Personal Contract

Da JuLiaKalimannA

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Decepção, descobertas, reencontro e lembranças levaram as duas mulheres ditas incompatíveis à um acordo. Altro

O encontro
O jantar
O café
O quarto
O Domingo
O presente
O programa
O plano
O primeiro encontro
O questionamento
O Press kit
Onde tudo mudou...
Só me traga flores, sabe que eu relaxo...
A gente junto é muito bom...

O jogo

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Da JuLiaKalimannA

Veio aí, falamos e cumprimos!

Vocês acreditam que a Lia não mandou meu lanche? Briguem aqui com ela.

Falando sério, por favor, votem, comentem, etc, isso motiva demais.

Obrigada!

Boa leitura, panelas!

• 🗼•

POV BIANCA

No dia seguinte, acordei e já me enrolei no trabalho. O próximo Boca a Boca estava chegando, então tínhamos muito o que definir.

Quando terminamos tudo, Miguel saiu com alguns amigos e Bianca foi fazer uma reunião.

Subi para o meu quarto, cruzei os braços em frente à porta e analisei o ambiente.

Desci novamente, indo até o quarto de hóspedes vazio. Ainda não havíamos decorado ele. Tinha apenas uma cama, um guarda-roupa, uma mesinha e o banheiro.

Fechei ele novamente e fui para a cozinha procurar algo para comer.

Na Quarta-feira a correria continuou. Tirei algumas fotos para promover segunda temporada do programa, participei de algumas reuniões sobre a marca de maquiagem e fui dormir tarde, exausta, após a última reunião do dia.

Nos dois dias, falei com Rafaella bastante até. Respondiamos quase todos os stories uma da outra, nos mandávamos memes de assuntos que surgiam nas conversas, mas não havíamos mais nos ligado. Estávamos conseguindo estabilizar uma amizade, e eu gostava mesmo de conversar com ela.

Combinamos de nos encontrar na minha casa na Quinta-Feira às 19h. Portanto, nesse dia, corri o máximo que pude para ficar livre no horário certo.

Apesar do dia não ter rendido tanto, já que eu não estava conseguindo me concentrar, adiantei o máximo de trabalho para ficar livre no fim da tarde para arrumar tudo para receber Rafaella.

Expulsei Miguel e Bianca de casa sem dar muita explicação. Arrumei tudo, pedi um jantar e o cheescake que eu sei que ela gosta, separei um vinho e subi pra tomar um banho e me aprontar. As 18:55 terminei tudo e ja aguardava ansiosa a mineira.

O tempo passou, e 19h20 ela não havia chegado nem respondido minhas mensagens.

Nervosa, andando de um lado para o outro da sala, decidi tomar algo alcoólico. Fui até o bar da sala e virei uma dose de tequila.

Me olhei no espelho mais uma vez. Eu estava usando um short jeans escuro, de cintura alta, e uma camiseta branca, a qual amarrei a ponta, deixando em modelo cropped. Passei uma maquiagem um pouco mais carregada, mas não chegando a ser pesada. Estava simples, mas bonita.

Cinco minutos depois ouvi a campainha tocar. Respirei fundo, e fui até o portão abrir. Certamente era ela, já que havia liberado apenas sua entrada na portaria.

Assim que batemos os olhos uma na outra, o mundo em nossa volta parou. Ela abriu um lindo sorriso tímido e me abraçou.

Rafa vestia uma calça jeans modelo "mom", com um top tomara que caia feito com uma bandana. Seu cabelo estava preso em um coque bagunçado, e em seu pescoço e em seu pulso haviam um colar e uma pulseira de ouro. A maquiagem em seu rosto era básica. Ela estava simplesmente maravilhosa.

— Oi, Bi! Tudo bem? — afastou seu corpo do meu.

— Tudo, Rafinha. E com você? — estendi a mão e a puxei para dentro.

— Tudo também. Desculpa o atraso, eu acabei me enrolando. — começamos a caminhar em direção à porta, ainda de mãos dadas.

— Relaxa. Mas conseguiu resolver o que tinha pra resolver?

— Consegui sim, tudo certo. — olhei para o lado e vi ela dar um pequeno sorrisinho.

— Como disse você aquele dia, mi casa, su casa. — sorri enquanto entrávamos no ambiente.

— Obrigada, Bi. — assim que chegamos na sala, os cinco gatos da casa se enrolaram em nossos pés.

— Ei seus safados, vieram ver a menina bonita né? — falei com "voz de Luete", me agachando para acariciá-los.

— Que recepção boa! — ela também se agachou.

— Olha, tia Rafa, essa é a Luete, essa é a Mulanzete, esse é o Publinho, esse é o Mimo, e essa a Fumacinha, mais conhecida como Boca.

— Meu Deus, cêis são criativos com nomes. — ela deu uma risada e fez carinho nos bichinhos. — As vezes penso em ter um gatinho pra me fazer companhia aqui em São Paulo.

— Gatinho é tudo! — Falei com a voz modificada. — Próxima vez que eu for resgatar um, te ligo.

— Tudo bem, até lá eu penso se quero mesmo. — me levantei e ela repetiu meu movimento.

— Vamos entrar. O que você quer beber?

— Hum, um vinho? Não sei, o que você quiser.

— Estamos conectadas então, porque já tinha separado um vinho mesmo.

— Ah, então quero alguma outra coisa. — ela disse em tom de brincadeira.

— Poxa, que pena, agora vai tomar a garrafa de vinho inteira sozinha. — ela sorriu mais uma vez e revirou os olhos.

— Cê só me implica, Bianca.

— Cê só me implica, Bianca. — repeti a frase, porém, utilizando a língua do "i" e o tom de criança birrenta.

— Ai, que ódio! — peguei o vinho e as taças e a guiei até a varanda externa da casa.

Nos sentamos lado a lado. Enchi as taças e, em seguida, brindamos.

— Mas e aí, como foi sua semana?

— Bem corrida, pra falar a verdade. Tô cheia de aulas, projetos e mil coisas pra resolver, tá bem complicado, mas tô tentando tirar pelo menos um momentinho por dia pra mim, sabe?

— É, esse luxo já não consigo me dar tanto. Só quando a Venturotti e o Miguel me obrigam a quietar que me dou um tempinho.

— Falando neles, cadê?

— Ah, eles tinham compromissos hoje. — menti. — Somos só nós e meus filhos mesmo.

Ficamos jogando conversa fora mais um tempo, até eu perceber que já havíamos esvaziado a garrafa de vinho.

— Tá com fome, Rafinha? — toquei sua perna levemente.

— Pior que tô um pouquinho, sim. — falou sorrindo sem graça.

— Ai, desculpa não ter perguntado antes. — me levantei.

— Relaxa. Qual receita de família você preparou hoje? — perguntou com um sorriso provocante.

— Nenhuma, né? Nosso contrato não começou ainda. — fiz uma careta e afastei a cadeira para sair. — Já volto, minha rosa.

Caminhei até a cozinha, peguei a pizza que havia pedido e voltei para a varanda.

— E agora tu quer beber o que? — coloquei os pratos e a comida na mesa.

— O que cê quiser eu te acompanho, Bi.

— Ok, ok. — voltei para a cozinha, peguei duas long necks de Skol beats GT na geladeira e voltei para a área externa.

— Putz, quer me embebedar, é? — brincou. Entreguei uma garrafa à ela, que já pegou um guardanapo e abriu. — Nossa, tá trincando, fia. Que delícia!

— Ó o que eu sei fazer, Rafa! — abri a garrafa no anti braço e comemorei, acompanhada por ela que se contagiou com minha empolgação.

— Na próxima que a gente tomar quero que me ensine isso aí. — tomou um gole da bebida. — Não dói não?

— Até eu aprender doía, hoje que sou profissa, não dói mais. — me gabei e tomei um gole também.

Pegamos os pedaços de pizza e começamos a comer, conversando, como sempre, trivialidades.

Quando a pizza chegou ao fim, cada uma já havia bebido duas garrafas de skol beats, mas não havia sido o suficiente pra "perdermos a linha". Estávamos conversando coisas aleatórias, e fluia muito bem.

— ... Então, aí tem um quarto aqui em casa que a gente não usa pra nada. É tipo um quarto de hóspedes reserva que nunca é usado. Esses dias coloquei uma luz maneira, e tem alguns jogos. Vamo lá pra eu te mostrar e a gente ter a conversa que te trouxe até aqui.— Levantei estendendo a mão, a ajudei a levantar, já que estávamos meio tontas e seguimos em direção ao quarto.

— Olha que legal! — abri a porta e acendi a luz colorida. Podia ficar azul, amarelo, vermelho, roxo, rosa, verde, ou alterando várias cores.

— Deixa no rosa, eu amo essa cor! — Rafa disse sorrindo e analisando o ambiente.

Havia uma grande cama confortável, caixinhas de som bluetooth no teto, as luzes coloridas, uma cômoda com cinco gavetas, uma grande televisão e um banheiro com banheira.

Em uma mesinha de canto, ficavam várias bebidas alcoólicas e vários jogos como uno e baralho modificados para jogar com bebida, tabuleiros e dados.

— Vamo jogar um? — Rafa pediu observando a mesinha. — Depois que a gente conversar.

— Cê que manda, Rafinha. — a mineira se sentou em uma poltrona que havia ao lado da cama onde me sentei.

— Eu não mordo minha rosa, na verdade, só se você pedir. — ela deu uma risada. — Vem, senta aqui.

— Tudo bem, tudo bem. — tirou os sapatos e engatinhou até o meu lado. — Eu acho que ainda não tô bêbada o suficiente pra isso.

— Não, olha, fica tranquila, vamos conversar numa boa, tá? — ela assentiu. — Eu acho que primeiro de tudo tem que ficar claro que por mais que seja uma brincadeirinha, um acordo aleatório e tal, sexo não é como mexer com negócios, isso aqui não é uma reunião de trabalho.

— Ai Bia, como cê é direta... — ela apertava os próprios dedos em sinal de nervosismo e timidez. Dei uma risadinha.

— Tá aí então a primeira lição de verdade, diálogo, se a gente não conversar, não vai dar certo. Eu preciso saber o que tu sente, o que tu pensa, o que gosta, o que não gosta, e você também precisa saber de mim.

— Eu tenho um pouco de bloqueio com isso, Bia. Mas prometo me esforçar, tá bom?

— Já eu sou uma tagarela, né? Amo me comunicar, inclusive no hora do sexo.

— Sério? Não tem vergonha?

— Zero vergonha. — Sorri. — O que mais você acha?

— Ai, não sei, Bi. Vou esquecer tudo mesmo.

— Ah, pronto, quer que eu chame um advogado pra registrar tudo, é?

— Olha, na verdade, não seria ruim, não. — gargalhei e empurrei seu ombro levemente.

— Humm... deixa eu ver. — Levei a mão ao queixo, pensando e analisei o ambiente. Em cima da cômoda havia uma das folhas do roteiro do Boca a Boca, que eu havia esquecido ali.

Me levantei, peguei a folha, uma caneta de unicórnio, e voltei para a cama. Me encostei na cabeceira e Rafa se aproximou de mim para visualizar o papel.

— Tá, número um: dialogar. Dialogar sem tabus.— anotei e olhei para ela. —Número dois? Exclusividade?

—Exclusividade? — Ela me fitou surpresa e confusa.

— Exatamente. Como não vai ser por tanto tempo assim, quero que nesse espaço nossos corpos se pertençam. Eu só serei tocada por você, e se tu concordar, só será tocada por mim.

— Uau, por essa eu não esperava. — Ela solta uma risadinha nervosa. — Mas eu concordo. Só tocaremos uma a outra... nesse meio tempo.

— Ok.— Escrevi no papel. — Até por questão de saúde, fia. Se eu tô transando frequentemente com você e cê transa com alguma outra pessoa, tenho que saber.

— Eu já concordei sô, ta fazendo caso ainda por que, hein?— Dou uma gargalhada alta com a fala da mineira e o sotaque carregado. — E olha, não quero ser corna de acordo, viu? — gargalhei novamente com a expressão.

— Tá, terceira regra, hum...

— Sigilo! Com certeza sigilo! — ela disse.

— Ótimo, sigilo. — escrevi. — Se isso vazasse eu morreria.

— Por que? Não quer que o Brasil saiba que eu tô te comendo? — ela me fitou sorrindo de forma provocante. Arregalei os olhos e ri nervosa.

— Rafa! — eu com certeza estava vermelha. — Depois eu que sou direta, né?!

— Tô tentando dialogar sem tabus, uai.

— Ah, tá bom, já tá botando em prática. — modifiquei a voz para falar. — Quarta regra?

— Hum, não sei. Não se apaixonar? — ela olhou para mim. — Se a gente começar a sentir alguma coisa, a gente fala.

— Ok. — me limitei a dizer e rapidamente anotei. — Pronto. Algo a mais?

— Vamos fazer isso tipo, sei lá, uma vez por semana?

— Não sei, minha rotina é tão... — ela me interrompeu.

— Pelo menos uma vez por semana, coloca aí. Você precisa se dar um tempo do trabalho, Bi. — revirei os olhos e escrevi.

— Tá, quinta coisa. — pensei. — Vamos estabelecer um tempo? Não pode ser pra sempre, né?

— É... coloca, sei lá, uns dois meses?

— Pode ser. Hoje é 27 de Agosto... pode ser então 27 de Outubro?

— Ótimo.

— Tá bom, bonitona, não pense que eu esqueci das minhas aulas de culinária não, viu?!

— Então nos veremos ao menos dois dias por semana. Quando o dia da senhora robô tiver muito corrido e realmente não der, a gente faz tudo em um dia.

— Senhora robô o caralho. Senhorita robô, pra você! — ela gargalhou. Fiz duas linhas com "x" no papel e assinei meu nome em cima. — Sua vez agora.

— Não acredito que estamos fazendo isso, Bia. — ela sorriu nervosa, pegou o papel e assinou. — Pronto.

— Então... temos um acordo?

— Temos um acordo. — Ela suspirou e confirmou.

— Prometo que você vai gostar do nosso contrato pessoal. — estendi o dedinho pra ela.

— Prometo me esforçar pro nosso contrato pessoal dar certo. — ela entrelaçou o dedinho dela ao meu.

— Ok, agora vamos colocar isso aqui onde?

— Deixa na gaveta.

— Não, vou colar aqui na parede. Só eu tenho essa chave, e vou te dar uma cópia, só nós duas entramos aqui, ok?

— Cê que sabe, Bia. O que cê quiser eu concordo.

— Agora faz auau. — ela riu e revirou os olhos. — Tá, depois eu vejo como eu faço isso. Vamo jogar alguma coisa agora?

— O que você sugere? — caminhamos até a mesinha com os joguinhos.

— Qual tu quer?

— Escolhe aí. — observei tudo o que tinha.

Peguei apenas um dado, dois copinhos e uma garrafa e a chamei para nos sentarmos na cama.

— Tá, é assim, é tipo verdade ou consequência, mas mais legal. O dado só tem os números um, dois e três, se cair no um você me faz uma pergunta, no dois um desafio, no três toma um shot.

— Qualquer tipo de pergunta?

— Sim. E não vale mentir. Se não quiser responder, é shot.

— Tá bom, tá bom. Posso começar? — assenti e ela jogou o dado, que caiu no número três. A mineira comemorou.

— Marmelada, não vale! Logo na primeira cai o mais de boa. — cruzei os braços.

— Vai, joga aí. — joguei o dado, que caiu no número um.

— Oba! Vou começar levinho, tá?

— Medo de você, Bianca. Medo!

— Relaxa, menina. Hum... — levei a mão ao queixo e pensei. — Qual seu maior fetiche na cama?

— Bia! Você disse que iria ser leve, é a primeira, vai. — gargalhei.

— Tá, deixa eu mudar. É... tu foi ou não foi pro Paris 6?

— Ai, tchau! Vou embora. — ela ameaçou se levantar e eu segurei seus braços, a impedindo, já que ela não fazia realmente força.

— Tá, parei, agora é sério.— nos sentamos direito novamente, mas ainda mais próximas. — Como é o beijo perfeito pra você?

— Hum, gosto de começar bem lento, me permitir sentir cada sensação inicial, até ir aprofundando. Mas sei lá, depende, com cada pessoa é diferente, né?

— Sim, sim. Ok, sua vez. — ela jogou o dado, resultando no número três novamente.

— Porra, tu manipulou meu dado? — cruzei os braços indignada. Ela riu e deu um beijo em minha bochecha, enchendo o copinho e tomando o shot, em seguida.

— Minha vez. — O dado caiu no número um novamente. — Ai que saco.

— Pode perguntar qualquer coisa, Bia. Sem ser a do fetiche só. — dei uma risada.

— Tá, é... qual foi o sonho mais erótico que você já teve? — mordi os lábios, enchi um copinho e virei a bebida.

— Nossa, cê não pega leve mesmo, né? — ela encheu o copinho dela.

— Uai, tu não vai responder? Isso é mó de boa. — ela estava muito sem graça. Virou todo o líquido do copo.

— Não, já bebi. Minha vez de jogar. — semicerrei os olhos para ela.

— Não precisa dizer com quem foi, só diz como foi.

— Ai meu Deus. Tá. Eu amarrava e vendava a pessoa e dominava. E aqui respondi duas perguntas. Tá, próximo, minha vez. — disse tudo rápido e já jogou o dado, não me dando a chance de responder. Mas fiquei chocada. — Número um.

— Nossa, não caiu no dois nenhuma vez. — comentei, mas ela estava concentrada pensando.

— Hum... qual a parte do seu corpo mais sensível?

— Pescoço, com certeza. Um beijinho gostoso no pescoço e eu já fico de quatro pra pessoa. — ela sorriu e assentiu. — Minha vez.

Joguei o dado, que finalmente caiu no número dois.

— Bom, não que eu vá ficar de quatro pra você hoje, mas... quero que dê um beijo aqui. — apontei para o meu pescoço.

— Ok. — ela mordeu o lábio inferior e se aproximou de mim.

Ao invés de deixar um singelo beijo, como achei que faria, iniciou uma sequência de beijos no meu maxilar, descendo até meu pescoço. Fechei os olhos e afastei meu cabelo, aproveitando os toques.

Mordi o lábio tentando conter qualquer som que pudesse sair. Sua boca macia beijava e ousou até morder levemente a pele.

— Pronto. — subitamente ela se afastou. Abri os olhos, tentando me orientar novamente.

— É... Ok. Sua vez. — ela jogou o dado. Número um.

— Hum... Já transou em público?

— Óbvio que já. — joguei o dado. — Número um. Hum, o que te atrai em uma mulher?

— Assim, fisicamente, gosto de mulheres morenas, menores que eu, sei lá. O que me encanta mais é o jeito mesmo. Gosto de gente engraçada, que leva a vida de uma maneira leve, como eu, gosto que tenhamos uma boa conexão, o assunto tem que render sem forçar nada. Ah, sei lá. — assenti, refletindo sobre as informações, observando ela jogar os dados mais uma vez. — Número dois. Ai, não tenho criatividade, Bia.

— Seja livre, Rafa, qualquer coisa. Estamos só nós duas aqui. — ela mordeu o lábio e me fitou.

— Então... beija aqui. — ela apontou para a região entre seus seios. Arqueei a sobrancelha e sorri. Ela fez o mesmo.

Me aproximei e fingi que ia direto dar o beijo onde ela pediu, porém, deixei meu rosto na altura do seu, contornei sua boca com a ponta da língua, plantei um selinho em seus lábios e desci, deixando um único beijo na região solicitada.

— Minha vez. — joguei o dado. — Um. Posso pegar um pouquinho mais pesado?

— Pode, já tô bêbada o suficiente. — ela riu. Estávamos, sim, alegres, mas não estávamos bêbadas ao ponto de esquecer no dia seguinte, por exemplo.

— Ok. No que você pensa quando tá se masturbando? — ela colocou a mão nos olhos, com vergonha.

— Ai meu Deus.

— Fala, lembra, estamos só nós duas aqui, nada sai desse quarto.

— Ok. — suspirou. — Eu não me masturbo.

— O que? Como assim?

— Ah, Bia, eu sempre tô com algum lance com alguém, não preciso fazer isso.

— Mas isso não é só sobre isso, é sobre se conhecer, saber seus gostos, seus limites.

— Tá, próxima rodada. — deixei aquela informação muito bem anotada mentalmente. — Deu número três.

— Toma seu shot então. — enchi o copinho, virei, enchi de novo e entreguei a ela, já jogando o dado, em seguida. — Um de novo, como é bom o dadinho! É... já fingiu orgasmo?

— Nossa, fia. Ô se já! Milhões de vezes!

— Que coisa feia, Rafa. Isso é muito errado. Não faz isso nunca mais, sério. — ela sorriu e molhou os lábios. Acompanhei com os olhos o movimento.

— Acho que você não fica muito com homens, né? É que tem situações que não dá, Bia.

— Não tem essa Rafa. Óbvio que a gente sempre quer gozar, mas sexo não é só...

— Não, não vamos aprofundar esse assunto. Deixa eu jogar o dado. — me interrompeu e lançou o objeto, resultando no número dois. — Dois.

— Mais um desafio.

— É... — ela não disse nada, apenas apontou para a própria boca. Dei uma risadinha da expressão tímida dela.

Afastei as coisas que estavam entre nós e me aproximei.

Deixei um selinho em sua boca. Ela fechou os olhos.

Coloquei uma mão no colchão, apoiando meu corpo, e a outra em sua nuca.

Iniciei, então, uma sequência de beijos em todo o seu maxilar. Desci para o pescoço e continuei os beijinhos. Rafa tinha uma expressão concentrada no rosto. Subi novamente a olhei nos olhos, selei nossos lábios. Dei um. Dois. Três selinhos.

Com as mãos em sua nuca, colei nossas bocas e então pedi passagem com a língua, a qual ela logo cedeu.

Aproximei mais nossos corpos até ficarmos de joelhos na cama, com postura reta. Senti suas mãos rodearem minha cintura pressionando minha pele.

Nossas línguas trabalhavam em perfeita sintonia, o beijo encaixou perfeitamente.

Puxei levemente seu cabelo e no mesmo instante senti sua mão apertar ainda mais minha cintura.

Infelizmente o ar se fez necessário e tivemos que recuperá-lo. Na intenção de prolongar um pouco mais o contato entre nós, a mineira deixou alguns selinhos na minha boca, se demorando no último.

— Uau. — permaneci no mesmo lugar, ainda de olhos fechados. Não obtive resposta. Olhei Rafaella, e ela estava enchendo mais uma vez o copinho com a bebida.

A mineira virou de uma vez, encheu novamente, e virou novamente.

— Ei, sou a última pessoa pra ser fiscal de bebida, mas vai com calma, Rafinha. — ela lambeu os lábios e olhou para mim.

— É... não sei o que falar. — olhou para as mãos apoiadas no colo.

— Rafa, fica tranquila, somos só nós duas. — levei minha mão até sua bochecha e fiz um carinho.

— Eu sei, mas é que sei lá. — Eu sorri.

— Explicou muita coisa, hein? Entendi tudo. — ela deu uma risada. — Você gostou?

— Muito, Bi. — Se aproximou novamente para me dar mais um selinho. Em seguida, joguei o dado mais uma vez.

— Dois. Obrigada por tudo dadinho! Quero outro beijo. — fiz um biquinho.

— Cê é tão previsível! Sabia. — disse enquanto se aproximava mais uma vez.

Ficamos ali entre jogo, beijos e carícias por mais um tempo, até Rafa perceber que já estava tarde e precisava ir para casa.

— Já tá meio tarde e amanhã a gente trabalha, então acho melhor eu ir pra casa. — Falou já se levantando. Pegou o celular e desbloqueou, provavelmente para pedir o uber.

— Vem, vou te levar lá fora.— Andamos até lá em silêncio. — Não quer esperar a Bia chegar pra ela te levar, não?

— Não precisa não, é pertinho. — Se virou para mim. — Obrigada, Bia. Por hoje, pelo "contrato" e por me deixar tão leve e à vontade. Foi muito bom.

— Não tem o que agradecer, espero te fazer se sentir assim sempre. Nós vamos fazer isso funcionar da melhor forma possível.— Entrelaçou nossos dedos e beijou. Eu repeti seu ato, em seguida.

— Sim, nós vamos.— deu um sorriso e olhou para o telefone. — Tchau, Bia!

— Calma, antes de ir, só mais uma coisa.— Fechei a mão, balancei e fiz o ato de arremessar algo pra baixo, ela me olhou com uma expressão interrogativa. — É o meu dado imaginário, caiu no dois. Seu desafio é me dar mais um beijo.

— Você não vale nada mesmo né, Bianca? — Falou dando risada.

— É o jogo minha rosa, não tenho culpa.— Ela se aproximou, selando nossos lábios em um beijo rápido.

— Até sábado? — questionou.

— Até sábado. — sorrimos uma para outra e ela caminhou em direção ao carro que havia chegado.

•🗼•

E aí, quem mamou? Tá vindo aí, hein!

Até breve!!

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