A queda das rainhas do norte...

By _BrunaRamalho_

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O Norte, um império sólido, mas amaldiçoado. Atarah é a herdeira de ouro, mas seu trono está ameaçado por uma... More

Mapa
O Norte - Atarah
Melione - Adenna
Tudo ou nada - Atarah
Sangue sobre o mármore - Adenna
A rainha - Atarah
Gelo e fogo - Atarah
Coroa de vidro - rainha Odalis
A assassina - Merle
Um novo dia - Atarah
Sangue e família - Atarah
Vida e morte - Adenna
Fuja das sombras - Merle
Rainha Atarah - Atarah
O renascer - Merle
O preço - Adenna
A peça - Merle
Um novo início - Atarah
Ela está morta - Atarah
Ariella - Merle
Doce veneno - Keir
A melhor rainha - Adenna
Odeio o meu trabalho - Merle
Amadrya - Atarah
A estrela mais brilhante - Merle
Chamas do passado - Atarah
Pequeno lumaréu - Adenna
O veneno do amor - Merle
Terras Férteis - Atarah
Perdão - Adenna
Uma nova rainha - Adenna
Aislinn - Atarah
A deusa - Atarah
Um novo começo - Merle
Fim de jogo - Adenna
Bronimir - Merle
Sem destino - Atarah
A rainha está morta - Atarah
Por amor e um rei - Adenna
Selene - Merle
Os mortos - Atarah
Um final definitivo - Atarah
Dezesseis dias - Merle
O traidor - Adenna
A última jogada - Atarah
O peso de uma vida - Merle
Fim de jogo - Atarah
A queda - Adenna
Viva - Merle
O mundo que sobrou - Atarah
A história continua

Minha primeira morte - Atarah

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By _BrunaRamalho_

Durante três semanas a vida não poderia ter sido melhor, todos nós nos resolvemos, ainda não contei sobre o meu destino, pois ainda tenho uma pequena esperança de impedi-lo. Por isso comecei a beber pequenas doses de veneno, e as fui aumentando, até o momento ninguém sabe de tal ato. Loucura? Quem sabe. O medo da morte faz isso com as pessoas.

  Ouvi boatos que havia rebeldes trabalhando na cozinha, por algum motivo sinto que algo está próximo de acontecer, algo péssimo. Sorin fez o que eu pedi, ou melhor, ainda está fazendo. Anda se encontrando com Adenna, mas agora não é apenas para ensinar o básico a ela, está tentando conquistar o pobre e ingênuo coração da menina. Coitada, mal sabe que Sorin não tem olhos para nenhuma mulher além de mim.

  Keres e Keir estão na mesma, mas muito mais próximos, já que Faolan finalmente deu espaço para eles. Isso no final teve um custo para mim, tive que mostrar o local da nova adega, ele e meu primo estão consumindo duas garrafas por dia. Isso não pode ser saudável. O Elfo também anda treinando com os guardas, e Keres... Ela continua humilhando a todos, odeia ser comparada com qualquer um daqui, pois a Filha do Caos se considera muito melhor, e ela realmente é.

  Ultimamente as disputas entre o Feérico e a assassina andam boas, ambos são os melhores guerreiros que já conheci, com uma habilidade excepcional, faz anos que não luto ou caço nada. Eu realmente gostava de fazer tais coisas, mas os discursos públicos e as reuniões estão acabando com o meu tempo, e Alastair também, estava pensando em pedi-lo em casamento, sei que parece loucura, mas eu nunca estive tão feliz por ter alguém como estou agora. Na primeira noite em que estive com ele comecei a cogitar, mas agora estou apenas esperando o momento certo.

  Essas pessoas em geral, elas me fazem feliz, e eu achei que isso nunca mais aconteceria, achava que nunca mais seria feliz, que nunca mais iria rir, que ficaria sozinha e me destruiria. Quem sabe os deuses nem me odeiem tanto quanto eu imaginava.

  Faolan fala todos os dias que saio do quarto de Alastair, já que ele se recusa a dormir no meu, o quão fedorenta estou, sempre rimos, perguntei sobre como é viver tanto tempo para o Feérico e não ficar entediado, e pode ser que eu tenha perguntado também se Brylee já teve fêmeas em sua cama. Isso o fez cuspir o vinho e gargalhar alto.

  Sua resposta foi que é impossível se viver quase a eternidade e não provar as duas frutas. Se eu sou... Uma deusa. Viverei mais que a eternidade, mas isso só acontecerá após minha morte nas terras. Como deve ser? Os deuses, o que eles fazem? São tão antigos.

  – Acha que deuses trasam?

  – São criaturas divinas. – Ele respondeu.

  – Então eles possuem orgasmos celestiais?

  – Estou preocupado com você, Atarah. Quando foi que a estragamos? – Disse ele rindo.

  – Acho que quando vocês me conheceram eu já estava quebrada. Vocês me ajudaram a me reconstruir.

  Batemos nossas taças de vinho, e então ele disse.

  – Acho que montamos você toda errada, mas você alegre é algo revigorante.

  Naquela noite eu dormiria só, já que Alastair disse que teria muito a resolver na cidade, a janta foi ótima e muito bem humorada, acho que hoje em dia não invejo Brylee em nada, suas companhias são maravilhosas, mas as minhas são... São simplesmente perfeitas. Tudo bem que não são as melhores pessoas da sociedade, mas são meus amigos e fiéis a mim. Minha família.

  Só que no meio da noite fui acordada, por Alastair, ele me chacoalhava. Quando finalmente entendi que aquilo não era parte de meu sonho o guarda começou a falar.

  – O castelo, está sendo invadido. Venha, vou tirá-la daqui.

  Sentia que algo estava errado com ele, sua voz? Seu jeito frio? Mesmo assim o segui, mas não fui levada a um lugar mais seguro ou algo do tipo. Estava tão tonta. Alastair me deixou em uma sala e trancou a porta, mas o guarda não ficou comigo.

  Assim que me virei vi Adenna. O que aquela tola está fazendo aqui?

  A sala estava fria, mas a lareira queimava, será que eu estava alucinando por conta do veneno? Um pouco difícil pelo tamanho das doses que estava bebendo.

  – Alastair foi bem útil, eu realmente achei que você descobriria que ele era um rebelde.

  – O que?

  A desgraçada agia como se eu não pudesse feri-la, mas ela estava certa. Adenna serviu uma taça de vinho para si e começou a caminhar pela sala enquanto bebericava.

  – Devo admitir que foi difícil conseguir invadir esse castelo, suas amizades realmente foram um problema, mas como estou te matando agora, não existe forma deles a ajudarem, e nem podem, estão ocupados de mais lutando lá fora... – Ela olhava pela janela e fazia diversas caretas. – Terei que arrumar todo o jardim. Abra mão da sua coroa Atarah, mesmo que agora já não faça tanta diferença já que está morrendo.

  – Se eu morrer Sorin se torna rei, meu trono não ficara vazio. – Dei um sorriso cruel. – E se Sorin morrer o Norte será do Sul. Passei uns dias em Aislinn. Não soube?

  Espero que Brylee realmente conquiste o Norte caso eu morra. Não falei nada sobre isso com ela, mas se eu realmente me tornar uma deusa acho que posso fazer isso. Quem sabe possa destruir o Norte eu mesma.

  – Não pode fazer tal coisa...

  – Claro que posso. Sou a rainha, e sou mais inteligente que você. E como disse. Se eu morrer levarei o Norte comigo. – Me aproximei lentamente de Adenna tentando manter a minha postura a melhor possível. – Sou Atarah Kalliste, a rainha do Norte, legítima herdeira do trono. A escolhida pelos deuses. Acredite em mim quando digo que esse não é o seu lugar. Você nunca terá a minha coroa de verdade. Alguém a tirará de você, quem sabe alguém muito pior, pois os deuses me escolheram para isso. E não você... Não importa o que você faça, eu ainda serei a rainha.

  Minha visão começou a ficar escura.

  – Está morrendo Atarah, mas tudo bem. Eu amo Sorin e acho que ele também me ama, acho que seu juramento de círculo íntimo não é tão bom. Eu me casarei com seu primo e serei a rainha. O clero terá que me aceitar.

  – Adenna... Conseguir o poder é muito mais fácil que mantê-lo, mas você é tola de mais para entender isso.

  Após isso eu caí e o mundo ficou completamente preto. Não sei por quanto tempo fiquei apagada, mas eu não morri. Veneno errado. Ainda não chegou a minha hora. A porta da sala estava aberta e antes de levantar conferi para ver se não havia ninguém. Assim que me levantei achei que iria vomitar, e realmente iria, mas se eu quiser fingir estar morta, não posso sujar o tapete. Engoli tudo e foi péssimo.

  Corri para as passagens secretas, as quais estavam vazias. Assim que cheguei a meu quarto, peguei uma roupa e diversas jóias, coisas que eu poderia vender, e a coroa, meus venenos, uma mochila e uma capa. Então voltei para a passagem e me troquei. Usei as passagens até chegar aos túneis que davam no estábulo. Peguei duas adagas e uma espada e subi em um cavalo qualquer e fugi o mais rápido que pude.

  Me sentindo péssima, não apenas por abandonar meus amigos, minha família, mas por ter sido traída, traída pela pessoa que eu amava. Só quando já corria com o cavalo percebi que chorava. Quando já estava bem longe de Melione parei o cavalo e vomitei e chorei um pouco mais, mas por que estava chorando? Estou tão cansada de chorar!

  Adenna tentou me matar, ela me machucou. E eu vou a machucar de volta.

  Segui pelo resto da noite cavalgando em direção ao Leste. Eu sei, completamente suicida, mas existe um detalhe das terras de meus tios que me fizeram ir em sua direção. Lá ninguém me conhece, nunca fui ao Leste, e eu vou ter que parar em algum lugar. Acho que vou ter que dar uma mudada no visual.

  Eu voltaria para Melione, iria reconquistar o meu trono, mataria Adenna e Alastair. E iria fazer isso lentamente. Até o Leste levaria oito dias, sem paradas e correndo, mas não tenho como fazer tal coisa. No mínimo onze dias, mas pelo menos serão dias onde um supostamente estarei morta, não irão me procurar.

  Quem sabe eu nem volte para recuperar meu trono, um novo começo, um novo destino, posso fugir do meu assim. Estou morta, esse foi o meu fim. Atarah Kalliste está morta, mas na vida cada final pode ser um novo começo. A partir de agora não sou ninguém. Sou apenas mais uma camponesa. Que Adenna se destrua sozinha, sei que é completamente capaz de fazer isso. E Alastair... Pode ser que volte a Melione, mas apenas se minha nova vida der errado.

  Alastair me traiu, e podia existir uma grande chance de eu o amá-lo. Eu ia o fazer rei do Norte... Como pude ser tão burra?

  Enquanto cavalgava repeti a mim mesma diversas vezes algo que havia dito enquanto estava muito bêbada com Keir, Faolan, Keres e Sorin.

  – Me assista destruir o mundo, e com isso destruindo vocês. Ou o destrua comigo, e escape da possibilidade de ser arruinado.

  No dia quando disse aquilo, todos ficamos em silêncio por alguns segundo e então caímos na gargalhada. Estávamos tão mal. Keres então se levantou do tapete que nós práticamente manchamos inteiro e jogou seu braço sobre meus ombros, tive que me curvar para ficar mais próxima do seu tamanho.

  – Por que destruir o mundo se podemos fazer todos se curvarem a nós? Somos lindas, espertas – Ela levava na mão direita uma garrafa, e antes de terminar de falar deu um gole logo do bico. – Fortes e independentes. Podemos conquistar o mundo ao invés de destruí-lo.

  Keir se atirou no sofá gemendo e então disse.

  – Mas isso vai dar tanto trabalho.

  Faolan que claramente era o que estava mais sóbrio assistia rindo a nossa situação ainda mais deplorável. Sorin estava ocupado trançando, ou pelo menos acreditando que estava fazendo isso, nos belos cabelos do Elfo quando parou e ficou olhando para nós. Todos ficamos quietos novamente.

  – Já disse que vocês são as mulheres menos modestas e mais empoderadas que conheço? – Sorin disse algo, mas estava completamente enrolado, no fim, deixou o pobre Feérico em paz e se jogou no tapete, então disse gritando de um jeito dramático. – Eu amo todos vocês!

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