limits of attraction • JJK

De byloveyoon

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LIMITES DE ATRAÇÃO Ao mesmo tempo em que ele é afável e sensível, demostra ser petulante e protervo. Sua pers... Mais

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De byloveyoon


" O interior da minha mente está cheio de perguntas que me culpam, agora eu irei correr atrás das respostas que não vejo.
Essa é minha pequena luta para o amanhã, já que minha condição é estar vendo o futuro no passado.
No momento, é como se eu estivesse perdido em um labirinto de memória. "
Stray Kids / Maze of Memories

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BOA LEITURA.

JEON JUNGKOOK

Ancípite, é o que somos.
Ele é benevolente, necessita de atenção e carinho, é puro, é nostálgico.
Tens a sublime inocência do olhar da criança.
Eu por outro lado sou o oposto, audacioso, pérfido, egoísta, prepotente e sabe se lá mas o que.

Somos o que a infância nos presenteou, bons ou ruins, faça a escolha certa.
Pais, eles são os incentivos, o que a criança precisa para crescer, aprender, ceder, obter a responsabilidade.
Sendo bons e exemplares, há consequências. Sendo ruins e arbitrários, também há.

" Chorar é para os fracos, Jungkook. Pare já! "

" Você continua fraco..."

" Você não faz nada direito."

" Você tem que ser o melhor, sempre. "


"Subjulgue para não ser julgado."

"Satisfaça seus desejos, mas não sinta sentimentos."


Eram algumas das poucas coisas que sempre irá de atormentar minha consciência exaustiva.

Abuso psicológico é tão intenso quanto o sexual e físico para uma criança.
Conseguimos vislumbrar isso, correto?

E ele, Jeon Jungkook, não merecia isso.

Voltando a atualidade, a qual realmente importa agora.

Naquela manhã chuvosa, Seokjin teve a brilhante ideia de vim para minha casa — junto de nosso amigo Namjoon — fazer o café e almoço sem algum motivo especial.
Aliás ele nem sequer avisou que estaria a caminho.

- Quem deseja? - Pela primeira vez desde que estou morando neste apartamento eu atendi aquele interfone. -

- Seokjin. - Respondeu simplista. -

- São exatamente quantas horas? - Murmurei, ainda mantendo os olhos fechados. -

- Sete horas e treze minutos. - Respondeu. - Abre logo.

Eu apenas assenti mesmo que ninguém visse e destravei a porta. Meus olhos mal abriam devido ao pouco sono que consegui ter.

- Quem é você? - Seokjin perguntou irônico, apertando o meu maxilar. -

- O verdadeiro. - Sussurrei entre dentes, pouco antes de tirar sua mão dali. -

Forcei um pouco o olhar para ambos, mas não foi duas pessoas que vi, foram quatro, dois Namjoon e dois Seokjin.
Eu não embriaguei com vinho, certo?
Por um momento eu ri sem forças enquanto esfregava os olhos com ambas mãos.

- Você brinca muito, Jungkook. - Seokjin disse enquanto se dirigia para cozinha com algumas sacolas em mãos. -

- Voce está bem? - Perguntou Namjoon, um pouco preocupado pelo estado em que eu aparentava estar. -

- Eu não dormi nada, tive um sonho horrível. - Resmunguei indo em direção ao sofá, aonde sentei-me e joguei a cabeça para trás, fechando os olhos novamente. - Então se eu me estressar atoa, você já sabe o motivo. - Avisei. -

- O que sonhou? - Perguntou ignorando o meu aviso, sentando ao meu lado. -

- Sonhei que perdi o controle e que fui afastado da luz. - Contei. - Talvez isso aconteça mesmo. - Sorri torto, apenas por supor algo tão inaceitável. -

- Você acha possível?

- Acho. - Respondi simplista. - Jeon está mais forte agora, ele consegue dominar a luz mesmo se eu interferir.

Namjoon suspirou fundo, preocupado.

- Jungkook, segue o meu conselho, conta logo para ela. - Suplicou. -

- O problema nunca será ela e sim eu, Namjoon. - Respirei fundo, retornando o olhar para ele. - Eu vou fazer isso, mas eu preciso esperar.

Esperar a maldita coragem para dizer apenas o necessário a ela, o que ela precisa saber —ou seja, tudo —.
Jungkook mostra ser forte — até porque ele realmente era —, mostra não se amedrontar com quase nada, as vezes é sim exigente, mostra ser autoritário, mas é inevitável e as vezes isso o decepciona um pouco.
Porque não podemos mudar nossas atitudes? Nosso jeito de ser?

Por que já estão no botão automático.
N

o entanto, seu medo mais forte, o insuperável, o que lhe faz chegar a extrema tristeza possível, é o abandono, a rejeição.
E era isto o que eu temia.

- Esperar o que? Ele tomar o seu lugar e contar ou ela mesma dizer que sempre desconfiou. - Esbravejou calmo, me despertando de um pequeno transe. -

Eu não disse nada, apenas o vi suspirar novamente e logo voltar a se pronunciar.

- " Você já é um homem feito, maduro e sabe o que é certo e errado, eu não posso mais lhe deixar de castigo, mas eu sempre lhe darei conselhos dizendo o que é melhor para você ao meu ponto de vista." - Ele relembrou, me fazendo fechar os olhos devagar. - Sua tia diria isso a você se estivesse aqui. 

Eu dei um sorriso fraco devido a essa lembrança, ela era tão importante, tão necessária para mim, mas infelizmente ela se foi, e eu não posso mudar isso.
Após a ida de minha tia, foi Namjoon quem sempre cuidou e esteve ao meu lado, me dando conselhos e sempre me repreendendo quando eu realmente passava do meu limite.
Eu sempre serei grato por isso.

- Eu prometo que em menos de uma semana eu direi, absolutamente tudo. - Garanti. -No entanto o que mais me atormenta é ter encontrado um cartão do Doutor Philips, seu consultório em Busan.

- Você acha que... - Automaticamente ele parou a fala, parecendo pensar com mais clareza. -

- Eu sinceramente não sei, fui bloqueado por dois dias e não sei a droga que aconteceu nesse curto tempo, era como se eu estivesse inconsciente, a minha cabeça estava explodindo, nunca senti uma dor tão forte como aquela. - Esbravejei. - A raiva que eu senti quando despertei é inexplicável.

Namjoon ficou em silêncio, apenas me olhava e suspirava negando devagar com a cabeça.

- Eu lembro bem o que aconteceu dá última vez que consultamos com Philips. E espero que não estejam mantendo contato. - Bufei. -

- Será que ele não foi mesmo para casa do Jimin? - Perguntou. -

- Eu liguei, Jimin não saiu de Seul. - Afirmei. - Mas eu não quero pensar nisso agora.

Seokjin saiu da cozinha com uma xícara em mãos, me entregou assim que esteve perto o suficiente.

- Obrigado. - Agradeci bebendo, pouco antes de automaticamente fazer uma careta. -

- Como está o café? - Perguntou, usando um belo sorriso irônico. -

Desgraçado.

- Amargo, igual anda sendo a vida. - Eu disse sentindo seus tapas e sua risada ecoando pelos meus ouvidos. -

Eu levantei, caminhei até a cozinha afim de adoçar o café. Ouvi reclamações vindo da sala.
Ouvi também o gato miando alto.

- Jin... - Resmunguei baixinho, apenas para mim. - Deixe ele em paz! - Gritei. -

- Esse gato é tão chato quanto o dono. - Seokjin queixou. -

- O que você quer, meu bem? - Perguntei afinado, agachando para acariciar-ló, olhando ao redor tentando supor o que ele queria. - É a comida, certo? Irei resolver. - Supôs o pegando no colo e indo até o pequeno quartinho do mesmo — coisa que sempre foi inútil, porque ele nunca dormia ali. — peguei o saco de ração e voltei. -

- Eu nunca vou superar o quarto desse gato. - Seokjin garantiu, rindo. - Jungkook tem cada ideia inexplicável...

- É por isso que ele não gosta de você. - Fiz um muxoxo franzindo os celhos. - E não vou me surpreender se um dia ele se estressar de verdade contigo.

- A verdade é que ele não gosta de ninguém a não ser você. - Seokjin afirmou. - Sem dizer que ele também é extremamente mimado, o pote está cheio e ele quer que a comida transborde.

Seokjin gostava do gato, mas sua vontade de irritar-ló era maior. Ele quase não o fazia, mas quando fazia era extremamente engraçado, ambos se desafiando.

- Do mesmo jeito que não gostamos de comer pelas beiradas, ele também não gosta. - Eu disse em outro sentido, sorrindo obsceno. -

- Jungkook seu nojento! - Repreendeu divertido, rindo em seguida. -

- Certo, continue bancando o de ingênuo, puro e sabe se lá mas o quê, combina contigo. - Revirei os olhos por um momento, sorrindo de lado. -

- Olha, eu nunca mostrei ser assim. - Garantiu. -

- Você não ia fazer meu café da manhã? - Questionei. - Faça logo! - Brinquei. -

- Garoto mau criado, eu fiz e trouxe de casa tudo o que você gosta. - Respondeu, negando com a cabeça. - Eu posso dar meia volta e comer tudo sozinho, tenha certeza de que eu não irei sair em desvantagem.

Eu comecei a rir porque era impossível levar Seokjin a sério.

- Eu vou subir e tomar banho. - Avisei indo de encontro com a escada. Antes que eu subisse, o gato imediatamente correu em minha frente para fazê-lo primeiro. Olhei Seokjin que já estava pronto para reclamar de algo. - O gato é incapaz de ficar aqui com vocês.

- Na verdade ele é chacota. - Seokjin afirmou fazendo Namjoon rir alto. -

- Chacota do papai. - Novamente soei afinado, o vendo me olhar com os olhos totalmente amarelados e brilhantes. - Vem, você pode me esperar lá no quarto. - Avisei subindo correndo desta vez. -

A água quente caía sobre meu corpo e por um momento eu me vi em transe, pensando sobre tudo o que está acontecendo. Uma hora me vejo apaixonado, disposto a tudo por ela e por isso que eu sinto aqui dentro, algo que começa suave, romântico, e que termina quente, prazeroso. Algo que eu ainda irei sentir.
E em outra hora me vejo furioso, detestando tudo ao redor que o ligue a mim, algo inexplicável, eu não posso correr porque querendo ou não ele sempre esteve e estará comigo.
Há coisas que podem ser mudadas e outras não, eu realmente irei conseguir? E o que sempre me pergunto.

Após o banho eu apenas enrolei uma toalha na cintura e comecei a secar o cabelo, em seguida hidratando o rosto que estava mais oleoso do que o normal.
Nem cuidar do rosto ele soube.

- Pensei que desceria apenas para almoçar. - Seokjin reclamou pela minha demora quando me viu sentar na frente deles. -

- O café da manhã é o mais importante do dia. - Garanti bebendo um pouco do café quente. - Mas... me digam, como estão no jornalismo? - Tentei procurar um assunto interessante. -

- Fizemos uma apresentação tão difícil. - Reclamou com algum ânimo. - Precisávamos interpretar um caso sobre um serial killer. Foi interessante.

- Namjoon fez o roteiro? - Perguntei colocando os ovos amanteigados junto ao bacon que estava depositado no prato. -

- Sim. - Namjoon respondeu de boca cheia devido as torradas. - Já que estamos conversando sobre apresentações, vocês iram na de Miranda e Taehyung, amanhã?

- Por um minuto eu esqueci, mas eu vou, com certeza. - Seokjin afirmou empolgado. - Não perderia as caras e bocas deles por nada no mundo, são impagáveis. - Completou rindo. -

Eu não respondi nada, apenas continuei comendo. Ambos começaram a me olhar após Jin parar de rir.

- E você, vai? - Namjoon perguntou. -

- Eu vou porque todos vão, e também porque Miranda foi gentil em convidar. - Afirmei. - Eu posso terminar de comer ou você vai querer que eu responda algo mais? - Questionei. -

- Coma, Jungkook. - Respondeu rendendo-se. - A comida está gostosa?

Por um momento lembrei da cozinheira que trabalhava na casa de meus pais, ela perguntava a mesma coisa sempre.

- Você é insubstituível, eu até lhe contrataria para ser meu cozinheiro particular. - Elogiei dessa forma. -

- Ou seja, me escravizar. - Riu com a própria pronuncia. - Imagina se dividir para preparar comidas saudáveis para você e doces que nem um louco para Jeon. Você me deixaria mais louco do que já deixa.

- Nos conhecemos a poucos meses Jin, se já está assim com isso, imagina se fossem nove anos como, Namjoon? - Revirei os olhos ao lembrar de certos momentos desagradáveis. -

- Eu ainda não presenciei um surto seu, mas creio que quando acontecer, eu não terei um porcento da paciência de Namjoon. - Admitiu. - Pelo o que ele disse, você é extremamente chato. E põe chato nisso.

Eu apenas neguei devagar e tomei o café que já se encontrava morno.
Após o café, eu lavei os pratos, talheres e copos que usamos. Precisei também — urgentemente ao meu ponto de vista — arrumar a cozinha por completo, havia sujeira, as coisas dentro da geladeira estavam desreguladas, as águas pela metade dentro dos jarros, copos misturados com xícaras, garfos, facas, colheres grandes e pequenas, tudo estava uma bagunça.
Ele quer me matar, provavelmente.

No período da tarde ficamos apenas jogando alguns jogos e vendo filmes.
Ao ouvir o interfone tocar, ainda com o gato nos braços me afastei dos meninos para ir atender.
Involuntariamente eu senti meus lábios criarem um enorme sorriso, de orelha a orelha.
As vezes eu sentia coisas tão bobas.

- Anna, Anna, Anna... - Seokjin chamou se aproximando. - Ou devo lhe chamar de, Zulema? - Perguntou contento a risada. -

Ela apenas riu sem jeito e negou devagar.

- Aquilo foi uma pequena confusão. - Garantiu risonha. -

- Bom de qualquer forma, eu apenas queria lhe cumprimentar. - Seokjin avisou sorrindo civilizadamente. - E Namjoon também está aqui. - Abriu mais a porta se afastando um pouco. - Hey, Namjoon.

Namjoon direcionou o olhar para nós e apenas sorrio enquanto se curvava ainda sentado, cumprimentando ela que logo fez o mesmo.

- Você não quer entrar? - Seokjin perguntou. - A casa não é minha mas lhe convido a entrar pois Jungkook está muito ocupado lhe admirando feito um bobo.

Pigarrei antes de me pronunciar.

- É.... - Desviei o olhar por um momento. - Você já pode entrar, Seokjin. - Pedi. -

- Vou lhe dizer algo, garota. - Seokjin pôs uma das mãos no ombro dela. - Jungkook não é assim, certo? Eu preciso saber o que você está fazendo para ele ficar desse jeito. - Ele riu, dando tapinhas em minhas costas. -

Antes que eu respondesse algo, ele entrou e voltou a senta-se ao lado de Namjoon.
Coloquei o gato no chão e fechei a porta, nos dando um pouco mais de privacidade.

- Está diferente é? - Provocou-me semi-cerrando os olhos, sorrindo bonito. - Diferente como?

- Estou descobrindo coisas novas. - Afirmei me aproximando. - Das quais eu não achava que poderia sentir. - Segurei seus braços quando notei seus passos se afastando para trás, sem por alguma força sequer, apenas o tocando para avisar. - Não se afaste.

- E você gosta do que sente? Do que anda descobrindo? - Perguntou, me fazendo suspirar fraco ao sentir aquelas mãos menores sendo depositadas em meu peitoral. -

- Muito, mas eu tenho medo. - Admiti baixinho. - Não quero que as coisas acabem da maldita forma que eu imagino que irão.

- Me conta... - Pediu, depositando um beijo castro no canto de meus lábios. -

Eu neguei, retribuindo com um beijo mais próximos dos teus lábios, quase que um selinho.

- Você também me faz sentir coisas fortes e bonitas, Jungkook. - Contou antes que eu afastasse totalmente o rosto do seu. - Eu sei que precisava ouvir isso.

Pela primeira vez eu tremi ouvindo palavras tão simples, meu coração como sempre precipitado em apenas ouvir sua voz, sentir seu cheiro e sua respiração, até um simples ato, como pensar em ti, fazia meu coração bombear forte, era inevitável.
Inevitável e muito bonito.

- Me beija. - Pedi com pouca súplica, eu já não aguentava esperar por isso. -

- Eu acho tão bonito quando você pede. - Sorriu, acariciando meu rosto. -

- Então você quer me beijar? - Indaguei de forma brincalhona. -

- Muito. - Confessou. -

Não esperei mais para colar nossos lábios, sentir a vibração. Nossas línguas molhadas em total sincronia, necessitadas para sentir o que ambos tem de melhor a oferecer naquele beijo.
Deslizei de sua cintura a mão até chegar por baixo da blusa, acariciando ali, sentia sua pele quente e macia. A agarrando mais porque mesmo juntinhos, eu ainda a sentia um pouco longe.

- Jungkook... - Ela chamou, afastando devagar os lábios dos meus. - A câmera.

- Não estou lhe assediando ou cometendo um estrupo, você não tem que se preocupar. - Eu disse. Ela riu anasalada e negou rapidamente. - É a minha jaqueta, certo? - Assentiu em resposta. - Dei-me ela.

Ela estendeu a jaqueta, eu a peguei de imediato e caminhei devagar até a câmera que ficava no centro do corredor. Ela riu um pouco alto como se imaginasse o que eu iria fazer.
Eram duas câmeras, uma apontada para cada lado do corredor, eu as cobri com o jeans e me certifiquei de que nada seria visto.
Olhei novamente para Anna que estava sorrindo grande, negando com a cabeça, desacreditada com aquela ação.

- E agora, huh? Qual será a sua desculpa para não continuar me beijando? - Questionei voltando em sua direção. - É melhor que seja uma mais produtiva que está.

- Os moradores desses dois apartamentos aqui. Seus vizinhos.

- Srº Leedo, trabalha no período da noite, então provavelmente está dormindo a essa hora. - Apontei para a porta esquerda. - e Srº e Srª Min. - Gesticulei para a porta direita. - Eles trabalham o dia inteiro, chegam apenas as 23h da noite. 

- Desde quando anda sendo stalker, JK? - Perguntou sem deixar o sorriso transparente, apertando de leve os meus ante braços. -

Eu retribuí o sorriso, mas em minha mente apenas recordei a cena de Seokjin me perguntando o mesmo, pouco antes de nos conhecermos.

- Desde antes de lhe conhecer. - Respondi a verdade. -

Senti suas mãos subirem para minha face e a puxar novamente para um novo beijo. Com sua mão acariciando a minha nuca, vez ou outra as unhas encostando ali, me fazendo arrepiar levemente.
Finalizei aquele beijo lento e necessitado, utilizando minha língua em seu lábio inferior, o sugando e por fim lhe dando um selar demorado, logo após deixar um beijo castro em sua bochecha esquerda.

- Eu tenho que ir. - Avisou dando um beijinho em meu queixo. -

- Me dá um bom motivo para permitir isso. - Pedi, lhe abraçando mais forte. -

- Irei acompanhar Taehyung ao médico, ele fará um raio-x do joelho e checaram se está tudo bem. - Contou me encarando, talvez esperando uma reação negativa. -

Assenti de imediato e me afastei, indo pegar novamente o jeans pendurado na câmera.

- Você pode se complicar depois. - Avisou. Eu apenas neguei devagar me aproximando da porta de minha casa. -

- Não é necessário que se preocupe com isso. - Avisei também. -

- É necessário que eu me preocupe com o que então, Jungkook? - Novamente se aproximou sem desviar o olhar do meu. -

- Por enquanto, com nada. - Respondi. -

- "Seu instinto irá suplicar para que faça algo, mas eu imploro que faça ao contrário." - Repetiu a frase que havia lhe mandado ontem. - Tem algo a me dizer sobre isso?

- Daqui a dois dias iremos fazer o trabalho sobre Psicanálise, certo? - Perguntei retórico, ignorando sua pergunta anterior. - Está ansiosa?

Ela suspirou — ou bufou — desviando o olhar por um tempo, o focando no chão.

- Um pouco, e você? - Respondeu simplista. -

- Um pouquinho também. - Informei. - É melhor você ir, antes que Kim Taehyung se preocupe pela demora. 

- Nos vemos amanhã, na universidade.

- Antes de irmos para apresentação deles amanhã, me encontre naquela sala. - Pedi a vendo retornar o olhar a mim. -

- Sim, mas se acontecer algo, a culpa é somente sua. - Culpou-me. -

- Para lhe ter nem que seja por um minuto, eu me responsabilizo por qualquer coisa. - Eu disse, sincero. -

Eu nunca pensei que me envolveria tanto com alguém assim, e os motivos para que eu pense assim? Estão mais que óbvios.

Após ir embora, novamente eu retornei para dentro de casa, Seokjin e Namjoon ainda assistiam o filme. Me juntei a eles e de imediato eu joguei uma almofada em Seokjin, talvez assustando o mesmo, ele estava tão concentrado naquele filme.

- Seu idiota, porque fez isso? - Esbravejou sem forças. -

- Da próxima vez que você me intimidar perto de alguém, eu vou fazer você pedir desculpas de joelhos. - Ameacei. -

- Não sou eu que você tem que pedir para se ajoelhar na sua frente. - Afirmou dando um sorriso de lado. -

De imediato Namjoon riu, ainda prestando atenção na TV e bebendo algo no copo.
Eu por outro lado demorei poucos segundos a mais para entender, negando em seguida.

- Infelizmente você tem razão. - Eu disse, sorrindo. -

- Ainda não aconteceu? - Ele perguntou, risonho. -

- Acho que você já está querendo saber demais. - Ri, incrédulo. -

- Qual mão você bate? - Namjoon perguntou, sem desviar o olhar da TV. -

- Direita. - Eu disse, pigarrando. -

- Bom garoto. - Se alegrou, rindo. -

Seokjin apenas o olhou com os celhos franzidos e uma cara inexplicavelmente engraçada.

Talvez não tenha entendido.
Espera, não é possível não entender.

Ao anoitecer ambos foram embora.
Eu não estava com fome — e nem era possível eu estar, Seokjin tem a mania de empanturrar comida até supor que já passou do limite — então eu apenas sentei encostando-me na cabeceira da cama e por ali fiquei, lendo um livro até cair em um sono profundo.

No dia seguinte, segunda-feira. As aulas foram tranquilas, calmas até, o horário — por incrível que pareça — passou rápido demais.
Agora no período da tarde, será a apresentação de Kim Taehyung e Miranda, faltava menos de 15 minutos, e aonde eu me encontrava? Com certeza não era nos assentos esperando a peça deles começar.

A professora deles, Srª Miley é uma das mais renomadas, experiente e antigas da escola.
Todo ano ela prepara suas turmas para se apresentar, tendo peças, trabalhos cinematográficos e fotográficos, pinturas , etc. E hoje, a turma deles seria uma das participantes.

- A gente precisa ir... - Avisei tentando afastar os lábios dos seus. - Agora.

Ela resmungou enquanto envolvia as pernas em minha cintura — por estar sentada encima da mesa aonde ocupava o responsável pela turma — certificado-se de que eu não iria sair dali.
Eu apenas ri anasalado enquanto chupava seu lábio inferior com alguma pequena volúpia pelo momento "perigoso" em que nos encontrávamos.

- É sério... - Tornei a avisar afastando nossas bocas. - Vamos logo.

- Dei-me apenas mais um minuto. - Suplicou de mãos juntas, choramingando pouco, negando com a cabeça. -

- Eu já fiz isso, há três minutos atrás. - Relembrei. - Namjoon está guardando nossos lugares, falta poucos minutos para começar. - Retornei a informar. -

Ela não respondeu algo, tampouco demostrou alguma reação positiva ou negativa.
Acariciei ambas suas coxas depositando em seguidas tapinhas ali como forma de aviso.

- A gente pode até não ir na apresentação e nem voltar para aula, podemos ficar aqui se quiser, eu vou adorar sequer saber. - Comecei. - Provavelmente ninguém nos encontrará nesta sala agora, mas seus amigos irão reclamar depois, principalmente com você. Então eu só quero que pense duas vezes, porque eu não irei tirar a razão deles de reclamar porque tu não foi em algo importante para eles, e também não vou tirar a minha razão de reclamar com você quando vier resmungar comigo o que aconteceu em relação a isso. - Fui sincero. -

Senti o peso em minha cintura cessar e meu corpo ser afastado devagar. Ela saiu daquela mesa e começou a andar devagar, mas antes que chegasse na porta, eu a segurei.

- Ei, eu não estou lhe repreendendo ou algo do tipo. - Afirmei. - Só estou dizendo o que acho, que de fato irá acontecer se não formos.

- Eu sei, você tem razão. - Garantiu. - Isso é importante para eles, a apresentação, avaliação, as críticas, tudo. 

- Então vamos. - Caminhei até a porta, a abrindo logo em seguida. -

Pouco depois de chegarmos ao auditório, as luzes cessaram informando que as apresentações começariam.
No palco grande, a primeira apresentação começou. Haviam duas mulheres, uma sentada de costas para platéia com um quadro em branco e alguns pincéis juntamente com a pelheta nas mãos, provavelmente aquilo indicava que a mesma estava prestes a pintar algo. Começou a tocar baixinho a batida fraca de uma música — aparentemente melancólica. — enquanto os alunos saiam de trás das cortinas pretas e pegavam os retratos, andando no meio do palco um tanto devagar para que a platéia apreciasse aquelas obras.
Grandes rabiscos divinos, expressavam tudo e ao mesmo tempo nada, poderíamos apreciar para sempre, porque aquilo simplismente é desigual ao todo resto.

Senti um aperto no coração, mas não um pressentimento negativo ou algo do tipo, era algo similar a um pequeno conforto.
Eu senti que não somente eu, Jungkook estava presenciando aquela apresentação, mas sim nós.
Eu sentia lá no fundo, uma pequena euforia, alguma ansiedade em ver aqueles quadros.

Jeon é um amador pela pintura, pela arte e pelos desenhos, por isso está alterado, eufórico.

Quando os alunos retornaram para o centro com os quadros em mãos, a mulher que estava sentada apareceu no meio nos mostrando a sua pintura. Ela havia feito a visão que teria ao se virar para nós, a platéia.
Desenhou as cadeiras, as pessoas que as utilizavam, seus colegas de turma, o palco, tudo o que realmente estava alí.
Fez a sua visão daquele momento.
Estava lindo, absolutamente tudo.

- Eu fico bobo com tanta criatividade. - Namjoon disse sorrindo pouco antes de acompanhar as palmas dos demais. -

As apresentações continuaram, todas foram lindas, verdadeiramente.
A peça de Kim Taehyung e Miranda foram uma das últimas, mas foram uma das melhores em compensação.
Ele era um general possesivo, autoritário e repreensivo, mas conheceu uma camponesa que era a mulher que sempre lhe mandava uma flor quando ele humilhava e oprimia alguém. Ele foi rendendo-se ao amor e se tornou um homem mais sensível, carinhoso e piedoso.
Por alguma razão inexplicável eu me vi naquele personagem.

Quando os alunos já estavam a se despedir, eles vieram em nossa direção, ainda com a roupa da peça recente.

- Vocês foram incríveis, eu gostei muito! - Anna exclamou abraçando ambos. -

- Aonde vocês estavam? - Perguntou retribuindo o abraço de sua amiga, me olhando por breves segundos. - Miranda e eu queríamos falar contigo antes de nos arrumar.

- Estávamos com dificuldade no conteúdo de hoje... é, ficamos tirando algumas dúvidas com a professora Lin. - Respondi de imediato os vendo cessar aquele abraço. -

Kim Taehyung continuou a me olhar e puxou a espada do personagem que ainda estava em sua cintura.
A espada era de verdade e ele a posicionou em meu pescoço.

- Espero que não esteja mentindo, Senhor Jungkook. - Ameaçou me fazendo engolir seco. - Porque eu irei descobrir.

Mas é claro que fiz está ação entrando em uma brincadeira momentânea.

- Tae, abaixe a espada. - Miranda pediu dando uma risada. - Ela pode machucar o Jungkook de verdade.

- Se fizer algo que machuque minha amiga, eu não vou hesitar em decolar a sua cabeça. - Ameaçou novamente. -

Antes de responder, eu segurei a lâmina da espada e a abaixei, ainda o olhando.

- Você não tem que se preocupar com isso, Kim Taehyung. - Afirmei. Ele deu um sorriso torto e assentiu. - Eu lhe garanto.

- Que tal sairmos para comemorar minha apresentação perfeita. - Vangloriou. - Todos nós.

- Hoje não dá, Tae. - Miranda contestou. - Lembra do compromisso que eu lhe disse?

- A gente vai sem você, não tem problema nisso. - Ele brincou passando o braço no ombro dela. -

- Eu acho que também fui a estrela. - Contestou risonha. -

- Porque não deixamos para amanhã? - Seokjin propôs. -

- Amanhã Jungkook e eu iremos iniciar nosso trabalho, provavelmente vamos demorar para terminar. - Anna se pronunciou olhando Seokjin. -

-  Então daqui a um dia, resolvido. - Miranda exclamou. - Vamos para balada. - Começou uma dancinha, logo sendo seguida também por Taehyung. -

- Eu disse que seus amigos são desengonçados. - Sussurrei em seu ouvido. -

- A verdade é que você é formal demais para entender eles. - Respondeu dando um sorriso ladinho, me olhando de canto. -

Eu apenas posicionei minha mão em sua cintura e apertei aquela carne gostosa que eu era loucamente apaixonado.
Ela deu um pequeno sobressalto e tirou minha mão daquele lugar.

- Bom, eu preciso ir. - Avisei recebendo todos os olhares em mim. -

- Você precisa é? - Seokjin indagou meio contragosto. -

- Sim, Seokjin. - Reafirmei. - A algo que requer a minha atenção neste momento.

- Está indo para casa? - Perguntou Namjoon meio incerto. -

Preocupado como sempre.

- Sim, você pode me ligar se quiser quando estiver saindo da universidade. - Avisei dando um sorriso fraco. - Kim Taehyung e Miranda, a peça de vocês foi esplêndida, eu realmente gostei.

- Obrigado por ter vindo, Jungkook. - Agradeceu ele. -

- É, obrigada por não recusar o convite. - Miranda agradeceu. -

- Não é necessário agradecer. Nos vemos amanhã.

Me despedi devidamente deles e quando cheguei enfrente Anna, revirei os olhos por breves segundos e a abracei sutilmente.
Não era assim que eu queria me despedir, mas foi preciso.

Dentro do carro, antes de dar partida para ir embora, mandei mensagem para Namjoon, pois achei que ele de certa forma ainda estava preocupado.

- Eu vi como estava, preocupado.
- Não se preocupe por favor, Namjoon. Eu estou bem, estou voltando para casa, preciso descansar.

20h33

Joonie

- Você parece um velho dizendo que está cansado a essa hora 😕 mas se diz estar bem, irei acreditar
- Se precisar de algo, me ligue

20h33

- Por incrível que pareça, eu realmente estou cansado. Chegarei em casa e irei imediatamente para cama.
- Eu acho difícil você atender, seu sono é profundo demais, hahaha. (≧▽≦)

20h34

Joonie

- Af Jungkook, apenas ligue, eu irei atender
- Sempre atendo 😒

20h34

- Certo, Namjoon.
- Boa Noite. (*˘︶˘*).。*♡

20h34

Joonie

- Boa Noite, Jungkook 🌃

20h35

Guardei o celular no bolso e liguei o carro, seguindo o trajeto de volta para casa.

Após chegar em casa, de imediato fui para o banho, — eu realmente estava cansado —. Pouco tempo depois, já vestido eu caminhei devagar até a cama, avistando o gato preto grande e peludo dormindo tranquilamente sobre o travesseiro, como de costume.
Acariciei seu pelo macio por um tempo enquanto meus pensamentos se encontravam longe, distante da realidade, obtendo ilusões e pressentimentos negativos.
Eu havia pensado que está fase já estava de lado, mas não, de certa forma minha insegurança estava prestes a querer voltar a atuar.

Antes de realmente deitar e descansar, fui de encontro ao telefone e disquei o número que eu nunca pensei que o faria novamente.

- Consultório do Doutor Philips, Boa Noite, em que posso ajudar?

Antes de responder algo, fitei meu próprio reflexo no espelho e respirei fundo, umas três vezes pelo menos.

- Aqui é Jeon Jungkook, diga a Philips que logo iremos nos reencontrar.

A estrelinha!!⭐
Eai peoples, como estão? Espero que bem.
Eu demorei né? Tipo, muito, mas né.... Poisé, estou viva.
A fanfic está prestes a chegar a 1K, eu realmente estou feliz. (。♡‿♡。)

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