para inverter os papéis e virar o professor de Jeongguk.

 — Espero ser um aluno tão bom quanto você.

Kwon logo voltou a patinar, deixando os dois adultos sozinhos. Ele não queria perder seus preciosos trinta minutos ficando parado.

Jeongguk encarou Taehyung.

 — Vai continuar parado aí, senhor Kim?

 — Na verdade, acho que vou sair da pista e observá-los lá de fora. —  constatou. Sua cota de vergonha alheia estava cheia.

 — Ou pode ficar aqui e me deixar ensiná-lo —  Jeongguk ofereceu, seu sorriso mais confiante brilhava em seus lábios convidativos — Sabe, eu sou um ótimo professor, senhor Kim. —  Tinha alguma coisa em Jeongguk que fazia Taehyung sentir-se amuado. Ele ainda não sabia o que era, e nem mesmo sabia se gostaria de descobrir. 

 Jeongguk estendeu as duas mãos para Taehyung. Ele intercalou o olhar entre elas e o rosto do Jeon.

 — Vai me deixar cair? —  ergueu as sobrancelhas, desafiando-o.

 — Nunca.

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