Kendell Marano Parker.
Nesse exacto momento, viemos ao shopping, preciso de um celular.
- Leva esse rosa. - a Kelly diz apontando um tablet de preço estonteante.
- Meu bem, escolhe um menorzinho, porque eu ainda sou pobre. - lhe respondo.
- Esse aqui. - o Hugo aponta para o celular igual ao do pai.
- Meu filho, qual é a parte de sou pobre que vocês ainda não entenderam? - questiono, e eles dão de ombros observando outros.
Finalmente vejo um que fez meu coração bater, tamanho normal, branco, bem bonito e é moderno, segundo a atendente e as publicidades que aparecem na tela gigante do chefinho.
Fiquei muito falida, mas do que falida eu estou, oou, oou!
- Vamos comer waffles!? - a Kelly diz assim que saímos da loja, apontando para um lugar aonde se tem essas sobremesas, que eles comem todo santo dia no monstral.
Toda à hora! Nem estou exagerando!
Mas a verdade, é que a minha barriga e comida, se dão muito bem.
Vocês sabem, né?
- Você não disse que nem andar conseguiria? - a questiono e ela dá de ombros.
- Isso é um caso à parte. - ela diz toda cheia de si.
Essa menina é um caso.
- Vocês vão me deixar pobre. Eu ainda tenho que comprar kit de maquilhagem e base para a Joana, senão ela ainda vai me comer viva. - acabo pensando alto, enquanto vamos à uma das mesas de lá.
A verdade, é que eles têm cartão só para as coisas que eles quiserem, não importa o valor, porque o cartão dos pestinhas é ilimitado, são filhos do dono da porra toda, mas quero ser eu a fazer o dia deles hoje.
Vocês imaginam que se esses pestinhas não existissem, eu teria morrido na rua, sem emprego, sem ir a faculdade, sem conhecer cara à cara o Senhor Dain Louis e muito menos o Senhor Leão!?
Literalmente, salvaram a Kendell do riacho.
É, sem contar que eu não aguento com essa cambada!
- Porquê a Joana comeria você? - ela questiona olhando o cardápio que o garçon gato trouxe.
- Porque, ela é meio maluca. - nada de explicação com fundamento, que eles não precisam saber né?
E continuamos.
Waffles, com cauda de chocolate, duas bolas de sorvete e barriga se deliciando! Jogando conversa fora com essas crianças que às vezes parecem mais velhas que eu!
Depois fomos para a loja menos cara de maquilhagem, e comprei o que precisava.
- Você é a noiva do Liam Blande? - uma moça aparece do nada, enquanto eu estava pagando.
Instintivamente olho para os pestinhas para ver a reacção deles, que me encaravam esperançosos.
Hamn, e eu aqui preocupada com os fãs número um do romance selvagem!
Moça, você não pode ser discreta?
Inúmeros pares de olhos estavam todos fixos em mim.
Na verdade, desde que saímos do carro, estar com os pestinhas e a escolta muito recheada do chefinho, nada discreta, fazia os olhos se posicionarem por aqui.
Coitada de mim.
- Ela é a nossa mamy, sim. - a Kelly fala do nada, chamando a atenção de todos para ela e por acaso me safando.
Essa sapeca.
- Com licença. - digo pegando as sacolinhas e saindo com as minhas crias, que não param de falar.
E assim voltamos ao monstral, comendo as empadinhas e as coxinhas, que a Kelly fez questão de levantar da cadeira e ir ao balcão comprar, porque ela viu crianças menores que ela, sozinhas indo comprar um monte de coisa.
Inocência de criança é tão envolvente e divertida.
- Foi um camião ou um trator? - a dona Otílinha questiona assim que entramos, observando o estado dos pestinhas que estavam entretidos com as convesas deles.
- Foi brincadeira. - respondo rindo da incredulidade dela.
- Papy! - a Kelly diz correndo até ao chefinho que apareceu junto com o Loan, que os observava incrédulo.
Pensem no meu corpo estático e no coração batendo descontroladamente ao ver o pedaço de mau caminho do senhor Leão!
Pensaram?
É assim que eu estou!
Santas maluquinhas, me segurem!!!
- Cunhadinha? Você levou meus sobrinhos para passear ou para um combate? - o Loan questiona rindo.
- Nós comemos tanto hoje! - a Kelly já fala, contando.
- Sabia que tem um alimento chamando coxinha, que é uma delícia, e as empadinhas de lá são tão diferentes. - a Kelly continua tagarelando a sua experiência culinária e eu riu com as expressões das pessoas aqui presentes.
- A casa da Kendell que compramos hoje, é muito linda! - o Heitor comenta, também.
- Você comprou uma casa? - o Loan questiona incrédulo.
Caraaa, eu comprei! Estou tão feliz!
- Sim tio, compramos hoje. - o Heitor responde por mim. - Jogamos bola com alguns meninos, eles nem usam chuteiras, eles jogam bem mesmo estando descalços. - eles tagarelam e tagarelam.
Pelos vistos, o passeio os deixou animados!
- Vocês podem acabar de contar tudo depois, agora banho! - os escurasso, e já ouço murmúrios.
- E depois venham lanchar. - a dona Otílinha diz.
- Já comemos waffles! - respondem indo às escadas ainda conversando.
- Deu para ver que o passeio foi muito bom! - o Loan comenta rindo com o chefinho que mesmo se divertindo com a situação, me prendia ao seu selvagem olhar.
Dá vontade de me lançar nele e de fugir para não cair em tentação ao mesmo tempo.
- Eu também vou tomar banho. - despeço, fugindo mesmo.
- Você comprou mesmo uma casa? - uma pessoa mal senta e já começa o interrogatório.
- Comprei! - digo feliz, tirando a escritura da minha bolsa.
- Meu Deus, meus parabéns Kendell! - elas felicitam.
- Muito obrigada! - respondo feliz da vida.
- Mas você vai continuar por aqui, não é? - é uma questão retórica da Janaína.
- Claro, enquanto isso a casa estará alugada. - respondo enquanto pego as sacolinhas delas.
- Era só para a Joana não me comer, por causa de uma base, mas se eu trouxesse só para ela, vocês depois me comeriam também. - respondo dando as sacolinhas para as meninas e para dona Otílinha.
- E íamos mesmo. - a Sara diz sorrindo com a sacola dela.
- Não era preciso, muito obrigada. - elas depois agradecem.
- Eu estou indo tomar banho também. - digo à elas enquanto me levanto.
- Tudo bem, depois volta aqui que você tem que nos contar um monte de coisa. - a Joana já começa rindo.
- Me esquivem, eu hein. - digo às deixando a rir, e vou para o meu quarto.
Guardo minha make, porque pelo menos serei uma pobre com make, a escritura, deixo a sacola do meu celular novo na cama e depois vou ao meu banho.
Tentando não pensar nas mãos do chefinho, e sim no quão eu estou cansada para caralho, e ainda tenho aulas amanhã.
Após o banhito, visto a minha calça moletom azul e minha blusinha de alsa branca, faço um coque despojado no cabelo, pego meu celular que estou morta por mexer e saio.
Tenho que gingar para a Jenny, com esse meu novo celular.
No caminho para ir ao meu interrogatório na cozinha, o Loan me chama.
Ao adentrar felizmente e infelizmente não vejo o senhor Leão.
Aonde está o Liam?
- Cunhadinha, sente-se aqui. - ele e esse hábito de me chamar de cunhadinha.
É incrível o quão esses irmãos são irresistíveis. São até mais que toleraveis os descontroles da Joana.
Eles são extremamente masculinos e bonitos, viris, acho até estranho eles não terem nascido idênticos sendo rapazes e dois dos trigêmeos da Karine.
Mas as semelhanças dos irmãos Blande, são de fazer qualquer um estremecer.
- Então cunhadinha, seremos bem vindos à sua nova casa? - ele questiona sorrindo, aparentando estar realmente feliz com a compra mais me deixou falida e feliz em toda a minha vida.
Às vezes é engraçado como as pessoas, mesmo tendo tanto poder e dinheiro, possam ser tão simples e amigáveis, como os amigos que eu fiz por aqui.