Eu sou sua irmã?

By GabbyGrimhilde

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Após a coroação, Mal, Evie, Jay e Carlos, vêm se adaptando a suas novas vidas em Auradon, quando de repente... More

Capítulo O1
Capítulo O3
Capítulo O4
Capítulo O5
Capitulo O6
Capítulo O7
Capítulo O8
Capítulo O9
Capítulo 1O
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14

Capítulo O2

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By GabbyGrimhilde

• Terceira Pessoa •

Evie estaria mentindo se ela dissesse que não se sentia nervosa, quando a limosine parou. O carro tinha suas janelas escuras, impedindo que ela visse o lado externo. Onde quer que estivesse naquele momento, ela sabia que não havia saído de Auradon, pois a viagem não pareceu longa.

Logo, a porta foi aberta para ela que, respirando fundo, reuniu coragem e saiu do veículo.

Após seus olhos se acostumarem com a luz do dia, Evie olhou em volta e viu que estava em frente ao castelo real, também conhecido como a casa de Ben e seus pais.

- Eu pensei que fosse me encontrar com um membro de outra família real. - ela falou um tanto confusa, para o motorista.

- Você irá encontrá-la aqui, senhorita. - ele a respondeu.

Quase como se fosse uma deixa, as portas da frente se abriram e Evie viu quando a mãe de Ben, a rainha Bela, apareceu para cumprimentá-la. Sentindo-se um pouco mais à vontade ao ver um rosto amigável, Evie endireitou os ombros, ergueu a cabeça e começou a caminhar ao encontro da Rainha.

- Evie, querida, como você está? - Bela perguntou assim que as duas se encontraram na base da escada do palácio. - Oh, eu amei o que você fez no seu cabelo. - Ela acrescentou ao notar que Evie estava com o cabelo liso, mas com alguns cachos soltos nas pontas. A mais nova sorriu, ao sentir Bela envolvê-la em um abraço quase maternal.

- Obrigada e eu estou bem, um pouco nervosa, mas bem.

- Não há com o que ficar nervosa, isso eu te garanto. Só tem uma pessoa que quer conhecê-la. - Ela explicou, fitando os olhos amendoados da garota.

- Não é qualquer pessoa, é da realeza. - Evie comentou, assim que Bela a guiou para o interior do castelo. Ela observou os guardas se curvarem para a mais velha, e sentiu-se um pouco triste com a lembrança de que não tinha um título real como deveria. - Até onde eu sei, isso pode ser um encontro com a Rainha Leah. - ela voltou a dizer.

- Confie em mim, querida, você vai ficar bem. Eu não teria concordado em deixar esse encontro acontecer, se eu achasse que alguém iria tentar te magoar ou algo assim. Na verdade, se tudo correr bem, você se sentirá em família. - A mais velha falou, sorrindo levemente para ela.

Novamente a palavra "família" estava na conversa, Evie pensou. Ela não havia se importado com isso quando Ben falou minutos atrás, mas, ouvir de Bela também, estava deixando-a mais alerta.

- Você vai estar comigo, quando eu me encontrar com a pessoa? - a de azul perguntou, se sentindo ansiosa.

- Não, mas eu estarei por perto caso você precise de mim. É só pedir aos guardas da porta, que eles irão me avisar. - Bela disse a ela, enquanto ambas abriam caminho pelo palácio e finalmente paravam em frente a uma sala de jantar, ao qual acontecia as reuniões mais íntimas.

Ao entrarem, Evie percebeu que a mesa não estava arrumada e, de fato, a própria sala parecia ainda em modo de espera. A garota de cabelos azuis olhou interrogativamente para Bela, que a conduziu para o fundo da sala que dava para um enorme jardim. Quando ela se aproximou das portas francesas, Evie pôde ver que um pequeno recanto estava montado do lado de fora, completo com um grande gazebo coberto por cortinas brancas, sobre um conjunto de mesa e cadeiras antigas. Sentada em uma das cadeiras, de costas para Evie, estava uma mulher com cabelos negros brilhantes que pareciam refletir a luz do sol que passava pelas cortinas.

Evie parou no meio do caminho entre o gazebo e a entrada da sala de jantar e olhou para Bela. A mulher acenou com a cabeça e fez um gesto com as mãos para Evie continuar andando. Deixando a cautela de lado, a garota permitiu que sua curiosidade a levasse até a mesa. Assim que se aproximou, um garçom a encontrou em sua cadeira e puxou-a para ela, que agradeceu educadamente e sentou-se. Seus olhos se arregalaram em surpresa, ao ver quem estava na frente dela.

- Meu deus. - Evelyn ofegou em choque.

- Olá, Evie. - Branca de Neve disse suavemente, com sua tão famosa gentileza, sendo ouvida. - Eu sou-

- Branca de Neve. - Evie finalizou para ela.

- Também. - Branca disse, fazendo Evie piscar em confusão. - Eu ia dizer "sua irmã".

Evie ficou em um silêncio atordoado. Era ELA. A Branca de Neve. A garota/ mulher, que sua mãe passava todo momento não se dedicando a dar aulas de dicas de beleza, ou moda, ou acessórios, ou trabalhos domésticos, mas sim fumegando. Ela era tudo que sua mãe havia lhe dito: Pelo menos fisicamente. Com os lábios vermelho-sangue, o cabelo preto como ébano e, o mais óbvio, a pele branca como a neve.

- Evie? - Branca chamou, ao notar que a mais nova não dizia nada por quase um minuto.

- Meia. - Evie disse rapidamente, quase no automático, depois de sair parcialmente de seu devaneio.

- Como?

- Você quis dizer meia-irmã, certo? - A garota falou, fitando os olhos castanhos da mais velha.

Branca revirou os olhos. Um dia vou ter uma longa conversa com a Cinderela, sobre ela garantir que todos enfatizem a palavra certa, quando se trata de irmãos, ela pensou.

Embora Branca reconhecesse que na definição real de relações familiares, Evie era sua meia-irmã, ela nunca havia pensado nisso dessa forma; Provavelmente porque, desde que ela tinha idade suficiente para se lembrar, a Rainha Grimhilde sempre fora e sempre seria, sua mãe.

Sua verdadeira mãe havia morrido ao dar à luz a ela, e seu pai, o rei, casou-se com Grimhilde quando Branca tinha apenas dois anos. Na verdade, se não fosse pelas inseguranças de Grimhilde sobre um comentário desnecessário de um dos cavaleiros de seu pai, ela ainda poderia ter permitido que Branca continuasse a chamá-la de mãe.

Mas, infelizmente, bastou aquele cavaleiro mencionar que um dia a beleza de Branca poderia ultrapassar a de Grimhilde, para que ela começasse seu rancor. Um rancor que culminou com o sono de morte de Branca de Neve por mais de um ano, e a morte da Rainha Má esmagada pela pedra. Mas agora, Branca viu uma chance de consertar aquilo de alguma forma, graças à jovem garota à sua frente.

- Eu disse irmã, pois eu realmente penso assim. Grimhilde chegou a falar de mim ao menos?

Quase que imediatamente, Evie conseguiu ouvir as palavras de sua mãe em sua mente.

Ela era ingrata. Ela era vaidosa. Ela era preguiçosa. E o pior de tudo, ela era simplesmente feia. Eu dei a ela uma casa e um lugar quente para dormir, e como ela me retribuiu? Deixando aqueles pequenos trolls horríveis me jogarem do penhasco e tomando o trono que era meu por direito.

- De vez em quando. - Evie respondeu, tentando não demonstrar qualquer outro tipo de reação. - V-você sabia sobre mim?

- Não. - Branca disse com simpatia. - Eu sinto muito. - ela adicionou, ao ver a azulada olhar para baixo. - Quando alguém fica preso na ilha; é assim. Não há contato com ninguém daqui, ou vice versa. Isso é o que o Rei Fera vivia me dizendo todas as vezes que fiz várias perguntas sobre o bem-estar de Grimhilde. No final, eu desisti.

O bom e velho Rei Fera, pensou Evie, sempre complacente.

- Mas Evie, quero que acredite em mim, se eu soubesse que tinha uma irmã -

- Meia. - a mais nova a interrompeu, suavemente.

- Irmã; não meia-irmã... Irmã. - Branca falou, com determinação em sua voz. Ela se inclinou sobre a mesa e segurou as mãos de Evie, esfregando ternamente os polegares sobre elas. A garota tentou sair de seu toque, mas a mais velha a segurou com mais força a impedindo de se soltar.

- Evie, você pode não acreditar em mim, mas antes do "espelho, espelho meu, quem é mais bela do que eu?", ter acontecido, eu chamava a Grimhilde, de mãe; porque ela era a única que eu conhecia desde os meus dois anos. Ela escovava meus cabelos, me dava beijos de boa noite, me contava histórias e me dizia que... dizia que me amava. E eu a amava.

- Até que um dia, alguns anos depois da morte do meu pai, ela me olhou bem nos olhos e disse... - Ela parou. Seus olhos começaram a lacrimejar e sua voz tremia, mas ela conseguiu se recompor. - Ela disse que não era minha mãe e que eu não deveria mais tratá-la como tal. Isso partiu meu coração, mais do que ela me transformando em empregada.

As lágrimas escorreram dos olhos de Branca, surpreendendo Evie. Ela sempre imaginou que Branca de Neve tinha o mesmo pensamento que Grimhilde obviamente tinha para a jovem rainha à sua frente.

A demonstração de emoção que ela testemunhou naquele momento, estava formando uma imagem muito diferente da suposta "assassina sem coração, manipuladora e fria" em que Evie cresceu ouvindo e acreditando. Ela percebeu que a "bicho-papão" de sua infância não era um monstro e sim, uma pessoa que lidava com quase as mesmas questões que sua... Ou melhor, que a mãe delas.

Evie enfiou a mão em sua bolsa em forma de coração e tirou um dos lenços de papel que normalmente guardava para limpar a maquiagem extra, e o entregou a Branca. A mulher murmurou um "obrigada" enquanto enxugava as lágrimas.

- Hum... Você tem filhos? - Evie perguntou, tentando mudar de assunto.

A rainha assentiu.

- Um menino... Raymond. - ela sorriu. Evie observou Branca retirar o celular da bolsa e começar a arrastar o dedo na tela. Após alguns segundos, ela entregou o aparelho para a garota.

A de azul pegou o mesmo e olhou a imagem que havia ali. Ela viu um menino com cabelos cor de chocolate e a pele levemente bronzeada. Seus lábios eram de uma cor sutil de pêssego, ao invés do vermelho-sangue como sua mãe. Assim que ela olhou mais de perto, não pôde deixar de notar os belos olhos azuis safira que ele tinha. Ele era uma perfeita mistura de ambos os pais.

- Meu deus, ele é adorável. - Ela elogiou, com um sorriso.

- Não é? - Branca disse enquanto enxugava os olhos. - Essa foto foi tirada alguns meses atrás, logo depois que ele perdeu as bochechas de bebê dele.

- Quantos anos ele tem?

- Treze.

Evie deu uma curta risada, voltando a olhar a foto. - Ele vai ser um destruidor de corações.

- Eu só espero que seja por ele ficar com apenas uma garota, e não por estar com várias; como o Chad. - Branca disse a ela, com seu tom azedo e uma expressão desgostosa, com a menção do príncipe.

- Não é uma fã do Chad Charming? - A mais nova perguntou.

- Não particularmente, mas eu e a mãe dele somos amigas e eles nos visitam; e agora Raymond o idolatra.

- Oh, isso não é nada bom. - Evie murmurou.

- Não é uma fã do Chad Charming, né? - Branca falou, em um tom que Evie percebeu que era mais uma brincadeira, do que para irritá-la. Assim, ela assentiu com a cabeça e começou a contar à Branca, o que tinha acontecido com Chad, quando ela chegou em Auradon. - Aquele pirralho!

- Não é essa palavra que eu usaria. - A azulada falou.

- Eu sei, mas quando se é uma rainha, você aprende a escolher suas palavras com cuidado. Nesse caso, combina com ele, já que Chad não é exatamente conhecido por sua maturidade; o que provavelmente deve ser o motivo de Raymond gostar tanto dele, eles agem como se tivessem a mesma idade. - A mulher explicou, passando a mão por seu cabelo chanel, enquanto dava um breve suspiro.

Evie riu do comentário dela, mesmo não sendo uma piada.

- Olha só, um sorriso familiar. - Branca exclamou, quando a de azul parou de rir. Evelyn olhou para ela com curiosidade. - Seu sorriso é idêntico ao da Grimhilde.

- A mamãe sorria? - Evie perguntou surpresa. Pensando bem, ela percebeu que realmente não tinha uma memória de sua mãe rindo - ou sorrindo, para falar a verdade. De fato, ela se lembrou, ao longo dos anos, de quantas vezes teve que evitar de sorrir minimamente, ou sorrir muito largo, perto de sua mãe. Novamente, as palavras dela vieram em sua mente.

Lembre-se Evie, sorrir, assim como rir, causam rugas. E nenhum príncipe quer se casar com uma princesa que parece uma bolsa velha e enrugada.

- Ela sorria o tempo todo, quando eu era pequena. Mas quando ela ficou... - Branca parou de falar, afim de escolher suas palavras cuidadosamente. Grimhilde era uma vilã, mas ainda assim era a mãe de Evie e ela não queria ser grosseira. - Quando ela se tornou... Infeliz comigo. - Ela falou, esperando que Evie achasse que a palavra era suave o suficiente. - O sorriso dela era uma das coisas que eu mais sentia falta.

- Eu não sabia que a mamãe era capaz de - Evie se impediu de continuar a frase. Ela percebeu o que estava prestes a dizer, e imediatamente se sentiu culpada. Aquela era sua própria mãe e ela sentiu que estava prestes a insultá-la.

- Você não sabe como a Grim, a mãe fica quando sorri, não é? - Branca perguntou, recebendo um sinal negativo, da parte da azulada. - Sabe, eu tenho uma foto dela sorrindo. É de quando eu tinha sete ou oito anos, em uma de nossas festas do chá, que fazíamos juntas. Eu poderia te mostrar.

- Você tem ela aí? - Ela perguntou, com sua voz delatando o quão interessada estava, apesar de sua tentativa de parecer indiferente.

- Não, está no meu palácio. Você poderá vê-la se vier me visitar. - Ela disse, com a parte sobre visitar saindo lentamente. Evie olhou para Branca apreensiva. - Eu meio que apressei essa pergunta, não foi?

- Um pouquinho. - Evelyn disse juntando o indicador e o polegar para dar ênfase. Branca de Neve riu do gesto de Evie, e a garota a acompanhou. Eventualmente, no entanto, ela respirou fundo e deixou escapar uma pergunta que ela queria fazer, desde o momento que se sentou à mesa e viu quem a havia chamado. - Seu recado dizia que eu recebi um convite para ir ao seu reino. A minha pergunta é... Tendo em conta sua história, e sabendo quem você é, quem eu sou e como era a minha mãe, só consigo pensar em; por quê?

A mais velha respirou fundo e novamente se inclinou sobre a mesa, fitando os olhos amendoados da garota.

- Por que somos parentes, Evie. Irmãs. E eu quero conhecer minha irmã melhor. E espero que ela queira me conhecer, para que eu possa apresentar minha família. E quero que venha para a Germânia porque, embora tenha crescido na Ilha, Germânia é de onde você veio, e você também deve conhecê-la. E apesar da minha pressa em perguntar, o que me diz? Você está interessada?

A mais nova apenas fitou Branca. Ela estaria mentindo para si mesma se dissesse que não estava nem um pouco interessada. Mas ela também estava nervosa. Sim, ela pertencia àquele reino assim como sua mãe, mas aquele local, também era onde sua mãe havia morrido. Ela conseguiria lidar com isso? Se perguntou.

- Evie? - Branca a chamou, suavemente.

- Eu preciso responder agora? Ou posso pensar um pouco sobre?

A mulher tentou não parecer um pouco triste. Afinal, Evie não havia negado o pedido, mas também não tinha o aceitado. Logo, ela percebeu que a menina provavelmente estava em choque com tudo que havia acabado de acontecer, por ouvir algumas coisas surpreendentes sobre sua mãe, por conhecê-la, por ser convidada para um país com o qual ela não tinha conexão, e tudo do nada em uma única tarde.

- Você pode levar o tempo que precisar, querida. - Branca lhe respondeu. - Eu entendo que pode ser assustador e, se ajudar, você pode trazer alguém com você. Apenas me avise quando você decidir, ok? - Branca lhe avisou, enquanto retirava um pequeno cartão de dentro da bolsa e o entregava para ela.

A garota fitou o pequeno pedaço de papel e viu que no mesmo havia um número escrito pela mais velha.

- Suponho que este seja o número do seu palácio?

A mulher negou com a cabeça.

- É o número do meu celular. Eu não dou esse número para todos. O restante do pessoal só tem o meu número de negócios.

- Ah, obrigada. - Evie falou, guardando o cartão dentro de sua bolsa.

- Então, vamos almoçar?

Evelyn assentiu, parecendo calma, um talento que sua mãe lhe ensinou, pois ela dizia a Evie que uma princesa, e, eventualmente, uma rainha (quando Evie se casasse), deveria sempre manter a compostura não importasse a situação. Mas, por dentro, ela era uma mistura de nervosismo e pensamentos que estavam a mil por hora.

Oh Deus, o que eu faço? Ela pensou.

_________________

Mais um capítulo... Eu realmente não consegui me segurar e tive que postar logo xD

Mas, espero que tenham gostado!

Não tenho a previsão do cap 03, mas, pretendo não demorar muito ♥

Obrigada por lerem, não esqueçam de votar e até mais.

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