A Esperança do CEO [DEGUSTAÇÃ...

By LFFreitas

513K 23.9K 4.6K

APENAS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO. COMPLETO NA AMAZON. ------------------------------- Ter um filho era o maio... More

Sinopse
Sobre a história e seus personagens
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
E-books gratuitos!
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo treze
Disponível na Amazon!

Capítulo seis

12K 1.4K 368
By LFFreitas


Marcos


"Quando vou receber o dinheiro"?

Aquela tinha sido a primeira pergunta daquela mulher. A primeira coisa que ela pensou em dizer, o que demonstrava que era a sua absoluta prioridade.

Bem... mas qual seria um espanto disso? O que eu esperava? Que estivesse nessa por caridade a um total estranho? Era óbvio que não.

Porém, confesso, algo em mim se frustrou com a forma como ela perguntou aquilo. Ela sequer fez qualquer questionamento a respeito da equipe médica envolvida, nada que dissesse respeito nem ao menos à sua própria saúde, o que me dava a clara impressão que colocava o dinheiro à frente de qualquer outra coisa.

Eu não gostava de pessoas gananciosas. Claro, não seria hipócrita em negar que a ambição já esteve presente em minha vida. Eu tive uma infância humilde, estudei parte da vida em escolas públicas, e outra parte com bolsas de estudo. Era um nerd tão apaixonado por tecnologia, que fiz disso o meu ganha-pão e, através dele, acabei criando meus próprios aplicativos, minha própria empresa... e construindo minha própria fortuna.

Mas tal ambição em mim jamais foi inteiramente focada em dinheiro, e nunca foi um fator determinante em minhas escolhas. Eu amava o que fazia, e meu enriquecimento veio como consequência disso.

O que eu mais amava em Isadora era o fato de ela ter me conhecido como um colega bolsista em sua escola de elite no ensino médio e, mesmo que eu fosse discriminado – agora não apenas por ser um aluno nerd, mas também por ser pobre – ela não se importou com o julgamento dos outros, se aproximou de mim, se tornou minha amiga... e, um ano depois, minha namorada. Os pais dela não aprovavam nosso relacionamento, mas ela lutou por isso. Esteve ao meu lado quando eu não tinha nada, me apoiando em todos os meus sonhos. Eu não seria um terço do homem bem-sucedido que era hoje se não fosse pelo apoio dela.

Fora Isadora, Thiago – que era seu amigo de infância e acabou se tornando também meu amigo quando nos conhecemos – e minha irmã Elisa, eu vivia constantemente cercado por pessoas que deixavam a ganância dominar suas vidas. Eu não suportava esse tipo de gente, e foi o que me fez derrubar a primeira boa impressão remota que eu tive com relação àquela mulher.

Mas, novamente: o que mais eu esperava?

Pouco mais de uma semana havia se passado desde o nosso primeiro encontro e eu não voltei a vê-la. Ela já havia iniciado os procedimentos médicos para passar pela inseminação e eu decidi seguir o conselho de Thiago e optar por não a acompanhar nessa primeira fase. A partir do momento em que estivesse grávida – se tudo desse certo, claro – eu compareceria aos exames para acompanhar o crescimento e desenvolvimento do meu filho.

Era domingo e eu tinha aceitado um convite da minha irmã para almoçar com ela. Aproveitaria para contar a ela sobre tudo aquilo. Não fazia ideia de como ela iria reagir.

Quando cheguei ao seu apartamento, achei curioso não ter sido recebido por um 'ataque' de Caio, meu sobrinho de oito anos.

— Caio não está esperando escondido atrás de algum móvel para pular em cima de mim de surpresa a qualquer momento, não é? — perguntei enquanto adentrava a espaçosa sala de estar.

Por uma opção de Elisa, seu apartamento tinha cerca de metade do tamanho do meu. Havia sido um presente meu, queria que ela tivesse o máximo de conforto possível, mas ela insistiu que não precisava de mais espaço do que aquilo, que ela já considerava até demais. Até mesmo aquele já tinha sido difícil convencê-la a aceitar. Mas Elisa era divorciada e eu viúvo, nossos pais já eram falecidos e éramos toda a família um do outro, por isso fiz questão de que ela viesse morar perto de mim, além de trabalhar na minha empresa. Do que me importaria ter tanto dinheiro se eu não fizesse um bom uso dele cuidando das pessoas que eu amava?

— Não, fique tranquilo que não terá um ataque hoje. Caio desceu para o apartamento da amiguinha, a Ana Clara. A mãe dela o convidou para almoçar lá.

Eu já tinha ouvido muito a respeito da Ana Clara. Ela morava no nosso prédio, alguns andares abaixo, e estudava na mesma turma de Caio. Os dois eram inseparáveis.

Aproveitei que meu sobrinho não estava para poder entrar no assunto sério que eu tinha a tratar. Fiz isso logo que me sentei no confortável sofá.

— Preciso te contar uma coisa, Elisa. Sobre a inseminação. Eu decidi tentar novamente.

Ela abriu um enorme sorriso e veio se sentar ao meu lado, segurando minha mão junto às suas.

— Que bom que pensou melhor a respeito disso, Marcos. Andei pesquisando na internet, e acredito que se eu tentar alguns tratamentos hormonais, eu...

— Não, Elisa — eu a interrompi. — Eu já disse que não quero mais te envolver nisso.

O sorriso no rosto dela deu lugar a uma expressão confusa.

— Mas... então como... quem...

— Eu contratei uma pessoa. Uma mulher chamada Luciana, tem vinte e nove anos, é saudável, e... é tudo o que sei sobre ela. O Thiago intermediou tudo. Ela já iniciou os tratamentos para tentar a inseminação.

— Espera... Você contratou uma total desconhecida para gerar o seu filho? E se essa mulher for uma chantagista e tentar te extorquir ameaçando não entregar a criança ou, sei lá, fazer um aborto? E se ela for uma louca e decidir fugir com o bebê? Ou se ela for à mídia contar isso? As ações do Connection podem despencar, você pode ter que responder criminalmente, isso pode te prejudicar muito, de tantas formas...

— Thiago se cercou de todas as maneiras. Ela não vai tentar nada. Está sendo muito bem paga para o trabalho. Fique tranquila, Elisa. Minha única preocupação, além de fazer os pagamentos, é torcer para que a inseminação dê certo e que ela consiga levar a gravidez em segurança até o fim. Eu quero muito esse filho.

— Eu sei, meu irmão. Eu só tenho medo de que algo ruim aconteça e você sofra ainda mais.

— Nada de ruim vai acontecer.

— Bem... estarei aqui ao seu lado, de qualquer modo. Te ajudarei no que for preciso.

— Não tenho dúvidas disso, minha irmã. Bem, você me convidou para um almoço, não foi? Até que horas vai continuar me torturando com o cheiro dessa comida?

Ela sorriu e concordou, então nos levantamos e fomos almoçar. Elisa cozinhava muito bem, seu tempero era muito parecido com o de nossa mãe, o que contribuía para tornar seus convites para almoçar em sua casa totalmente irresistíveis. Enquanto comíamos, mudamos de assunto, com ela contando algumas coisas sobre Caio. Contudo, logo depois que serviu a sobremesa, ela retornou ao ponto anterior:

— Então, como ela é?

— Ela...?

— É. A... como é mesmo o nome? Luciana, não é?

— Eu só estive com ela uma vez, durante menos de uma hora, e não trocamos uma única palavra. Thiago intermediou tudo.

— Marcos, a mulher vai gerar o seu filho e você não se preocupou em conversar com ela?

— Já disse, o Thiago cuidou de tudo.

— Sim, ele te passou o nome, a idade, o estado clínico, mas... como ela realmente é?

— É uma mulher bonita — confessei aquilo que eu não poderia negar. Ela era mesmo linda. — Loira, olhos azuis... Mas o DNA do bebê será o meu e o de Isadora, a aparência da mulher que o gerar não influencia em nada.

— Eu não falei sobre aparência, Marcos. Falei sobre o que ela é enquanto pessoa. O que ela faz da vida, onde mora, como é a sua família, do que gosta...

— Nada disso interessa, Elisa. Vou conviver minimamente com essa mulher durante nove meses de uma gestação, e depois nunca mais pretendo vê-la. É importante não criar vínculos.

— Marcos... me perdoe falar sobre isso, mas... Tem momentos em que eu quase não te reconheço mais. Você mudou muito depois da morte de Isadora.

O comentário me deixou levemente irritado.

— Como pode dizer algo assim, Elisa? Eu continuo sendo a mesma pessoa para você e para o Caio.

— Exatamente. Para mim, você segue sendo o mesmo irmão amoroso e, para o Caio, o mesmo tio coruja. E eu sei que por dentro você ainda é o mesmo ser humano maravilhoso, mas... Você se fechou completamente para o resto do mundo.

— O resto do mundo não me importa.

— Mas deveria importar, Marcos. Especialmente uma mulher que vai gerar o seu filho.

— Eu não tive uma boa impressão dela. Visivelmente é apenas uma pessoa capaz de tudo por dinheiro. Thiago disse que essa será a segunda gestação dela. Não me espantaria se a primeira também tiver sido como barriga de aluguel de alguém. É um ganha pão bem rentável.

— Como você pode saber se sequer conversou com ela? Aliás... É óbvio que ela entrou nessa pelo dinheiro, ela nem te conhece, que outras razões teria para isso? Mas ela pode não ser uma gananciosa. Apenas alguém que precisa desse dinheiro.

— Todo mundo precisa, no fim das contas.

— Pois é, por isso mesmo, não julgue sem conhecer a realidade dela. Eu compreendo sua ideia de não ter uma proximidade maior, mas ninguém está te pedindo que se torne o melhor amigo dela. Mas conhecê-la é o mínimo, você terá que conviver minimamente com ela, então faça isso da forma mais amigável possível.

Suspirei, como um moleque recebendo um sermão. Não importava que eu fosse um homem adulto, que nossa diferença fosse de apenas dois anos e que eu fosse uns vinte centímetros mais alto que ela. Elisa sempre teria comigo uma postura de irmã mais velha.

— Tudo bem, não vamos mais falar sobre isso. Que horas o Caio volta?

Ela abriu a boca para responder, mas antes que qualquer palavra saísse de seus lábios nós ouvimos o barulho da porta sendo aberta e, instantes depois, o som de uma corrida até a sala de jantar. Um garoto de oito anos surgiu correndo e fez o que eu esperava desde o momento que cheguei ali: pulou em cima de mim, me abraçando.

— Tio Marcos! — ele vibrou, empolgado.

— E aí, garoto? — Eu o apertei com força e, quando ele se afastou, parou diante de mim, Sentado na cadeira, meus olhos ficavam mais próximos aos dele. — Achei que não fosse te ver hoje.

— Eu estava na casa da Clarinha. Estamos juntos no trabalho de Ciências.

— Sei. Vai me convencer que estavam esse tempo todo fazendo trabalho?

— A gente brincou um pouco. Porque ninguém é de ferro, né tio?

Eu ri, achando graça da forma como ele falava. Elisa aproveitou para fazer um comentário:

— Ele diz que vai fazer trabalho, mas tenho certeza de que os dois ficam conversando sobre corrida, ou mesmo treinando na sala. Coitada da mãe da Clarinha!

— A gente só treinou um pouquinho, mãe — ele retrucou, fazendo bico.

— Estão esse ano novamente na equipe de atletismo? — perguntei.

Desde os cinco anos que ele e sua amiguinha e vizinha Ana Clara faziam parte todo ano da equipe de atletismo da escola. Sempre no final do ano eles realizavam uma espécie de olimpíada. Dividiam os alunos de todas as unidades do colégio em quatro ou cinco equipes, e eles disputam as provas.

Eu sempre achei que aquele interesse do Caio por corridas fosse algo passageiro, mas estava se mostrando ser uma verdadeira vocação.

Caio assentiu, e completou:

— Clarinha e eu somos da Equipe Águia. A Lara também. Nós vamos vencer esse ano!

— Espera, quem é a Lara? — indaguei, curioso.

— É outra amiguinha deles — Elisa explicou.

— Espera que eu não consigo acompanhar suas amizades, Caio. Achei que o seu grupinho fossem você, a Ana Clara e mais dois meninos.

Ele bufou e revirou os olhos, soprando o cabelo liso que caía sobre sua testa. O que eu andava perdendo da vida social daquele garoto?

— O Júnior e o Lucas não são mais meus amigos, tio. Eles são dois babacas!

— Olhe o vocabulário! — Elisa o repreendeu. E se levantou, começando a recolher os pratos da mesa. — Vê se eu posso com isso, Marcos! Ele foi amigo desses meninos desde a creche, e agora brigaram e não se falam mais.

— Porque eles são babac... chatos! — ele se corrigiu a tempo. — Tio, eles implicam com a Lara e isso não é certo.

— Tudo bem, garotão, vamos devagar para eu conseguir acompanhar. Quem é a Lara?

— Ela é nossa amiga. Minha e da Clarinha.

Elisa explicou:

— Parece que a menina é aluna bolsista. E tem uma deficiência. Aí já viu, né? Crianças podem ser cruéis. Mas já disse ao Caio que não é motivo para brigar com seus amigos. Deveria conversar com eles, fazê-los entender. — Ela foi para a cozinha, levando os pratos, deixando-me ali sozinho com Caio.

Ele aguardou pela saída da mãe para me explicar, com a voz baixa para não ser ouvido por ela.

— Eu tentei conversar, tio, quando eles começaram com as brincadeiras com ela. Mas eles foram muito malvados, riram dela, falaram coisas horríveis. Então, a Clarinha e eu brigamos com eles.

— Quer saber, garoto? Você tem toda a razão. Se tentou conversar e ainda assim eles continuaram sendo maus, você fez muito bem em defender a sua amiga e em se afastar desses garotos.

Ele estufou o peito, mostrando-se orgulhoso.

— A Lara é muito legal, tio. Eles riem, chamando ela de pobre, porque ela é bolsista. E de mais um monte de palavras feias, porque ela não tem uma perna. Ela usa uma proq... prod...

— Prótese? — completei.

Ele movimentou a cabeça em afirmação.

— Isso. Nem dá pra ver, porque ela tá sempre de calça comprida, até quando tá calor. Ela diz que a mãe pede para ela ir com a bermuda da escola, mas ela tem vergonha e medo de implicarem ainda mais com ela. Só que não adianta ninguém ver, porque ela anda mancando um pouco. E aí aqueles babacas ficam rindo dela! — Ele baixou o tom de voz ainda mais. — Não conta pra mamãe que eu disse 'babaca'. Mas é o que eles são!

Passei a falar no mesmo tom que ele.

— Pode deixar, eu não conto. Mas você tem toda a razão, eles são mesmo babacas. E você não tem que ser amigo de gente assim. Você sabe que seu tio Marcos também foi um aluno bolsista?

— Você, tio? Mas eu achava que a bolsa era para quem não pode pagar a escola, e você é rico.

Eu ri, achando graça da conclusão.

— Hoje eu tenho uma boa condição, Caio. Mas quando eu era jovem, eu não tinha. Seus avós levavam uma vida difícil.

— Mamãe conta que ela estudou em escola pública.

— Sim, eu também. Então, no ensino médio, eu fiz uma prova e passei, com isso consegui uma bolsa em um colégio caro.

— As outras crianças implicavam com você também?

— Muito. O tempo todo. Mas eu também tive bons amigos, que me defendiam. Como você e a Ana Clara fazem com essa menina. Vocês sabem que o que esses garotos fazem é errado. E eu tenho muito orgulho de você. Porque tem que ser muito corajoso para brigar pelo que você sabe ser o certo.

Ele abriu um enorme sorriso, parecendo orgulhoso de si mesmo e eu, é claro, sorri junto. Caio sempre despertava o melhor de mim. Elisa tinha razão quando disse que eu tinha me tornado outra pessoa após a partida de Isadora. Eu agora era mais recluso e bem menos sociável. Mas a minha família era o meu porto seguro.

E, muito em breve, eu também teria um filho para trazer mais luz à minha vida.

Eu não precisava de nada mais do que isso.

***** 


Olá, meninas!

Para começar, preciso me desculpar pela loucura na nota do capítulo anterior, quando coloquei que o próximo capítulo viria na quinta. Juro que não sei de onde saiu isso hahahaha... Só fui ver hoje, desculpa meninas! Reforçando que os capítulos são postados todas as terças e sextas, e sempre que der postarei aos domingos também.

Aliás, domingo teremos capítulo novo! =)

Aproveitando para contar uma novidade: terei dois e-books gratuitos na Amazon nesse final de semana. 'O Segredo do CEO', no sábado (dia 10/10) e 'Contanto que você me ame' no domingo (dia 11/10). Não percam! Devo postar um lembrete aqui no wattpad para ninguém esquecer.

Beijos, tenha um lindo final de semana!

Continue Reading

You'll Also Like

378K 34.4K 29
~Bem vindo ao Omegle. Fale com estranhos.~ Iniciar ✔ • Iniciar chat por mensagem [×] • Iniciar chat com vídeo chamada [ ] - Onde Jeon Jungkook e Par...
9.7K 341 39
Hannah: você de novo? Matteo: parece que não tenho sorte enfermeira. Último livro da trilogia.
564K 36.6K 129
Alex Fox é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele. Ele acha que eles têm que apanhar se acaso algo estiver errado...
1.2K 117 12
ela paga pelos seus erros ele paga os seus erros ela perdeu a vida de luxo depois que casou com ele ele não é casado diante da mídia é só no papel R...