Deixe a estrelinha ⭐
Agora eu sei qual a sensação de ser usado, estou sentindo o gosto amargo de minhas próprias ações egoístas.
Sei como é se sentir usado e logo após descartado. Não é uma boa sensação para falar a verdade.
Provei do meu próprio veneno, e não tem um gosto nada agradável.
Any soube se vingar de mim, me usou como a usei, e depois me descartou, da mesma forma que a descartei.
Mas algo em seu olhar me dizia que ela não queria dizer aquelas coisas, ela só estava com medo que eu dissesse algo para mágoa-la novamente, mas mesmo assim me sinto usado.
Mesmo sabendo que ela não é esse tipo de mulher, algo ainda me incomoda, pois ela está assim por minha culpa.
Se eu não tivesse sido covarde, e assumido a mim mesmo que sinto algo por ela, tudo isso teria sido evitado. Só espero que algum dia, ela me perdoe de coração. Mas não sei se isso será possível, pois eu mesmo não me perdoei por ter sido tão baixo em minhas palavras.
- Senhor Beauchamp ? - Emília me tira de meus pensamentos.
- Sim?
- Estava lhe agradecendo pela oportunidade que está me dando.
- Não precisa me agradecer. - Digo sorrindo.
- Pretendo não desaponta-lo. - Diz corando. - Com certeza farei algumas burradas, pois não tenho experiências, mas darei o meu melhor para fazer um bom trabalho.
- Eu sei que sim Emília.
Emília acente com a cabeça.
- E... eu queria pedir perdão pelo outro dia. - Gagueja.
- Eu que preciso te pedir perdão. - A tranquilizo. - Graças a Any deu tudo certo.
- Any é uma pessoa incrível. - Balbucia. - Ela nem ao menos me conhece, e está fazendo por mim coisas que nem mesmo minha família foi capaz de fazer.
- Ela é sim. - Digo sorrindo.
- Você gosta dela não gosta? - Pergunta de repente.
A encaro por um tempo.
- Por que você acha isso? - Pergunto.
- Quando eu falei seu nome, seu semblante mudou, e seu sorriso se alargou nos lábios. - Diz tímida. - Não entendo nada sobre o amor, a não ser o que sinto por minha Vó, mas percebo que ela mexe com você.
- Você sabe até demais para uma garota de 17 anos. - Digo sorrindo. - Mas respondendo sua pergunta... Eu não sei o que sinto, nunca senti isso por ninguém em toda minha vida. Não sei se é paixão, ou desejo, ou apenas a vejo como algo que quero para mim só porque ela me deixa louco, e não baixa a guarda para mim.
- O senhor me desculpe, mas acho que isso é amor - Diz.
Essa garota é esperta, me fez contar coisas para ela, que nunca disse a ninguém.
- Se for amor, provavelmente é tarde demais. - Sorrio fraco.
- Não que seja de minha conta, mas por que o senhor acha isso? - Pergunta.
- A machuquei com palavras cruéis, e não sei se ela me perdoará algum dia.
- Se o senhor acha que pode estar apaixonado por ela, não desista. - Diz sorrindo. - Corra atrás do prejuízo, e mostre a ela que está verdadeiramente arrependido. Do pouco que conheço Any, ela é uma mulher que qualquer homem gostaria de ter ao lado.
Sorrio abertamente para Emília.
- Vou pensar em seu conselho.
- Só não pense demais, pode ser tarde quando você decidir o que quer realmente. - Diz.
A porta de meu escritório é aberta, e Mark adentra o ambiente.
- Vou te ensinar a bater na porta antes de invadir Mark. - Digo fingindo irritação.
- Cale a boca cordeirinho. - Mark observa Emilia e sorri com malícia.
Mark não esquece esse apelido ridículo que recebi quando estava na faculdade, por uma garota obcecada por mim, e vivia me chamando assim.
- Você começa segunda feira Emilia. - Digo a ela.
- Mais uma vez... obrigada.
- Não irá me apresentar? - Pergunta Mark.
- Não. - Digo ríspido.
Emília está corando da cabeça aos pés. Fico me perguntando, como ela conseguiu fingir tão bem, ser uma mulher vivida. Ela é tão tímida que não dá para acreditar que é a mesma pessoa.
- Muito prazer Emília, sou o Mark. - Diz a cumprimentando. - Amigo do cordeirinho.
- O prazer é meu senhor. - Diz corando.
Tenho que deixar Mark longe de Emília, pois ele não é o tipo de homem para relacionamento. Sei disso porque convivemos anos juntos, ele é tão cafajeste quanto eu.
- Não me chame de senhor. - Pede. - Mark está ótimo.
Percebo Emília encarar Mark de uma forma estranha, terei que dizer a ela que ele não é o tipo de homem confiável, se ela se apaixonar por ele irá acabar se ferindo.
- Ok Mark. - Sorri fraco. - Agora se me derem licença, preciso ir embora.
- Até segunda feira. - Digo.
- Até segunda senhor Beauchamp. - Sorri.
Emília acena com a cabeça para Mark. E sai de minha sala fechando a porta atrás de si.
- Que delícia essa loira meu amigo. - Diz Mark com malícia.
- Fique longe dela Mark. - Digo irritado. - Any me pediu para ajudá-la , então não cague tudo.
- Então é sua protegida? - Pergunta. - É por que Any pediu que você deu um emprego a ela?
- Sim. - Digo. - Essa garota já passou poucas e boas, e merece ter um futuro melhor, e além de tudo... ela só tem 17 anos.
Digo a Mark apenas o básico, deixando de fora o ocorrido de dias atrás.
- Chave de cadeia. - Diz se jogando em uma poltrona. - Estou fora.
- Acho bom mesmo. - Digo me sentando em sua frente. - Emília é uma garota inexperiente, e você não gosta desse tipo de mulher... então mantenha a distância.
- Posso esperar uns dois ou três anos. - Diz sorrindo abertamente.
- Mark é sério. - Digo o encarando. - Any não me perdoará se algo acontecer com aquela garota.
- Você está tão preocupado com o que Any acha ultimamente. - Balbucia. - Para mim isso tem cheiro de amor. - Diz fazendo careta. - Nunca achei que você iria se apaixonar algum dia.
- Cale a boca Mark. - Digo irritado. - Não vou mentir dizendo que não sinto nada pela Any Gabrielly , mas não sei o que é ainda, mas irei descobrir em breve.
Fecho meus olhos e suspiro alto, passo as mãos pelos meus cabelos bagunçados.
- O que você está me escondendo?
- Nada. - Digo.
- Você não me engana Joshua. - Diz Mark. - Te conheço o suficiente para saber que está escondendo algo de mim.
- Você não irá desistir não é? - Pergunto.
Mark sorri para mim, e balança o dedo indicador.
- Não. Não irei. - Balbucia.
- Fui para cama com Any novamente e ela me chutou logo em seguida.
Mark joga a cabeça para trás e gargalha alto.
- Deixa eu ver se escutei direito... - Diz vermelho de tanto rir. - Ela te usou e te chutou depois?
- Isso mesmo que aconteceu. - Digo com irritação.
- É meu amigo, essa mulher te pegou de jeito. - Balbucia. - Sempre tem uma primeira vez, para quase tudo.
- Irei dizer o mesmo, quando você cair de quatro por uma mulher. - Digo sorrindo com malícia. - Pode ter certeza que estarei lá, para te lembrar.
- Isso não irá acontecer nunca. - Diz. - Ou não me chamo Mark
Patterson.
Eu dizia a mesma coisa, e olha onde estou agora... irritado com uma mulher porque levei um pé na bunda.
⭐⭐⭐⭐⭐⭐⭐
Oi meus amores, como vocês estão?
Espero que tenham gostado do capítulo.
Compartilhem a fic com os amigos.
Bjss amo vocês 🥰💙