A queda das rainhas do norte...

By _BrunaRamalho_

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O Norte, um império sólido, mas amaldiçoado. Atarah é a herdeira de ouro, mas seu trono está ameaçado por uma... More

Mapa
O Norte - Atarah
Melione - Adenna
Tudo ou nada - Atarah
Sangue sobre o mármore - Adenna
A rainha - Atarah
Gelo e fogo - Atarah
Coroa de vidro - rainha Odalis
A assassina - Merle
Um novo dia - Atarah
Sangue e família - Atarah
Vida e morte - Adenna
Fuja das sombras - Merle
Rainha Atarah - Atarah
O renascer - Merle
O preço - Adenna
A peça - Merle
Um novo início - Atarah
Ela está morta - Atarah
Ariella - Merle
Doce veneno - Keir
A melhor rainha - Adenna
Odeio o meu trabalho - Merle
Amadrya - Atarah
A estrela mais brilhante - Merle
Chamas do passado - Atarah
Pequeno lumaréu - Adenna
O veneno do amor - Merle
Terras Férteis - Atarah
Uma nova rainha - Adenna
Aislinn - Atarah
A deusa - Atarah
Minha primeira morte - Atarah
Um novo começo - Merle
Fim de jogo - Adenna
Bronimir - Merle
Sem destino - Atarah
A rainha está morta - Atarah
Por amor e um rei - Adenna
Selene - Merle
Os mortos - Atarah
Um final definitivo - Atarah
Dezesseis dias - Merle
O traidor - Adenna
A última jogada - Atarah
O peso de uma vida - Merle
Fim de jogo - Atarah
A queda - Adenna
Viva - Merle
O mundo que sobrou - Atarah
A história continua

Perdão - Adenna

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By _BrunaRamalho_

Alastair nos ajudou a fugir, havia ido todos os dias para curar tanto a mim, Balderik e Blyana. Como ele não é um curandeiro ficou meio ruim, mas era o que precisávamos. Dava para fugir. Precisávamos conseguir correr, e de certa forma estava dando. Chegamos à casa dos rebeldes destruídos. Todos se assustaram com as imensas cicatrizes, que não sei se são reparáveis, de meu melhor amigo e ao estado deplorável de Blyana, que era uma mulher linda... Era.

Meu pai apareceu para ajudar e pediu para que levassem cada um de nós para um quarto, mas quando colocou a mão em meu braço parou e me olhou espantado, ele não sabia que palavras usar. Era estranho. Eu não era mágica, e agora sou. Agora existia uma magia para ele sentir. Não pretendia matar Atarah, mas agora esse é meu principal foco. Muita coisa aconteceu nesse curto período de tempo, muitas mesmo.

– Estou disposta a contar se você estiver disposto a ouvir.

Após explicar sobre a deusa e tudo o que veio depois, sobre o jogo, sobre eu ter me esfaqueado para tirar uma pequena pedra de Dhara de dentro de mim. E sobre a tortura... Nunca havia visto meu tutor ficar arrepiado, até hoje.

– Atarah é bem mais... Cruel do que eu imaginava. Então você tinha poder de mais de dez anos em você. E mesmo assim ela segurou tudo...

– Ela tem uma corte agora, dois assassinos, um ladrão, um herdeiro abdicado e Alastair.

– Quem é o segundo assassino?

– Um Elfo.

– O que quer que Atarah esteja fazendo, ou planejando, será pior. Viu o que ela fez com seu amigo...

– Eu a quero morta, pai. Eu quero matar Atarah, e estou cansada de esperar. Vou atrás de uma fraqueza, qualquer coisa. Preciso vingar Balderik.

– E fará, mas precisa de treinamento, precisa de ajuda. É uma criança com o poder de um adulto. Precisa aprender a controlar.

– Hoje eu sinceramente só quero dormir.

Os outros dois dias foram ótimos, Balderik está melhorando e Blyana também. Ando passeando muito pela cidade, já que fiquei mais de uma semana desaparecida. Sou mais que uma pessoa, sou um símbolo, sou a esperança dessas pessoas. Se eu morrer a esperança de muitos irá junto. Preciso mostrar que estou bem. Mesmo não estando.

Estava falando com uma moça simpática até minha atenção se passar para o alto um penhasco, avista de lá é linda, e logo baixo possui a cidade. Apertei um pouco os olhos e... Têm uma pessoa de pé sobre a cerca de pedra!

Pelos deuses. Ela vai pular.

Não tive tempo de me despedir direito da mulher, precisava correr, e correr muito. Empurrei diversas pessoas ao decorrer do caminho, tentei me desculpar, mas acho que nem todos aceitaram minhas desculpas gritadas. Quando cheguei sem fôlego e completamente acabada me vi aliviada pelo garoto não ter pulado. Seus cabelos eram loiros de um comprimento médio, eram familiares.

– Por favor, desça daí. Vamos conversar. – Quando o jovem virou para mim, não sabia dizer quem estava mais surpreso, eu ou... – Sorin?

– Agora com certeza eu pulo. Vá embora Adenna.

– Posso não ser sua amiga, e nem gostar de você, mas desça daí. – Disse enquanto já caminhava em sua direção e o puxava da cerca. – Você não pode fazer isso.

– Por que não? Adenna. Coloque nessa sua cabeça vazia. Eu sou ruim.

Sorin se apoiou na beirada novamente, mas agora olhava para Melione, ele havia chorado, seu rosto estava manchado de lágrimas. E estava com olheiras terríveis, e fedia a vinho.

– Sabe que pode me contar, não ligo para você, não te odeio, acho que você...

– Não preciso da sua pena. E você é péssima em evitar suicídios. Tudo bem, se fosse você no meu lugar eu também iria falar que não ligo para você.

Fiquei com uma expreção séria e o encarei com um olhar que praticamente dizia que se ele continuasse, eu o jogaria dali.

– Não é pena. – Comecei. – Agora fale, soube que esteve em Brielle. O que aconteceu, Sorin?

– Todos acham que eu sou... Eu sou um sádico tirano, um assassino, um monstro, – Até o momento nada que eu não discorde. – Um simples brinquedo, acham que sou... Acham que sou um tolo, um fraco, um covarde. Que só sirvo para satisfazer os desejos carnais. – Ficamos um longo tempo em silêncio. – A duquesa Anne me queria para substituir o rebelde, queria alguém para matar seu marido e para aquecer sua cama. Assim ela apoiaria Atarah. Ela me queria como seu prostituto particular.

Sinceramente não sabia o que dizer. Agora eu realmente estava com pena de Sorin. Por ele ter tido que passar por essa humilhação.

– Eu... Eu sinto muito.

– Fiz coisas tão terríveis, Adenna, coisas imperdoáveis. Me comparam com Bronimir. Aquele merda. Meus pais me odeiam e... E todos estão me abandonando. Tudo na minha vida está indo de mal a pior. Por escolhas impertinentes que tomei.

– Eu...

– Pare de se desculpar! É por isso que todos te acham uma chata ingênua. Monarcas não pedem desculpas. Eles fazem o que fazem, pois podem. Eu faço coisas absurdas simplesmente por poder fazer. Estamos acima de qualquer lei. Acima de tudo e todos... Apenas abaixo dos deuses. Por em quanto. Eles querem tudo, nós queremos tudo, e podemos tudo. Se quisermos, se ousarmos.

– Sorin...

– Porque tudo o que sabemos fazer é destruir, o sangue está em minhas mãos, sempre estará. E essa é a prova que eu estarei sempre só. Foi isso que uma Fada me disse, mas esse sangue, essa solidão, isso foi o que me fez forte. Então aqui vai um conselho. Você quer nadar entre os tubarões, Adenna? Perfeito, mas só saiba de uma coisa, não sangre, pois não haverá ninguém lá para te salvar quando suas mãos estiverem como as minhas.

– Eu estou aqui agora, não estou?

– Não está por mim, está pelo que eu tenho a te oferecer, que para o seu azar não é nada além de histórias de um príncipe desalmado.

Ficamos um tempo olhando a cidade, então, em um ato arriscado coloquei a mão em seu ombro.

– Você não é um desalmado, Sorin, e imagino que exista uma redenção para tudo, e saber que errou, por mim, é o começo para isso. Quando eu estava em chamas... Imagino que Atarah tenha te contado.

– Sim, ela contou.

– Tive uma sensação. O pior sentimento de toda a minha vida. Eu senti, e entendi que me perdi, eu perdi a mim mesma. Em mim. Faz dois dias que saí daquele calabouço nojento, faz menos de duas semanas que vi a pele do meu melhor amigo ser arrancada. – Engoli em seco e Sorin estava com os olhos arregalados. Acho que Atarah não havia contado isso a ele, ainda. – E durante aquela cena horrível eu senti... Senti que o único jeito de parar Atarah seria dando um fim a ela.

Sorin deu uma risada contida para si mesmo, então disse sem olhar para mim.

– Boa sorte.

– No início eu queria voltar a ter o que tínhamos aos sete anos, mas não somos mais as mesmas pessoas. Só que eu não havia percebido isso. Queria reinar com ela, mas agora acho que sou exatamente o que Atarah queria, a sua inimiga. Eu a quero morta.

– Estava demorando.

– Acho que à hora de tirar a coroa e colocar uma armadura está próxima.

– Acho que foi tolo você ter esperança...

– Mas esperança era a única coisa que me restava.

Sorin se virou para mim e olhou para os meus olhos.

– Nunca achei que fosse dizer isso, mas, foi bom falar com você. Inimiga.

– Não sou sua inimiga, Sorin, só não sou sua aliada.

– Gosto mais dessa Adenna, é mais corajosa, mais destemida. Acho que agora o jogo está começando a se equilibrar.

Ele me deu um de seus sorrisos maliciosos e foi embora. Não posso negar que isso teve um efeito em mim, pois teve. Sorin é bom, até Blyana acha isso, ou defendeu isso. E acho que o príncipe merece uma vida menos... Rotulada? Se Atarah estiver morta, o juramento de círculo íntimo se quebra, posso libertá-lo, posso lhe oferecer um novo começo.

Seria errado alguém como o herdeiro abdicado do Leste receber o perdão?

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