Hunter - Jacksung (ABO) Era d...

By Lariekookie

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Tradução do Título: Caçador Era Dourada da Pirataria - Livro - 2 Em breve, livro físico pela Editora Euphoria... More

Personagens
[0] Prólogo
[1] De Volta ao Mar
[2] Normandia
[3] Sangue Frio
[4] Estratégia
[5] Seguindo Viagem
[6] Perseguidor
[7] Entendimento
[8] O Vilarejo - Parte 1
[9] O Vilarejo - Parte 2
[11] Transparência
[12] Reino da Coréia
[13] A Ordem
[14] Seja Forte
[15] Atiçando a Curiosidade
[16] Perda
[17] Luto
[18] Evento Desagradável
[19] Flores e Espinhos
[20] Fazendo as Pazes
[21] Altruísmo Dissimulado
[22] Seguindo o Rastro
[23] Êxito
[24] Em Dupla
[25] Voltando Para Casa
[26] Amor Equino
[27] A Última Fase
[28] Um Ômega Forte
[29] Luna
[30] Sombras do Passado
[31] Segredos
[32] A Missão
[33] Velho Amigo
[34] Perseguição
[35] O Plano
[36] Instintos
[37] Entre Amigos
[38] Sob Ataques
[39] Aliados
[40] Em Preparação
[41] Acordo
[42] A Investida
[43] Caçadores - FINAL

[10] Bandoleiros

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By Lariekookie

Boa leitura:

Cada vez que passavam por alguma cidade, Jisung sentia que seu corpo implorava por uma cama macia, lençóis limpos e um delicioso banho particular, em uma enorme tina com água quentinha e essência de flores. Mas quando levava em conta tudo o que aconteceu naquele vilarejo funesto, onde Jackson quase foi sacrificado em um ritual macabro, ele preferiu infinitamente dormir dentro de uma barraca apertada, com insetos perturbando durante toda a noite, do que arriscar encontrar outro vilarejo tão medonho quanto aquele.

Os caçadores mantinham-se muito imperturbáveis desde o segundo dia após o massacre do vilarejo. Nada indicava que eles haviam matado dezenas de pessoas e deixaram seus corpos espalhados por certas partes da vila. O corpo do alfa, filho da dona da pousada, certamente ainda estava largado próximo ao poço enguiçado, ou pelo menos parte dele, secando ao sol. O ômega, por sua vez, não parava de pensar na expressão de horror que o dito cujo fez, quando Chanyeol aproximou a faca do seu olho. Foi uma cena horrenda que Jisung não esqueceria tão facilmente.

Enquanto o ômega divagava acerca das últimas eventualidades, tentando lidar com sua participação nos fatos, Jackson e Chanyeol estavam neste exato momento, retirando a pele de um pequeno javali que eles caçaram alguns minutos atrás. Jisung se afastou um pouco para que eles não o vissem chorar. Sim, estava chorando compadecido pela situação do animal. Ele era tão pequeno que provavelmente seria filhotinho. 

Embora tenha se afastado, ele ainda ouviu o barulho desesperado que o javali fez enquanto era morto, e isso partiu o seu coração. Jisung sabia que esse tipo de coisa é necessário para a sobrevivência, e também nunca foi tão sensível a esse ponto. Presenciou várias mortes horrendas a bordo do Black Swan, então não sabia exatamente porquê estava assim.

Talvez, ele só estivesse com medo, pelo que quase aconteceu com Jackson. Ele não suportaria perdê-lo. E isso é o que o faz permanecer de pé. Ele tem a intenção de ficar mais forte para poder proteger seu alfa.

— Jisung — Chanyeol o chamou, indicando alguns gravetos e alguns troncos mais grossos. — Quer fazer as honras?

O ômega sorriu, levantando-se para acender a fogueira. Era hilário o fato de que Chanyeol é capaz de extrair informações e segredos de qualquer pessoa, mas não consegue acender uma fogueira, mesmo em posse de uma pederneira.

— O que você faz quando está sozinho? — Jisung perguntou, juntando alguns ramos secos. Em questão de segundos, as chamas estavam consumindo os galhos mais espessos.

— Eu faço como no Japão, lá eles comem peixe cru. É até mais prático. Eu jogo uma lança em um rio, pesco o peixe e só preciso tirar as escamas. Assim está pronta a minha refeição.

— Eu já estive no Japão muitas vezes e não é bem assim — o ômega riu do seu jeito inusitado de se alimentar. — Há um preparo um pouco menos rústico em relação ao peixe e também alguns acompanhamentos.

— É peixe cru. — Chanyeol reiterou, dando pouca importância a explicação alheia.

Jackson cortou algumas partes do javali e as colocou em um espeto improvisado, logo, o cheiro de carne assada exalou pelos arredores e algum tempo depois, os três se alimentaram. 

Após um breve descanso, subiram na carruagem e continuaram seguindo viagem. Decidiram não montar um acampamento com tendas para dormir, em todas as paradas, pelo fato de que havia pressa para chegar na Coréia. Se não fosse pelas necessidades fisiológicas relacionadas a todo ser humano e também aos cavalos, eles sequer iriam fazer qualquer parada.

Com certa dificuldade para dormir durante algumas noites, devido aos insetos que invadiam as tendas, Jisung estava cansado de tal modo que suas pálpebras estavam ficando mais pesadas. Tentou lutar contra pois sentia a necessidade de estar sempre em alerta, mas o sono era tanto que decidiu fechá-las apenas um pouco, só para descansar. Embora ele saiba que esse tipo de coisa nunca funciona, sempre que tenta fechar os olhos sem a intenção de dormir, ele acaba adormecendo. 

Estava cansado demais para discutir consigo mesmo, e se entregou a necessidade de fechar os olhos e apenas relaxar. Antes de adormecer completamente, sorriu ao sentir um braço envolvendo seu corpo e relaxou à medida que Jackson deixava beijinhos pela linha de sua mandíbula. 

Jisung interrompeu a mãozinha boba do alfa, no momento em que ela já descia pelo quadril e seguia direto para a virilha.

— Não... — Tentou soar firme, mas sua própria voz o traiu e saiu como um sussurro — Chanyeol vai nos ouvir...

— Quê que tem? — Ele insistiu e o ômega já estava quase cedendo. 

Mas o que Chanyeol disse sobre quase ter batido com a carruagem, foi muito constrangedor.

— Não. — Dessa vez, Jisung foi mais firme e o interrompeu empurrando seus ombros — só me abraça?

O caçador não tentou insistir mais, ele somente o puxou para mais perto e o envolveu com seus braços. O lugar no qual Jisung verdadeiramente pertence.

— Do que está com medo? — Jackson perguntou de repente.

Quando o ômega ergueu o rosto, encontrou-o com um semblante sério, porém, seus olhos eram de uma ternura tão imensa, que Jisung sentiu vontade de chorar. Antes que ele pudesse pensar em responder a qualquer coisa, a diligência tombou para a esquerda tão violentamente, que o ômega apenas fechou os olhos com medo de que o transporte fosse virar. Jackson tornou seu abraço mais forte e ambos esperaram pelo que ia acontecer.

Assim que abriu os olhos, Jisung viu que seu alfa estava olhando diretamente para um ponto fixo da cabine, como se estivesse se concentrando em ouvir algum ruído, em seguida, ele virou sua atenção para o loiro e fez um gesto com a cabeça que, a princípio, o ômega não entendeu. O caçador se levantou devagar puxando a katana.

— Pegue a sua arma. — ele indicou, com voz muito baixa. Jisung franziu o cenho ainda sem entender, mas levou a mão ao cabo da katana. Jackson negou com a cabeça: — A pistola, meu bem.

— O que está acontecendo? 

— É melhor entregar tudo o que você tem, cara. — Ouviram a voz de um alfa desconhecido vinda do lado de fora — Deixa de gracinha!

Jisung olhou para Jackson com a intenção de questionar sobre isso, mas o alfa levou o dedo indicador à boca, então permaneceram ambos calados, apenas esperando. A porta da cabine foi aberta e um bandoleiro cuja mão apontava uma pistola na nossa direção, foi morto quando Jackson avançou contra ele, tão rápido, que num piscar de olhos, o criminoso já estava morto no chão. 

O caçador estendeu a mão para o ômega que, engolindo todo o nervosismo, aceitou de imediato e pulou da cabine sendo apoiado por ele. Haviam aproximadamente doze alfas cercando a carruagem e quando eles viram seu companheiro morto no chão, rugiram enfurecidos. Era o que Jisung mais temia que acontecesse. Bandidos salteadores emboscando-os em uma estrada, logo quando estavam tão perto de casa.

— Eles só estão em três, seus idiotas! O que estão esperando?! — um dos bandoleiros que parecia ser o líder perguntou, e em seguida, completou olhando para o ômega: — Não matem essa coisinha linda. 

— Essa coisinha linda vai matar você. — Jackson afirmou com muita certeza. 

Só Jisung que não tinha a mesma certeza que ele.

Os Alfas que estavam próximos de Chanyeol apontaram suas armas para ele, investindo covardemente todos ao mesmo tempo. O caçador, por sua vez, girou uma bola de ferro presa a uma corrente e lançou-a de modo que ela se enroscou no braço do bandido. Chanyeol puxou o Alfa e quando este chegou próximo, recebeu um chute no peito. 

Ainda munido com a arma que possuía dois lados, o alfa girou a ponta com a machadinha e atirou na testa do segundo alfa. O som do metal sendo cravado no crânio dele, fez o ômega sentir calafrios, ele virou o rosto quando o sangue desceu como uma torneira.  

Enquanto Jackson lutava com um alfa, katana contra espada, usando a mão livre ele mirou a pistola na direção em que Chanyeol era surpreendido por um bandoleiro esgueirando-se pelas costas, e disparou acertando o tiro no meio do peito do bandido. Tudo estava acontecendo muito rápido, mas os caçadores nunca perdiam o foco da luta. Eles tinham um excelente perceção de tudo que se desenrolava ao seu redor. 

Jisung tentou mirar sua arma em algum dos bandidos que os cercavam, mas eles se moviam conforme lutavam contra Jackson e Chanyeol, ele teve medo de acertar um deles por acidente.

Jackson investiu a katana e fez o seu adversário perder a espada enquanto gritava de dor, quando teve seu pulso torcido. Ele deslizou a lâmina na garganta do bandido e girou o corpo rapidamente, para disparar contra dois outros criminosos que chegavam pela esquerda. Jisung tentava ao menos acompanhar as lutas, eram tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que ele não tinha certeza de para onde deveria olhar. Os caçadores, por outro lado, tão acostumados a lutas desse porte — e até piores —, agiram como se já soubessem os movimentos de seus adversários. 

Um após o outro, todos foram sendo derrotados. Agora, só restava o líder deles que estava se afastando ao máximo, se escondendo covardemente por trás de seus aliados. Chanyeol esperou e Jackson seguiu até o bandido e chutou as pernas dele fazendo o alfa cair no chão, rugindo enquanto segurava os joelhos.

— Você... quebrou meus joelhos! — O bandido disse gemendo de dor.

— Jisung — Jackson o chamou, e o ômega foi até ele. — Mate-o.

O caçador falou muito claramente e Jisung com certeza entendeu o que ele disse. Mas seu cérebro deu pane e ele ficou parado, enquanto olhava para o alfa sem conseguir articular nenhuma palavra ou fazer qualquer outra coisa. Não era a primeira vez que estava prestes a tirar a vida de alguém, mas das outras vezes ele pelo menos estava apenas se defendendo, neste caso, o criminoso já estava rendido. 

Jackson também o encarou de volta com a expressão séria, mas o ômega não conseguiu ler suas emoções. Seus olhos estavam apáticos, como os de um caçador.

— Mate ele agora. — Insistiu.

— Eu... 

— Só precisa mirar na cabeça. — Chanyeol aconselhou.

— Ele sabe. — Sem tirar os olhos do ômega, Jackson apontou para o alfa que ainda estava sentado no chão incapacitado de fugir e depois para Jisung. — O que está esperando?

Jisung olhou para o alfa no chão, depois para Jackson e por último, ele estudou a pistola em suas mãos. Estava segurando tão forte, de modo que os nós de seus dedos estavam evidenciados. Seu coração estava acelerado e a respiração se tornando mais difícil. Havia um bolo na garganta que ele não sabia se era pela tensão do momento ou vontade de chorar. 

O fato é que no momento em que você decide apertar o gatilho, não há mais como voltar atrás. Algumas escolhas necessitam de muita coragem. Jisung era capaz de tirar a vida daqueles que oferecem um risco àqueles que ama, mas ainda não se sentia capaz de cometer um assassinato friamente, quando existem outras opções.

Embora tivesse a sensação de que o tempo havia parado, ainda estavam todos ali: Chanyeol, o último bandoleiro no chão, Jackson, a pistola e Jisung. Não tinha para onde fugir. Ou ele tirava a vida do alfa ou aquele seria o primeiro passo para uma sucessão de falhas seguidas, e a certeza de que ele nunca se tornaria um caçador. 

Talvez parecesse exagero, mas essa era a única verdade. Muitas missões da Ordem são relacionadas a assassinatos, os caçadores designados a elas tinham de matar seus alvos sem hesitar. Matar sem olhar a quem. Por isso, antes de aceitar qualquer missão, o caçador precisa ter a certeza de que vai conseguir completar o serviço, pois sua indecisão pode resultar em sua própria morte.

Jisung fechou os olhos e tomou uma longa e profunda quantidade de oxigênio, liberando-o aos poucos. O homem caído no chão o olhou nos olhos, e o ômega quase podia sentir o quanto ele não queria estar ali. Arrepender-se de seus atos hediondos quando se está à beira da morte é no mínimo conveniente, mas ainda com todo fingimento, Jisung podia notar o alfa implorando com os olhos, para que ele não apertasse o gatilho. E no fim, o ômega desistiu.

— Não consigo... não posso.

No mesmo segundo, o alfa no chão começou a rir alto e descontroladamente. Sua risada foi interrompida pelo som de um tiro, que saiu da pistola que Jackson estava mantendo na direção dele. O corpo do ômega sobressaltou, e ele viu o corpo do bandoleiro cair de lado no chão, quase em câmera lenta.

— Você já matou duas pessoas — Jackson lembrou, passando pelos corpos como se fossem sacos de lixo —, uma a mais, uma a menos, não vai fazer diferença no final.

— Eu sei, mas é diferente... e-ele... 

— Você sabe o que ele faria se colocasse as patas imundas em você? 

— Eu sei... mas poderíamos entregá-lo às autoridades competentes.

— Ele é o tipo de alfa que você mata sem ter piedade. — O caçador afirmou. — Ele não pensaria duas vezes antes de machucar um ômega indefeso. É um criminoso nojento e perverso. Não deixe que essa compaixão cega se torne sua maior fraqueza.

— Falando assim, nem parece que você é o mesmo que contratou esse tipo de gente, pra te ajudar na missão de recuperar o meu irmão e o levar de volta para meu pai. — Retrucou. O alfa franziu as sobrancelhas minimamente, mas foi o suficiente para que o mais novo compreendesse que ele se sentiu ofendido. Jisung continuou: — Eu sou fraco em querer poupar a vida dele. Mas é claro, ele deve morrer sem ter direito a um julgamento, a não ser que você precise dos serviços dele.

— É o que você acha? 

— Eu... — Não eram exatamente essas palavras que o ômega gostaria de ter utilizado, mas agora que já foi ele acrescentou: —  Eu não sou fraco, Jackson.

— Não... eu é que estou ficando. — Afirmou, rumando em seguida na direção da cabine da carruagem.

Jisung olhou para Chanyeol e o caçador apenas sorriu, complacente. Ele também deu meia volta e subiu no lugar do cocheiro. O ômega correu até a frente da carruagem e o alfa encarou-o confuso, com o caminho que ele tomou desta vez.

— Eu posso ir com você aqui na frente? 

— Não é muito confortável. 

— Não tem problema. 

Chanyeol o estudou por alguns segundos e, logo em seguida, estendeu a mão para ajudá-lo a subir. Ele esperou até que o ômega se acomodasse o mais confortável na medida do possível e movimentou as rédeas dos cavalos

Continua...

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